segunda-feira, 3 de julho de 2017

ÁFRICA | Demografia e juventude



Jornal de Angola | editorial

Hoje sucede o ponto mais alto da 29.ª Cimeira  Ordinária de Cúpula da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia, com a reunião dos Chefes de Estado e de Governo da mais importante organização continental, que decorre sob um sugestivo tema, "Aproveitando o Dividendo Demográfico através de Investimentos na Juventude".

Na verdade, tratam-se de dois factores com grande potencial de influenciar ou mesmo determinar o futuro do continente. Numa altura em que numerosas regiões do mundo debatem-se com um acelerado envelhecimento da sua população, afectando particularmente aquela economicamente activa, África pode dar-se ao luxo do seu dividendo demográfico maioritariamente jovem. É bom saber que as lideranças continentais não perdem de vista aquele importante activo, o dividendo demográfico, razão pela qual se propõem a investir  na juventude. 

O nosso país, que acaba de eleger a magistrada da Procuradoria-Geral da República, Manuela Teresa, para a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos,  está representado por uma numerosa delegação, chefiada pelo ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Atendendo ao momento por que passa o continente, caracterizado pelo empenho incessante na busca da paz, estabilidade, democratização e progresso económico, não há dúvidas de que a mensagem do representante do Chefe de Estado vai incidir sobre aqueles grandes temas.  A experiência de Angola, no seu modesto papel e empenho para que a paz e a estabilidade se efectivem em toda a África, vão seguramente fazer parte da intervenção do ministro da Defesa Nacional. É bom saber que as lideranças continentais não perdem de vista aquele importante activo, o dividendo demográfico, razão pela qual se propõem a investir  na juventude.

O continente vive, hoje, desafios múltiplos para materializar numerosos compromissos e tornar efectivo o funcionamento da organização e algumas apostas passam inevitavelmente pela necessidade do devido financiamento, a começar pela quotização. Mas há outros desafios que constam igualmente da agenda dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, a criação nalguns locais e a consolidação da Zona de Livre Comércio.  O orçamento da União Africana constitui ainda um desafio na medida em que, infelizmente, nem todos os Estados participam como devem e em tempo útil, o que compromete metas e realizações a que a organização continental se propõe. É verdade que existem dezenas de problemas mais imediatos com os quais numerosos Estados membros da União Africana se deparam, nomeadamente a pacificação e estabilização, razão pela qual uma participação efectiva nos compromissos da organização continental acabam sempre por sofrer alguns abalos.  Numa altura em que o lema desta importante cimeira tem como foco principal, o factor dividendo demográfico e os investimentos na juventude, vale prestar-se a devida atenção a estas variáveis. E porque, acreditamos nós, o futuro do continente passa invariavelmente pelo devido acompanhamento e investimento da expressiva população jovem, a concepção de planos, decisão política e outras opções devem ser ponderadas agora.

Há uma evolução significativa nos esforços para a busca da paz e, independentemente de alguns sinais de instabilidade nalgumas regiões e países africanos, mudaram-se muitos paradigmas. A busca da paz com os resultados que conhecemos mostra que, cada vez mais, os procedimentos e modalidades encontrados pelos Estados africanos, pelas organizações continentais e sub-regionais ganham alguma consistência. O diálogo e a  concertação, acompanhadas da devida reinserção e reabilitação política, passaram a ser referências importantes na busca de solução para os casos de instabilidade política e militar.

SÉCULOS DE SOLIDÃO – II



Martinho Júnior | Luanda 

Aproxima-se a data do lançamento do terceiro livro em que comparticipo, desta feita com Leopoldo Baio, que foi o Director do desaparecido semanário “ACTUAL”.

O livro “Angola – Séculos de solidão – do colonialismo à democracia – cronologia histórica baseada numa pesquisa analítica” vai ser lançado em Angola pela Editora LeArtes, com uma tiragem de 1000 exemplares, com produção duma gráfica de Luanda e em resultado de alguns financiamentos locais.

