segunda-feira, 19 de junho de 2017

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: A VENEZUELA BOLIVARIANA É ANTI HEGEMONIA UNIPOLAR!



Martinho Júnior | Luanda 

“La división internacional del trabajo consiste en que unos países se especializan en ganar y otros en perder.

Nuestra comarca del mundo, que hoy llamamos América Latina, fue precoz: se especializó en perder desde los remotos tiempos en que los europeos del Renacimiento se abalanzaron a través del mar y le hundieron los dientes en la garganta.

Pasaron los siglos y América Latina perfeccionó sus funciones.

Éste ya no es el reino de las maravillas donde la realidad derrotaba a la fábula y la imaginación era humillada por los trofeos de la conquista, los yacimientos de oro y las montañas de plata.

Pero la región sigue trabajando de sirvienta.

Continúa existiendo al servicio de las necesidades ajenas, como fuente y reserva del petróleo y el hierro, el cobre y la carne, las frutas y el café, las materias primas y los alimentos con destino a los países ricos que ganan, consumiéndolos, mucho más de lo que América Latina gana produciéndolos.

Son mucho más altos los impuestos que cobran los compradores que los precios que reciben los vendedores; y al fin y al cabo, como declaró en julio de 1968 Covey T. Oliver, coordinador de la Alianza para el Progreso, hablar de precios justos en la actualidad es un concepto medieval.

Estamos en plena época de la libre comercialización”...

(In “As veias abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano).

REVOLUÇÃO MACRON SEM REPRESENTATIVIDADE | 58% DOS FRANCESES NÃO VOTARAM



Já nada é o que era. O poder a qualquer preço está em marcha. Em França o poder chama-se Macron, um “revolucionário” ao serviço da alta finança e dos mercados. As populações já andam a votar à toa, como sejam náufragos que de tão extenuados de nadar para parte incerta se agarram a qualquer tábua podre. E é isso mesmo que Macron representa, uma enorme tábua que os eleitores julgam de salvação (o mal menor) mas que é somente uma tábua podre. Mais à frente no tempo assim se verá. 

Sem pudor, o partido de Macron, “Em Marcha”, considera legitimamente que foi o mais votado e por isso vencedor, apesar de cerca de 60% dos eleitores franceses se terem abstido nas eleições de ontem, a chamada e definitiva segunda volta. Na primeira volta, realizada há semanas, também mais de 50% dos eleitores franceses se abstiveram. Tal significa que venceu a ausência de representatividade nestas últimas eleições em França. 

Com o rigor da verdade também sabemos que os atuais políticos, em França ou em outra qualquer parte do mundo neoliberal (não só) representa os interesses avessos à maioria dos eleitores, numa venda mais que evidente dos interesses pessoais de qualquer político e dos interesses da alta finança que eles representam. Já nada é o que era. Antes faziam-no mais ou menos à socapa, atualmente perderam a vergonha e transbordam à vista de corrupção e de mau caráter. Os políticos, esses pantomineiros cujo descrédito afasta os eleitores das urnas de voto e está a matar a democracia. A evidência até aos cegos, surdos e mudos se mostra. Serem detentores do poder sem representatividade, tal qual como numa ditadura. Já nada é o que era. Adeus democracia. Para bom entendedor assim é mostrado nas prosas do Público de ontem, se continuar a ler.

MM / PG

LONDRES BY NIGTH | Todas as vítimas de atentado terrorista em Londres são muçulmanas



A garantia é de um responsável da unidade de contraterrorismo da polícia britânica. Os oito feridos, dois em "estado crítico", deram entrada em três hospitais de Londres.

Todas as vítimas do atropelamento desta madrugada junto a uma mesquita em Londres, em que uma carrinha atingiu vários peões fazendo um morto e dez feridos, "são muçulmanos", indicou um responsável da unidade de contraterrorismo da polícia britânica.

"Todas as vítimas fazem parte da comunidade muçulmana", disse Neil Basu, subcomandante da Scotland Yard, numa conferência de imprensa na capital britânica, esclarecendo que a polícia considera ter-se tratado de um atentado terrorista, atendendo ao método utilizado, e precisando que não foi ainda determinado se a morte de um homem no local está ou não ligada ao ataque.

O mesmo responsável revelou que, de momento, a polícia acredita que o ataque junto à mesquita de Finsbury Park, no norte de Londres, foi levado a cabo por apenas um homem, que conduziu uma carrinha contra um grupo de fiéis que abandonavam o local de culto, depois de finalizarem as suas orações.

Oito dos feridos deram entrada em três hospitais da capital britânica e dois dos quais encontram-se em "estado crítico". Outros dois feridos foram tratados no local do ataque, sem necessidade de hospitalização.

