domingo, 1 de abril de 2018

QUESTIONÁRIO DA RÚSSIA | Catorze perguntas simples que a Grã-Bretanha precisa responder


Embaixada da Rússia em Londres

A Embaixada da Rússia em Londres enviou ao Foreign Office britânico uma lista de 14 perguntas, pedindo que revele pormenores da investigação quanto ao agente de nervos que envenenou o agente duplo Sergei Skripal e sua filha.

As perguntas, abaixo, incluem um pedido para clarificar se amostras do agente de nervos A-234 (também conhecido como "Novichok") foi alguma vez desenvolvido no Reino Unido. A declaração da embaixada chama o incidente que iniciou o recente contencioso diplomático como um "caso falsificado contra a Rússia".

1. Por que foi negado à Rússia o direito de acesso consular aos dois cidadãos russos afectados no território britânico?

2. Que antídotos específicos e como as vítimas foram injectadas com ele? Como tais antídotos chegaram à posse dos médicos britânicos na cena do incidente?

3. Em que base a França se envolveu em cooperação técnica na investigação do incidente, no qual cidadãos russos foram prejudicados?

4. Terá o Reino Unido notificado a OPCW (Organização para a Proibição de Armas Químicas) do envolvimento da França na investigação do incidente de Salisbury?

5. O que tem a França a ver com o incidente que envolveu dois cidadãos russos no Reino Unido?

6. Que regras da legislação processual do Reino Unidos permitem o envolvimento de um estado estrangeiro numa investigação interna?

7. Que evidência foi entregue à França para ser estudada e conduzida a investigação?

8. Estavam os peritos franceses presentes durante a amostragem de biomaterial de Sergei e Yulia Skripal?

9. Foi o estudo dos biomateriais de Sergei e Yulia Skripal conduzido pelos peritos franceses e, se assim for, em quais laboratórios específicos?

10. Será que o Reino Unido tem os materiais envolvidos na investigação executada pela França?

11. Foram os resultados da investigação francesa apresentados ao Secretariado Técnico da OPCW?

12. Com base em que atributos foi estabelecida a alegada "origem russa" da substância utilizada em Salisbury?

13. Será que o Reino Unido tem amostras de controle do agente de guerra química, ao qual representantes britânicos referem-se como "Novichok"?

14. Foram as amostras de um agente de guerra química do mesmo tipo do "Novichok" (de acordo com a terminologia britânica) ou seus análogos desenvolvidos no Reino Unido?

Uma lista semelhante, com 10 perguntas, foi enviada ao Ministério francês dos Negócios Estrangeiros pela Embaixada Russa em Paris. 

31/Março/2018

O original encontra-se em www.rt.com/news/422871-russia-questions-uk-skripal-case/ 

Esta notícia encontra-se em http://resistir.info/ 

O COMEÇO DO FIM DO PETRO-DÓLAR


A miséria do jornalismo português foi confirmada hoje, 26 de Março de 2018. A notícia mais importante do dia – o lançamento da bolsa de petróleo de Shangai – foi ignorada nos media do burgo lusitano, inclusive pelos jornais económicos. No entanto, a data de hoje poderá ficar na história como o começo do fim do petro-dólar, o que tem múltiplas consequências

Os preços de referência do WTI e do Brent, cotados em dólar, poderão a prazo serem destronados pelo de Shangai. Os banqueiros centrais de todo o mundo já não precisarão acumular tanto dólar para atender às necessidades do comércio do óleo. Nada disto transparece no jornalismo luso, entretido na pequena política. Somos cada vez mais desinformados, tanto pela mentira como pela omissão. 

Ver também notícia do primeiro dia de funcionamento da nova Bolsa de Shangai:'PetroYuan' Futures Launch With A Bang, Volume Dominates Brent As Big Traders Step In (Contratos de futuros em PetroYan lançados com estrondo, o volume ultrapassa o do Brent pois grandes comercializadores intervêm).

Resistir.info

Mentira de 1 de Abril | FEDERAÇÃO E LIGA CHAMAM PRESIDENTES DOS CLUBES


Cumprindo a tradição o PG também pregou uma partida nas publicações de hoje, só uma mentira do dia 1 de abril. Considerando a inflamação no futebol usámos o que até podia ser notícia se a Liga e a Federação de Futebol se interessassem em aplacar a "guerra" que está em curso entre alguns clubes e até na eventual difamação de jogadores.

Pois saibam que o título e respetivo texto publicado hoje de manhã  no Página Global - Futebol | FEDERAÇÃO E LIGA CHAMAMDE SURPRESA PRESIDENTES DOS CLUBES PARA REUNIÃO - é uma descarada mentira alusiva ao 1 de abril, designado Dia das Mentiras. Mas para quê, se todos os dias vimos e ouvimos aldrabões a pespegarem-nos mentiras! E o Dia das Omissões quando é? Não há? Devia de haver! 

Mentira que atualmente já é hábito em imensas publicações online e não só. Chamam-lhes Fake News, em português notícias falsas. E isso que importa, atualmente em Portugal os portugueses que não souberem patavina de inglês ficam a apanhar bonés devido ao vício de jornalistas e outros "artistas" empregarem o inglês por dá cá aquela palha. Por um vetor anda a CPLP (e nós também a pagarmos) a gastar um dinheirão para ensinar e divulgar a língua portuguesa e por outro, em Portugal, existem imensos sujeitos(as) a papaguear termos em inglês que até chateia. Coisas da vida... (PG)

Portugal | MAIS ACHAS PARA A FOGUEIRA DO FUTEBOL DOS MILHÕES E DOS FANÁTICOS



Mário Motta, Lisboa

Não é costume no Página Global dispensarmos tanta atenção ao futebol dos milhões e dos fanáticos que vibram como numa religião estapafúrdia ou numa ideologia doentia, exacerbada, mas desde há tempos a esta parte que observamos acontecer em crescendo desatinos por entre os chamados presidentes dos clubes milionários, principalmente esses agentes do desporto de tiques monárquicos (porque o dizem “rei”).

Os incendiários e inflamados predominam nas grandes manchetes e presenças nas televisões. Por cada canal português assistimos a horas infindas de conversa de xaxa e até de zangas, de arruaças que contaminam, inclusive, os moderadores e/ou profissionais da comunicação social. É de supor que a maioria dos portugueses estão fartos destas “conversas”, o que não invalida que as audiências aumentem e se verifiquem mais vendas de jornais. “Passo horas a ver os “debates desportivos” (futebol) porque estou sempre à espera que eles andem à porrada”, declarou um adepto não fervoroso que além de gostar de futebol também aprecia boxe. Quer dizer: a coisa vende e mantem num certo suspense os que assistem em televisão às conversas de xaxa.