Foi graças ao esforço e à tenacidade de Leopoldo Baio que o livro dá à estampa.

O livro enquadra-se, em época eleitoral, na necessidade de reforçar as linhas progressistas do MPLA, tendo em conta muitas lições que nos acodem não só do seu passado de luta, mas também e inclusive da contemporaneidade.

Tenho vindo a aprofundar, à medida que o tempo vai passando, as linhas de abordagem e análise, de forma a contribuir para que se possa avançar no conhecimento sobre muita coisa que deve preocupar os patriotas angolanos e a sua vocação dirigida ao futuro.

As séries, que ainda estão em curso, relativas aos temas “UMA LONGA LUTA EM ÁFRICA” e “PORTUGAL À SOMBRA DE AMBIGUIDADES AINDA NÃO ULTRAPASSADAS” comprovam e servem de exemplo enquanto esse esforço.

Os temas são inesgotáveis e implicam no reforço das linhas progressistas do MPLA, jamais esquecendo que “o mais importante é resolver os problemas do povo”.

Aqui segue mais um tema que consta no livro que vai ser apresentado em breve.

ALENTEJO DA NOSSA ALMA | Festival Romano – Alter do Chão



De 7 a 9 de Julho Alter do Chão acolhe o Festival Romano. Evento de enorme relevância na promoção e divulgação do património romano do concelho e da região, a nível nacional e internacional.

Segundo a lenda alterense, referida por diversos autores, entre os quais Pinho Leal, no séc. XIX, pretendemos substituir o carácter bélico da mesma por paz e confraternização entre o Imperador e a população abelteriense, realizando 3 dias de festa em homenagem ao divino Adriano, pela sua deslocação à cidade de Abelterium. Para o efeito recria-se historicamente esse evento, através da realização dos Ludi Abelteriensis (Jogos/Festas de Abelterium).

O Festival Romano em Alter do Chão é sem dúvida um extraordinário palco da recriação histórica do período romano valorizando a Educação Patrimonial, numa numa pedagogia viva que se cruza com a História, a Arte e a Cultura.

A atração turística de impacto na economia local é um dos objetivos deste projeto, bem como o seu papel pedagógico, a participação das escolas e das coletividades na promoção da história e da identidade de Alter do Chão.

O que visitar em Abelterium:

Porta de Abelterium, Muralha da Cidade, Templo do Forum, Mercado (as trocas comerciais serão efectuadas com moeda romana cujo câmbio será realizado nas Casas da Moeda), Via Hadriana (zona de espectáculos), Área pedagógica, Centro Interpretativo da Casa da Medusa (1.º andar), Laboratório de Antropologia, “Imaginarium” (espaço pedagógico), Biblioteca Imperial, Exposição de armamento e jogos lúdicos, Laboratório de Arqueologia / Laboratório de Conservação e Restauro / Reservas de Arqueologia, Casa da Medusa (sítio arqueológico, visitas guiadas teatralizadas), Secretariado / Casa da Moeda / Loja de Turismo.

Recriações Históricas:

Patrulhamento militar, representações brejeiras do quotidiano, malabarismos, acrobacias, escaramuças, rameiras de Baco, filhas de Hades, ninfas, visitas teatralizadas (Grupo Alterense de Cultura), “A Lenda do Imperador Adriano” – representada pelas crianças de Abelterium (Atividades de Enriquecimento Curricular de Arqueologia), entre outras.

Está a chegar mais uma edição do Festival Romano de Alter do Chão!

Recue aos tempos do Império Romano em Alter do Chão!

Venha conhecer os jogos em homenagem ao imperador Adriano na cidade de Abelterium!

Vista-se a rigor e passe um fim-de-semana diferente...

Para mais informações sobre as atividades a decorrer durante estes dias contacte-nos:

Posto de Turismo de Alter do Chão: 245 610 004

Setor de Comunicação e Setro de Arqueologia: 245 610 000

Setor de Comunicação e Relações Públicas da Câmara Municipal de Alter do Chão

Para informações adicionais consultar: http://www.cm-alter-chao.pt

PEDRÓGÃO E TANCOS | DEMISSÕES SEM APURAR CAUSAS E RESPONSABILIDADES?



