sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Calor em Portugal é "um refresco"


O calor é tema em Portugal. Hoje (3.8) à volta de 40º em Lisboa. Outras regiões ainda vão sofrer mais. Ainda há poucos dias falávamos aqui do 'inverão' porque era um verão a atirar para o Inverno, uma mistela de tempo. E agora é isto, um caldo. Atenção que este Curto a seguir, de Miguel Cadete, é de ontem (2.8), mas fala do calor. A esta hora da madrugada, deste dia 3 do Agosto em que o verão chegou, ainda não saiu o Curto do Expresso. Recuperámos este. Tem algum interesse apesar de retardado. Vá nessa e leia mais logo o Curto deste dia que vai ser outro caldo. Refresque-se. Porque a tradição do fácil em Portugal chama-se "um refresco" e comparativamente a outros países o clima em Portugal é "um refresco", apesar do peso das alterações climáticas. Siga o Curto de ontem... (PG)

Calor! 50 graus é muito mas Madonna está morna

Miguel Cadete | Expresso

Não tem muita graça mas o clima pode ser encarado como uma espécie de jogo. O record de Portugal é de 47,4º e pode ser batido durante os próximos dias. O máximo de Espanha é 47,3º e também pode ser pulverizado. Por cá, foi na Amareleja, no distrito de Beja, fez ontem 15 anos, que o país chegou ao cúmulo de calor.

A nossa experiência recente diz que devemos ter cuidados redobrados pois no ano passado foram 114 as vítimas mortais dos incêndios. No entanto, sem prever que esses cuidados sejam desleixados, é muito provável que não volte a suceder uma catástrofe dessa dimensão. Porque aquelas condições meteorológicas não se repetirão mas, sobretudo, porque a carga combustível é menor – ora porque já ardeuora porque a floresta foi, entretanto limpa -, os meios são maiores, ainda que com falhas, e a consciência da população estará mais desperta. Outro falhanço do Estado quanto à proteção dos cidadãos não seria aceitável, pelo que o governo estará alerta entre hoje até dia 6 de agosto. A probabilidade de grandes incêndios em Portugal durante 2018 é, por isso, muito reduzida, como adiantam especialistas da Faculdade de Ciências de Lisboa.

O mal pode vir, por isso, de outro lado. Saiba aqui o que crianças e idosos devem fazer. Leia aqui o que está proibido (churrascos, fumar, etc).

Alguns institutos, como o britânico Met Office, consideram que no sábado pode ser ultrapassado o record de temperaturaeuropeia de sempre, sobretudo na Península Ibérica, onde a temperatura pode ultrapassar os 48º, senão mesmo os 50º, como acreditam alguns especialistas. No norte da Europa, as preocupações são outras: a onda de calor está a afetar a produção de energia. A elevada temperatura da água do mar impede a devida refrigeração de reatores nucleares na Suécia e na Finlândia. Outras preocupações

Quem também está a aquecer por este dias é Madonna, que voltou às capas de revistas, neste caso na “Vogue” Itália. As referências a Portugal são inúmeras: na capa (que são duas) e onde se refere Lisboa, e lá dentro onde revela que os filhos já sabem falar português e que o seu próximo álbum terá influências da música daqui.

Falta acrescentar que, neste mesmo mês, Rihanna está na capa da “Vogue” britânica, com fotos de Nick Knight – o fotógrafo estrelado que um dia fez uma campanha para a promoção da imagem de Portugal. Ou, talvez mais relevante, que a edição da “Vogue” americana – a maior, a mais rica, a mais rentável e vistosa porque tem inúmeras páginas de publicidade – foi entregue a Beyoncé. A senhora Carter não só aparece na capa, como ficou responsável por toda a edição, obrigando o CEO da Condé Nast, dona da publicação, a dizer em comunicado que a poderosa Anna Wintour se mantém “indefinidamente” ao comado da revista.

Para esta edição, Beyoncé escolheu Tyler Mitchell como fotógrafo. Ele tem 23 anos e é o primeiro negro a fotografar uma capa da “Vogue” em 126 anos de história. Sim, a capa, tudo indica, será histórica.

Entretanto, o “New York Times” anunciou que a Condé Nast, que também é proprietária da “New Yorker” e da “Vanity Fair”, perdeu 120 milhões de dólares no último ano e prepara-se para vender três títulos: “W”, “Brides” e “Golf Digest”.

Torna-se claro que a Madonna LX – faz 60 anos no dia 16 de agosto – arrefece face à concorrência – ainda que a sua luta não seja esquecida pelas suas mais jovens concorrentes.

OUTRAS NOTÍCIAS

O Presidente da República vetou a lei que dava preferência aos inquilinos. A lei tinha sido aprovada pelo PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN. O diploma regressa assim à Assembleia da República. Alguns jornais deram conta que Marcelo não promulgou por inconstitucionalidade pois a lei violaria o direito à propriedade. Os inquilinos apoiam o veto de forma a que o diploma seja melhorado. O PSD aplaude. E o Bloco de Esquerda alerta para uma possível vaga de despejos.