"Este foi um ataque contra Londres e contra todos os londrinos e devemos permanecer unidos contra todos estes extremistas", afirmou Basu, citado pela agência espanhola Efe.

A polícia britânica não descarta, por agora, nenhuma hipótese e mantém "o espírito aberto" em relação ao motivo "por detrás da agressão", acrescentou o agente da Polícia Metropolitana de Londres (Met).

Um homem de 48 anos, o alegado agressor, foi detido pela multidão depois do ataque, continua sob custódia da polícia e "não foram identificados outros suspeitos", disse Basu.

O detido foi levado a um hospital como medida de precaução, e, assim que recebeu alta, foi levado pela polícia para ser interrogado.

O incidente ocorreu pelas 00:20 locais, a mesma hora em Portugal, no final das orações da meia-noite do mês sagrado do Ramadão.

TSF | Lusa | Foto: Neil Hall/Reuters

SEMPRE A SUBIR | Número de mortos ou desaparecidos no incêndio de Londres sobe para 79



O comandante da policia de Londres admite que o balanço de vitimas pode ainda aumentar, mas não tanto como nos primeiros dias.

O incêndio na semana passada numa torre de apartamentos em Londres fez 79 mortos ou mortos presumíveis, de acordo com um novo balanço da polícia britânica.

"Temo que ascenda agora a 79 o número de pessoas que pensamos estarem mortas ou desaparecidas e que presumimos mortas", anunciou em conferência de impressa, Stuart Cundy, chefe da polícia londrina.

O comandante Stuart Cundy admite que este número pode ainda aumentar mas não tanto como o verificado nos últimos dias. No fim de semana, a polícia britânica apontava para 58 pessoas mortas ou desaparecidas e presumidas mortas.

Aquele responsável deu ainda conta de cinco pessoas que estavam dadas como desaparecidas foram encontradas e estão bem de saúde.

Entre 400 e 600 pessoas viviam na Torre Grenfell, de 24 andares e 120 apartamentos, totalmente consumida pelo fogo na madrugada da passada quarta-feira.

As chamas fizeram 78 feridos, 10 dos quais em estado crítico.

Segundo o Governo português, dez portugueses residiam neste edifício e duas crianças tiveram de receber tratamento hospitalar.

TSF com Lusa | Foto:  Will Oliver/EPA

Portugal | EDP: PÚBLICA POR NATUREZA



Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

A oposição entre Estado e mercado marca, em boa medida e com regularidade, o debate político e mediático. Mas esta é uma falsa oposição, já que não existem mercados sem a intervenção direta do Estado, efetivada através do aparelho regulatório ou das infraestruturas que o último garante aos agentes privados que atuam em cada mercado. Contudo, existem bens e serviços com propriedades materiais tais e/ou de tal forma essenciais ao funcionamento das nossas sociedades, que a sua provisão é ainda mais exigente, necessitando de uma intervenção pública que vai muito para além do enquadramento das relações mercantis. O caso mais saliente dos últimos anos foi o do setor bancário, alvo de inúmeros "resgates". Aprendemos que a banca privada não pode falir, sob risco de arrastar a restante economia consigo, dada a importância da moeda e do sistema de pagamentos.

A eletricidade é outro exemplo. Sem ela - e sem outros bens e serviços básicos como a água, o gás, as telecomunicações, os transportes - os restantes setores da economia e a sociedade que hoje conhecemos não podem funcionar. Para lá da sua importância, que torna impossível a "falência" dos seus provedores, a maioria destes bens e serviços tem caraterísticas materiais e tecnológicas que impedem qualquer funcionamento de mercado com base em preços determinados pela oferta e procura momentâneas. No caso da produção elétrica, não podemos ter barragens hidroelétricas e outros tipos de centrais de produção que concorram nas mesmas condições (dadas as particularidades físicas em que se inserem); não podemos ter redes de alta tensão concorrentes; e não podemos ter diferentes contadores elétricos em nossas casas para diferentes fornecedores.

Portugal | CAMINHO DO INFERNO



Jornal de Notícias, editorial

Quando a tragédia se agiganta a cabeça tende a perder-se em porquês. E, no entanto, ainda não é tempo de entender. Esse será o depois. O agora é duro e o combate dos bombeiros, cada vez mais extenuados e dispersos, é crucial para travar as chamas. Há ainda muitas pessoas, demasiadas, aflitas a cuidar do que têm.

Será preciso rigor técnico e meses para apurar as causas, reconstituir os movimentos do fogo e perceber o que falhou. Porque falhou, e admiti-lo será o único caminho para evitar que o inferno volte a repetir-se. O inquérito terá de responder a todas as dúvidas: do socorro aos meios disponíveis, dos mecanismos de alerta ao comportamento da população.