Com a cafeína do costume mas depois de almoço em vez de acontecer de manhã. É o Expresso Curto, hoje servido por Martim Silva. Traz a lista do material de guerra roubado em Tancos e mais divulgações e considerações. Pedrógão e os incêndios na região centro também são conteúdo que aqui vai encontrar na caneca que até tem natas. Azedas, as natas. mas tão boas, dizem os entendidos dessas coisas de vacaria.

Antes de tudo vamos ao mentor (ex?) de Passos Coelho, o veterano Ângelo Correia: "Nós só podemos criticar aquilo que existe e como não existe nós nem sequer podemos criticar", Ângelo Correia, sobre o PSD. 

Ora aqui têm quanto vale Passos Coelho e a sua "oposição". E quanto vale o seu mau caráter. E a sua política... Já nem existe, apagou-se, autoconsumiu-se. Não existe.  Reconhecido também pelo seu mentor (ex?). Afinal é o que dias atrás foi pelo PG trazido à estampa: o tipo já é cadáver e nem sequer deu por isso. Adiante.

Sobre Tancos predomina a tal insistência sobre a videovigilância (que custa um balúrdio). Até parece que todos se esquecem que quando não existia tal coisa os paióis de Tancos e perímetro militar de Santa Margarida era inviolável e numa área tão imensa nunca aconteceu nada de roubos em paióis. Paióis que eram bem aconchegados à mata. Com sentinelas e reforço, com rondas sistemáticas mas de surpresa. Nem à noite, escuro como breu deixava de haver proteção humana-militar junto aos diversos paióis. Nada aconteceu, nada desapareceu.

Como se diz agora: a tropa está entregue às novas tecnologias e se falharem nem sabem o que fazer. É o que deixam perceber. Não há videovigilância? Reforcem a vigilância com plantões, com sentinelas, com rondas frequentes, etc. A falta de condições para a videovigilância por falta de verbas não é desculpa. Além disso "a tropa manda desenrascar" e não que se armem em Marias Alice. Em panacas inoperacionais perante uma dificuldades tecnológica ou outras. 

Ainda outra: a vedação estragada... Bem, caserneiramente é recomendável mandar os que assim argumentam que vão mamar na 5^perna do boi. A vedação está estragada, arranjem como puderem. Para isso existe a arma de engenharia militar. Antes era assim e porque não pode continuar a ser? É caro? Desenrasquem-se e façam de modo a que a verba seja bastante para superar os condicionalismos causados por orçamentos curtos. Na segurança é que não podem abandalhar. São as forças armadas, são o exército, carago!

O que aqui se vê são desculpas esfarrapadas. De mariconços fardados com galões a brilhar... e pouco mais. E são esses até que , tantas vezes, vão para as chefias. Os finórios já nem dizem um palavrão. Ai, ai...

Certo é que puseram o Exército da Nação a bater no fundo. Tirem os galões e ponham mãos à obra. Ora porra! Seus caraças!

Ainda há outra daquelas que custam muito: Pedrógão. Procura-se entender o que se passou. Nada é certo, exceto que as comunicações falharam. Pois. E o resto?

Quer sobre o roubo em Tancos, quer no infeliz caso de Pedrógão Grande, andam a procurar encontrar as razões dos falhanços, da incúria (se existir) e supostos responsáveis. Mas a oposição ao governo de Costa já quer ver demissões. E o Bloco também, pelo tanto dito de fininho. Estes sujeitos e sujeitas devem ser do estilo de dar porrada nos filhos por acharem que foram aqueles dois que fizeram uma asneirada, quando depois vai-se a ver e comprovadamente foi o filho mais sonsinho que fez a trampa toda. Chama-se a isso injustiça. Pelo menos.

O que eles e elas andam a fazer é gerar confusão. E querem que o governo fale à toa, sem dados exatos para tal. E assim lá andam a aproveitar para fazer a oposição feia, porca e má. De notar que muitos na comunicação social andam a fazer o mesmo. Até dá para suspeitar que são pagos para isso. Pois. Compreendemos-te.

