terça-feira, 27 de março de 2018

ENTENDAM A DIALÉCTICA!

Zillah Branco* | opinião

O PS, como todos na sociedade, viveu o processo desencadeado no 25 de Abril de 74 sofrendo contradições internas, pessoais e geracionais, que refletem a formação de esquerda ou de direita, dialécticamente contraditórias. Mário Soares aliou-se a dois representantes do imperialismo - Kissinger e Willy Brandt - que com financiamentos e trabalhos secretos conduziram o PS a negar a sua anterior aliança com a luta dos democratas portugueses. Combateu tenazmente as acções de Vasco Gonçalves na defesa das nacionalizações da banca e das empresas essenciais ao desenvolvimento nacional, no apoio à Reforma Agrária e à organização dos pequenos agricultores para fazerem face à cobiça das multinacionais que assumiam o comando da revolução industrial no campo expulsando os camponeses para as cidades ou o circuito da emigração. Colocou o PS como "social-democrata" contra a esquerda organizada nacional.

Com tal postura o PS, ao combater o entusiasmo libertador que abalava a população portuguesa, tornou-se responsável pela incultura política associada ao medo histórico contido na onda de anti-comunismo fossilizado que a direita (moderna e antiga) impôs com mentiras divulgadas e bombas assassinas dominando uma população que não tivera acesso à formação escolar e social em meio século de ditadura.

Vários dos seus ilustres camaradas abandonaram o PS que adotava a vocação da direita com um projecto liberal capitalista. O inimigo principal havia sido transferido do combate à ditadura fascista para a guerra fria imperialista contra a esquerda liderada pelo PCP. Deixando as acções terroristas para os partidos de direita - CDS e PPD - manteve-se perante o eleitorado como defensor da Revolução dos Cravos. E assim dominou o governo com uma política neo-liberal que partilhou com a direita - PSD atrelado ao CDS.

Aderiu à UE, sempre pela mão dos antigos mentores, vendendo a pátria por investimentos aplicados no visual do território a ser modernizado e no enriquecimento da banca e empresas privadas, e impedindo o desenvolvimento social que tocava directamente o povo português: impulso à pequena produção agrícola e artesanal, controle da produção empresarial para manter as leis trabalhistas e os benefícios necessários ao Estado Social que atende gratuitamente a população com serviços de saúde, formação escolar, assistência social aos idosos, invádos e desempregados, que a esquerda e muitos democratas sem partido defendiam.

Pintou de dourado um "Portugal de ricos" que oferece as suas qualidades naturais de paisagem e de uma antiga cultura camponesa aos turistas ricos. Deixou-se invadir por uma cultura capitalista importada que afogou o dinamismo natural do povo portugues e das forças produtivas existentes com tradição milenar específica. Adoptou o ingles como segunda lingua (subserviente ao imperialismo) e estilhaçou o idioma que serviu de base a povos da América, África e Ásia, na criação de linguas próprias enriquecidas pelos contactos históricos com várias etnias, além de constituir a expressão da riqueza literária de Portugal. Enfim, reduziu Portugal a uma peça do xadrez da UE, sem soberania para recusar, pelo menos, participar nas guerras invasoras do Oriente Médio e Norte da África, ou das repúblicas europeias de expressão socialista.

Mas a dialética não se apaga com um sopro, nem com a guerra fria. Os governos do PS foram de mal a pior até chegarem a Sócrates, formado pela juventude PSD e pela escola da média (especializada em projectar futuros membros do Clube de Bildenberg ou de governantes dóceis). Os desmandos foram tais, que contribuiram muito para a crise mundial do capital que escoa em maior volume para paraisos fiscais e formas de corrupção, retirando os lucros prometidos aos seus modestos depositantes e levando-os à miséria e muitas vezes à morte (como foi o caso do BES e tantos outros bancos internacionais).

Diante de tal cenário caótico, uma nova geração que leva à sério o título de "socialdemocrata" como um compromisso de honra com a população para criar um Estado Social controlado com base na equidade e justiça, abriu o Congresso do PS em 2013 exigindo uma auto-crítica.  É verdade que o jovem orador, apesar de bastante aplaudido, teve o seu nome retirado do site do Congresso e foi visivelmente censurado pela mesa dirigida por Maria Belém. Mas, a sua coragem teve eco e lançou uma ponte para evitar que o PS, ainda de Seguro e seus anquilosados próceres, sofresse o esvaziamento que Passos Coelho provocava no PSD. Sentiram a necessidade de limpar a expressão "socialista" de toda a carga de reacionarismo que conspurcara os seus princípios republicanos nas cedências vergonhosas à direita que serve ao imperialismo nas suas devastações planetárias.

Neste contexto as eleições conduzidas pela TV controlada pela direita e investimentos mal explicados repetiram o programa neo-liberal recomendado pela Troika. A esquerda, liderada pelo PCP, abriu uma porta ao PS - em fase de auto-critica - para que, assumindo compromissos com critérios sociais e não financeiros, para poder governar o país que exigia a correção dos muitos erros praticados em nome de uma falsa "austeridade" que apenas enriquecia o poder financeiro da UE e destruia o povo e a soberania da Nação.

