segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Portugal | Um enorme jorro de muito obrigado


Fogos é o tema de abertura do Curto que vai ler a seguir. Monchique está a arder e é uma carga de trabalhos. Há algumas dezenas de feridos mas nada de grave. Uma senhora idosa é a de mais gravidade e foi evacuada para hospital em Lisboa. Não há registo de mortes. A estratégia “Aldeia Segura” está a funcionar. É bom que se diga. O fogo em Monchique está como o de há 15 anos, muito difícil de controlar e extinguir. Dê-mos tempo ao tempo, desde que não se verifiquem mortes e queimados graves o resto é de expectante resolução. Oxalá.

Pergunta o autor deste Curto “como é que continuamos a ter vilas, como tivemos este domingo Monchique, cercadas pelo fogo?” Mas que pergunta. Então não será por via das árvores e material combustível? Aldeias e vilas sem árvores em redor é o desejável? Parece que não, desde que seja guardada a devida distância. O pior é que as pessoas muitas vezes não se lembram disso. O fogo é inclemente e o que há a fazer é assumir tal comportamento de uma vez por todas e não urbanizar à toa, não construir à toa. A maior parte das vezes não é o que vimos. Infelizmente.

Mais de mil homens/mulheres estão em Monchique a fazer tudo para debelar o fogo, outros a dar a devida proteção aos moradores, a evacuar populações. Pouco mais resta fazer, além do que está a ser feito. Salvar vidas. Vão-se os anéis mas ficam os dedos.

Obrigado bombeiros de Portugal. Obrigado militares do exército e da GNR, obrigado a todos que estão em Monchique e noutros locais incendiados, é o que devemos dizer com a satisfação de que são esses e essas operacionais que estão a salvar vidas. Um jorro de muito obrigado. Assim é o que merecem.

O resto é conversa fiada e sardinhas a 10. Bom dia, hoje está um pouco mais fresco e amanhã será melhor ainda. Uf! (PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Verão quente – que vá e não volte

Pedro Lima | Expresso

Bom dia,

Lá voltamos ao mesmo. Chamas por todo o lado, diretos televisivos horas a fio, a mesma questão de sempre: depois do que tem acontecido ano após ano – e sobretudo depois do que aconteceu no ano passado – como é que continuamos a ter vilas, como tivemos este domingo Monchique, cercadas pelo fogo?

Antes de passarmos ao fogo, para já, há que reter uma boa notícia: este verão quente, tardio, doentio, de temperaturas acima dos 40 graus, que marcou o arranque de agosto, parece ter os dias contados. Para já. As previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para uma acentuada descida da temperatura.

Com o calor veio, como sempre vem, o fogo. Estão a ser dias de aflição, em especial em Monchique, que nos lembrou aquilo de que não nos queríamos lembrar. O incêndio começou na sexta-feira e continua, esta manhã, por dominar. Para já, um primeiro balanço aponta para 24 feridos, um deles em estado grave, com várias casas destruídas e mais de 100 pessoas deslocadas. É certo que estamos muito longe das tragédias de junho e outubro do ano passado – ou da que atingiu a Grécia este ano. Mas, ainda assim, depois de tudo o que se passou, não é nada tranquilizador ver que continuamos a ter vilas cercadas pelo fogo.

As condições meteorológicas adversas, com mudanças bruscas de vento, ajudam a explicar a dificuldade no combate ao incêndio. No fim-de-semana tivemos também dois feridos graves em Estremoz. E um incêndio em Marvão, que também causou preocupação, foi entretanto dominado. À meia-noite desta segunda-feira, havia mais de 1500 operacionais a combater as chamas de norte a sul do país.

A Comissão Europeia ofereceu ajuda a Portugal. E este domingo à noite, o Presidente da República comentou o incêndio de Monchique destacando a “capacidade de resposta brutal”. Mas não deixou de mostrar alguma surpresa por o fogo ter chegado onde chegou.

Se há algo que nos pode tranquilizar é o facto de sabermos que Marcelo Rebelo de Sousa não esqueceu o tema e anda por aí: ele está a cumprir a promessa de ir passar uns dias de férias a algumas das zonas da região Norte e Centro afetadas pelos incêndios. E há-de rumar ao Algarve.

O Presidente tem conseguido passar a mensagem muito bem, a de que está onde é preciso, quando é preciso. Mas também está a passar a imagem de que não tem tempo para descansar verdadeiramente e que não consegue desligar. Este fim-de-semana convidou a SIC a acompanhá-lo nas suas férias. Vimo-lo a conduzir o carro ou a tomar banho nos riosEm dois dias visitou sete praias fluviais.