Até aqui tudo mais ou menos. O que já passa das marcas é quando dirigentes dos clubes maiores, da primeira liga e dos milhões de euros, se excedem e trazem para a praça pública coisas comezinhas e problemas domésticos que deviam resolver entre si e os seus pares adversários. Adversários desportivos. Não dá para fulanizar nem “pintar a manta” com inverdades ou inexatidões.

“Quem não se sente não é filho de boa gente”, é um adágio bem conhecido e evocado por supostos ou realmente ofendidos. E é aí que está o busílis. Um diz assim e o outro diz assado… Está o caldinho arranjado. E muitos até o fazem por uma questão de vedetismo. E sentem-se bem a serem vedetas, nem lhes importa o objeto da sua popularidade. Se assim é digam lá quem é que conhecia o nome Bruno de Carvalho há 5 anos ou menos? E outros que aparecem e tudo fazem para constar nas manchetes e nas televisões das conversas de xaxa. E os supostos jornalistas adoram tais tricas e laricas. E picam que é para condimentar melhor o desentendimento e o défice de educação.

É assim que está a acontecer, ainda para mais com Twitter e Facebook. Para esses a conversa de xaxa tornou-se num vício umbilical na comunicação social, melhor que ir ao circo, para alguns, demasiados.

No caso aqui mencionado em texto do Notícias ao Minuto a guerra entre o Sporting e o Braga até podia amainar… Não, o presidente do Braga atiçou com mais umas achas na fogueira e vem agora o presidente do Sporting atiçar ainda mais. E a coisa vai em crescendo, publicamente, quando ambos podia resolver os seus diferendos reunindo e conversando como pessoas de bem. Oh, pois é, mas isso não dava manchetes nem promoções pessoais. Pois é. Pois é.

Leiam o que segue e se vos apetecer podem chamar-me os nomes que vos der na real gana. Ignorarei, porque esta é só a minha opinião acerca do futebol dos milhões que fora das quatro linhas se transformou num chiqueiro onde existem uns quantos que insistem em chafurdar… porque sim. Feitios. Tudo isso em nome do desporto. Desporto? Mas que desporto? 

Até poderá haver quem tenha razão (no caso do Sporting e do Braga), um e/ou outro, mas assim não. Já ambos a perderam, por entre tanta xaxada e ausência de nível, sem qualidade para dirigirem um bordel, muito menos clubes desportivos influentes em que deviam de dar bons exemplos.  (MM | PG)

Bruno de Carvalho acusa Sp. Braga de "enganar o Sporting em cerca de 300 mil euros"

Presidente do Sporting pede, ainda, "multa pesada ao Braga e competentes devido aos acontecimentos no relvado, nas bancadas e na tribuna".

Poucas horas após o Sporting de Braga voltar a exigir que o Sporting pagasse valores que teria em dívida para com o clube, Bruno de Carvalho emitiu um comunicado onde arrasa o presidente arsenalista.

O líder leonino garante que “a FPF não obrigou o Sporting a pagar nada”, mas sim “aconselhou com base em duas suposições que poderiam ou não criar problemas de interpretação”.

“O Braga queria um milhão de euros. O Sporting pagou 707 mil. Por precaução, pagou mais 85 mil, que o Braga vai ter de devolver. Por precaução, pagou mais 17 mil, que, após o pagamento à LACO, o Braga deverá ter de devolver”, escreve Bruno de Carvalho.

“O Braga quis enganar o Sporting em cerca de 300 mil euros, tendo agora, por mera precaução nossa, recebido cerca de 100 mil euros que vai ter de devolver”, resume.
Além do mais, Bruno de Carvalho exige que seja aplicada uma “multa pesada ao Braga e competentes devido aos acontecimentos no relvado, nas bancadas e na tribuna”.

“Castigo pesado a Salvador pelo comportamento completamente labrego na tribuna - grosseiro, mal criado - e às suas ameaças a elementos da direção do Sporting e dos nossos Núcleos; Castigo pesado ao treinador do Braga por insultos e agressão (ainda por cima cobarde, pelas costas) a um atleta do Sporting; Interdição do Estádio da CM de Braga por o Braga ter, propositadamente, apagado as luzes quando os adeptos do Sporting CP iam sair”, pede.

Carlos Pereira Fernandes | Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens

Angola | CONSTRUIR A PAZ SOCIAL!


 Martinho Júnior | Luanda 

Tristes guerras…
Tristes guerras, si no es amor la empresa. Tristes, tristes.
Tristes armas, si no son las palabras. Tristes, tristes.
Tristes hombres, si no mueren de amores. Tristes, tristes.

(Miguel Hernandez, falecido na prisão a 28 de Março de 1942, continua actual 76 anos depois)

A factura que se tem vindo a pagar, por se ter rebentado de forma tão inglória com o núcleo duro que num remoto 1º de Agosto proclamou as FAPLA num momento tão sensível e decisivo, tem sido dolorosa e trágica, impondo mais sacrifícios aos óbvios sacrifícios inerentes às justas lutas em que o povo angolano se tem empenhado contra o colonialismo, contra o “apartheid”, contra algumas das respectivas sequelas e contra o subdesenvolvimento crónico que advém do passado secular de trevas!

De facto a paz de hoje, resulta dum rumo em que esse núcleo duro de forma clarividente se empenhou na altura em torno do Presidente Agostinho Neto, em reforço da luta de então, mas com os olhos postos no futuro que hoje somos!...

Assim, a reposição da justiça, por que muito redunda daí, impõe-nos uma reflexão desapaixonada sobre o processo histórico do Movimento de Libertação em África e essa acaba por ser a única reparação possível, por que agora esse processo histórico ultrapassa todos e cada um dos sacrificados patriotas que, quer pela lei da vida, quer pelas vicissitudes que tiveram de enfrentar, foram inexoravelmente marcando o passado dum poderoso caminho, que é a substância do rumo de Angola!

Em paz os patriotas deverão pois ter a coragem da abordar com consciência crítica tudo o que a esse processo histórico diz respeito, inclusive nos relacionamentos que se têm imposto no quadro duma ampla globalização contemporânea e avaliar o que é efectivamente inerente à pátria angolana, o que responde a outros interesses que podem e devem ser emparceirados e o que é nefasto, inclusive interesses mercenários que dividem, desequilibram e não se coadunam com a harmonia acima de qualquer suspeita, não numa atitude de revanche, não numa atitude de vingança, mas numa atitude de reflexão inerente aos superiores interesses do estado e do povo angolano!

 Em todos os casos os angolanos devem ter a noção que o que falta realizar e os resgates socialistas que isso implica, sublinho socialistas, sempre será muito mais do que se realizou, pelo que a paz é imprescindível.