Em Copenhaga aconteceram protestos na rua depois de passar, ontem, a vigorar a lei que interdita o uso de véus. Os manifestantes consideram que a lei discrimina as mulheres muçulmanas.

No Expresso Diário sabe-se que a conta da luz pode aumentar dez por cento. Muitos clientes já receberam as faturas de Julho com o novo tarifário mas o pior ainda pode estar por vir.

Morreu Celeste Rodrigues. A fadista, irmã de Amália, contava 95 anos. Gisela João presta uma sentida homenagem aqui: “A dona Celeste Rodrigues vai fazer muita falta. Adorava os jovens e tinha sempre alguma a dizer sem deitar abaixo”

Estado ficou com 33% do Siresp, o sistema de comunicações dos incêndios. PSD reclama no pressuposto de que a posição do Estado português devia ser maioritária. Bloco de Esquerda considera que a tática falhou e não oferece confiança. Altice fica com 52%.

Benfica perdeu com o Lyon no último jogo da pré-temporada. Resultado final marcava 2 - 3. Ao intervalo, no Estádio do Algarve, os encarnados perdiam por dois a zero.

Partidos devem mais de 47,5 milhões de euros. Lê-se na manchete do jornal “i”. Festas, comícios e salários dos funcionários representam o grosso das despesas.

21 mil crianças fora do 1º ciclo. A taxa de escolarização entre os seis e os dez anos atingiu o nível mais baixo dos últimos 17 anos, diz o “Público”.

SMS de emergências demoram 12 horas. “Jornal de Notícias” reclama que os avisos da Proteção Civil não servem de alerta às populações. Processo ainda está a ser desenvolvido.

FRASES

“Espero que me acompanhem na ideia de que o caso de Tancos, ocorrido há uma eternidade, já devia ter tido um responsável”. Henrique Monteiro no Expresso Diário

“Ser estrangeiro no Japão pode ser simpático na condição de turista, mas é tudo menos simpático na condição de trabalhador que tem de entrar de facto no dia a dia japonês”. Henrique Raposo no Expresso Diário

“Sou economista social-democrata radical” Ricardo Paes Mamede no “Público”

“Já estive em Portugal muitas vezes, mas nunca comecei um show tão nervoso”. Caetano Veloso, ontem, no Coliseu dos Recreios, in Blitz

“Os meus filhos aprenderam a falar português interagindo com as pessoas”. Madonna na “Vogue”

O QUE ANDO A LER

A editora Taschen ficou conhecida por democratizar o acesso a livros, muitas vezes antigos, que, de outra maneira, não chegariam aos leitores. E assim é porque muitas vezes são raros. Ou porque apresentam reproduções de imagens que exigem tratamento e tecnologia que não é de fácil acesso.

Ao longo das últimas décadas, o selo de Benedikt Taschen foi criando uma aura eclética que, ainda assim, vai compondo uma identidade bem definida. Por esse mundo fora, as livrarias estão bem fornecidas de edições cuidadas e, muitas vezes, surpreendentes para o grande público. Talvez por isso, ao fim de décadas, tenha chegado a hora de prestar homenagem à virtude das mais belas bibliotecas do mundo.

Uma das suas últimas edições trata, precisamente, do lugar onde se guardam alguns dos livros mais raros e antigos. “As Mais Bonitas Bibliotecas do Mundo”, numa recolha de Marcelo Listri, convoca esses lugares onde os livros repousam e já não estão disponíveis para o comércio. Como de costume, as fotografias são de grande qualidade e de entre o barroco e neo-classicismo predominante ressalta uma sugestão. Tal como é notório na escolha do “Guardian” ontem publicada, há duas bibliotecas “portuguesas”: a do Convento de Mafra e a joanina de Coimbra. Ambas edificadas durante o reinado de D. João V, estão de acordo, como não podia deixar de ser, com o figurino da época e o seu estilo rocaille elaboradíssimo. Outros tempos, em que as bibliotecas fundadas com o ouro do Brasil se afirmavam como das mais garbosas e às quais ainda se podia acrescentar a do Palácio da Ajuda, das Necessidades ou da Ribeira, sabendo-se que esta não resistiu ao terramoto de 1755.

Mais curiosa, porém, será a inclusão do Real Gabinete de Leitura, no Rio de Janeiro, igualmente fundado por portugueses, mas bastante mais tarde, já no século XIX.

Todas elas abrigam livros, muitos livros, esse artefacto tecnológico que resiste ao tempo e não dá mostras de desanimar. Mas o que no tempo de D. João V era sinónimo de vaidade, pois o rei mandou edificar e guarnecer em Portugal algumas das melhores bibliotecas da Europa, já hoje não gera a mesma cobiça. O que era do útil, passou a ser de exposição. E afastados da circulação, os seus livros passam a ser peças de museu.

Por hoje é tudo. Acompanhe toda a informação no Expresso Online. Lá pelas 18 horas chega o Expresso Diário. Tenha um bom dia.

Sem comentários:

Mais lidas da semana