O atual PS herdou um país enfraquecido pela continuada extinção das conquistas democráticas do 25 de Abril e a prática do neo-liberalismo imposto pela UE. O grande incêndio de 2017 demonstrou que há muito vem sendo desgovernado o campo para ceder à espoliação das terras e matas por empresas privadas com apoio multinacional. Para garantir proteção mínima o atual governo só vê (à luz do neo-capitalismo, e não da necessária auto-critica) a possibilidade de carregar os camponeses que restam para a periferia de cidades e deixar a terra para os grandes empresários que a cobiçam. Não se atreve a retomar o que a esquerda elaborou em 1974 para modernizar um campesinato com a sua força produtiva apoiada pelo Estado.

Mas, na queda de prestígio da velha direita diante de algum alívio nacional ao sacrifício da população (com a memória e a Constituição progressista de Abril) e às denúncias dos crimes incontroláveis do sector financeiro (devido ao que apelidaram "a geringonça" que aproximara o PS dos aspectos sociais exigidos) os grandes problemas que estão à vista de todos foram também reconhecidos pela TV. Porque? Agora o tema de interesse popular é apresentado pelos partidos de direita, que também recordam a costela "socialdemocrata" e põem a "boca no trombone" (com discursos que revelam o que a esquerda repete há décadas sem apoio mediático), com o conhecimento por dentro dos erros que ajudaram a cometer nos governos alternados há mais de 40 anos), que os direitos dos trabalhadores não são respeitados, os salários estāo congelados, a saúde e o ensino perdem investimentos que vão para as empresas privatizadas, os pequenoa agricultores vão sendo expulsos do campo, não há apoio social para acompanhar os idosos, as mães desempregadas ou sem marido perdem o direito de educarem seus filhos, enfim... não há Estado Social. Portugal volta a ser "um jardim a beira-mar plantado, com bela arquitectura e boa culinária, servida por pessoas risonhas e submissas", para o requinte dos turistas ricos! E o povo que construiu esta Nação emigra!

Para mais, o que é um problema em todos os países capitalistas, os defensores de um sistema honrado judicial vêm-se impossibilitados de limpar a sociedade dos sangue-sugas do sistema neo-liberal que é o motor da contra-democracia imposto pelo imperialismo global. Há uma crescente convergência com as permanentes críticas feitas mundialmente pela esquerda consequente.

De facto o PS, agora curvado à UE e seus aliados (com os quais concorre eleitoralmente), está "entre a cruz e a caldeirinha". Para usar uma expressão bem portuguesa: "temos pena". No entanto, podemos apontar o caminho dialéctico da saída: coragem para defender o socialismo real, como apontou a auto-crítica já proposta.

Estes problemas ocorrem em todo mundo capitalista em decorrência da crise sistémica. Os povos estão em luta contra as invasões, os golpes, as provocações de conflitos internos por grupos financiados pelo imperialismo, mas também dos abusos de poder e os roubos avassaladores dos recursos nacionais em prejuízo exclusivamente das condições de vida dos povos. A solução depende da capacidade de compreensão dos que prezam a democracia, a liberdade social, a solidariedade humana, a honra pessoal e a soberania da pátria, acima dos interesses mesquinhos de poder e riqueza.

Zillah Branco - *Cientista Social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de vida e trabalho no Chile, Portugal e Cabo Verde.

PORTUGAL | Rui Rio quer cortes nos serviços públicos em 2018


O presidente do PSD quer que o défice deste ano seja «substancialmente menos que 0,9%» e ainda uma redução da carga fiscal – através da «racionalização da despesa do Estado».

Rui Rio já fixou a meta do défice para 2018 e quer que este fique «substancialmente» abaixo de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em declarações à Lusa e à TVI, na sede do partido esta tarde, disse mesmo esperar um défice zero em 2019, ao mesmo tempo que pede uma redução da carga fiscal.

Apesar de falar em «reduções pequeninas», o novo presidente do PSD quer que isso seja feito ao mesmo tempo em que é feita a redução do défice. A solução, para Rio, é criar «um programa de racionalização da despesa do Estado». O nome, porventura ainda não definitivo, ressoa muito próximo do «Plano de Redução e Melhoria da Administração Central» – o nome dado ao plano de implementação das imposições da troika pelo governo do PSD e do CDS-PP, em 2011.

Ao fim de um mês turbulento ao leme do PSD, em que viu três dos dirigentes escolhidos por si envolvidos em investigações judiciais e em que acabou mesmo por perder o secretário-geral, Rui Rio parece ter encontrado estabilidade nos números das contas públicas e começou a desenhar a sua nova proposta política. No entanto, a única novidade é sair da sua boca, porque o conteúdo não mudou relativamente aos últimos anos com Passos Coelho.

Se a «racionalização da despesa do Estado» tem significado sempre o corte nos orçamentos dos serviços públicos, a redução de impostos parece apontar claramente para a descida do IRC, almejada e prometida pelo anterior governo ao patronato – já que em matéria de IRS, este ano haverá lugar a uma redução para grande parte dos contribuintes.


Imagem: O presidente do PSD, Rui Rio, durante uma visita aos Bombeiros Voluntários de Arganil. 26 de Março de 2018CréditosNuno André Ferreira / Agência LUSA

PORTUGAL | A cultura em submarinos


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Por ano, o Estado gasta com a manutenção de dois submarinos de utilidade duvidosa mais de metade do que investe nos concursos de apoio à criação artística. O setor está zangado, e tem todas as razões para isso. Do Governo de PSD/CDS pouca gente esperava mais que o pior, e foi isso que foi entregue, com a liquidação do Ministério e de uma parte do já magro orçamento da cultura. Mas o Governo de António Costa criou expectativas, fez juras de apoio às artes, fez regressar o Ministério e, em jeito de golpe final, chamou Miguel Honrado - um homem do setor - para secretário de Estado da Cultura.