A reparação, a justiça, deve ser pois um vínculo de criteriosa e incessante busca de dignidade, de solidariedade e de honestidade, por que jamais alguém, por qualquer razão, pode voltar à situação avulsa de abandonar os laços entranháveis que a todos e a cada um nos une e identifica com todo o povo angolano, sabendo que o estado angolano, é o fiel depositário dos interesses independentes e soberanos desse povo!

A alienação propiciada pelo capitalismo neoliberal deve ser colocada urgentemente de parte, até por que ela trouxe o que aos olhos de todos vai ficando patente!

Nesse rumo justo para a pátria angolana há que sonhar: até podemos andar rápido, mas temos que andar com criterioso cuidado por que ainda que hajam tantos problemas, tantas acumuladas incompreensões e tanto lesar da pátria, é também justo que ninguém fique para trás, pois Angola nem sequer completou 50 anos de exercício de independência e soberania!

Um núcleo duro só poderá alguma vez mais subsistir se for clarividente em sua filosofia, em sua doutrina, em sua ideologia e traduzir uma prática identificada com as mais legítimas aspirações de desenvolvimento sustentável para todo o povo angolano, recolhendo do processo histórico o seu rumo essencial e um espírito lúcido, criativo e de vanguarda de que o povo angolano tanto carece!

A lógica com sentido de vida deverá nortear os servidores do estado angolano numa via de socialismo, tal como todos os cidadãos conscientes de suas obrigações, que devem assumir os seus deveres antes de qualquer reclamação de direito e levar à prática com espírito missionário, humilde e responsável, o cumprimento de suas obrigações para com o povo angolano de que somos emanação!

A paz constrói-se não só com justiça, por que a paz constrói-se acima de tudo com justiça social, com dignidade, com solidariedade, o que impõe essas capacidades de amor e perseverança, numa constante mobilização que deve revitalizar todo o tecido patriótico e gerar a unidade e a coesão tão necessárias, para além do mais na exigência ao aprofundamento da democracia, na gestação do gérmen imperioso da cultura de inteligência e segurança nacional e duma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável que seja um garante de futuro para todas as gerações que se nos seguem!

Construir a paz social deve ser um caminho longo, mas perene de responsabilidades que se dilata no espaço e no tempo, sublimando ética, moral e civicamente a mobilização humana que a todos e a cada um deve nortear, para que os ganhos alcançados, não sejam desperdiçados ou alguma vez ingloriamente perdidos ou esbanjados por inépcia, por falta de patriotismo, ou por interposta alienação e mercenarismo, ou por falta de humanidade!

Martinho Júnior - Luanda, 30 de Março de 2018

Fotos do Museu Militar, de minha autoria e feitas a 2 de Dezembro de 2014

Procuradoria-Geral da República de Angola criticada por erros na divulgação de governantes suspeitos de crimes


Em causa estão os vários processos judiciais que têm revelado supostos crimes de corrupção, peculato, impunidade e tentativas de burla ao estado angolano

A Procuradoria-Geral da República de Angola está ser alvo de várias críticas da sociedade civil, por estar a incorrer em erros de procedimentos quanto à revelação de nomes de governantes suspeitos de envolvimento de crimes sem prévia notificação.

Seis meses depois de assumir a presidência de república, as políticas de governação do presidente João Lourenço continuam a ser marcadas por profundas mudanças e vários casos judiciais que envolvem altas figuras do partido no poder.

A entrada em campo da Procuradoria-Geral da República tem produzido várias reacções entre a classe política e na sociedade civil.

Em causa estão os vários processos judiciais que têm revelado supostos crimes de corrupção, peculato, impunidade e tentativas de burla ao estado angolano, cujos suspeitos são maioritariamente membros que exerceram funções na estrutura governamental.

Entretanto, o Procurador-Geral da República veio, esta semana a público, admitir um erro no processo ligado à tentativa de burla de 50 mil milhões de dólares envolvendo entidades angolanas, onde é citado o nome do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, General Sachipengo Nunda, que tomou conhecimento pela imprensa como tendo sido constituído arguido.

Hélder Pitta Gróz reconhece, não ser correcto que o general venha a saber pelos órgãos de comunicação social, sem que fosse feito em local próprio.

O representante do ministério público culpou ainda o magistrado Luís Benza Zanga, encarregue da apresentação pública, por este pecado por omissão dos nomes dos outros três generais.

No principio desta semana o subprocurador da República, Luís Benza Zanga, não hesitou revelar, em conferência de imprensa, os nomes das figuras suspeitas de vários crimes e os processos que já decorrem no ministério público.

Para falar sobre o assunto, ouvimos o jurista Carlos Veiga e o jurista Tito Cambanje:


Arão Ndipa | VOA

Jovem pede que políticos da Guiné-Bissau trabalhem mais em favor do desenvolvimento do país


Abu Lay Camará espera que os políticos dialoguem e cheguem a um entendimento

Abu Lay Camará, de 22 anos, é um jovem que sonha em tornar-se jornalista de televisão, e quer que o seu país lhe ofereça o direito de ter um futuro melhor.

Mora com o primo em Bissau e está no último ano do estudo secundário, mas enfrenta várias dificuldades. Conta que já perdeu dois anos de escolaridade porque não tinha dinheiro para pagar a matrícula.

Ele diz que só consegue ganhar algum dinheiro no seu país durante as férias, quando volta para a sua vila a fim de cultivar mancarra, feijão, entre outras sementes.

Com a venda dos legumes, consegue pagar a matrícula e comprar alguns materiais escolares, embora isso não seja suficiente.

Abu quer concluir o ensino secundário este ano, mas não acredita que consiga entrar na universidade para estudar jornalismo, porque é um curso caro.

Ele deixa uma mensagem para os políticos guineenses: “Conversem. Cheguem a um entendimento. Façam o país se desenvolver”.

Confira na íntegra a entrevista.


VOA | Foto: Jovem guineense Abu Lay Camará

CABO VERDE | Baía das Gatas é palco de “Encontro de gerações” – São Vicente


O certame musical enquadra-se no dia mundial da juventude, mas também na comemoração dos 139 anos da cidade do Mindelo.

A praia de Baía das Gatas recebe entre 6 e 8 de Abril o festival da juventude, sob o lema “Encontro de gerações”. O certame musical, que conta com a participação de artistas nacionais, enquadra-se no dia mundial da juventude, mas também na comemoração dos 139 anos da cidade do Mindelo.

O festival da juventude é projectado quase nos mesmos moldes que o festival de verão que anualmente acontece na praia de Baía das Gatas. Durante três dias o palco do festival vai receber 15 actuações, envolvendo artistas de várias gerações e paragens do país.

