domingo, 16 de julho de 2017

ARAÚJO VIANA (1871-1916): TALENTO E PIONEIRISMO NOS PAMPAS



Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil

“Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos”.
 Cora Coralina (1889-1985)
   
No dia 10 de fevereiro de 1871, há 146 anos, nascia, em Porto Alegre (RS), o talentoso músico e compositor José de Araújo Viana.  Filho do português João de Araújo Viana e da gaúcha Maria José Felizardo Viana, ele demonstrou sua aptidão musical, desde cedo, dedicando-se ao estudo do piano. Ao completar 10 anos, Juca - como era chamado no reduto do seu lar - passou a estudar com o mestre Grunwald. Com apenas 12 anos, surpreendeu os pais ao demonstrar o seu desejo de viajar à Itália, visando ao seu aprimorando musical. A ideia não teve o apoio da família, que, naquele momento, preferiu contratar o professor Thomaz Legory a permitir a viagem do filho adolescente.

Em 1889, ano da Proclamação da República, Araújo Viana se apresentou, numa audição pública, realizada pela Sociedade Filarmônica Porto-Alegrense, executando apenas um número musical.  Um ano depois, em 14 de junho de 1890, faleceu a figura paterna. A família não sofreu revés econômico, pois havia acumulado um patrimônio composto por imóveis e pela herança dos avós maternos da tradicional família Felizardo.
  
 A viagem ao exterior

A boa situação econômica possibilitou que o jovem músico concretizasse um antigo desejo: conhecer a Itália.  Chegando a Milão, no ano 1893, com 22 anos, aprimorou seus estudos, no famoso Real Conservatório, onde assistiu às aulas dos mestres Amintore Galli (1845-1919) e Vincenzo Ferroni (1858-1934).  Após dois anos, retornou a Porto Alegre, embora não tenha  concluído o seu ciclo de aprendizado. A experiência vivenciada, na Europa, fez com que Araújo Viana assumisse a sua verve de compositor.

A sua inquietude por novas experiências não lhe permitia permanecer somente em Porto Alegre, ele buscava frequentar os locais das cidades, onde houvesse novidades e intensa vida cultural, a exemplo de Buenos Aires, Rio de Janeiro, São Paulo e Montevidéu. No Rio de Janeiro, finalmente, veio a publico a sua primeira composição, “Ave Maria”, que foi apresentada na Igreja do Outeiro de Nossa Senhora da Glória. Na cidade carioca, fazia parte de seu convívio, entre outros nomes, os músicos Francisco Braga (1868-1945) e o não menos conhecido Alberto Nepomuceno (1864 -1920). No período de 1896 a 1911, Araújo Viana viajou outras vezes à Europa.

MESTRES DO INSUCESSO | CPLP: Ineficiência, porém, com muitas potencialidades



A CPLP é um dos caminhos com uma potencialidade imensurável para ajudar o processo de desenvolvimento económico

Paulino Tavares *, Porto Alegre, Brasil | A Nação | opinião

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) representa um espaço de cooperação invejável, uma vez que é a quinta comunidade dos países no mundo. Esse espaço, apesar de irrelevante no presente momento, sem dúvida, tem uma potencialidade que os países desprezam, especialmente, os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP). Porque a CPLP é uma organização irrelevante e ineficiente? Porque razão os países do PALOP desprezam a CPLP? Quais são as potencialidades da CPLP? Quais são os caminhos para tornar a CPLP uma organização mais ativa e dinâmica no contexto atual? Para responder estas perguntas, estamos cientes de que esse artigo não vai dar toda a resposta. Mas, é importante instigar discussões e reflexões uma vez que é urgente evitar a morte ou a paralização total dessa importante organização ou instituição.

A construção da CPLP merece elogios positivos. Esses elogios tem sentido sim, mas, por outro lado, é relevante lembrar que os louvores não tem nenhuma relação com a eficiência institucional e organizacional da CPLP. Pois, a mesma é uma organização que carece de liderança com capacidade e habilidade para comandar um processo de recriação da CPLP e, com isso, recuperar o tempo perdido nos últimos 20 anos. Para tanto, é urgente que os países membros agenceiem uma discussão pública e aberta para que os especialistas, governos e instituições dessa comunidade possam contribuir com novas ideias, atitudes, estratégias e abordagens na edificação da CPLP. Essa urgência se torna relevante porque a CPLP, atualmente, não cumpre os objetivos presentes na sua carta institucional (estatuto) que, em geral, estão direcionados para fomentar a cooperação econômica, política, institucional e social entre os países membros.

