sexta-feira, 28 de abril de 2017

ESTADO TIMORENSE DEVE SER LIDERADO POR PESSOAS COM “SERIEDADE E ÉTICA” | Xanana


Díli, 28 abr (Lusa) - O líder histórico timorense e presidente do CNRT, Xanana Gusmão, considerou hoje essencial que "gente com seriedade, ética e sentido de Estado" ocupem cargos nas estruturas superiores do país, podendo assim melhor cumprir os desígnios de desenvolvimento nacional.

"Se as estruturas superiores do Estado funcionam, o Estado é forte. São estruturas que precisam de gente com seriedade, com ética e sentido de Estado para cumprir os objetivos e missão do desenvolvimento do país", afirmou.

Xanana Gusmão falava na abertura do 3.º congresso nacional do partido que lidera desde a sua fundação em 2007, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) que decorre até domingo na capital timorense sobre o lema "consolidar o partido para melhor servir a nação".

Numa intervenção em que quis deixar uma "análise crítica" do que Timor-Leste tem feito até aqui, o presidente do CNRT lembrou que os processos políticos, sociais e económicos "têm contradições, desafios, dificuldades e problemas.

Xanana Gusmão disse que o seu partido continua empenhado "num compromisso de ação", procurando avançar na reforma das instituições do Estado e na consolidação do país, não apenas em termos físicos mas em termos de fortalecimento da sua sociedade.

Timor-Leste | CONGRESSO DO CNRT ARRANCA EM DÍLI COM UMA QUASE GALA MUSICAL


Díli, 28 abr (Lusa) - Uma quase gala musical, com um grande grupo de dança e vários dos cantores mais conhecidos de Timor-Leste, marcou hoje o arranque do 3º congresso nacional do maior partido timorense, o CNRT, que decorre em Díli.

Uma viagem musical que começou com uma interpretação pelos elementos do grupo de dança de Santo António de uma obra sobre a luta e a independência de Timor-Leste, ao som de gravações de discursos de Xanana Gusmão, presidente do partido.

As canções pop - com refrãos sobre o CNRT - foram compostas especialmente para o congresso que deu as boas vindas a militantes e convidados com um grande grupo de majoretes colocado na entrada principal do Centro de Convenções de Díli (CCD), que esteve a ser preparado vários dias.

Uma música sobre a "unidade nacional" e com "vivas ao CNRT e ao povo de Timor-Leste" acabou com os congressistas em pé, a acenar centenas de bandeiras do partido.

A reunião começou com os três principais líderes no partido na mesa de honra, Xanana Gusmão (presidente), Dionísio Babo (secretário-geral) e Francisco Kalbuadi (presidente do Conselho Diretivo Nacional).

Timor-Leste | PIB DEVE CAIR PARA 4% DEVIDO AO ANO ELEITORAL | Banco Mundial


Lisboa, 28 abr (Lusa) -- O ano eleitoral em Timor-Leste, com a realização de presidenciais e legislativas, vai condicionar o crescimento da economia do país, prevendo-se uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% para 4%, indicou hoje o Banco Mundial.

"Espera-se que a atividade económica venha a ser manifestamente afetada pela realização de eleições presidenciais e parlamentares [legislativas] em 2017", escreve o Banco Mundial na atualização de abril das previsões económicas para Timor-Leste.

A entidade antevê a transferência de "alguma atividade produtiva para os esforços de campanha" e nota que o recém-preparado orçamento para este ano "marca uma redução nas despesas previstas", uma vez que a administração entrou no modo "gestão corrente" em ano eleitoral.

"O resultado é uma queda do crescimento esperado do PIB para 4% em 2017, antes de recuperar para 5% em 2018, o primeiro ano completo do orçamento do novo governo e o retomar da atividade de investimento público e privado", salienta o documento.

Na sequência de uma expectável "conclusão suave" do processo eleitoral de 2017, o Banco Mundial espera que o investimento direto estrangeiro em Timor-Leste siga "uma tendência de subida modesta".

Moçambique | Filipe Nyusi critica militantes da Frelimo por corrida desenfreada à riqueza*


Presidente de Moçambique afirma que a Frelimo “não pode ser encarada como uma plataforma de acesso ao poder para servir interesses individuais”.

O presidente da Frelimo, partido no poder em Moçambique, Filipe Nyusi, criticou ontem a corrida desenfreada à riqueza entre os seus militantes, alertando para o risco de esta prática agudizar as diferenças sociais e fomentar o crime.