Calma. Apurem tudo como deve ser, apurem responsabilidades. Depois é que são horas de fazer rolar as cabeças dos realmente responsáveis. E até culpabilizá-los criminalmente se for esse o caso.

Um pormenor: imaginemos que o roubo em Tancos acontecia na era de Paulo Portas ministro da Defesa, e que a aliança CDS / PSD era governo. Com Passos PM. Então Passos demitia Portas sem apurar primeiro responsabilidades? Claro que não, e mesmo que Portas tivesse responsabilidades não o demitiria. Aliás. bem mais simples foi o caso de Relvas e foi o que se viu para o vigarista sair do governo.

Sigam para a prosa de Martim Silva, se continuarem a ler. Boa tarde.

MM | CT | PG

FOI O RAIO DA EDP | Há uma outra pista para o início do incêndio em Pedrógão Grande



Na última semana surgiu um novo elemento sobre o ponto de ignição. Afinal, o raio causador do incêndio não caiu em cima de uma árvore. Terá atingido primeiro os cabos de média tensão que passam na zona de Escalos Fundeiros e só depois foi conduzido para um castanheiro, onde o fogo começou. O IPMA, por sua vez, diz que não caíram raios naquela zona na altura do início do incêndio

Em Escalos Fundeiros, ponto zero do incêndio, a investigação à origem do fogo está praticamente terminada. A Polícia Judiciária garante que falta apenas meia dúzia de diligências para consolidar o que já é dado como certo: “começou com uma trovoada seca, havendo 100% de certeza de que não houve mão criminosa”. Porém, na última semana foi somado um novo elemento ao ponto de ignição. Afinal, o relâmpago causador do incêndio não terá caído diretamente em cima de um castanheiro. A descarga atmosférica terá atingido primeiro os cabos de média tensão que passam no local, com 15 mil volts. Daí, o raio terá sido conduzido para a árvore.

No ponto de impacto do raio, a linha ficou parcialmente descarnada, tendo ido para análise laboratorial para que se obtenha um resultado mais definitivo. A sequência de eventos determina que no relatório final da PJ o incêndio de Pedrógão venha a ser classificado como tendo origem em “causa acidental de origem natural ligada a trovoada seca”.

Nas primeiras fotos do incêndio, tiradas por Daniel Saúde, que passava o fim de semana na quinta que tem naquela localidade de Pedrógão Grande, é possível ver os cabos elétricos junto às chamas que ainda começavam. Foi ele quem ligou para ao 112 às 14h38, quando viu fumo a surgir no horizonte, acionando os primeiros bombeiros da corporação de Pedrógão Grande.

O raio que iniciou o incêndio não foi visível. Nem o trovão ressoou no vale, como é costume em dias de trovoada, secas ou molhadas, o que levou os populares de Escalos Fundeiros a desconfiar da tese inicial da Polícia Judiciária, que ouviu Daniel na quarta-feira.

A adensar mais o mistério sobre o ponto zero do incêndio surgiu na sexta-feira o relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), pedido por António Costa, no qual se conclui que não houve descargas elétricas atmosféricas na zona de Escalos Fundeiros às 14h43, hora registada como o início do fogo. Nessa zona, os primeiros raios apenas se registaram a partir das 17h37.

Hugo Franco | Raquel Moleiro | Expresso | Foto Rui Duarte Silva

64 MORRERAM | Incompetência e irresponsabilidade



Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

São 15 dias certos, os que passaram desde aquela aziaga noite de sábado. Surgiram entretanto, além da audição da ministra e do secretário de Estado no Parlamento (na quarta-feira), dois relatórios essenciais, da Secretaria-Geral do MAI e o do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que ajudam a começar a perceber a cronologia dos eventos, e nomeadamente das mortes, até à respetiva publicação desconhecida.

