Não é novidade que os abutres e vampiros do patronato da hotelaria, assim como noutros setores, os mais variados, não se cansam de violar leis, violar a dignidade devida aos que para eles trabalham. Acontece o mesmo aqui e ali com mais frequência do que se possa imaginar. E não é só em Braga, como faz notar a notícia que incluímos em baixo.
Quem trabalha para outrem está quase sempre em situação desprotegida e é sistematicamente explorado até ao tutano. Vamos ver e acontece nos mais diversos serviços. É o caso da hotelaria, nos cafés, restaurantes, hotéis, etc. É o caso em supermercados, é o caso em centros comerciais nas mais variadas lojas e quiosques. Esse patronato age sem medo da fiscalização e comete inadmissíveis e insuportáveis violações das leis e das obrigações legais que tem para com os trabalhadores. A situação em vez de melhorar piora de ano para ano. Na construção civil é um ver se te havias. Eles comem tudo na exploração aos trabalhadores sem ao menos observar as regras de segurança estipuladas por lei. Notícias frequentes dão-nos conta disso.
Perante esta caótica e criminosa situação o que faz o governo? O que fazem as entidades fiscalizadoras? Nada. Estima-se que nada, por razão de cada vez mais existirem situações de incumprimento das leis. Afinal tal situação dá "jeito" aos governos. Assim há menos desemprego, é questão de deixar o patronato (grandes e pequenos) fazerem o que querem, mesmo violando a legalidade. Dá "jeito" aos que dizem governar os portugueses e o país mas que afinal, bem apreciada a situação, governam-se e permitem que minorias se governem, roubem sem escrúpulos o que a força de trabalho produz e os enriquece.
Há excepções. Claro. E ainda bem. Mas cada vez mais raras. (PG)
Patrões
da hotelaria violam tabela salarial e tiram até 200 euros por mês
O Sindicato da Hotelaria do Norte
(CGTP-IN) visitou estabelecimentos do sector em Braga e verificou que quase
nenhum respeita a nova tabela salarial. Há quem faça 60 horas
semanais a ganhar 580 euros.
As violações à tabela
salarial em vigor desde Abril, a que todos os estabelecimentos do sector
estão obrigados, são generalizadas na cidade de Braga, segundo verificou o
sindicato, em visitias que realizou ontem.
Em comunicado, o Sindicato da
Hotelaria do Norte denuncia que apenas dois hotéis e um café está a
aplicar a nova tabela. No grupo dos incumpridores contam-se unidades
de grandes grupos económicos e «cafés emblemáticos» da cidade, acrescenta a
estrutura.
A título de exemplo, para um
empregado de mesa ou de balcão, esta situação representa um «roubo de 68
euros por mês», desde Abril. O sindicato acrescenta que todas as empresas estão
obrigadas a praticar os novos salários, já que foi
publicada recentemente a portaria de extensão que
alarga estes direitos a todos os trabalhadores do sector: aumentos
salariais, no subsídio de alimentação e nas diuturnidades.
Há mesmo situações, que o
sindicato vai fazer chegar à Autoridade para as Condições do Trabalho, de
trabalhadores há 20 anos com apenas um dia de folga e uma carga
semanal de 60 horas a recebeer o salário mínimo nacional, menos 225,40
euros mensais do que o previsto no contrato colectivo.
O Sindicato da Hotelaria do Norte
afirma ainda que a desregulação dos horários e a retirada de meio dia ou de um
dia de folga é outra das violações generalizadas nos estabelecimentos
de Braga, assim como o não pagamento das diuturnidades e do
subsídio de alimentação de acordo com o contrato colectivo.
AbrilAbril
Na foto: Há empregados de mesa e
de balcão a quem os patrões já devem mais de 270 euros. Em casos mais graves,
as perdas já duram há anos e ultrapassam os 200 euros mensaisCréditos/ Fesaht
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