“Esta corrida desenfreada à riqueza cria e exacerba as diferenças sociais, perturba as relações de humanismo e de solidariedade entre as comunidades e fomenta o crime”, afirmou Nyusi, discursando na abertura da terceira Sessão Extraordinária do Comité Central da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), que se iniciou ontem na Matola, província de Maputo.

Segundo Nyusi, que é também Presidente da República, o apetite pela rápida ascensão aos bens gera um ambiente propício à violação dos direitos humanos, conflitos sociais e a supremacia dos interesses individuais sobre os interesses do partido e de toda a sociedade.

“Os nossos quadros e militantes do partido devem estar cientes desta emergência da supremacia dos interesses individuais ou de grupo, que pretendem predominar no ambiente em que vivemos e querem penetrar e instalar seus tentáculos no nosso seio e da sociedade”, acrescentou.

Moçambique | UM PAÍS DESTRUÍDO


@Verdade | Editorial

Eis a perfeita receita de como destruir uma nação: Deixe-se um partido, de preferência a Frelimo, no poder por via de fraude ou não, e pega-se em pouco mais de uma centena de indivíduos (têm de ser de ambos os sexos), tempere-os com ignorância para subscreverem todas as estúpidas decisões tomadas na “Pereira de Lagos” e coloque-os a aquecer as cadeiras da Assembleia da República. Não se esqueça de arranjar um bando de indivíduos para formar o Governo de turno – se os sujeitos forem dado à corrupção ou terem participações nesta e naquela empresa, melhor. Deixe-os tomar decisões eufemisticamente em nome do povo. Ofereça-os um salário e umas mordomias principescas, e adicione-se umas gotas, quanto baste, de insensibilidade para com os moçambicanos. Já está. Serve-se a uma temperatura politicamente fria.

Quem esperava um posicionamento diferente por parte dos deputados da Frelimo no Parlamento, não só se decepcionou, como também viu o triste futuro dos moçambicanos. O que se sucedeu nesta semana, na Assembleia da República, onde os deputados do partido Frelimo mostraram mais uma vez que não estão cravados naquela “Casa Magna” em representação do povo moçambicano, não foi mais do que o resultado de uma receita de como destruir um país e um povo. Foi um insulto à consciência e à dignidade dos moçambicanos que, com suor e sangue, contribuem para o desenvolvimento do país com os seus impostos.

Em troca disso, os milhões de moçambicanos são literalmente obrigados a pagar as dívidas contraídas pelo Governo de Guebuza sem o aval do Parlamento, violando assim a Constituição da República. A partir de hoje, as dívidas ilegais, cujo destino do dinheiro continua uma incógnita, passam a ser da responsabilidade do povo. Se a situação económica e financeira dos moçambicanos já estava deteriorada, agora piorou.

Na sua demência e insensatez, nem lhes passou pela cabeça, nalgum momento, que aprovaram um documento que empurra o país para o pântano da desgraça. Nem lhes passou pela cabeça que os moçambicanos estão condenados a viver na desgrenhada miséria – a inaceitável situação em que vive a maior parte dos moçambicanos empobrecidos por políticas ilusionistas sem misericórdia.

Obviamente, não queríamos que os deputados da Frelimo fossem o Moíses e muito menos o Salvador do povo, dos oprimidos, mas deviam se juntar a inquietação e a repugnância diante dessa trapaça que hoje é consagrada como dívida pública. A atitude dos deputados da Frelimo, diga-se de passagem, representa o que de mais doentio há nesta face da terra.

Moçambique | Dívidas ocultas ainda em investigação já foram "legalizadas" pela FRELIMO


A FRELIMO aprovou no Parlamento esta quarta-feira (26.04.) a Conta Geral do Estado de 2015, que inscreve as dívidas ocultas contraídas por duas empresas com garantias do Estado e sem o conhecimento do Parlamento.

As chamadas dívidas ocultas contraídas pelas empresas Proíndicus e Moçambique Asset Management com garantias do Estado e sem o conhecimento do Parlamento, em 2013 e 2014, passam a estar inscritas na Conta Geral do Estado. Estas dívidas totalizam mais de mil e cem milhões de dólares.

A Conta Geral do Estado de 2015 não indica os motivos da não inclusão destes empréstimos, nas Contas Gerais dos respetivos anos (2013 e 2014), conforme observa o Tribunal Administrativo, instituição que fiscaliza as contas do Estado.