Depois de um longo processo de consulta, e de quase dois anos de espera para abertura dos concursos no âmbito do "Novo modelo de apoio às artes", Honrado conseguiu, como resultado, "um momento sofrido para o setor artístico". Há, apesar de tudo, uma diferença, afirma, é que os atrasos de seis meses do anterior Governo foram agora reduzidos para quatro. Como se a precariedade não fosse cumulativa, e o objetivo do novo modelo não fosse precisamente acabar com os atrasos. Para centenas de companhias estes atrasos significam programar sem saber se serão financiadas; significa não renovar contratos e manter trabalhadores em suspenso; significa endividarem-se (muitas vezes a título pessoal) para poder continuar a ter um horizonte de criação.

Mas a falha não é apenas procedimental. O novo modelo tem perversões, nomeadamente quando coloca estruturas públicas, como os teatros municipais, a concorrer aos mesmos financiamentos que companhias independentes. Acima de tudo, e independentemente de qualquer outra consideração, as verbas são comprovadamente insuficientes para um setor que há anos vive no fio na navalha. Só uma parte dos resultados concursais é conhecida, e já se sabe que o trabalho de estruturas artísticas incontornáveis está comprometido por falta de financiamento. O júri da DGArtes é claro: a verba não chega para os mínimos.

A esse propósito, disse Miguel Honrado que o Governo continua apostado "na correção dessa trajetória", mas que tem que "lidar com os constrangimentos macroeconómicos". Um dia depois, Mário Centeno apresenta um défice de 0,9% em 2017. Ou seja, 1000 milhões abaixo da última previsão (no Orçamento para 2018), se usarmos os dados do PIB de 2017.

O ator Nuno Lopes disse o que era preciso ao receber o prémio Sophia: "A cultura é uma responsabilidade do Estado", tanto quanto a educação, a saúde ou a segurança, acrescento eu. Não queiramos acordar um dia num país pequenino que não se consegue pensar ou imaginar fora do seu próprio obscurantismo.

Ainda há tempo, e as exigências são tão simples quanto justas: corrigir as lacunas deste concurso, mudar as regras dos próximos e reforçar as verbas do próximo ano.

* Deputada do BE

CATALUNHA | Puigdemont "não se renderá"


O ex-presidente do Governo catalão Carles Puigdemont "não se renderá" e apela à unidade dos soberanistas, disse esta terça-feira o seu advogado, após visitá-lo pela primeira vez na prisão em Neumuenster (Alemanha).

"Confiamos na Justiça alemã", afirmou o advogado, Jaume Alonso-Cuevillas, aos meios de comunicação concentrados em frente ao recinto penitenciário onde se encontra Puigdemont desde que foi detido no domingo, pouco depois de cruzar a fronteira alemã vindo da Dinamarca, em aplicação do mandado de captura europeu emitido por Espanha.

Segundo o advogado, o ex-presidente da Generalitat está consciente de que tanto o processo de extradição como a sua situação de "privação de liberdade" podem "prolongar-se", mas está tranquilo.

"Foi um motivo de euforia vê-lo" assim com "tanta determinação e coragem", assegurou Alonso-Cuevillas, após relatar que Puigdemont se encontra "em perfeita forma anímica" e "em excelentes condições físicas".

O advogado também transmitiu uma mensagem de Puigdemont para que os separatistas na Catalunha se mantenham unidos e que os protestos não sejam violentos.

Alonso-Cuevillas assegurou que o seu cliente, que se considera um preso político, agradece as demonstrações de apoio que tem recebido.

O processo de extradição de Puigdemont para Espanha começou esta segunda-feira, com a decisão do tribunal de primeira instância de Neumuester de manter o antigo governante na prisão enquanto é analisada a ordem de detenção.

O ministério público de Schleswig deve estudar o pedido espanhol e solicitar ou não à audiência territorial que execute a extradição.

O processo demorará "alguns dias", segundo a procuradoria alemã, e durante este período, no mínimo, Puigdemont permanecerá na prisão.

Na sexta-feira, o Supremo Tribunal espanhol acusou de delito de rebelião 13 separatistas pela sua participação no processo de independência da Catalunha, entre os quais o ex-presidente do executivo regional Carles Puigdemont, fugido na Bélgica.

Carles Puigdemont é acusado de ter organizado o referendo de autodeterminação de 1 de outubro de 2017 apesar de este ter sido proibido por violar a Constituição espanhola.

A 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.

O bloco de partidos independentistas manteve uma maioria de deputados no parlamento regional e está a ter dificuldades para formar um novo executivo.

Jornal de Notícias

A integridade desapareceu do ocidente


Paul Craig Roberts

Entre os líderes políticos do ocidente não há nem um grama de integridade ou moralidade. Os media impressos e a TV do ocidente são desonestos e corruptos para além de qualquer conserto. Mas o governo russo persiste na sua fantasia de "trabalhar com os parceiros ocidentais da Rússia". O único meio de a Rússia poder trabalhar com bandidos é ela própria tornar-se uma bandida. Será isso o que quer o governo russo?

