sexta-feira, 27 de julho de 2018

Depois do caixão | O eclipse, a Comporta e o Macron


Curto ao meio-dia, culpa nossa. Pela parte do Expresso o Curto já está na “montra” de acesso a todos que queiram pelas 9 horas da matina. Pois é, somos uns atrasadinhos.

Hoje há Macron. Não lemos mas recomendamos. Nem sabemos se ele, o Macron, é servido, cozido, grelhado ou em caldeirada. Não levem a mal mas prometemos ler mais logo.

E então é assim: Chega. Servimos-vos a “cafeína” e abalamos. Tremam o que puderem mas cuidado com a tensão arterial. Muito café faz mal (dizem). Por aqui já bebemos uma meia-dúzia. E ainda agora a procissão vai no adro, só falta o caixão do féretro. Pois. Mas falta pouco para completar essa falha de pormenor. Mais caixão, menos caixão... (PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Ça marche, Macron? O dia D da Comporta… ou talvez não. Vem aí o maior eclipse total da Lua

Paula Santos | Expresso

A frase, que inspira o título e o arranque deste texto, ainda lá está se consultarmos a edição impressa do jornal “Le Parisien”. É uma daquelas frases, a ilustrar uma foto com o Presidente da República francesa no meio de uma multidão, que parece distante, à luz dos dias que se seguiram. Mas tem poucos meses. Emmanuel Macron, sorridente, no meio de uma multidão. Tal como esteve em Moscovo, sentado entre adeptos do futebol, num mundial onde só houve dias de glória franceses. E por contágio, do seu Presidente. Por essa altura, o “ça marche” não tinha qualquer ponto de interrogação. Nem merecia dúvidas.

As questões nasceram dias depois. E tiveram desenvolvimentos nas últimas horas com a confirmação, por parte dos deputados do partido “Les Républicains” da entrega de uma Moção de Censura que vai ser discutida e votada na terça-feira, dia 31. A oposição já sabe que não vai derrubar o Governo (de maioria absoluta), mas quer levar o protesto ao Parlamento no caso que ficou conhecido como o “affaire Benalla”.

Alexandre Benalla, o homem em torno de quem se criou o caso, era assessor do vice -chefe do gabinete presidencial e foi responsável pela segurança da campanha de Macron em 2017. Foi identificado num vídeo, publicado pelo “Le Monde” a agredir um manifestante no dia 1 de Maio. Estava entre as forças policias, utilizando equipamento policial, mesmo sem pertencer às forças políciais. O que começou como uma pequena polémica, ganhou dimensão durante os cinco longos dias em que o Presidente e o Governo estiveram em silêncio.

Terá Macron criado uma força de segurança paralela no Palácio do Eliseu? O Governo desmente.

Benalla quebrou ontem o silêncio, em entrevista ao mesmo jornal que denunciou o caso. Admite que cometeu erros, diz que cometeu uma falha, mas não acha que tenha traído o Presidente.

O chefe de Estado francês, 24 horas antes, tinha utilizado a palavra “traição” ao referir-se ao ex-colaborador. Mas também lhe deixou elogios. E assumiu para si as culpas e responsabilidades numa espécie de vitimização contra tudo e todos. Jornalistas e oposição.

É no seu pior momento político que Emmanuel Macron chega hoje a Lisboa. Sem cancelar nenhum dos dois momentos previstos em Portugal. De manhã, vai estar na Gulbenkian, ao lado do Primeiro-Ministro para falar do futuro da Europa. A iniciativa chama-se “Encontro com os cidadãos sobre os desafios da Europa”.

Depois de um almoço de trabalho com António Costa, junta-se a Pedro Sánchez para a realização da Cimeira das interligações energéticas . O encontro interessa especialmente à Península Ibérica, à procura de ultrapassar o isolamento energético. A Luísa Meireles explica.

Ainda a Grécia.