Este Tribunal Administrativo refere, igualmente, que o valor das Garantias emitidas a favor das duas empresas, excederam os limites permitidos por lei. Um inquérito realizado por uma comissão parlamentar concluiu igualmente ter havido violação da lei na contração das duas dívidas.

Portugal | PASSOS COELHO CRITICA DISCURSO DÚPLICE DO GOVERNO


Ana Alexandra Gonçalves*

Sem nada para dizer, Passos Coelho insiste em proferir o já habitual rol de vacuidades que amiúde lhe rebentam na cara. Rebentavam - pretérito imperfeito. Na verdade, hoje já ninguém escuta ou sequer olha para o ainda líder do PSD.

Ainda assim, Passos Coelho não desiste. Desta feita acusou o Governo e os partidos que o suportam no parlamento de terem um discurso dúplice em relação à União Europeia. A crítica faz sentido sobretudo vinda de alguém que, na mais inexorável e exasperante ausência de espírito crítico, bajulou até à exaustão os líderes europeus, mais concretamente os responsáveis políticos alemães.

Passos Coelho, no alto da sua sapiência, não concebe que se possa criticar o contexto a que se pertence; Passos Coelho, nos píncaros da sua sagacidade, não percebe que o espírito crítico faz parte do pluralismo democrático e que, na ausência do mesmo, resta o vazio e a bajulação, como foi o seu propósito durante mais de quatro anos. Se o PCP sempre foi crítico da UE e da Zona Euro, nada disso é novidade e não tem sido essa questão em particular a inviabilizar pontes com o PS; se o Bloco considera a saída do Euro uma possibilidade, um plano B, criticando os tratados que têm sido, genericamente, nefastos para o país, nada de novo também neste particular - o que, uma vez mais, não inviabiliza os entendimentos e esforços necessários para forçar mudanças que consideram necessárias. O Partido Socialista, de natureza europeísta, não se coíbe, no entanto, de proferir críticas àquilo que considera errado no contexto da UE e da Zona Euro. Uma verdadeira lufada de ar fresco comparativamente com a atitude de subserviência adoptada por Coelho e seus acólitos que envergonhava o país, mantendo-se fiel à necessidade de ser forte com os fracos (internamente) e fraco com os fortes (externamente).

Pluralidade e não subserviência, carácter e não cobardia. Os  partidos visados por Passos Coelho mantêm a sua identidade e continuam a pugnar pelos seus ideários, sem perder a total noção da realidade, como já aconteceu com Passos Coelho ao acreditar que ainda tem alguma espécie de futuro à frente dos destinos do PSD e sobretudo ao acreditar que ainda voltará a ser primeiro-ministro.


Portugal | DESEMPREGO ABAIXO DOS 10% É “TESTE DO ALGODÃO”, DEFENDE COSTA


O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que a taxa de desemprego abaixo dos 10%, pela primeira vez em muitos anos, "é o teste de algodão para o sucesso" da política económica governativa e confirma a inversão do ciclo.

"Porventura, aquilo que mais nos deve encher de satisfação, porque é aquilo que ajuda a reforçar a confiança, que ajuda a dar força à economia e que é o teste de algodão para o sucesso desta política económica, é o que está a acontecer com o mercado de trabalho", afirmou António Costa, durante o discurso na inauguração do Polo Industrial Tekever, em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre.

O primeiro-ministro destacou que, "como hoje o Instituto Nacional de Estatística acaba de revelar, em fevereiro, pela primeira vez desde há muitos anos, passamos para a taxa de um dígito na taxa de desemprego".

"Inverteu-se o ciclo. Agora não é altura de partir, é altura de ficar e de regressar porque, apostando nas qualificações, as empresas que precisam de emprego qualificado têm Portugal como destino", defendeu.

Portugal | FÁTIMA, FUTEBOL E FUNÇÃO PÚBLICA


David Pontes* | Jornal de Notícias | opinião

Eu, crente na Fórmula 1, me confesso, caro patrão, e por isso lhe peço, pelas alminhas, pelo respeito que tenho a José Manuel Fangio e a Graham Hill, que me dê uma folga na sexta-feira, dia 12 de maio, para que eu possa chegar sem sobressaltos a Barcelona, onde no domingo vai decorrer o quinto grande prémio da temporada.

Pense em todos nós, amantes da velocidade, que temos uma igreja (o Estoril) sem missa, desde que em 1996 o "grande circo" nos abandonou. Imagine o que é nunca poder presenciar ao vivo aquele que é o maior interesse da minha vida e siga o exemplo de António Costa, que diz que não é crente, mas respeita "as crenças dos outros".