O segundo, além de não subscrever a tese da PJ para o início do fogo, descreve o seu comportamento: a partir do final da tarde terá avançado com velocidade e intensidade avassaladoras. Se essa velocidade (ainda não calculada) justifica a falta de tempo para resgatar as pessoas que estavam no seu caminho e interditar a zona, incluindo a estrada onde houve mais vítimas, é algo que ainda não se sabe. Como não se sabe o quão determinante para a tragédia foi a dificuldade nas comunicações. E se a Proteção Civil fez tudo o que podia - e devia.

Sabemos ainda muito pouco, e é, apesar da justa exasperação que sentimos - estes 15 dias parecem meses - normal que assim seja. Estas coisas levam tempo a investigar. Mas algo não podemos ignorar: a escancarada incompetência e indecorosa irresponsabilidade de vários dos organismos envolvidos.

Por exemplo: diz a SGMAI que nunca soube, até depois das 21.00, que havia problemas com as comunicações e que devia ter sido a Proteção Civil a avisá-la; a Proteção Civil devolve-lhe a acusação, dizendo que como responsável pelo SIRESP a SGMAI tinha de saber o que se passava com as antenas. Desde logo, uma pergunta: como é que se processavam as comunicações da SGMAI com a Proteção Civil? Era através do SIRESP? Quantas vezes falaram e para dizer o quê? Não sabemos. Mas sabemos que, apesar de dizer que "até às 21.15 o COG [Centro de Operação e Gestão da SGMAI] não teve da parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil nem de nenhuma outra entidade utilizadora ou da operadora da rede SIRESP qualquer relato da existência de dificuldades nas comunicações", a SGMAI admite logo de seguida: "A estação de Pedrógão Grande esteve em modo intermitente entre as 19.38 e as 21.52, período durante o qual para o COG esteve em modo intermitente (...). Não podia ter real noção dos problemas operacionais no terreno sem ser alertado pela ANPC." Como é que é? Sabia que a estação principal da zona "estava em modo intermitente" mas parecia-lhe que estava tudo OK? É normal um sistema de comunicações de emergência estar intermitente, ou é essa a "normalidade" do SIRESP?

ÚLTIMO A SABER É O CORNO | Jornal espanhol divulga lista de material roubado em Tancos



O jornal refere que a lista foi passada às forças antiterroristas espanholas e a outras unidades europeias

O jornal El Epanhol publicou uma lista com todo o material roubado em Tancos. Segundo a publicação online espanhola, este é o "inventário definitivo" das "novas razões" para as quais as forças de segurança europeias têm de estar alerta.

O jornal refere que a lista foi passada às forças antiterroristas espanholas, uma vez que Portugal não descarta a possibilidade de o material roubado poder acabar nas mãos de um grupo terrorista.

O material foi roubado das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos na quarta-feira, uma falha de segurança que já levou a exoneração de cinco comandantes das unidades envolvidas e que já levou o ministro a assumir a responsabilidade política, sem pôr o lugar à disposição.

Lista:
1450 Cartuchos de 9mm
22 Bobinas de fio para ativação por tração (bobinas de tropeçar)
1 Disparador de descompressão
24 Disparadores de tração lateral multidimensional inerte
6 Granadas de mão de gás lacrimogéneo CS/MOD M7
10 Granadas de mão de gás lacrimogéneo CM Anti-motim M/968
2 Granadas de mão de gás lacrimogéneo Triplex CS
90 Granadas de mão ofensivas M321
30 Granadas de mão ofensivas M962
30 Granadas de mão ofensivas M321
44 Granadas antitanque 66 mm com espoleta M4112A1 com lançamento M72A3 - M/986 LAW
264 Unidades de explosivo plástico PE4A
30 CCD10 (Carga de corte)
57 CCD20 (Carga de corte)
15 CCD30 (Carga de corte)
60 Iniciadores IKS
30,5 Lâminas KSL (Lâmina explosiva)

Contactado pela agência Lusa, o Exército escusou-se a comentar a notícia do jornal espanhol.