Finian Cunningham nota o absurdo do alvoroço entre os políticos e o media acerca do (tardio) telefonema a Putin para congratulá-lo pela sua reeleição com 77 por cento dos votos, uma mostra de aprovação pública que nenhum líder político ocidental poderia atingir. O enlouquecido senador do Arizona chamou a pessoa com a maior maioria de votos do nosso tempo de "um ditador". Mas um ditador real empapado em sangue na Arábia Saudita é festejado na Casa Branca e bajulado pelo presidente dos Estados Unidos.   www.informationclearinghouse.info/49069.htm

Os políticos e presstitutos ocidentais estão moralmente ultrajados acerca de um alegado envenenamento, não apoiado por qualquer prova, de um antigo espião sem importância às ordens do próprio presidente da Rússia. Esta espécie de insultos insanos lançados ao líder da mais poderosa nação do mundo em termos militares – e a Rússia é uma nação, ao contrário dos mestiços países ocidentais – levanta as probabilidade de um Armagedão nuclear muito superior aos riscos incorridos durante a Guerra Fria do século XX. Os loucos insanos que fazem estas acusações não provadas mostram desrespeito total por toda a vida sobre a terra. Eles encaram-se como o sal da terra e como pessoas "excepcionais, indispensáveis".

Pense acerca do alegado envenenamento de Skirpal pela Rússia. O que pode ser isto senão um esforço orquestrado para demonizar o presidente da Rússia? Como pode o ocidente estar tão ultrajado com a morte de um agente duplo, isto é, de uma pessoa enganosa, e completamente indiferente aos milhões de pessoas destruídas pelo ocidente só no século XXI. Onde está o ultraje entre os povos ocidentais quanto às mortes maciças pelas quais o ocidente, a actuar através do seu agente saudita, é responsável no Iémen? Onde está o ultraje ocidental entre os povos do ocidente acerca dos mortos na Síria? Os mortos na Líbia, na Somália, no Paquistão, na Ucrânia, no Afeganistão? Onde está o ultraje no ocidente quanto à constante interferência ocidental nos assuntos internos de outros países? Quantas vezes Washington derrubou um governo democraticamente eleito nas Honduras e reinstalou um fantoche seu?

A corrupção no ocidente estende-se para além de políticos, presstitutos e um displicente público de peritos. Quando a ridícula Condi Rici, conselheira de segurança nacional do presidente George W. Bush, falou de armas de destruição em massa de Saddam Hussein, não existentes, a enviarem uma nuvem nuclear sobre uma cidade americana, tais peritos não se riram dela. A probabilidade de um evento assim era precisamente zero e todo perito sabia disso, mas os peritos corruptos mantiveram suas bocas caladas. Se falassem a verdade, sabiam que não ficariam na TV, não obteriam uma gratificação do governo, estariam fora de cogitação para uma nomeação governamental. Assim, aceitaram a mentira absurda destinada a justificar uma invasão americana que destruiu um país.

Isto é o ocidente. Não há nada senão mentiras e indiferença para com as mortes de outros. O único ultraje é orquestrado e dirigido contra um alvo: o Taliban, Saddam Hussein, Gaddafi, Irão, Assad, Rússia e Putin, e contra líderes reformistas na América Latina. Os alvos do ultraje de Washington são sempre aqueles que actuam independentemente de Washington ou que já não são úteis para os seus propósitos.

A qualidade das pessoas em governos ocidentais chegou ao colapso, ao próprio fundo do barril. Os britânicos realmente têm uma pessoa, Boris Johnson, como secretário do Exterior que é tão desprezado que um antigo embaixador britânico não tem escrúpulos em chamá-lo categoricamente como mentiroso.   www.informationclearinghouse.info/49067.htm   O laboratório britânico de Porton Down, ao contrário da afirmação de Johnson, não identificou o agente associado com o ataque a Skirpal como um agente novichok russo. Note-se também que se o laboratório britânico é capaz de identificar um agente novichok, também tem a capacidade de produzi-lo, uma capacidade que têm muitos países pois as fórmulas foram publicadas anos atrás num livro. 

Que o envenenamento por novichok de Skirpal é uma orquestração é óbvio. No minuto em que o evento ocorreu a narrativa estava pronta. Sem qualquer evidência à mão, o governo britânico e os media presstitutos estavam a berrar "os russos fizeram isto". Não contente com isso, Boris Johnson berrou: "Putin fez isto". A fim de incutir temor e ódio à Rússia na consciência britânica, ensinam às crianças nas suas escolas que Putin é como Hitler.    russia-insider.com/...

Orquestrações tão flagrantes como esta demonstram governos ocidentais sem respeito pela inteligência dos seus povos. Que governos ocidentais escapem impunes a estas mentiras fantásticas indica que os mesmos são imunes à responsabilização. Mesmo se a responsabilização fosse possível, não há sinal de que povos ocidentais sejam capazes de fazer com que seus governos sejam responsabilizados. Quando Washington conduz o mundo à guerra nuclear, onde estão os protestos? O único protesto é de escolares com cérebro lavado a queixarem-se da National Rifle Association e da Segunda Emenda.

A democracia ocidental é uma farsa. Considere-se a Catalunha. O povo votou pela independência e foi denunciado por fazer isso pelos políticos europeus. O governo espanhol invadiu a Catalunha alegando que o referendo popular, no qual o povo exprimiu sua opinião acerca do seu próprio futuro, era ilegal. Líderes catalães estão na prisão à espera de julgamento, excepto Carles Puigdemont que escapou para a Bélgica. Agora a Alemanha capturou-o no seu retorno à Bélgica vindo da Finlândia, onde deu uma conferência na Universidade de Helsínquia e está a mantê-lo preso para um governo espanhol que tem mais semelhança com Francisco Franco do que com democracia.   www.rt.com/news/422269-catalan-puigdemont-detained-germany/ A própria União Europeia é uma conspiração contra a democracia.