A abertura no primeiro dia é por conta do DJ Rudy Soares, sendo seguido por Cremilda Medina, Ricky Boy, Gil Semedo e Cabo Verde Show. No segundo dia Dj Fatboy antecede as actuações de Projecto Carnaval, Bulimundo, Grace Évora E Loony Johnson. Já no terceiro dia o placo recebe as actuações de DJ Wills Rodrigues, Dub Squad, Débora Paris, Carmen Silva e Banda, Djarilene Paris, Kré SK, Kiddye Bonz e Banda, bem como Dynamo.

Ainda enquadrado nas festividades do dia mundial da juventude, acontecem algumas actividades desportivas durante o final de semana, nomeadamente torneio em Sub-17 de futebol de praia e torneios de andebol e vólei.

Entre 9 e 14 de Abril, decorrem alguns workshops e formações nas áreas de moda, fotografia, nutrição, maquilhagem, aulas de fitness e DJ.

CABO VERDE | Dois anos depois balanço preocupante


Expresso das Ilhas | editorial

Há dois anos atrás, no dia 20 de Março, anunciava-se uma nova alternância na governação de Cabo Verde. Com a vitória do MpD terminavam os quinze anos ininterruptos de governo do PAICV. A sensação no país era de alívio, à mistura com alguma euforia. Para muitos, o terceiro mandato do PAICV tinha sido um exagero e vendo-o findar e ceder lugar ao que se esperava ser uma lufada de ar fresco era, de facto, razão para entusiasmo, renovação de esperança e confiança no futuro. Os últimos cinco anos tinham sido de estagnação económica em que ano após ano se ficou à espera da prosperidade e do emprego que resultariam da dinâmica dos clusters, hubs, interpostos comerciais e praças financeiras prometidos repetidamente.

Teria sido bom que a euforia da mudança não ofuscasse as tremendas dificuldades que o país iria encontrar no novo ciclo de governação. Não devia escapar a ninguém que Cabo Verde já fora do grupo dos países menos desenvolvidos certamente iria encontrar maiores dificuldades em mobilizar ajuda externa e em conseguir empréstimos concessionais. Piorava a situação o facto de iniciar uma nova fase como país de rendimento médio atolado numa dívida pública superior a 120% do PIB e dívidas contingenciais do sector empresarial do Estado em particular da TACV que, por elevar ainda mais esse valor, tornava a dívida quase insustentável. A acrescentar a isso, e ao crescimento raso de muitos anos, ficaram reformas por fazer, em particular, na administração pública que poderiam ter tornado o país mais competitivo e alterado para melhor o seu ambiente de negócios.

Por outro lado, é verdade que o turismo, devido em parte a uma conjuntura favorável provocada pela retracção dos mercados tradicionais do Norte de África, ganhou forte dinâmica nas ilhas do Sal e da Boa Vista e serviu para impedir que o crescimento fosse ainda mais diminuto e também para criar milhares de postos de trabalho. O efeito, porém, era insuficiente como constatavam as pessoas nas outras ilhas e, em particular, nas zonas rurais que viam a sua vulnerabilidade perante as chuvas e outras contingências manter-se ou sem alteração perceptível. O mesmo acontecia com os muitos jovens dos centros urbanos espalhados pelo país com formação secundária e até superior que se apercebiam que a economia não tinha emprego para eles e os apetecidos lugares no Estado eram cada vez mais escassos. A consciência de que mesmo na falta de sinais claros de conturbação social a situação era crítica viu-se na forma determinada como foram decididas as três eleições: legislativas, autárquicas e presidenciais, nesse ano de 2016 a favor de uma mudança na visão, no estilo e nas pessoas que deviam orientar o país.

É facto que nesses dois anos a economia tem crescido três ou mais vezes do que nos anos anteriores e que as projecções para o ano de 2018 e seguintes apontam para valores superiores a 4% do PIB. Os dados do INE levam a crer que a retoma teria iniciado no último trimestre de 2015 em conjugação com a nova dinâmica da economia mundial e em particular da economia da União Europeia que finalmente parece deixar para trás os efeitos da crise financeira e do euro. Um outro impulso para o crescimento resultou da entrada de um novo governo disposto a promover o sector privado e que, por esse facto, de imediato se constituiu num factor de maior confiança na economia. Está-se porém ainda longe dos 7% do PIB prometidos e o número de postos de trabalhos criados mantém-se aquém do desejável especialmente para os que cada vez em maior número terminam os seus estudos universitários.

Esperavam-se reformas mais rápidas e mais profundas designadamente na administração pública, nas empresas públicas, no ambiente regulatório, no sistema de segurança, na comunicação social pública e na educação. A situação herdada era crítica e o mandato recebido de forma bem clara e vigorosa foi para pôr em prática as soluções propostas ao eleitorado. É percepção geral que até agora ainda não se conseguiu um nível de coordenação da acção estatal que, por um lado, diminua as ineficiências e aumente a eficácia e a produtividade dos serviços prestados e, por outro lado, promova a paz social e faça convergir as vontades no esforço nacional para potenciar recursos, fazer reformas e assumir novas atitudes necessários ao desenvolvimento. Pelo contrário, nota-se com apreensão alguma agitação social, greves inusitadas e sinais de contestação da autoridade do Estado. E não se pode simplesmente dizer que resultam de cabalas ou conspirações orquestradas pela oposição. Não lhes é alheio o funcionamento notoriamente deficiente do parlamento e de sectores da justiça e o relacionamento entre os órgãos de soberania marcado por posturas às vezes pouco curiais dos seus titulares que pela sua novidade no que respeita à prática constitucional deixam um rasto de perplexidade.

Estes dois anos do novo ciclo de governo têm coincidido com fenómenos preocupantes a nível global, não só porque convergem na sua vertente antidemocrática, como também ameaçam a globalização e as oportunidades que proporciona especialmente aos países mais pequenos e insulares. Tomam a forma do populismo, do iliberalismo, da ditadura da maioria e revelam-se em tendências autocráticas. Tem-se manifestado de várias formas em todas as democracias recentes ou maduras e Cabo Verde não é excepção. Assim como outros países, o país não está imune aos efeitos de críticas destrutivas às instituições democráticas, ao aumento da desigualdade social, aos efeitos das migrações e à forte tentação dos actores políticos para se engajarem em políticas identitárias. Os sinais vêem-se na dinâmica no interior dos partidos designadamente na submissão ao líder e na forte e agravada crispação que tem sido a relação entre os partidos políticos.