Eu bem sei que a Fórmula 1 não se pode comparar com a fé católica, que é uma coisa bem mais séria que carros às voltinhas, embora eu tenha para mim que algumas coisas que o Ayrton Senna fazia na chuva eram verdadeiros milagres. Se pensarmos bem, a Fórmula 1 nem sequer se pode comparar com o futebol que, a par de Fátima, é um dos "efes" da troika, dos "efes" que se mantêm bem vivos em Portugal.

E, se pensarmos melhor, o terceiro "efe", agora, deve ser o da Função Pública. Para eles, há tolerância de ponto e nem sequer o Bloco de Esquerda, normalmente tão afoito nestas coisas da laicidade, da separação do Estado e da Igreja, levantou a voz contra esta benesse dada pelo Governo.

Se me der folga (entre nós, não precisamos de usar essa expressão enganadora da "tolerância de ponto"), só a empresa é que sai um bocadinho prejudicada e nem muito, porque já sei que na segunda-feira vou ter de trabalhar a dobrar. Já com a Função Pública, mesmo que eles não sejam todos católicos, é certo que, nas palavras do primeiro-ministro, vão todos desejar "participar na visita do Papa Francisco a Portugal". Por isso, pelo menos as aulas já foram à vida. E lá vão andar os pais, que não são funcionários do Estado, à nora para encontrar um lugar para os miúdos ficarem.

Patrão, siga o exemplo de António Costa, que mesmo sabendo que já está tudo esgotado há meses em Fátima, sinal de que milhares planearam atempadamente a sua ida, foi generoso com os seus funcionários para permitir que "diminuam as condições de congestionamento". Eu bem sei que não vou poder recompensá-lo um dia com o meu voto, que isto aqui na empresa não é uma democracia, mas fique certo que se me deixar ir à Formula 1, no dia 12, eu ficarei eternamente grato.

*Subdiretor

ARTISTAS NA JUSTIÇA PRODUZEM ENCANTOS E DESLUMBRES… MAS NÃO JUSTIÇA


Ricardo Marques, jornalista (só jornalista) do Expresso, traz-nos hoje a bateria de loiça cafeeira com bom café e a acompanhar, segundo diz, uma obra de arte. É isso que diz ser o comunicado da PGR relativamente ao Caso Sócrates, a que chamam Operação Marquês – talvez um Pombal qualquer lá da panóplia do setor emaranhado da justiça tenha assim batizado o dito. Pois devemos acrescentar que também recebemos e lemos o tal comunicado. Todo, todinho. E concordamos que aquele “bijou” é mesmo uma peça de arte que demonstra a veia artística da PGR, dos Carlos Alexandres, daqueles todos que têm abandalhado a justiça e desacreditado o setor que por tabela nos demonstra que a democracia não vale nada quando não existe em pleno. Que é o caso em Portugal. Obra de uns quantos salafrários e também de uns quantos (demasiados) que andam a serrar presunto e a arrastar na lama o que é imprescindível existir com boa saúde e funcionalidade em Portugal. Sim, essa tal justiça a sério, aprimorada, com credibilidade, discreta, atuante, sem mácula. Enfim, o contrário daquilo que existe em Portugal.

Obra de arte, podemos confirmar que é. Com esta veia podiam aproveitar para se lançarem às tintas, em vez de se estarem nas tintas para a democracia de facto, com justiça em pódio e democracia. Lançando-se às tintas podiam borrar as caras de vergonha e andarem por aí, em público, reconhecendo os maus desempenhos que em tantos anos e em tantos casos vêm demonstrando serem exímios.

Basta. Não é só no Caso Sócrates que a coisa é vergonhosa e quase inexplicável. Outros há. Do exterior do edifício que devia ser a justiça – que afinal é uma tosca barraca – vimos que para uns é assim e para outros é assado. É o que acontece, se é de propósito ou não… Bem, essa seria outra conversa, noutro lugar. Não aqui.

Agora por isso, vamos terminar. Adeus, artistas da justiça, da PGR, dos meandros onde até inventam super-juízes e máquinas de lamber os tintins que ninguém merece. Depois, passados tempos dos endeusamentos acabamos por perceber que são gente normal ou toscas fraudes. A vida é assim, quando certas e incertas elites fazem de só seu o país e tratam a República e a democracia como algo que não pertence ao povo (que é o povo) mas sim somente de uns quantos.

Ficamos por aqui, pela justiça artística. Fraudulenta. Leia o Curto, é dos melhores.

CT | PG

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