O êxito da propaganda ocidental em atribuir a si próprio virtudes não existentes é o maior êxito de relações públicas da história. 

26/Março/2018

Ver também: 

DEBILIDADE MENTAL NO US ARMY


Num grande esforço intelectual, a instituição com o nome pomposo de "Cyber Institute of the US Military Academy" acaba de lançar o seu manual de ciber-guerra. A obra, em banda desenhada, ficciona uma guerra entre a NATO e a Rússia a propósito da Moldávia no ano de 2027. 

Este feito notável dos cérebros do US Army pode ser apreciado aqui . Mas com tais pedagogos parece discutível que a tropa estado-unidense fique up-to-date para as guerras do regime Trump.

Resistir.info

Os russos estão no seu Facebook? Talvez. Mas os EUA estão, de certeza absoluta!

A técnica é sempre a mesma. O medo, a chantagem, a manipulação, as mentiras, os exageros… Os vendilhões de papões aí estão, aliás, nunca foram embora, nunca desapareceram. O ocidente decrépito tem de engendrar sempre desculpas para manipular os povos, os países, os cidadãos, se necessário criar guerras em que o capitalismo selvagem sai a ganhar a dois carrinhos ou ainda mais. Como sempre são os povos que perdem, inclusive as sua vidas, os seus países, as suas nacionalidades, as suas dignidades. Perdem tudo ou quase tudo.

Sabemos que estas são horas de lanchar, a meio da tarde na maior parte dos países da Europa e em Portugal também, mas lá por isso trazemos agora aqui o Curto do Expresso, hoje de lavra de Pedro Santos Guerreiro, diretor lá do burgo Balsemão Bilderberg.

Os atuais acontecimentos, a proganda, tem por objetivo fazer entender que os russos são uns pestilentos, quase uns monstros que interferem em tudo, que espiam tudo, que fazem eleger presidentes no ocidente (Trump e etc.) que ajudam com que o brexit vença no referendo. Que os russos papam os dados do Facebook, que estão no nosso Facebook. Pois sim, talvez. Não temos a certeza, mas o mesmo não podemos dizer dos americanos (EUA). Isso por termos a certeza absoluta que os temos no Facebook. Aliás, o Facebook é deles, melhor ainda: se a CIA e as agências pespenetas que abundam a meter-se nas nossas vidas não estivessem nos nossos Facebook era mais que razão para atirar foguetes e fazermos uma festa. Mas estão e nem temos dúvidas. Pois.

Esta propaganda que corre mundo, made in EUA e aliados, é que é mesmo pestilenta e perturbadora da paz. Não se infira daqui que as políticas da Rússia são as melhores e perfeitinhas, não. Contudo sabemos há largas décadas que as políticas dos EUA são uma grande trampa. Que fomentam guerras, morticínios, misérias, fome, etc.,etc.

Afinal, toda esta panóplia de "guerra" contra a Rússia devido a muito prováveis falsas alegações de que assassinaram um ex-espião no Reino Unido. Eles, os russos malandros. A saber mantém-se as dúvidas sobre o veneno que alegadamente matou esse tal ex-espião (já aqui publicámos no PG o contraditório). Não é certo que o veneno referido pelo Reino Unido seja de origem russo. O contraditório diz que não existem certezas… Ora, se nos lembrarmos das mentiras e manipulações acerca dos venenos e armas de destruição massiva de Sadam temos de ficar de pé atrás sobre quem matou o tal espião. Nem seria a primeira vez que o Reino Unido mentia, no caso esta PM Theresa May, tal como o então PM Tony Blair o fez. Se mentir der jeito os políticos fazem-no sem sombra de hesitação ou de dúvidas.

Servem os alarmes de exagero para encherem as cabeças dos menos avisados, manipulando-os. Muitas vezes só com títulos facilitadores de repleta mentira, medíocres,  propaganda que está ao rubro. Neste caso contra a Rússia, uma potência mundial que surpreendentemente está novamente a crescer, contra a vontade do ocidente.

Em todo este panorama devemos considerar o peso da China, já uma potência mundial moderna. Afinal o que é que o ocidente (os EUA) quer? Boas relações e entreajuda em prol do bem-estar dos povos ou quer continuar a provocar situações de fricção, de intolerância e de guerra?

Sigam para o Curto do Expresso. Como dizem os que andam a rapar os contentores camarários: “por entre o lixo também encontramos coisas úteis e boas”. É o caso. (MM | PG)

Este é o seu Expresso Curto

Pedro Santos Guerreiro | Expresso

Os russos estão no seu Facebook?

O diplomata francês Charles Talleyrand dizia que a opinião pública tem mais sabedoria do que muitos grandes estadistas. Mas o que acontece quando a opinião pública é manipulada em larga escala por Estados? Quando há denúncias de roubo de dados de milhões de perfis nas redes sociais, que alimentam as suspeitas de intervenções russas para manipular as eleições nos Estados Unidos e o referendo no Brexit?

A tensão do “resto do mundo” com a Rússia adensa-se, depois do assassinato do agente duplo Sergei Skripal, em Inglaterra, por envenenamento com novichok, a que poderão ter sido expostas mais de 130 pessoas.