ACORDO | Militares norte-americanos vão apoiar Cabo Verde na fiscalização da ZEE



Segundo o embaixador em Washington, este “ambicioso” acordo irá ajudar Cabo Verde a controlar as actividades criminosas, o tráfico de drogas e de pessoas.

Cabo Verde e Estados Unidos da América (EUA) preparam um acordo no domínio da defesa e segurança, com vista a reforçar a capacidade do arquipélago na fiscalização em terra e na Zona Económica Exclusiva (ZEE).

Em declarações à Voz da América (VOA), o embaixador em Washington, Carlos Veiga, disse que neste momento falta definir alguns detalhes sobre o “estatuto dos militares que eventualmente estarão em Cabo Verde”.

“Temos um acordo de cooperação com os Estados Unidos em termos de segurança marítima, que vai muito bem, e queremos alargar essa colaboração em termos de defesa, do tipo que têm com o Senegal”, explica Veiga.

Segundo o embaixador em Washington, este “ambicioso” acordo irá ajudar Cabo Verde a controlar as actividades criminosas, o tráfico de drogas e de pessoas.


"É uma infantilidade o que está a acontecer na Guiné-Bissau," diz Eneida Marta



Cantora guineense apresenta-se este sábado (15.07), em Lisboa. Em entrevista à DW África, Eneida Marta fala em sonho por uma Guiné-Bissau democrática e apela à classe política a não brincar com o futuro do país.

A cantora guineense Eneida Marta nasceu em Bissau, numa época auspiciosa - em que o seu país se preparava para proclamar a independência de Portugal. Quarenta e cinco anos depois, a liberdade, tal como o amor, marcam as suas canções. E, nesta senda, não se distancia do dia-a-dia da Guiné-Bissau. Não fala de desilusão, porque canta muito a parte positiva do seu país natal.

Eneida Marta apresenta-se na noite deste sábado (15.07) no Anfiteatro Aberto da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A artista, filha de pai cabo-verdiano, será acompanhada pelos músicos Juvenal Cabral (baixo), Olívio Gonzalez (piano e teclado), Ibrahima Galissa (kora), Iuri Oliveira (percussão) e José Debray (guitarra semi-acústica), e mostra seu último álbum "Lôpe Kai, Nha Sunhu", ao público lisboeta.

Guiné-Bissau | DITADORES NO GOVERNO E NA PRESIDÊNCIA, DITADURA EM MOVIMENTO



Polícia volta a impedir manifestação na Guiné-Bissau

A polícia da Guiné-Bissau voltou a impedir a manifestação dos Inconformados com a crise política, este sábado (15.07), dispersando à força os jovens, em Bissau. Movimento manteve protesto simbólico em prédio de ONG.

A informação foi divulgada pela agência Lusa, citando Sumaila Djalo, porta-voz do grupo. Segundo a Lusa, Djalo indicou que a polícia mandou dispersar o grupo de jovens que se preparavam para iniciar uma manifestação pacífica em Bissau, alegando que o protesto não tinha sido autorizado pelo Ministério do Interior.

Tal como aconteceu no dia 08 de julho, a polícia voltou a impedir hoje (15.07) a manifestação e a proibir qualquer iniciativa dos inconformados, precisou Sumaila Djalo.

Ato simbólico

Transportados em carrinhas, os jovens saíram do local da concentração - largo da rotunda do aeroporto - para a sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), onde realizaram, simbolicamente, a manifestação.

Alinhados na varanda da sede da Liga, cerca de duas dezenas de jovens permaneceram durante algum tempo com a boca tapada com fitas e as mãos atadas.
O presidente da Liga juntou-se ao protesto.

Sumaila Djalo disse que o gesto simboliza "a mordaça e o terror que o atual regime pretende impor" na Guiné-Bissau.

Um cordão policial cercou a sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos durante todo tempo que os jovens ficaram alinhados na varanda do edifício, conhecido como Casa dos Direitos.

Liga repudia ação das forças de segurança

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, advogado, disse à Lusa, que telefonou ao secretário de Estado da Ordem Pública, Francisco Djata, a quem apresentou o "protesto e repúdio" pela situação "inédita de cercar a sede de uma organização dos direitos humanos," com forças de segurança.