Consegue-se dar a maior machadada na democracia e favorecer todos esses populismos fazendo as pessoas acreditar que os partidos são todos iguais e que alternância não significa uma lufada de ar fresco mas sim mais do mesmo. Pior ainda, se no processo de diabolização mútua se se conseguir que a democracia fique sem partidos políticos credíveis e sem alternativa. Como se pode ver da experiência de outros países é esse o momento que se abre o caminho para a ascensão do “homem forte” e da ditadura. Não é o destino que se quer e por isso é que no aniversário da alternância é de maior importância defender os princípios e valores que a tornam sempre possível e pressionar para que os partidos políticos, essenciais como são para a criação da vontade popular, funcionem dentro dos princípios da ética e no respeito pelo primado da lei por forma a se se manterem sempre credíveis junto do eleitorado.

*Humberto Cardoso

*Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 851 de 21 de Março de 2018.

Africanos são explorados em plantações portuguesas


Como mão de obra barata, trabalhadores em situação ilegal no país ganham menos do que um salário mínimo, vivem em condições precárias e não recebem benefícios sociais. Autoridades de Portugal negligenciam problema.

Alberto Matos está estressado. Pessoas de origem africana e asiática amontoam-se no pequeno escritório da ONG Solidariedade Imigrante (Solim), em Lisboa. "Mandem o homem vir aqui. Verei o que posso fazer", disse Alberto ao telefone.

O africano Foday Fathi entra no escritório esperançoso, mas logo o nervosismo aumenta. A Superintendência das Finanças de Portugal nega-se a conceder um número de registo para a declaração de imposto, porque Fathi ainda não tem um trabalho.

Entretanto, para conseguir um emprego em Portugal é necessário possuir o referido número de identificação. E apenas com um trabalho este homem terá a chance de regularizar sua situação em Portugal.

"Este é um círculo vicioso usado exclusivamente por traficantes de seres humanos para trazer pessoas em situação ilegal para o país. Nós temos que parar isto!", diz Alberto Matos.

Esta, no entanto, não é uma tarefa fácil. Cada vez mais migrantes chegam ao país pela pequena cidade de Beja, ao sul de Portugal. "Já tivemos aqui muitos asiáticos da Índia, Tailândia, Paquistão e até do Nepal", diz Matos. Agora, a maioria dos migrantes é de origem africana. "Eles trabalham quase que exclusivamente na agricultura."

A viver em condições sub-humanas e a ganhar menos do que um salário mínino de 580 euros – valor determinado por lei –, os migrantes trabalham em campos de oliveiras, morangos, laranjas, melões e uvas. Eles são contratados por meio de agências de empregos temporários, que ainda descontam gastos com refeição, acomodação e viagem. Em meses em que há pouco trabalho, não sobra quase nenhum dinheiro aos trabalhadores.

Agricultura precisa de mão de obra

Na região rural do Alentejo, no sul de Portugal, nada funcionaria sem o trabalho dos migrantes em situação ilegal. Por um lado, os portugueses não querem mais fazer o trabalho duro nas plantações por salários baixos. Por outro, novas empresas não param de surgir no país.

Nos arredores do Lago Alqueva, espanhóis com grande poder financeiro estabeleceram vastas plantações de oliveiras. A maioria dos trabalhadores desses campos está em situação ilegal. "Na região de Beja, são cerca de 10 mil pessoas", diz Alberto Matos. A maior parte vem da África. 

Sherif Djo, de 35 anos, deixou dois filhos e a mulher no Senegal. Primeiramente, ele chegou à França com um visto de turista. Depois, trabalhou em situação ilegal na Espanha e, há seis meses, vive numa casa improvisada em Beja com o irmão e outros oito amigos.

Dos 500 euros que recebe, quando trabalha o mês inteiro, 75 euros vão para o pagamento do aluguel. A cozinha compartilhada está em péssimas condições e os banheiros são sujos. Djo e seus colegas isolaram as pequenas janelas com papelão por causa do frio.

"Eu vim cá para dar melhores condições de vida à minha família", diz. O empregador o registou no seguro social. Djo paga impostos e taxas. Assim, ele pode ter a esperança de obter um visto de residência.

Zona cinzenta

Apesar de uma lei ter simplificado o processo de legalização dos trabalhadores, a emissão de papéis pela polícia portuguesa leva, no mínimo, seis meses. Durante a espera, as pessoas em situação ilegal são impiedosamente exploradas. "É assim que o Estado beneficia  as gangues criminosas", explica Alberto Matos.

Como um país de emigração, Portugal enfrenta dificuldades em se tornar um país de imigração. O país precisa de mão de obra barata para oferecer produtos, como morangos e amoras, a preços mais baixos e competitivos e, assim, aumentar as exportações, especialmente, para o mercado alemão. Por isso, em alguns contextos, as autoridades de fiscalização fazem vista gossa diante das irregularidades.

Segundo Alberto Matos, existe uma zona cinzenta, da qual muitos tiram vantagem. "Especialmente, as agências de emprego com atividades duvidosas ganham muito dinheiro ao não pagar impostos nem contribuições previdenciárias para seus trabalhadores", afirma.

Esperança de uma vida melhor

Para o trabalhador Foday Fathi, o processo de legalização em Portugal é o que menos importa. "Eu quero apenas trabalhar para ganhar dinheiro. Qualquer trabalho", diz.

Para trás, ele uma longa e perigosa odisseia. Fathi partiu da Gâmbia em direção à Líbia e atravessou o mar Mediterrâneo de barco até a Itália, de onde seguiu para Portugal. "Muitos africanos queriam ir a Portugal", conta. "Todos pensam que o trabalho e os salários são bons aqui."

Com a ajuda da Solim, Fathi tem esperança. Alberto Matos irá ajudá-lo a obter o tão necessário número de registo. Se tudo der certo, até o final do ano ele terá obtido o visto de residência.

Até que isso aconteça, Fathi trabalhará com outros milhares de trabalhadores em situação ilegal em campos de oliveiras. O sonho de uma vida melhor em Portugal é difícil de ser alcançado.

Deutsche Welle

PORTUGAL | O QUE ESTÁ NO COPO?


Manuel Carvalho da Silva | Jornal de Notícias | opinião

Perante as medidas de legislação laboral apresentadas pelo Governo é quase irresistível recorrer à metáfora do copo de água. Vários atores políticos e sociais retrógrados já gritavam que o copo estava a transbordar, mesmo antes de o Governo ter vertido alguma coisa para dentro dele. Há setores da Direita conservadora e patrões que consideram uma afronta pôr-se em causa as receitas que a troika e o Governo PSD/CDS cá deixaram no domínio da legislação laboral. A oferta foi choruda e querem consolidá-la para o futuro. Conhecedores profundos de que a estrutura e o funcionamento da Comissão Permanente de Concertação Social são desfavoráveis aos trabalhadores, tudo farão para tentar que esse órgão "vete" qualquer reposição de direitos ou introdução de novas regulações que travem a precariedade e a proliferação de baixos salários.

