sábado, 17 de março de 2018

MOÇAMBIQUE | Eis a prova de que o povo está farto


@Verdade | Editorial

Os resultados da segunda volta da eleição intercalar para a escolha do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula demonstram de forma clara e inequívoca que os munícipes de Nampula, em particular, e os moçambicanos no geral estão fartos do desgoverno imposto pela Frelimo desde a Independência Nacional. Na referida eleição, o candidato da Renamo, Paulo Vahanle, venceu, tendo derrotado o candidato da Frelimo, Amisse Cololo. Quando já estavam contabilizados 95 porcento dos votos, Paulo Vahanle tinha aproximadamente 60 porcento.

Porém, o que chama atenção nos resultados da segunda volta não é necessariamente a vitória do candidato da Renamo, mas o número de eleitores que se fizeram às assembleias de votos comparativamente ao que aconteceu no dia 24 de Janeiro. Ou seja, mais de 20 mil eleitores decidiram exercer o seu dever de cidadania nesta segunda volta, o que significa que houve um aumento do nível de participação de 25 porcento para 32. Esta mudança, digamos repetina, de comportamento por parte do eleitor é uma prova de que os nampulenses decidiram em não deixar que o Município de Nampula fosse parar nas mãos de quem já lá esteve por vários anos e pouco ou quase nada fez.

De forma consciente, os munícipes de Nampula mostraram que já não se deixam enganar pelo número de capulanas, camisetas e outros bens que lhes são oferecidos durante as campanhas eleitorais. Os resultados da segunda volta da eleição intercalar em Nampula é uma mensagem clara de que os nampulenses, por um lado, estão sedentos de mudanças palpáveis e, por outro, estão cansados das promessas infundadas da Frelimo.

Embora seja uma eleição local, a mesma revela o sentimento dos moçambicanos e também deixa antever que os eleitores vão apostar na mudança nos próximos pleitos eleitorais, se o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional das Eleições (CNE) não interferirem no processo, como tem sido hábito.

Refira-se também que está claro que, em eleições onde o processo de fiscalização feita pelos partidos políticos e observadores, as derrotas da Frelimo são certas, uma vez que este com a ajuda dos órgãos eleitorais criam condições para manchar o processo.

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