"Nem durante o período de transição, a seguir ao golpe militar de 2012, isso aconteceu", frisou Augusto da Silva.

O presidente da Liga notou que a sede da sua organização se situa "atrás do Quartel-General" das Forças Armadas, "mas nunca" os soldados estiveram no local, disse.

Augusto da Silva afirmou, também, que a Liga "não pode deixar de denunciar" o que considera ser a "instauração da tirania e ditadura" na Guiné-Bissau.

Ficar calado significa "aceitar que se ponha em causa" as conquistas democráticas do povo guineense, referiu Augusto da Silva.

Agência Lusa, cvt | em Deutsche Welle | Título PG

IV Congresso Internacional da Educação Ambiental arranca na segunda-feira na ilha do Príncipe



O IV congresso Internacional da Educação Ambiental dos Países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP) arranca na segunda-feira, na cidade de Santo António, na ilha do Príncipe, reserva mundial da biosfera, indicou a organização.

O evento decorre sob o tema "A terra é uma Ilha" e Portugal participa com 54 delegados, seguido pelo Brasil, com 20, Guiné-Bissau, com 14, Angola, com seis, Galiza também com seis, Moçambique, com cinco, Cabo Verde, com quatro, Timor Leste, com três, o país anfitrião com 148 (São Tomé 52, Príncipe 96) e um delegado representante do México.

A abertura do evento que se realiza pela primeira vez em contexto insular será feita pelo Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, que se desloca à cidade de Santo António na manhã de segunda-feira, acompanhado pelo ministro da Educação, Cultura, Ciência e Comunicação, Olinto Daio.

Lusa

ANGOLA | Mostrar nas eleições o valor de cada um



José Ribeiro | Jornal de Angola | opinião

As eleições têm uma coisa boa, que é tirar os políticos das suas poltronas, que é como quem diz, pode ser das suas lavras, gabinetes, vivendas, apartamentos ou fazendas.


Se se esconderam durante quatro anos, se são políticos de verdade, não têm agora como deixar de revelar tudo, mesmo os seus jardins proibidos, e vir a público mostrar o que valem, dizer que projectos e propostas têm para resolverem os problemas do país, que não são brincadeira nenhuma. 

O eleitor, para votar, precisa de saber quem é quem, porque quer escolher o melhor para governar. As Assembleias de Voto já estão a ser instaladas, a educação cívica eleitoral está em curso, os meios de comunicação social cá estão, preparados como nunca, para emitirem os Tempos de Antena, em condições de igualdade para os Partidos Políticos e a Coligação concorrente, para relatarem e comentarem as campanhas, de modo a transmitirem, no final, quem venceu o grande desafio. Há espaço para todos, nada de fraude nem confusão. Em cada eleição, Angola avança como Nação democrática e isso promove o desenvolvimento económico e social.

A missão dos políticos angolanos impõe-lhes um alto grau de exigência e responsabilidade. É um ofício diário de compromisso com o próximo, um trabalho respeitável e tão espinhoso que torna difícil imaginar como é possível alguém partilhá-lo com a família e com os afazeres pessoais. Especialmente nestes períodos de campanha eleitoral, em que é indispensável conquistar simpatias e garantir o voto certo para si, se vê com que aço são temperados os músculos, os nervos e a massa cinzenta dos nossos políticos. Reconheça-se que não é fácil para uma mesma pessoa captar hoje o voto com um discurso que antes era hostil e prometer estar à altura dos anseios e necessidades de populações que foram martirizadas, só para conseguir o poder de governar.

Governo angolano recusa acordo prévio com União Europeia para observar eleições



A União Europeia pediu ao Governo angolano a assinatura de um memorando de entendimento prévio para observar as eleições gerais de 23 de agosto, pretensão que foi recusada, informou o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti.

A União Europeia foi uma das entidades convidadas pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), indicadas pelo Presidente da República, para observar as eleições gerais angolanas, tal como, entre outras, a União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ou Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

"O convite é aberto. Mas não queremos quaisquer acordos específicos com cada uma destas organizações. Quem quiser vir, vem e quem não quiser, pode não vir, mas o certo é que o convite é aberto", disse Georges Chikoti, citado na edição de hoje do Jornal de Angola.