O ocidente entra em ação. Ou em expulsão. Depois da ofensiva musculada do Reino Unido, que a 14 de março anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico, bem como o congelamento das relações bilaterais, 16 países da União anunciaram idêntica medida:

Alemanha, França e Polónia (cada um expulsando quatro diplomatas), Lituânia e República Checa (três), Dinamarca, Holanda, Itália e Espanha (dois), Croácia, Estónia, Finlândia, Roménia, Hungria e Suécia (um), Letónia (um diplomata expulso e uma empresa russa proibida).

Fora da União Europeia, contam-se nesta ofensiva os EUA (60 diplomatas expulsos e o encerramento do consulado russo em Seattle), Canadá (quatro russos expulsos e recusa de três pedidos de admissão de funcionários para a embaixada), Ucrânia (13), Albânia (dois), Noruega e Macedónia (um).

“Juntos, enviámos a mensagem de que não vamos tolerar as contínuas tentativas da Rússia de ignorar o Direito internacional e de comprometer os nossos valores”, afirmou a primeira-ministra Theresa May. “Trata-se da maior expulsão coletiva de agentes russos dos serviços de informações russos de sempre e vai contribuir para defender a nossa segurança comum”, rejubilou o ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson.

“Haverá resposta”, ameaçou Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo. Moscovo começara por expulsar também 23 diplomatas britânicos e suspender a atividade do British Council na Rússia. Zakharova diz ainda queLondres deixou bomba com efeito retardador nas relações Rússia-UE. O Kremlin garante que a resposta será “recíproca” e decidida por Putin.

Portugal ainda não tomou posição. O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz ter tomado “boa nota” da decisão mas defendeu o “diálogo” como “o instrumento mais eficaz” para responder à gravidade da situação presente”.

“Acho bem que Portugal não alinhe com a onda”, diz Miguel Sousa Tavares na SIC, que sublinha que não está provado que o assassinato tenha sido orquestrado pela Kremlin. E acha surpreendente que os governos “não estejam é preocupados com a intervenção da Rússia em atos eleitorais na Europa, nomeadamente no referendo inglês”, e nas eleições americanas. "É estranho que não estejam pois há suspeitas fundamentadíssimas de que facto os russos intervieram em colaboração com a empresa inglesa Cambridge Analityca e com o Facebook para potenciar o desfecho de eleições, mancomunados com a extrema-direita americana e europeia. Isso sim é que é gravíssimo”, porque “está em causa minar os fundamentos das democracias ocidentais”.

Christopher Wylie, que denunciou o escândalo da Cambridge Analytica, onde trabalhava, diz no El Pais que não só Donald Trump não teria ganho nos Estados Unidos como “o Brexit não teria acontecido” sem a intervenção da empresa, que manipulou milhões de contas na maior rede social do mundo. As práticas de pirataria através do Facebook estão sob investigação.

OUTRAS NOTÍCIAS

Dois títulos tonitruantes:

1) “Portugal celebra o menor défice da democracia” (só que não)

2) Carga fiscal atinge valor mais alto em pelo menos 22 anos(então mas não ia cair?)

1) Os exercícios interpretativos com o défice orçamental são tão habituais como o próprio défice. Mas a história é relativamente simples. Portugal conseguiu uma vitória em Bruxelas quando persuadiu a Comissão Europeia de que a injeção de capital na Caixa Geral de Depósitos não era uma ajuda de Estado, o que faria com que não contasse para o cálculo do défice em termos de Procedimento de Défices Excessivos. Essa foi uma vitória política. Mas, em termos técnicos, o órgão oficial Eurostat incluiu essa injeção de capital no défice, o que já se perspetivava há quase um ano. Por isso, Mário Centeno foi usando as cativações para conseguiu um défice inferior ao previsto pelo próprio governo, fixando-o nos 0,9%... sem a injeção da Caixa. Ao conseguir um défice tão baixo, acomodou a inclusão da injeção da Caixa, apesar de contestá-la com veemência: mesmo assim o défice não supera os 3%. Segue-se o debate político sobre se o défice é 0,9% ou 3% (oficialmente na União Europeia, o que conta é o valor do Eurostat, 3%). Mas ficou garantido que Portugal não regressa ao “castigo” do Procedimento de Défices Excessivos.

Ah: as ajudas à banca já custaram 17 mil milhões a contribuintes (conta no DN).

2) Ao contrário do que previa o Governo, a carga fiscal subiu em 2017 para o valor mais elevado desde, pelo menos, 1995: 37% do PIB, explica o Diário de Notícias. Em 2016 havia sido de 36,6%. Nos dois anos o governo disse que desceria. Nos dois anos subiu. Em valor, não há dúvidas: nunca pagámos tantos impostos como hoje.

O Público escreve que distritais do PSD “querem ver Rio nas ruas”. (Também há quem o queira ver na rua, como escrevia o Expresso no sábado). O presidente do partido já começou, debutando ontem “no país real” em Arganil, para ouvir as queixas dos bombeiros e das associações das vítimas os incêndios, e para dizer que “quem quiser ser governo tem de ganhar o combate na floresta”.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, garante que a ideia de criar uma estrutura de missão através da qual as Finanças vão controlar a despesa do Serviço Nacional de Saúde foi sua. E que não é, portanto, uma sujeição a Mário Centeno.

Os funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) iniciam hoje uma greve de três dias, contra "situação caótica" que denunciam naquela entidade.