A origem da ignição está identificada e fenómenos naturais extremos criaram condições para que o fogo alastrasse com uma violência rara e que ninguém conseguiria suster. Mas na evolução do fogo concorrem muitos fatores. Seja as estratégias de combate ou as condições de vegetação. As condições naturais não explicam tudo. E quem conhece o estado em que está aquela que já foi orgulhosamente classificada como a maior mancha contínua de pinheiro bravo da Europa não pode fingir que não vê o risco.

A dispersão da propriedade, a cada vez menor produtividade da floresta, a total ausência de investimento, tudo contribui para um abandono perigoso. E, lá está mais uma vez o nosso desequilíbrio, uma larga faixa do país despovoado que corta raízes com a ruralidade. A floresta é cada vez menos rentável. Sendo cada vez menos rentável, cada vez se cuida menos dela. Está instalado o ciclo vicioso.

De tempos a tempos, os responsáveis políticos prometem fazer tudo o que nunca foi feito. Reformas sucessivamente adiadas. Não adianta apontar dedos e nenhum partido político poderá cair no erro da demagogia. Por razões orçamentais ou por dificuldade em entrar num domínio que mexe com a propriedade privada, não fomos capazes. Essa é a única verdade que dói.

O pior que podemos fazer, ao tocar a morte, é temer a vida. Cada um dos 61 mortos tem uma história. E só quem perdeu os seus sabe o quanto a dor corrói e esvazia por dentro. Viver sem medo da vida é um desafio pessoal constante. Na vida pública, é um imperativo. A melhor homenagem às vítimas será decidir, sem hesitações, sobre o que falta na defesa da floresta e das populações. E sabermos cuidar uns dos outros, cada um à altura das suas responsabilidades.

Foto Rui Oliveira/global Imagens

PEDRÓGÃO ARDE | CHOVE NA ZONA CENTRO… MAS É ESPERANÇA QUE ARDE



Começou a chover na zona centro de Portugal, como previsto. Autarca de Tomar anunciou os de Pedrógão que em Tomar chovia e que a chuva se dirigia para ali, para Pedrógão e resto da zona centro. 

Chuva, a esperança de ajuda caída do céu. A mitigar as maldades da natureza e dos seus raios incendiários, mortíferos. Ouvimos Pedrógão apesar das comunicações serem quase inexistentes ou uma lástima. "Chove por aí?" Perguntámos. 

"Sim. Uma chuvinha." Percebemos o desânimo. "Se viesse com mais intensidade realmente ajudaria. Assim... quase nada." A seguir o silêncio...

Julgámos que ao menos a esperança não tivesse também sido consumida pelo fogo ali por aqueles sítios da tragédia. Mas também ela foi devorada pela tragédia, percebemos na resposta:

“Não chega para ajudar a combater os fogos, sempre ajudaria se não caíssem raios que incendeiam onde ainda não arde”, disseram-nos. Afinal é uma esperança de chuva que arde. Só isso.

No Jornal de Notícias estão mais em baixo as referências à chuva e mais do que eventualmente lhe suscite interesse acerca desta bestialidade da natureza e tragédia humana. Se continuar a ler saberá mais. (PG)

A TRAGÉDIA DÓI | 62 mortos, 62 feridos. A trovoada seca e a estrada mais triste de Portugal



Expresso... curto - se considerarmos as dimensões gigantescas das tragédias em Pedrógão e arredores. Só quem não tiver consciência ficará indiferente ao que aconteceu e continua a acontecer naquela região. Infelizmente esses tipos e tipinhas existem. 

Agora anda-se à procura dos culpados… Santa ignorância aos que nem por sombras imaginam os poderes de destruição das forças da natureza. Ainda mais se nos pusermos a jeito e em condições de aumentar a catástrofe. Os eucaliptos, senhores. A falta de limpeza das propriedades privadas que mesmo sendo evidente não lhes caem em cima com coimas das pesadas ou até expropriação. Fazer que fazem não resulta. Ou é ou não é. Políticos e governos de faz-de-conta que temos tido, que andam de abraços e beijocas aos das celuloses e outros que são o grande capital é que têm sido os principais incendiários. Mas desta foi o raio. E foi. A inspirar-nos para "o raio que os parta!"

Como não estamos para muito mais palavras recorremos ao pão, pão, queijo, queijo, do parágrafo de abertura do Expresso Curto da responsabilidade e tristeza de Martim Silva. Adiante e até amanhã. Talvez. Porque nada é certo nesta vida e neste mundo.

“Hoje não é um bom dia e este é um Expresso Curto bem amargo (como se percebe pela foto que aqui coloco, do Marcos Borga, um dos repórteres do Expresso no local do incêndio de Pedrógão Grande)”

MM | PG

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