Nas últimas horas, a suspeita de mão criminosa por trás dos incêndios de terça-feira. O Ministro grego da Ordem Pública, Nikos Toscas, utilizou, em conferência de imprensa as palavras “indícios sérios”. Porque as chamas terão deflagrado, quase ao mesmo tempo, em vários locais. Com as investigações a decorrer, é muito cedo para certezas absolutas. Se é que alguma vez existirão.
Depois da tragédia, com a contagem das vitimas em atualizações permanentes (o último balanço refere 85 mortos) a notícia de um dilúvio que se abateu também sobre a zona de Atenas. O jornal Ekathimerini mostrou as primeiras imagens de carros encavalitados. Da lama e das inundações, das chamadas de emergência. E das previsões da meteorologia que indicam que a chuva vai continuar a cair com força e vai chegar à zona atingida pelos incêndios. O Expresso reproduz.
Gotas que em nada atenuam os efeitos de uma tragédia que conhecemos tão de perto. As semelhanças com Pedrogão estão lá, desde o primeiro minuto.
Os Gregos deram rapidamente conta disso e é a olhar para o passado português que o mesmo jornal procura explicações e aponta um exemplo.
A resignation is imperative” é o título escolhido para editorial num texto onde se pode ler o nome de Constança Urbano de Sousa. “A demissão da Ministra portuguesa está fresca na nossa memória. A demissão de, pelomenos um Ministro grego, vai mostrar que o Governo respeita as vitimas, após esta tragédia”.
Pedem-se responsabilidades políticas na Grécia.

OUTRAS NOTÍCIAS

Avaliações.
Há novidades desta manhã.
As horas anteriores foram marcadas pelas garantias do Presidente da Associação Nacional de Diretores dos agrupamentos e escolas públicas que os prazos tinham sido cumpridos.
O Expresso contou-lhe, no sábado passado, que ainda havia mais de 75 mil alunos por avaliar.
O Governo estabeleceu como limite o dia 26. Sob pena das férias dos professores não serem autorizadas.
Filinto Lima fez as contas para concluir que a situação está agora resolvida.
Adiantou que o receio agora é que o clima de tensão entre professores e Governo regresse em Setembro.

Catarina Martins quer mais dinheiro para a Saúde.
Com o orçamento à porta, a líder do Bloco esteve na Figueira da Foz onde fez um desafio ao Governo: “Portugal precisa de um investimento (em saúde) que se aproxime dos 6% do PIB. É preciso um caminho de coragem”
O Expresso revelou, na edição do último sábado, que em 2017, o investimento ficou pelos 4,3%, o mais baixo dos últimos quinze anos.
A líder do bloco não diz o que fará se a proposta não for aceite. Mas em matéria de orçamento, a discussão ainda mal começou. O arranque dos comícios de verão do Bloco fez o pleno nos destaques deste início de manhã nas rádios portuguesas.

Dia D para a Comporta… Ou talvez não.
O prazo esgota-se e termina esta sexta-feira. A assembleia do fundo da Comporta reúne-se esta manhã para escolher um projeto vencedor para a compra da maior propriedade privada em Portugal.
Entre os 3 candidatos, a guerra para garantir quem corta a meta em primeiro lugar já vai longa. E há de tudo nesta batalha por este apetecível e valioso pedaço de terra.
Desde trocas de acusações a ameaças de processos, seja qual for o resultado da escolha, o processo ainda vai fazer correr muita tinta. E pode não ficar fechado hoje.
Entre os candidatos à compra estão um aristocrata francês, o consórcio da empresária Paula Amorim e do milionário Claude Berda e o consórcio da Oakvest e da Portugália.

A história de um negócio imobiliário do vereador do Bloco
Conta o jornal que Ricardo Robles comprou um prédio por 400 mil euros em 2014, que agora vai ser posto à venda por 5,7 milhões de euros.
Pelo meio foram feitas obras de reabilitação e negociadas saídas com inquilinos.