Diário de Notícias

PCP acusa governos de "reduzirem ao osso a condição militar"



O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que o atual e anteriores governos são responsáveis por "reduzirem ao osso a condição militar", quando aceitaram as imposições de cortes e reduções da União Europeia.

"Consideramos que existe uma responsabilidade clara por parte do Governo, por parte de sucessivos governos, que reduziram 'ao osso' a condição militar, tanto no plano pessoal, dos direitos dos militares e da própria quantidade das Forças Armadas, esquecendo muitas vezes que, aceitando as imposições designadamente da União Europeia, dos cortes e mais cortes, de reduções e mais reduções, colocam em causa aquilo que é a missão fundamental das nossas Forças Armadas, que é serem o garante da nossa independência e soberania", sustentou.

No final de uma visita ao Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, Jerónimo de Sousa sublinhou aos jornalistas a importância de se apurarem as circunstâncias em que ocorreu o furto de material militar em Tancos e de se retirarem as devidas consequências políticas.

"Estamos perante uma situação muito grave, que exige apuramento e também que se retirem consequências daquilo que aconteceu. Não se trata de mais um incidente, mais um crime, e creio que é fundamental que esse apuramento seja feito e se retirem as ilações, tanto no plano da instituição, como no plano político", referiu.

O secretário-geral do PCP garante que não quer "fazer juízos de valor apressados", no entanto, acredita que o furto de material militar em Tancos é "uma consequência do estado em que se encontra a organização militar".

Portugal | O ESTADO A QUE CHEGÁMOS



Afonso Camões* | Jornal de Notícias | opinião

Entre a tragédia de Pedrógão e o assalto ao paiol de Tancos há um traço comum: um e outro revelam um Estado precário, por vezes ausente. Acontece que o Estado também somos nós e as escolhas que fazemos.

Da Base de Tancos, junto a Almourol, sabe-se que desapareceram explosivos, dezenas de lança-granadas e milhares de munições. Tudo material de guerra cuja utilização e guarda confiamos às Forças Armadas, agora em mãos criminosas. "É grave!", reconhece o próprio ministro da Defesa. Enquanto a investigação não esclarecer melhor como foi possível, sabemos apenas que a videovigilância está avariada há dois anos e que a vedação estava em mau estado. Talvez se houvesse mais sentinelas...

Tal como diante do fogo, o argumento da falta de meios e recursos é teimoso e recorrente. Muitos dos que hoje reclamam são os mesmos que ontem apontavam o dedo à dimensão excessiva do Estado, fazendo pressão para a diminuição do emprego público. Esse efeito, que as políticas de austeridade acentuaram em diferentes áreas da nossa relação com o Estado, vai-se destapando e revela, em muitos casos, a degradação das condições de exercício das suas funções. Pior no interior do país, que as políticas de várias décadas têm votado ao abandono. Somos hoje mais exigentes com a segurança e mais intolerantes ao risco, mais exigentes com os serviços que nos são prestados pelo Estado e mais intolerantes com os erros, falhas e omissões. Mas também é verdade que se hoje exigimos que se cumpra e faça cumprir a lei (e temos leis para quase tudo), ainda ontem fechávamos os olhos aos mais variados incumprimentos, desde os arraiais de fogo de artifício, à manutenção dos perímetros de segurança, nas estradas e povoações. Além de que nem sempre estamos disponíveis para compreender e aprovar os investimentos necessários à prevenção dos riscos e à defesa da qualidade dos serviços públicos.

É claro que a tragédia de Pedrógão e municípios vizinhos tem uma dimensão humana irreparável. Mas não podemos continuar a acordar para o pesadelo como se fosse a primeira vez. Sobre as cinzas de cada ano ainda vinga a visão de curto prazo e prospera a economia do fogo, que prefere pagar mais (cinco vezes mais) em meios de combate do que investir na defesa. Ora, em vez da algazarra e da recriminação, o consenso político deveria passar por aqui e com urgência: elevar a prevenção ao posto de comando e assumir que o primeiro corta-fogo está nas políticas e em quem as lidera.

*Diretor

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