terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

ANGOLA | É Carnaval


Manuel Albano| Jornal de Angola

Depois dos ensaios, ontem, no local do desfile, os grupos, capricharam nos detalhes para apresentarem uma core-ografia que consiga espelhar a grandeza cultural das suas localidades.

O União Jovens da Ca-cimba, como homenageado desta 40ª edição, tem a honra de abrir a festa, embora não participe na competição, se-guindo-se em ordem os gru-pos Maringas (Lunda-Norte), Tchaco-Tchaco (Cabinda), Ovinjenji (Huambo), União Muteba (Cuanza Sul) e Bravos da Victória (Benguela), aos quais está reservado  entre 10 a 15 minutos de exibição.

O grupo Tchaco-Tchaco, de Cabinda, trouxe a Luanda 80 integrantes e vão apresentar o estilo de música e dança “mayeye” da região dos Bayoyo.

Nem mesmo as altas temperaturas registadas na manhã de ontem “beliscaram” a vontade dos grupos em aprimorarem os últimos pormenores de dança.

A organização disponibilizou bastante água, para hidratar os integrantes dos grupos. Os ensaios correram bem, testemunhado pelo governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, que foi supervisionar as condições no local e dar as boas-vindas aos grupos convidados.

Na presença dos representantes dos grupos carnavalescos das províncias, membros da Comissão Preparatório do Carnaval de Luanda e da Associação Provincial do Carnaval de Luan-da (Aprocal), foi feito o ensaio da ordem do desfile com todos os grupos.

Elizabeth Tapioa, que acompanha o grupo de Ca-binda, disse que está a ser uma experiência positiva trocar experiência com outros grupos na justa me-dida em que permite ter-se uma visão diferente sobre o que se faz noutros pontos do país. “Queremos mostrar a força das nossas tradições, hábitos e costumes”, assegurou Elizabeth Tapioa.

O grupo vai apresentar o ritual “tchicumbe”, realizado na fase em que as mulheres atingem a puberdade e passam pela casa de tinta. A culinária típica de Cabinda também vai estar em evidência no decorrer do desfile.

Por sua vez, a responsável do grupo Os Bravos da Vitória, Gi-zela Santos, agradeceu ao Ministério da Cultura pelo convite e reconhecimento do trabalho que tem estado a desenvolver em Benguela, desde 1978.

 O grupo é o papão dos títulos de Carnaval, com 26 títulos de primeiro classificado, em 39 participações. Na Marginal da Praia do Bis-po, o grupo far-se-á presente com 190 elementos. Foi fundado na Catumbela, em Mar-ço de 1978, por Mário Alívio dos Santos.

O presidente do grupo “Ovinjenji”, do Huambo, Pascoal Pedro Nhanga disse que vão fazer um resumo da história do reino da Chiaca, fundado pelo rei Chilulo Vangue-Vangue. Trata-se da abordagem de aspectos atinentes ao dia-a-dia de um aglomerado do povo do Bié que se instalou no Huambo à procura de melhores condições de vida.

No que tange ao do grupo “Maringas”, da Lunda Norte, o seu presidente, Zito Joãozinho, explicou que foi  fundado em 2002 e tem um elenco de cerca de 80 foliões que pretendem abordar as-pectos importantes da cultura daquela região.

Uma mistura de música, dança e teatro conforma a novidade do grupo do Cuanza Sul que, segundo o seu presidente, José Gonzaga Neto vai homenagear a mulher rural pelo contributo prestado à sociedade.

Recinto do desfile

A Marginal da Paria do Bispo tem 300 metros de comprimentos e 20 de largura. Cada grupo terá 25 minutos para exibição, e mostrar ao público o que preparou em termos de performance, que inclui  música, dança, alegoria e bandeira.

Vão competir 12 grupos. Vai ser homenageado o grupo União Jovens da Cacimba e vão desfilar cinco grupos convidados sem competir. Desfilam, também, sem competir alguns blocos de animação.  

No local estão montadas cinco tribunas destinadas aos patrocinadores, sendo três com 290 lugares cada, duas com 400 assentos, uma tribuna VIP, com 290 lugares, e seis arquibancadas com mil e 400 lugares cada.

Protecção civil

Os Serviços Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) e o Instituto Nacional de Emergências Médica (INEMA) estão prontos para atender todas as pessoas que se deslocarem à Marginal da Praia do Bispo, quer para assistir o Carnaval, quer para integrar os grupos que vão desfilar.

As equipas de socorro estão capacitadas para dar assistência aos foliões que se sentirem acossados de situações de fadiga, dores musculares e distúrbio neurovegetativo, uma doença que causa desmaios, entre outros males.

Ontem, o porta-voz do comando provincial do SNPCB, Faustino Minguêns, frisou ser normal em casos de actividades do género, surgirem  situações análogas às que ocorreram domingo, no decorrer do desfile da classe B, em que algumas pessoas foram socorridas por terem desmaiado.

“Tudo foi feito para socorrer  as vítimas, tendo alguns encontrado no local  respostas  imediatas que resultaram em recuperações eficazes.”.

O SNPCB aconselha, entretanto, o consumo de bastantes líquidos (sumos e água).

Polícia

As autoridades policiais da província de Luanda enalteceram o comportamento cívico da população, na Nova Marginal, durante os dois dias da presente edição do Carnaval.

O director do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da delegação de Luanda do Ministério do Interior MININT, intendente Mateus Rodrigues, informou que a população está a acatar as orientações da Polícia Nacional, no local.

 Este comportamento, prosseguiu, tem facilitado a acção dos agentes de ordem pública, Serviço de Protecção Civil e dos Bombeiros.

“Espero que, hoje, dia de maior aderência de pessoas no local, o comportamento seja o mesmo. Mas a polícia está preparada para garantir a segurança e tranquilidade dos espectadores e integrantes dos grupos”, sublinhou.

A festa mais popular do país, a nível da capital angolana, é assegurada por agentes da corporação de várias especialidades.

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