Lusa | Notícias ao Minuto

MOÇAMBIQUE | O dinheiro dos trabalhadores em negócios obscuros



@Verdade | Editorial

O que se está a passar no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), nos últimos tempos, especificamente no que diz respeito aos supostos investimentos que a instituição tem vindo a fazer no âmbito da sua não clara Política e Estratégia de Investimentos (PEI), é bem uma eloquente amostra do saque ao dinheiro dos trabalhadores moçambicanos.

Os gestores do INSS têm vindo a provar que não sabe fazer mais nada, se não roubar e destruir o dinheiro do pacato trabalhador que é descontado todo os santos meses. Nos últimos 42 anos de independência, temos estado a assistir a uma gestão danosa das contribuições do trabalhador moçambicano. Na verdade, os gestores do INSS transformaram aquela instituição numa verdadeira capoeira pública no qual qualquer indivíduo ligado ao partido no poder inventa um negócio para encaixar fraudulentamente o dinheiro do trabalhador moçambicano.

O dinheiro dos contribuintes moçambicanos, ganho com muito suor e sangue do seu trabalho, tem sido esbanjado em investimentos que são feitos sem nenhum pingo de transparência e, muito menos, sensibilidade em relação ao trabalhador que produz o dinheiro. Pelo contrário, os valores têm sido usados para satisfazer necessidades de certos indivíduos, para além de ampliar os seus negócios pessoais.

Um dos mais vergonhosos e preocupantes exemplos do uso obscuro do dinheiro do trabalhador moçambicano é o caso que envolve o antigo presidente da Confederações das Associações das Actividades Económicas (CTA), Rogério Manuel, que viu a sua empresa, num negócio pouco claro, receber mais de sete milhões de dólares norte- americanos dos cofres do INSS. Para o cúmulo da situação, o indivíduo em causa não devolveu ainda sequer um centavo do dinheiro dos trabalhadores moçambicanos. E, como se isso não bastasse, no âmbito da suposta PIE, que na verdade não passa de trapaça para um grupo de pessoas enriquecer à custa do Estado, o INSS acaba de fazer um investimentos em 490 milhões de meticais com a aquisição de um edifício de apartamentos com serviços de hotelaria (apart-hotel).

O investimento que parece um bom negócio para os cofres do INSS é sem sombras de dúvidas resultante de um esquema de saque ao dinheiro do honesto trabalhador moçambicanos, pois o edifício de 15 pisos, composto 47 apartamentos, uma loja e um parque de estacionamento para 18 viaturas, não deve custar mais de 250 milhões de meticais. É evidente de que se trata de mais um negócio obscuro que os gestores daquela instituição têm estado a levar a cabo em benefício próprio.

Portanto, diante desse tipo de situação, os trabalhadores moçambicanos não apenas devem lamuriar-se, mas sim é preciso mudar de rumo, exigindo que o desconto de segurança social seja facultativo, pois, a esse ritmo, corre-se o risco de não sobrar um centavo sequer nos cofres do INSS para o trabalhador em caso de invalidez ou outras situações de vida.

MACAU | Eleições 2017 | Sufrágio indirecto com vários rostos novos



São 15 candidatos para 12 lugares, num sufrágio que diz pouco ao eleitorado em geral. Mas é neste grupo de deputados que se verificam, para já, as maiores alterações. E é também neste conjunto de membros da Assembleia Legislativa que está o maior poder interno

Têm uma importância que, muitas vezes, escapa à opinião pública. São, por norma, os menos interventivos, o que pouco ou nada significa. Há muito trabalho de bastidores nisto da política. Não são escolhidos pela generalidade dos eleitores, mas sim pelos seus pares, por serem os mais bem posicionados para defenderem os interesses corporativos a que pertencem.

A figura do deputado eleito por via indirecta é uma herança do passado, do tempo da Administração Portuguesa, em que era necessário garantir, na Assembleia Legislativa (AL), a representatividade das diferentes comunidades. À época, a política era dominada sobretudo por quem falava português e era preciso chamar para o hemiciclo pessoas do mundo chinês de Macau.

Apesar de haver quem entenda que, hoje em dia, a ideia de ter deputados indirectos já não se justifica, as mexidas na lei eleitoral não tiveram consequências nesta organização peculiar do sistema legislativo do território. Os críticos desta via de acesso falam ainda de uma certa desadequação dos interesses representados à realidade actual da RAEM. Tomando como exemplo o sector do trabalho, observamos que os deputados eleitos por esta via são oriundos da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Houve tempos em que a FAOM congregava uma parte importante dos trabalhadores da cidade, mas hoje, atendendo à evolução do tecido económico e social, essa ideia é altamente questionável.