OUTRAS NOTÍCIAS

Verão quente é o que se está a passar no maior partido da oposição em Portugal. Primeiro foi Pedro Santana Lopes que confirmou a sua saída do partido com críticas à aproximação do PSD ao PS. Santana continua, após todos estes anos, a marcar a atualidade política, agora para anunciar a criação de um novo partido, mesmo quando alguns podiam achar que já deu o que tinha a dar. Depois foi a entrevista de Pedro Duarte ao Expresso, em que se posiciona como candidato à liderança do partido num futuro pós-Rio, ao defender que “o PSD deve mudar de estratégia e de líder” e que está “disponível”. Luís Marques Mendes, comentador da SIC, diz que, além de Santana Lopes, quem perde com a criação de um novo partido é também o PSD e o centro-direita.

Esta segunda-feira é o dia em que a CP reduz a sua oferta de comboios, com novos horários – mudanças temporárias que voltam a atestar o estado de desgraça do transporte ferroviário. O caso já assume laivos de surrealismo: o calor levou mesmo a empresa a cancelar a venda de bilhetes dos comboios de longo curso. E porque é que isto acontece? Torna-se evidente que os políticos que nas últimas décadas governaram o país nunca deram prioridade ao transporte ferroviário – talvez porque não andavam nem andam de comboio. Mas, se todos os partidos têm responsabilidades, o PSD diz que neste momento é o Governo o responsável pela situação de “falência operacional” da CP.

Quente promete também ser o campeonato de futebol este ano. O Futebol Clube do Porto lá venceu a Supertaça no sábado, como se esperava, não sem antes ter sofrido um susto inicial quando o Desportivo das Aves, ao minuto 14, se colocou à frente do marcador por golo de Falcão. Mas a vitória (3-1) do Porto teve um preço alto, com algumas lesões e a expulsão do treinador Sérgio Conceição, já a queixar-se da arbitragem. O campeonato ainda nem sequer começou mas a nova época futebolística arranca já com queixas contra a arbitragem.

Vai ser também um verão aquecido no Sporting, prolongando o que já foi a primavera. Suspenso, Bruno de Carvalho faz avançar Erik Kurgy como candidato à liderança do clube, nas eleições que se disputam a 8 de setembro. São assim 8 candidatos neste momento. O clube não teve sorte este domingo no Troféu Cinco Violinos ao perder com os italianos do Empoli por 4-5 na sequência de grandes penalidades. Foi a primeira vez que o clube perdeu este troféu.

A nível internacional, uma das incertezas com que o mundo continuará a ter de se debater é a relacionada com a guerra comercial aberta por Donald Trump. O presidente americano declarou este domingo não só que os Estados Unidos estão a vencer a China como também que as tarifas às importações vão ajudar a baixar a dívida.

A situação na Venezuela também tem vindo a aquecer, como o comprova o atentado de sábado contra o presidente do país, Nicolás Maduro, com "objetos voadores de tipo 'drone' que continham uma carga explosiva". Houve feridos, Maduro saiu ileso e entretanto o Governo venezuelano anunciou a detenção de seis suspeitos.

Na Indonésia, a terra continua a tremer. O sismo de domingo que atingiu a ilha de Lombok fez pelo menos 91 vítimas mortais.

PRIMEIRAS PÁGINAS

“Contratos sob suspeita nas PPP já custaram 800 milhões ao Estado” – Público

“Militares preparados para produzir canábis medicinal” – Jornal de Notícias

“PSD volta a discutir liderança seis meses depois de Rio chegar ao poder” – I

“Colapso no 112 por falta de meios” – Correio da Manhã

“Câmaras querem pagar aeroporto na região Centro” – Jornal de Negócios

“Ramires em cima da mesa” – A Bola

“Desafinado” – Record

“FC Porto não cede a pressões” – O Jogo

O QUE EU ANDO A LER

Portugal é um país muito antigo e por isso histórias não faltam, mas há algumas que não estão muito bem contadas, garante Sérgio Luís de Carvalho. Para repor a verdade dos factos, este historiador lançou o livro “Foi mesmo assim que aconteceu?” em que se propõe contar alguns dos “mitos, enganos e mistérios da História de Portugal”.

O livro começa com a pergunta “Lisboa foi fundada por Ulisses?”. É comum dizer-se que a cidade ganhou o seu nome por esse motivo – Ulisseia, “o que originaria a designação greco-latina de Olissipo, génese do nome de Lisboa”. Mas, escreve o autor, “Ulisses é uma personagem mitológica e nem a Odisseia sugere em momento algum” que tenha passado por Lisboa. “É uma lenda bonita”, conclui.

Em que dia nasceu Portugal? O que é que se comia no país na Idade Média? Portugal alguma vez esteve em guerra civil? São 85 perguntas com respostas rápidas e eficientes.

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