A rixa deste sábado à tarde no Prior Velho, em Lisboa, entre fações de motards de extrema-direita está a ser investigado pelas autoridades. Os agressores contra o grupo Bandidos serão cerca de 20 elementos dos Hell’s Angels, que invadiram um restaurante de cara tapada e munidos de facas, paus e barras de ferro. Os Hell’s Angels procurados pela Unidade Nacional de Contra-Terrorismo da PJ são de cinco países do norte da Europa.

Portugal já não está em seca extrema nem severa, explica a SIC. Depois das chuvadas das últimas semanas, só o Algarve, Baixo Alentejo e uma faixa do litoral norte se mantêm em situação de seca, mas fraca. A Páscoa trará chuva, vento e queda de neve. Mas os hotéis do Algarve estimam uma ocupação de 80%.

Os CTT vão aumentar na próxima segunda feira os preçosdos serviços de correios, em média 4,5%. A atualização em 2017 foi de 2,4%.

A Guarda quer atrair investimentos chineses. Para isso, a Câmara Municipal celebrou um protocolo de cooperação com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa.

Lá fora, a questão da Catalunha. O tribunal alemão de primeira instância de Neumünster decidiu manter Carles Puigdemont em prisão preventiva, podendo o processo de extradição para Espanha demorar até 60 dias, prorrogáveis por mais 30. O antigo presidente da La Generalitat foi detido no domingo de manhã na fronteira com a Dinamarca, quando pretendia regressar à Bélgica, onde esteve cinco meses fugido à justiça espanhola.

Pergunta Daniel Oliveira: “Rajoy vai prender metade dos catalães?” O colunista do Expresso desafia não o primado da lei, mas o “equívoco” de que a lei antecede a política: “Ela é política. É feita por políticos em determinados contextos políticos. E se a lei cria um beco sem saída ela torna-se num problema político.” O caminho de Rajoy, que ao caminho da negociação para um “ponto de equilíbrio comum” prefere o caminho da “criminalização da dissidência e da judicialização da política” está a levar Espanha “a atravessar fronteiras bastante perigosas”.

A Polícia Marítima em missão na Grécia detetou um embarcação com 33 migrantes a bordo, um bote sobrelotadoque navegava em direção ao Farol de Molivos.

Foi ontem apresentado o Frente Europeia de Desobediência Realista (MERA25), o novo partido de Yanis Varoufakis. O antigo ministro das Finanças no governo do Syriza tornou-se crítico do movimento esquerdista que continua no poder, a braços com as contínuas crises da dívida pública e de refugiados e migrantes.

O episódio do 60 Minutes com a entrevista da atriz porno Stormy Daniels (cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford) foi visto por mais de 22 milhões de pessoas, um recorde de audiência daquele programa em dez anos. Stormy Daniels reiterou que passou uma noite com Donald Trump e que concordou em receber 130 mil dólares para manter silêncio. Mas revelou que o fez depois de ser ameaçada num parque de estacionamento, quando um homem se aproximou e, segundo a atriz porno, lhe disse: “Deixa Trump em paz. Esquece a história.” Depois, ainda segundo o mesmo relato, o homem olhou para a sua filha e disse “É uma bonita rapariga, seria uma pena se alguma coisa acontecesse à sua mãe”.

A Casa Branca atacou imediatamente a credibilidade de Stormy Daniels. Stephanie Clifford processou o advogado de Trump por difamação, avança o Financial Times. O advogado sugerira que a atriz mentira, quando disse que lhe pagou (do seu bolso) para não falar sobre a sua relação com o agora Presidente dos Estados Unidos, ainda o que o que ela teria para contar não fosse verdade.

Emma González tornou-se um rosto nos Estados Unidos pela luta contra a facilidade com que armas. Sobreviveu ao tiroteio no liceu em Parkland, onde 17 alunos foram mortos em pouco mais de seis minutos.

Talíria Petrone, apontada como sucessora de Marielle Franco, vereadora morta no Rio de Janeiro, diz ao Expresso que “É impossível não ter medo. Mas o medo não nos paralisa. Não vamos recuar um milímetro”. A entrevista pode ser lida ou ouvida aqui.

José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, foi constituído arguido e está impedido de sair do país. Em causa uma alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares para um banco britânico.

Manuel Reis, proprietário do Lux-Frágil e figura emblemática da noite que morreu este fim de semana, está hoje na primeira página de vários jornais. E ontem na do Expresso Diário, onde pode ler o artigo sobre “o construtor que desenhou várias cidades dentro de Lisboa”.

Portugal perdeu 3-0 frente à Holanda, no último teste antes da convocatória final para o Mundial. Este é o resultado mais pesado na era Fernando Santos. Foi uma “laranja mecânica com demasiado sumo para Portugal à deriva”, escreve a Tribuna Expresso.

A cunha caiu. Segundo o Jornal de Notícias, a contratação, pelo Benfica, de um sobrinho do oficial de justiça suspeito de ser “toupeira” no sistema de justiça foi travada com a operação da Polícia Judiciária. Já segundo o Correio da Manhã, o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, perdeu o recurso no caso dos e-mails, em que é arguido.

FRASES

“É evidente que existe má gestão na saúde”. Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, no DN.

“O Estado gasta com a manutenção de dois submarinos de utilidade duvidosa mais de metade do que investe nos concursos de apoio à criação artística”. Mariana Mortágua, no Jornal de Notícias.

O QUE EU ANDO A LER

“Lá Fora”, uma antologia de crónicas de Pedro Mexia, incluindo várias publicadas no Expresso, acaba de ser editada pela Tinta da China. Para ler ou reler. Mas onde eu andei foi na Feira do Livro da Poesia em Campo de Ourique, Lisboa, que decorreu até ao fim de semana passado.