As pressões já começaram. Por agora, as atitudes de indignação traduzem-se na ameaça de não participarem no debate. Rapidamente passarão à exigência de lhes serem dadas chorudas compensações para estarem no debate. Para eles, qualquer reequilíbrio ou melhoria da legislação laboral deve dar-lhes o direito de extorquir um preço aos trabalhadores e aos contribuintes.

Para os trabalhadores, para os sindicatos e para a maioria dos atores económicos, sociais e políticos, pode ser uma tentação perigosa reduzir a questão aos termos do copo meio cheio ou meio vazio. A favor da tese do copo meio cheio está o que parece ser um razoável diagnóstico sobre a precariedade e a "segmentação", estão intenções de colocar a nu procedimentos marginais em que se formulam certos vínculos laborais, e o propósito de eliminar (será?) os bancos de horas individuais. Mas a dar dimensão à hipótese do copo meio vazio está a maior parte do resto, que é muito: desde logo, uma abordagem muito insuficiente e duvidosa (pelo que se conhece até agora) da importante questão da caducidade das convenções coletivas; e a ausência de respostas imprescindíveis no que se refere ao respeito pelo princípio da existência de normas mínimas. Em limite, poderiam identificar-se as exceções e o controlo rigoroso sobre elas. Na legislação da OIT, em normas da União Europeia (agora propositadamente esquecidas), este princípio é considerado fundamental, não apenas para a regulamentação do trabalho, mas também como elemento estruturante do Estado social de direito democrático.

As medidas são limitadas. Acresce que uma parte do que está no copo tanto pode ser uma coisa como outra, dependendo da especificação das medidas. Tomemos, por exemplo, a questão da taxa imposta à hiper-rotatividade dos contratos. É um preço, ou uma multa? É um preço que as empresas podem pagar e que depois de pago torna legítima a hiper-rotatividade? Ou é uma multa que pune, não legítima e obrigará a corrigir o comportamento? Questões semelhantes que escondem ausência efetiva de tratamento dos problemas existem noutros domínios da política.

Assim, se a hiper-rotatividade continuar a ser encarada com naturalidade, se a taxa criada for irrisória e se a inspeção do trabalho continuar a não dispor de meios suficientes, tudo indica que a medida não venha a ter qualquer efeito e até possa atuar perversamente em sentido contrário ao desejado. Mas se o caso for outro - censura social do abuso aos contratos a prazo, taxa dolorosa e mais inspeção - então a medida poderá contribuir para mitigar o problema. O mesmo princípio se aplica noutras matérias. É tempo de se lembrar, por exemplo, como em Portugal se combateu com sucesso o trabalho infantil. Houve necessidade de forte penalização social e duro combate no terreno. E valeu a pena.

O facto de o diabo estar nos detalhes remete para a necessidade de se trazer o debate sobre estas propostas para fora do recinto da Concertação Social. Na Assembleia da República exige-se qualidade e rigor. Os sindicatos têm de ser ofensivos, as empresas e as organizações patronais têm o direito e o dever de expor os seus argumentos, a Comunicação Social deve dar espaço qualificado e a academia não deve ficar ausente. Isso será bem mais importante do que ficar a discutir-se se o copo está meio cheio ou meio vazio.

*Investigador e professor universitário

CULTURA EM ABRIL NA ACADEMIA PORTUGUESA DE HISTÓRIA


Os Capitães de Abril são tema de uma palestra na Academia de História

A revolução do 25 de Abril de 1974, o Dia de Camões e o Monte do Bom Jesus, em Braga, são alguns dos temas das sessões regulares da Academia Portuguesa da História, segundo o plano até junho, hoje divulgado.

A palestra "La expulción de los jesuítas españoles en 1767: Aranga, Trigona e la ciudad de Perto de Santa María", pelo académico correspondente Manuel Pacheco Albalate, no dia 11 de abril abre o plano até junho, das sessões da Academia Portuguesa de História (APH), que se realizam sempre às quartas-feiras pelas 15:00, no Palácio dos Lilases, ao Lumiar, em Lisboa, que serve de sede à instituição.

Manuel Pacheco Albalate, da Universidade de Cádis, em Espanha, é investigador do Grupo de Estudos Históricos Esteban Boutelou, e publicou um artigo, em 2006, na revista de Historia De El Puerto, sobre esta temática, intitulado "El Puerto en el extrañamiento de los jesuitas españoles en 1767".

A outra sessão de abril realiza-se no dia 18, protagonizada pela catedrática brasileira Vera Tostes, ex-diretora do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e atual professora na Universidade Estácio de Sá, também nesta cidade brasileira, com a comunicação "Valentes Homens de Outrora".

A académica correspondente é autora, entre outras obras, de "Títulos e Brasões: Sinais da Nobreza" (1996) e "Da Fortaleza ao Maior Museu de História Brasileiro" (1999).

Em maio estão previstas cinco sessões, a primeira pelo major-general Adelino Matos Coelho, académico honorário que apresentará, no dia 02, a comunicação "O Movimento dos capitães e a queda do 'Estado Novo'", seguindo-se, no dia 09, uma comunicação pelos catedráticos Béatrice Pèrez e Francesco Guidi-Bruscoli, académicos correspondentes, sobre a comunidade genovesa na Andaluzia, no sul de Espanha, na 1.ª metade do século XVI, e sobre o banqueiro e mercador florentino Bartolomeo Marchionni, que se estabeleceu em Lisboa, por volta de 1468.

As outras comunicações de maio são sobre "Portugal e as Obediências Pontifícias durante o Cisma do Ocidente" (1378-1417), pelo padre Francisco Mendes, no dia 16, sobre o Monte do Bom Jesus de Braga e as origens do património mundial, pelo arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, no dia 23.

A última sessão de maio realiza-se no dia 30, excecionalmente, na Universidade de Évora, sobre as sociedades comerciais e o seu financiamento na Idade Média, por Filipe Themudo Barata.

Em junho estão previstas três sessões: no dia 06 o catedrático João Almeida Flor fala sobre Francisco Costa e a sua importância na historiografia de Sintra, no dia 20 realiza-se uma sessão extraordinária evocativa do Dia de Camões (10 de junho), pelas académicas Maria Isabel Gonçalves e Margarida Garcez Ventura, e, finalmente, no dia 27, António Montes Moreira, bispo emérito de Miranda-Bragança, apresenta uma comunicação sobre o estatuto civil dos institutos religiosos em Portugal, no século XX.

A APH foi fundada em 1720, por D. João V, e restaurada em 1936, sendo atualmente presidida pela historiadora Manuela Mendonça.

Segundo o sítio da APH na Internet, esta é uma "instituição científica de utilidade pública, reunindo especialistas que se dedicam à reconstituição documental e crítica do passado, materializada na organização de eventos e publicações, nomeadamente de fontes e obras que, com o necessário rigor científico, facilitem a todos os portugueses o conhecimento da sua História".