O deputado menos “alinhado”.
É do PS. Paulo Trigo Pereira, um independente, votou 122 vezes, em 4 anos, contra a orientação da bancada socialista. O Expresso online já lhe deu conta desta notícia. O DN falou com o próprio que se justificou dizendo que faz o que entende correto e que não está preocupado se essa postura vai ter consequências nas próximas listas de candidatos.

Números.
O défice. São boas notícias para a economia. O défice recuou 406 milhões de euros no primeiro semestre de 2018. Resultado das receitas do IVA que subiram, à boleia do crescimento económico.

Acabou bem.
Um avião da companhia aérea Air China foi forçado a regressar a Paris, depois de ter levantado voo a caminho de Pequim. Uma suposta ameaça terrorista esteve por trás de decisão. Foi um mal entendido, dizem as autoridades francesas. O aparelho aterrou em segurança e não houve problema entre os passageiros. Não passou de um susto.

O maior eclipse total da luaneste século, acontece esta noite.
Não vai querer perder.
É mais longo destes últimos 18 anos. E não se repete antes de 2100…
Dizem os entendidos na matéria, que a Terra, ao colocar-se entre o Sol e a Lua, oculta o planeta satélite, mas não ao ponto de o tornar invisível.
A Lua fica com uma tonalidade avermelhada.
Nada como ver para crer.
Estamos nós, portugueses e europeus, bem colocados geograficamente para espreitar o fenómeno. Há horas e locais que favorecem a visibilidade.

Já ouviu falar no Sporting Comunicado de Portugal?
A guerra leonina passa agora pelo texto-contra-texto.
O momento do clube explicado pelo Editor de desporto do Expresso, Pedro Candeias.

MANCHETES

Público: “Só em Lisboa e no Porto houve 4300 ações de despejo em cinco anos”
JN: “Doentes oncológicos esperam há um ano por uma prótese”
Jornal de Negócios: “licenças caducadas condicionam futuro da Comporta”
Jornal I: “Eu era muito ingénua antes do 25 de Abril, tornei-me mais triste” – Maria Filomena Mónica
Correio da Manhã: “Suborno. Chefe do SEF cobra 500 euros por imigrante”

O QUE ANDO A LER

Para mim é um reencontro, anos depois de o ter espreitado na adolescência.

O livro é poderoso. O texto, de uma intensidade brutal.

Quem procura, para os dias de verão, uma escrita leve, romântica, de sorriso abundante, não se vai rever nesta minha escolha.

Mas vale muita a pena perdermo-nos nos vendavais de Yorkshire, descritos por Emily Brontë, onde há pouco espaço para raios de sol e para a brisa ligeira.

A história de amor e ódio de Catherine e Heathcliff é um clássico da literatura inglesa.
Um retrato de duas gerações de uma família que começa na infância de 2 irmãos, surpreendidos pelo pai que acolhe em casa uma terceira criança. É em torno desse rapaz que se desenvolve um mundo repleto de traumas onde a paixão e a raiva crescem, alimentados por um plano de vingança e crueldade.

“O Monte dos Vendavais” foi originalmente publicado em 1847 e mereceu críticas severas numa sociedade que não conseguia compreender uma escrita sem floreados e a intensidade de uma história, que nada tinha a ver com os romances convencionais da época.

Emily Brontë morreu um ano depois, longe de imaginar o impacto que o seu texto teria nas gerações seguintes.

“Wuthering Heights” , o nome original da obra, passou do papel para a tela várias vezes.
Uma das primeiras versões, realizada em 1939 por William Wyler, tinha como protagonistas Laurence Olivier, David Niven e Merle Oberon.
Espero ter-lhe aguçado o apetite!

Por agora é tudo.

A todo o instante, a atualidade renova-se no Expresso online e na SIC Notícias.

Mais à tarde, pouco depois das 18h, o Expresso Diário tem nova Edição com as manchetes do dia.

No sábado, servimos-lhe o jornal.

Como sempre, com as notícias que vão marcar a atualidade.

Boa sexta-feira!

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