Entre outros, comprei três livros de João Luís Barreto Guimarães: “Luz Última”, “Você Está Aqui” e “Mediterrâneo”, uma viagem poética por vários territórios. O poeta portuense, médico de profissão, explica:

“Procuro o inefável na espessura da tarde –
se eu não guardar num poema esta hora atravessada
nem ela nem esta tarde alguma
vez existirão.”

João Luís Barreto Guimarães esteve há dias (ou há noites) na livraria Lello, no Porto, numa tertúlia com Pedro Abrunhosa com o mote “Poesia da Música ou Música da Poesia?”. O Valdemar Cruz escreveu uma excelente prosa sobre essa “redenção da Lello”, que procura reencontrar-se como “livraria” depois de singrar como Disneylândia para turistas.

É de “Meditterâneo” que colho um excerto final, que remeto para o início deste Expresso Curto, que remete para os nossos dias:

“A verdade
(é sabido) sempre
foi subjetiva e eu queria mais da vida
(mais do que este espesso nada)
exatamente o quê não sei explicar
não sei. Deves recusar a mágoa
quando acaba a inocência –
e eu nada mais tenho a dizer:
a história
(como é sabido) escrevem-na
os vencedores.”

Tenha um excelente dia.

Catarina Martins diz que foi prudente Portugal “não fazer parte da escalada” na expulsão de diplomatas russos


Coordenadora do BE diz esperar que Portugal “mantenha posição”, que considera “prudente”

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou esta terça-feira prudente que o Governo português tenha decidido "não fazer parte da escalada" no caso da expulsão de diplomatas russos, na sequência do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal, no Reino Unido.

Até ao momento, 23 países, 16 deles membros da União Europeia, decidiram expulsar um total de 116 diplomatas russos, no âmbito das represálias ocidentais após o envenenamento, no início deste mês, do ex-espião russo Serguei Skripal em solo britânico, pelo qual Londres responsabiliza Moscovo.

Questionada pelos jornalistas à margem de uma reunião com a Associação de Apoio às Vítimas da Legionella, em Vila Franca de Xira, Catarina Martins considerou que "o envenenamento de um espião enquanto arma de política externa deve ser veemente condenado", mas ressalvou que "ainda não se percebeu muito bem o que aconteceu".

"Agora nós também temos assistido na Europa a uma vontade de fazer uma escalada de várias formas, que tem até produzido guerras por procuração em vários locais do mundo que não é aceitável. Que o Governo português não queira fazer parte dessa escalada parece-nos prudente. Esperemos que mantenha essa posição", afirmou.

Na segunda-feira, Portugal disse que tomava "boa nota" da decisão concertada assumida por vários Estados-membros da União Europeia de expulsar diplomatas russos acreditados nos respetivos países, mas não esclareceu se adotaria qualquer medida semelhante neste âmbito.

"Portugal toma boa nota das decisões, anunciadas hoje por vários Estados-membros da União Europeia, relativas à expulsão de diplomatas da Federação Russa neles acreditados", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa breve nota enviada às redações.

A Agência Lusa questionou diretamente o ministério tutelado por Augusto Santos Silva se Portugal iria assumir qualquer medida visando os diplomatas russos acreditados no território português, à luz do anúncio efetuado por vários países ocidentais, incluindo 14 países da UE, os Estados Unidos, a Ucrânia, a Albânia e o Canadá, em resposta ao envenenamento com gás neurotóxico do ex-espião Serguei Skripal no Reino Unido.

O ministério remeteu quaisquer esclarecimentos para um comunicado, onde se pode ler que Portugal "acredita que a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento mais eficaz para responder à gravidade da situação presente".

O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática entre a Rússia, o Reino Unido e os países ocidentais.

Em 14 de março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

Lusa | em Expresso

HOLANDA OFERECE CABAZ DE GOLOS NUMA EXIBIÇÃO VERGONHOSA DE PORTUGAL


Os problemas dos selecionados de Portugal vieram ao de cimo no encontro de ontem com a Holanda. Foi uma exibição vergonhosa e inadmissível na equipa que ainda é em título campeã europeia. Que não lhes deram espaço, afirmam os entendidos… Não lhes têm de dar espaço, são os jogadores que têm de os ganhar quando lhes dificultam a vida. Mas os selecionados de Portugal nada fizeram, ou quase nada, para criar esses espaços. Uma vergonha, foi o que vimos. (PG)

“PORTUGAL TEVE MUITOS PROBLEMAS PARA ENCONTRAR ESPAÇOS” – Koeman

A Holanda derrotou, esta segunda-feira, Portugal, por 3-0, e o selecionador Ronald Koeman revelou que o segredo do sucesso foi que não deram espaço aos jogadores portugueses.

«Começamos o nosso projeto na semana passada. Decidimos jogar com um sistema totalmente diferente daquele que utilizamos na seleção durante muitos anos. Apresentamos um meio-campo com três jogadores. A equipa fez um excelente jogo e deixou poucos espaços entre as linhas. Portugal teve muitos problemas para encontrar espaços. A diferença entre o jogo desta noite e da sexta-feira passada foi que estivemos mais confortáveis e marcamos rapidamente. A equipa esteve mais confiante e estiveram mais adaptados ao novo sistema. O resultado do jogo desta noite faz com que as coisas sejam mais fáceis», afirmou Koeman.

A Bola

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