A APH "desenvolve a sua atividade visando a permanente valorização e conhecimento do passado histórico português, com critério de isenção, mas sempre cultivando a importância da identificação de um povo com a gesta dos seus antepassados", e é um órgão consultivo do Governo em matérias da sua competência.

Lusa | em Notícias ao Minuto

Futebol | FEDERAÇÃO E LIGA CHAMAM DE SURPRESA PRESIDENTES DOS CLUBES PARA REUNIÃO


A Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portuguesa de Futebol convocaram com caráter de urgência os presidentes dos clubes para uma reunião em local que ainda não divulgaram.

Sabe-se que a ordem de trabalhos corresponde a um ou dois pontos a abordar, sendo de admitir que a reunião se limite a conter questóes relacionadas com o clima incendiário que está instalado no futebol por parte dos presidentes dos clubes. O outro ponto de discussão deverá ser acerca das denúncias de corrupção que engloba “jogos combinados” com jogadores a troco de vantagens.

Desconhece-se as horas e o local onde vai acontecer a reunião. Sabe-se somente que não ocorrerá nas instalações da Federação nem da Liga. O local do acontecimento “é secreto por uma questão de serenidade”, disseram. (PG)

BELENENSES X PORTO | O que diz Sérgio Conceição sobre a antevisão do encontro de amanhã


Sérgio Conceição antevê deslocação ao Restelo

Conferência de imprensa do treinador do FC Porto que Notícias ao Minuto apresentou em direto.

O FC Porto entra esta segunda-feira em campo sabendo que terá de ganhar de forma a não perder a liderança do campeonato do Benfica, que, recorde-se, bateu o Vitória de Guimarães por 2-0.

Antes disso, este domingo, Sérgio Conceição deslocou-se à sala de imprensa do Olival, onde realizou a antevisão do encontro com o Belenenses.

Interesse do PSG: "O que é que eu digo sempre? Tudo o que são essas notícias de mercado e que não fazem parte do nosso trabalho ficam ali no portão do Olival. Mas veio-me à cabeça uma situação engraçada. É que desta vez sou eu que sou metido numa equipa e não é o Marco Silva. Normalmente, o Marco Silva está em todas [risos]. Isto é uma brincadeira, atenção. Gosto muito do Marco. Fui associado a uma equipa, pronto. Acho que isso não tem qualquer fundamento."


Tentativa em prejudicar o FC Porto?: "Espero bem que não. Já disse que os jogos podiam ser marcados com mais espaço. Penso que o FC Porto já se manifestou em relação a isso, portanto não vale a pena estar a comentar mais."

Resposta ao selecionador mexicano: "Isto já começa a ser como as suspeições no futebol português. Chega a um ponto que já ninguém liga a nada porque é tudo banal. Os clubes normalmente saem prejudicados. O Diego Reyes, o Hector Herrera e o Corona quando foram estavam bem e chegaram com mazelas para o fim do campeonato. Ele está a defender os jogadores para o Mundial, mas quem paga o ordenado aos jogadores é o FC Porto. Eu não entendo... Acho até que se devia abrir mais o jogo sobre aquilo que é o trabalho de uma equipa. Isto é quase como os mecânicos da Fórmula 1, é tudo feito ao pormenor. Nós preocupamo-nos com muita coisa sobre os jogadores, portanto não acredito que uma equipa técnica que passa três dias com os jogadores, os conheçam tão bem como nós. Não recebemos recados de ninguém. Até porque tem havido boa comunicação entre o departamento médico da seleção mexicana e o nosso. 

Protagonismo das direções: "Não quero entrar muito por aí. Mas os diretores de comunicação não pensam sozinhos. Normalmente são suportados pela direção. Mas não me quero meter muito nisso porque não é o meu trabalho, tal como não gosto que se metam no meu trabalho.  Se me está a falar diretamente do Francisco J. Marques, acho que ele tem estado a fazer um excelente trabalho naquilo que é a comunicação e a defesa do FC Porto. Agora se estou 100% de acordo com aquilo que são os diretores de comunicação? Não, não estou. Internamente, nós sabemos o que fazemos e está bem definido. Sobre os outros clubes não posso responder. Sei é que não há um clima apropriado para haver tranquilidade e para aquilo que possa sobressair é o espetáculo e o futebol jogado. É por isso que as pessoas pagam o bilhete. O futebol tem de ser vivido com paixão. Tudo o que passar a vontade em que a equipa ganhe, tudo o que passar o respeito... Isso para mim já é negativo. 

Confia no VAR para as últimas jornadas: "Acho que as equipas de arbitragem trabalham sempre para aquilo que é a verdade desportiva. Isso nem se mete em causa. Tudo o que seja mais ferramentas para a verdade desportiva estar presente em cada jogo é bem-vindo. No entanto, neste ano, muita coisa tem corrido mal. O VAR tem de ser uma ajuda e não ser algo que complica. O árbitro por vezes toma decisões certas e às vezes o VAR vem complicar. Agora, não quero falar muito dessas situações. O futebol precisa de ser falado dentro das quatro linhas: do que os jogadores fazem, das opções dos treinadores... Eu gosto de ser criticado. Por uma má opção, por uma substituição mal feita... Acho que se fala muito em coisas negativas. Eu fui jogador e sei o que sente. É muito mau aquilo que andam a fazer. Ver situações como o Wagner no fim do jogo, suspeições antes dos jogos. Alguém tem de fazer alguma coisa porque isto começa a ser insuportável".

Dificuldades com o Belenenses: "O Clássico de amanhã vai ser difícil. Historicamente é sempre difícil. Ontem na RTP Memória estava a passar um jogo de 88, salvo erro, onde eu estava presente como jogador e são sempre jogos muito complicados. Esta equipa do Silas, depois de uma fase menos boa, encontrou alguma estabilidade defensiva e penso que essa base permitiu amealhar alguns pontos importantes no campeonato. Estamos a lutar para manter um lugar que tem sido nosso desde a 5.ª jornada, que é o 1.º lugar."

Entrar em campo em 2.º lugar: "Tirando as provas da Europa, essa foi uma constante no campeonato. Umas vezes compreensível, outras nem tanto. Em todos os jogos que estão marcados vamos jogar sempre depois dos adversários diretos. Houve a pretensão de ter os jogos realizados mais cedo. Vamos jogar o Clássico com o Benfica e 72 horas depois estamos a jogar a meia-final da Taça com o Sporting. Poderia esse jogo com o Benfica ser no sábado? Poderia. Poderíamos jogar na quinta-feira também? Poderíamos. Poderiam o Sporting e o FC Porto jogar na segunda-feira, depois da meia-final da Taça? Poderiam. É uma questão de bom senso e que as pessoas metam a mão na consciência. Isto também faz parte do futebol e é decisivo no final da época."

