domingo, 18 de novembro de 2018

AO FASCISMO, O PÃO QUE O DIABO AMASSOU!


“Vale mais a vida dum ser humano, que todo o ouro do homem mais rico do mundo” – Ernesto Che Guevara

Martinho Júnior, Luanda 

1- Ao fascismo de Jair Bolsonaro no Brasil, sobra em arrogância o que falta à dignidade e suas declarações e decisões em relação à presença de médicos cubanos inseridos no Programa Mais Médicos, têm já uma factura pesada: em nome da dignidade Cuba retira seus médicos do Programa, para que a arrogância possa continuar o seu caminho, respeitando a maioria dos votos que elegeu o fascismo!

Alguns argumentam que o Brasil fascista que ganhou as eleições, dará “asilo político” aos médicos cubanos, resgatando-os, segundo seu argumento e justificação desavergonhada.

Para esses acéfalos fascistoides de ocasião, inimigos dos mais sagrados e legítimos direitos de milhões de brasileiros, os médicos cubanos são “escravos” duma “tirania”, ou seja de acordo com a cartilha de Maquiavel e da Doutrina Monroe: os fins justificam os meios!

Várias questões essenciais duma assentada, são letra morta por causa dessa arrogância fascista de Bolsonaro, atirada para a imprensa de conveniência como injustificável argumentação:

- Está metida mais uma cunha que interfere nos relacionamentos entre Não-Alinhados, membros de várias organizações Latino-Americanas e países do Sul, o que só reforça a Doutrina Monroe do império da hegemonia unipolar, de que o fascismo de Bolsonaro se tornou evidente fantoche, o pior dos vassalos;

- Os primeiros a sofrer com essa arrogância, são milhões de brasileiros entre eles, alguns que votaram de forma alienada e estúpida no próprio fascismo;

- O caminho de dignidade e de solidariedade trilhada por Cuba e pelo povo cubano, sairá reforçado da prova pois, por cada médico cubano que for aliciado pelo fascismo e por ele utilizado como estandarte, em nome de toda a humanidade formar-se-ão dezenas ou centenas de jovens médicos, que tomarão com outra visão ética, moral e deontológica, o lugar deixado vago pelos mercenários.

2- Tome-se como exemplo uma localidade com um nome a condizer: Ponta Grossa, no Estado do Paraná cuja capital é Curitiba:

Com a saída dos 60 médicos cubanos que nesse Município estavam ao serviço do Programa Mais Médios, a Prefeitura perderá 75% dos médicos que atendem uma população de cerca de 350.000 habitantes… ficando o Município reduzido a 20% dos médicos de que até agora beneficiou com esse Programa!

Os números são anunciados pelo próprio prefeito, Marcelo Rangel, que é do partido PSDB e sabe que Ponta Grossa, aqui para nós mesmo grossa, votou com 137.776 votos, 74% dos seus eleitores votantes, em Jair Bolsonaro!

O prefeito Marcelo, que da prova já está a sair rangendo seus próprios dentes, está imbuído dos bons ofícios próprios duma terceira via, à procura de ementas para suprir as “inesperadas dificuldades” e também de alternativas dispostas a servir num mandato de natureza fascista…

O que quer que aconteça em relação a novos ingressos, deixaram de lidar com médicos formados numa ética, numa moral e numa deontologia de dignidade e solidariedade, para começar a lidar com médicos (talvez num número muito mais reduzido que antes), imbuídos do mercenarismo, conforme ao capitalismo neoliberal de ocasião que pariu tal alienado fascismo, algo que também se vai fazer pagar em moeda!

Nos termos de mais uma guerra psicológica alienada pela Doutrina Monroe segundo a administração Trump, até nisso vão ficar “transversalmente” a perder!

Este exemplo, poderá servir à atenção dos mais atentos observadores da CPLP, incluindo àqueles que se prendem ao“diktat” ultraconservador da língua para restringirem acessos de novos membros e de forma a reforçar agora, sem dúvida, o fascismo naquela organização: manter um Brasil fascista na CPLP, excluindo uma Cuba de sequer se potenciar na proposta de membro observador, quando a dignidade, a solidariedade e o internacionalismo de Cuba tem tanto a ver com a libertação de África do colonialismo e do “apartheid”, tem tanto a ver com as independências de Cabo Verde, da Guiné Bissau, de Angola, de Moçambique e até de Timor Loro-Sae, a maioria dos membros!

Desde já, pendurada que seja a CPLP em mais um agora indisfarçável fascismo da ocasião, há que considerar que em todas as “pontas grossas” em que se tornou o Brasil, há já garantidamente um efeito boomerang para a arrogância fascista: vão comer o pão que o diabo amassou… “graças a deus”!

Martinho Júnior - Luanda, 16 de Novembro de 2018


Figuras:
Cartaz esclarecedor da participação cubana no Mais Médicos;
O que os brasileiros vão perder por causa da arrogância fascista de Bolsonaro, com o Menos Médicos;
O prefeito Marcelo Rangel e médicos cubanos, na cerimónia em que Ponta Grossa recebeu os 60 médicos cubanos do Programa Mais Médicos.

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