Eleições em Timor-Leste | QUEDA OU ASCENÇÃO DE UM PATRIOTA?





Em Fevereiro de 2017 Taur Matan Ruak, então presidente da República timorense, fez um discurso contundente e sem rodeios visando duas figuras históricas de Timor-Leste, Xanana Gusmão e Mari Alkatiri, dirigentes dos dois partidos mais votados no país, CNRT e FRETILIN, respetivamente. As acusações constam no texto dessa data que encontram a seguir, em português, retiradas do jornal Público em peça elaborada por Luciano Alvarez. Acima é incluído o vídeo desse discurso, expresso em tétum. Foram, sem dúvida, declarações retumbantes que puseram por semanas Timor-Leste em polvorosa.

Indubitavelmente que Taur Matan Ruak aproveitava o momento para anunciar diretamente ao país sobre as suas discordâncias relativamente aos partidos aliados que então já eram – e ainda são – governo. Taur já visava a formação do seu partido, o Partido da Libertação Popular (PLP) e as eleições que agora, em 22 de Julho, vão ocorrer. Com o PLP na corrida eleitoral. Taur espera que o PLP seja eleito o partido político mais votado e assim ascender democraticamente ao cargo de primeiro-ministro. Fazendo desse modo questão de implementar as políticas que preconiza serem as melhores para as populações e para o país. 

Aquele discurso, em fevereiro, foi o pontapé de saída do “derby” que agora está a decorrer entre os três partidos políticos, o CNRT, a FRETILIN e o PLP. Dois contra um, com Taur empenhado na luta em que acreditará até ao seu último fôlego. Ao que se sabe essa luta decorre renhidamente. Taur, presidente do PLP, não baixa os braços e apresenta aos timorenses as alternativas políticas e de pendor anticorrupção, conluio e nepotismo de que vem acusando os dois líderes dos partidos oponentes que se aliaram e são governo.

Por ser um discurso histórico e de toda a importância, ou não, na influência, ou não, que poderá ter no resultados destas eleições legislativas que se realizam exatamente de hoje a uma semana, respescámos o discurso em narração de texto e na voz do então PR de Timor-Leste. Em 22 de Julho, perante o resultado do eleitorado timorense, teremos o comprovativo das inconsequências ou consequências causadas pelo efeito do discurso de Taur Matan Ruak, assim como de como os timorenses eleitores vêem o candidato a primeiro-ministro Taur Matan Ruak, que enquanto Presidente da República concluiu que preferia governar o país em vez de ser praticamente só um assistente das políticas ditadas pelos dois principais partidos políticos, o CNRT e a FRETILIN. Xanana e Alkatiri.

Em 22 de Julho o que acontecerá? Qual será a resposta dos timorenses expressa nas urnas de voto? Qualquer observador que acompanhe Timor-Leste pode vaticinar mas o grau de probabilidades de acertar ou aproximar-se dos resultados da luta entre Taur e os outros seus dois contendores, Xanana e Alkatiri, é improvável. Certo é que CNRT e FRETILIN têm sido os dois maiores e mais votados partidos políticos. Juntos possuem uma vasta maioria de lugares no Parlamento timorense. Situação que Taur corajosamente desafia e a que quer pôr cobro. Se conseguir sairá vencedor. Se não conseguir e somente levar o PLP a terceiro partido político mais votado, tal resultado será considerado irrelevante e a figura histórica de Taur poderá cair por terra. Tenha ele as razões que tiver na jogada política que proclamou em Fevereiro no discurso perante o parlamento timorense. Afinal está mais em causa a sobrevivência política de Taur Matan Ruak do que do “sempre-em-pé” Xanana Gusmão e do seu semelhante Mari Alkatiri. Ambos aliados contra o igualmente heróico Taur, que acha que encarna na maior perfeição possível as contestações, os interesses e os sonhos dos timorenses. Que vença o melhor para todos os timorenses.

A seguir, o texto em português sobre o histórico discurso de Taur Matan Ruak no parlamento de Timor-Leste. Continue a ler.

MM | AV | TA - em Timor Agora

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