Corrida a dois: "Depois do jogo entre o Portimonense e o Moreirense [Portimonense ganhou depois de ter estado a perder por 0-3] acho que tudo é possível no futebol. É claro estarmos a caminhar para a fase final do campeonato é mais difícil. Mas não há impossíveis enquanto for matematicamente possível. Ontem foi um bom jogo de futebol entre duas equipas de qualidade. Todas as equipas que matematicamente podem chegar ao título estão na corrida, inclusive o Sp. Braga. Quando eu há uns meses falei no Sp. Braga parece que alguns levaram a mal. Mas parece que sempre é verdade e vai de encontro às minhas palavras."

Lesionados: "Os nomes que têm vindo na imprensa têm vindo a trabalhar de forma condicionada e a fazer gestão de esforço continuam. Vamos ver amanhã. Ainda temos 24 horas pela frente para decidir os jogadores que estão em melhores condições para este díficil encontro. Nuns pontos esta paragem foi positiva, noutros nem tanto."

O FC Porto entra esta segunda-feira em campo sabendo que terá de ganhar de forma a não perder a liderança do campeonato do Benfica, que, recorde-se, bateu o Vitória de Guimarães por 2-0.

Antes disso, este domingo, Sérgio Conceição desloca-se à sala de imprensa do Olival, onde irá antever o encontro com o Belenenses.

Carlos Pereira Fernandes | Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens

BRAGA VENCE O SPORTING (1 – 0), A “ELEVAÇÃO DAS FARPAS” ALIMENTA O “INCÊNDIO”


O Braga venceu. O Sporting está mais “entalado” e já pode dizer adeus ao título. Talvez até se possa despedir do terceiro lugar na classificação. Acontecer o contrário vai ser muito difícil. 

A bola é redonda e muitas vezes as perspetivas saem erradas. Vamos ver o que acontece na realidade daqui por mais cinco jornadas. No jogo de ontem, em Braga, os jogadores e os treinadores foram muito dignos e competentes lutadores. Aconteceu um resultado assim, como podia acontecer ao contrário. Quanto à dignidade, urbanidade e competências de relações humanas entre os corpos diretivos de ambos os clubes… Deixam muito a desejar.

Em 1976 chegava de Itália a cultura da sétima arte encorpada no “Brutti, Sporchi e Cattivi", traduzido em Portugal para “Feios, Porcos e Maus”. Foi rodado num cerco a respeito da crise económica de então e da troika desse tempo. O foco era o de uma família em pantanas. Era comédia, era humor à bela moda italiana.

Na atualidade, em Portugal, até parece vimos esse mesmo filme com outros atores, que cumprem o ditado “casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”. O celulóide projeta-se na tela do futebol português e os principais protagonistas são os dirigentes desportivos ao vivo e também em diferido. Os jogadores, esses, dizem-se vítimas de boatos acerca dos jogos combinados, da corrupção no futebol. É bem provável que sim… ou que não. Nada como o ministério público averiguar para limpar o bom nome dos profissionais que merecerem, provavelmente todos eles. Assunto que ficará arrumado numa penada.

O que não está arrumado é a comédia de certos e incertos dirigentes desportivos e o que dizem de cada vez que abrem a boca e explanam seus pensamentos, suas opiniões. Por um lado estão a exercer de pleno direito a liberdade de expressão que a Constituição portuguesa garante, por outro estão a incendiar o futebol português. Há horas, após o Braga x Sporting lá saíram mais umas farpas e a cultura do ódio a expor-se e a comprovar que há dirigentes que o melhor que fazem é estarem calados para deixarem de ser vedetas para uns e feios, porcos e maus para outros. Opiniões e sensibilidades.

A “elevação” do dirigente do Braga, António Salvador, ao citar um Nobel, em nada ajudou a “apagar” o incêndio que abunda no futebol português. Antes pelo contrário. Essa do “nunca lutes com um porco…”, neste caso, é muito ofensiva - se considerarmos o clima de ódio de uns para outros (e vice-versa) que abunda na modalidade do futebol dos milhões. Noutras circunstâncias não seria. A farpa foi direitinha para o dirigente do Sporting Bruno de Carvalho.

É verdade que Bruno de Carvalho se excede. E de que maneira. É verdade que é um dos incendiários do futebol em Portugal, mas não é a atirar-lhe farpas que o assunto se resolve, nem a pacificação e a urbanidade, a educação e o respeito se instala no futebol.

Uma solução é a Liga, a Federação, porem um fim a isto, ao triste espetáculo dos dirigentes ou outros das estruturas dos clubes que incendeiam os ânimos, são mal-educados, desrespeitosos, nada diplomáticos, a mostrarem as suas incompetências nas relações humanas e desportivas. Parece que eles só se vão comportar como é requerido aos seres humanos no trato com outros quando existirem punições muito gravosas. Mesmo muito gravosas. Dirão que é a lei da rolha. Pois sim, será. Naquele setor será. Lamentavelmente. Talvez ser obrigatório que os de tendências incendiárias do futebol frequentassem cursos de relações públicas e interações humanas ajudasse… A coisa está complicada e poderá causar confrontos graves entre adeptos, causar alguma desgraça. Lamentavelmente. Urge agir contra a situação. (MM | PG)

Salvador cita Nobel da literatura e visa BdC: "Nunca lutes com um porco"

Presidente do Sp. Braga deixou uma clara mensagem ao líder leonino.

Depois da troca de palavras entre presidentes de Sp. Braga e Sporting, a meio da semana, António Salvador, depois da vitória sobre o Sporting (1-0), deixou uma mensagem a Bruno de Carvalho.

No entanto, antes elogiou os técnicos dos dois clubes, também com uma farpa ao presidente do Sporting.

"Parabéns aos dois treinadores, que são dois grandes treinadores portugueses. Um mais jovem, muito promissor, que não tenho dúvidas que vai ser um dos futuros do futebol português, e um treinador provavelmente o mais experiente português, que já passou por este clube, que foi muito feliz neste clube, ganhou um primeiro troféu que foi a Taça Intertoto, que continuou a ganhar troféus e que infelizmente não tem ganho aquilo que tanto gostava de ganhar porque provavelmente não tem tido a tranquilidade necessária dentro do clube para poder ganhar”, disse António Salvador, continuando e referindo-se depois a Bruno de Carvalho.

"Um romancista irlandês, vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 1925, George Bernard Shaw, dizia: 'Nunca lutes com um porco, porque em primeiro ficas sujo, em segundo lugar, o porco gosta que lutes com ele'", concluiu, desejando uma boa Páscoa aos jornalistas.

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