sábado, 14 de abril de 2018

EUA atacaram Síria porque não suportam derrota de 'seus' grupos terroristas - analista


Especialista político explica que razões estão por trás do recente ataque lançado pelos EUA e seus aliados contra a Síria.

O ataque conjunto realizado neste sábado pelos EUA, Reino Unido e França contra a Síria teve lugar porque essas potências ocidentais "não suportam a derrota" de "seus" grupos terroristas que operam em território sírio, onde os extremistas "praticamente foram eliminados", opina o analista político Basem Tajeldine.

O especialista supõe que o bombardeio contra Damasco "não é justificado" e "não há provas" do suposto ataque químico levado a cabo na semana passada na cidade síria de Douma (Ghouta Oriental) e que Washington e seus aliados usaram-no como pretexto para atacar o país árabe.

Ao mesmo tempo, ele afirma que os Estados ocidentais, com ajuda de seus meios de comunicação, "são muito bons" em "construir 'shows' mediáticos e manipular a informação", justificando, assim, sua agressão.

"A melhor explicação deste bombardeio é a reação desesperada dos EUA" que tentam "apoiar os grupos terroristas derrotados", violando o direito internacional e o raciocínio, afirmou.

'Falsos argumentos para justificar o ataque'

Tajeldine sublinha que o ataque aéreo contra Síria se realizou na véspera de a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) iniciar sua investigação sobre o suposto ataque químico na cidade síria de Douma.

EUA e seus aliados "déspotas" têm "estado utilizando falsos argumentos para agredir a Síria" e planejavam fazer com este país o que já fizeram com a Líbia e o Iraque, assegurou.

No entanto, o especialista político está seguro que eles "subestimaram" o apoio prestado a Damasco pelo Irão e pela Rússia, sendo que os EUA e seus aliados europeus não conseguiram atingir todos os alvos que planejavam afetar.

Para concluir, o analista indica que a única forma como a Síria pode dissuadir e deter este tipo de agressões por parte de "assassinos" como o imperialismo é "armar-se como o fazem o Irã ou a Coreia do Norte, apesar das críticas que têm que enfrentar".

Sputnik | Foto: Reuters/Sana

MAIS VALE PREVENIR... | Televisão russa alerta para III Guerra Mundial


O noticiário explicou como sobreviver a um conflito mundial

Na Rússia, a estação televisiva estatal Rossiya-24news aproveitou o noticiário para alertar os telespectadores para a possibilidade de uma III Guerra Mundial numa altura em que as tensões na Síria continuam a aumentar.

O jornalista, que pertence ao governo russo, aconselhou os russos a adquirirem bens essenciais de sobrevivência, como arroz, farinha e aveia. “Obviamente, podem sobreviver com carne enlatada por algum tempo, até cinco anos. Peixe enlatado pode ser conservado até dois anos”, acrescentou.

Um especialista destacou ainda a importância da água para a sobrevivência durante largos períodos de tempo: “Quanto mais água, melhor. Podemos sobreviver duas ou três semanas sem comida, mas dificilmente podemos sobreviver três dias sem água”.

O jornalista diz para russos comprarem iodo para se protegerem das radiações das armas nucleares.

Segundo as dicas dadas pelo jornalista Alexey Kazakov, a população deve comprar iodo com vista a proteger o corpo da radiação das armas nucleares. 

Foram ainda dados conselhos sobre o tipo de comida que deve ser armazenada, frisando que alimentos com açúcar devem ser dispensados, dado que a água é um bem escasso numa situação destas.

A estação russa deu estes conselhos num momento em que as tensões na Síria aumentam o receio de uma guerra nuclear.

Jornal i

NÃO HÁ GUERRAS JUSTAS


Pedro Carlos Bacelar de Vasconcelos | Jornal de Notícias | opinião

1. Ainda que não seja possível excluir em absoluto o recurso à violência armada nas relações internacionais, a sua admissibilidade deve confinar-se, estritamente, às situações limite de legítima defesa. Apesar do esforço de alguns teóricos americanos do direito internacional da era de George W. Bush, que tentaram definir com desmesurada amplitude os limites do uso da força a fim de legitimar a chamada "guerra preventiva", este conceito alargado revelou-se aberrante e a sua aplicação foi manifestamente desastrosa. As guerras justas acabaram, como trágica caricatura, na ocupação militar do Iraque, em 2003, e apenas subsistem, como referência equívoca e perversa, também desde o princípio do milénio, no terrorismo internacional. Por um lado, foram excluídos do âmbito de proteção das garantias arduamente instituídas pelo direito internacional humanitário os suspeitos de atos terroristas, doravante designados por "combatentes inimigos", ou seja, seres humanos destituídos dos mais elementares direitos. Por outro lado, a extrema sofisticação das novas tecnologias da guerra veio equiparar a brutalidade da extinção de uma vida humana ao gesto digitalizado no ecrã de um computador. E com tudo isto se elidiu por fim a fronteira ética que separava os militares dos terroristas e que impedia a redução dos civis a meros "efeitos colaterais"!

2. Constitui sério motivo de alarme o entusiasmo primário e belicoso com que são recebidas precipitadas promessas de vingança e avisos de feroz retaliação que, ainda há pouco tempo, teriam sido objeto de reações mais contidas e de prudente ponderação por parte da comunidade internacional. A primeira-ministra britânica, enleada com os parceiros europeus nas dificuldades do abandono da União e castigada internamente pelos baixos índices de popularidade, resolveu transformar um fracasso da responsabilidade das suas polícias - o atentado contra a vida do espião russo e da sua filha, perpetrado em solo sob a sua própria jurisdição - numa ameaça de guerra contra a Rússia, sem exibir quaisquer provas. Porém, uma parcela significativa de países europeus e parceiros da NATO imediatamente se associaram ao desespero do Governo inglês, juraram solidariedade, expulsaram diplomatas russos e acusaram aqueles que por avisada prudência não imitaram o seu exemplo de cobardes e traidores! Enquanto na Europa progride o populismo da Direita e dos governos conservadores, na América do Norte o populismo chegou ao poder e por trás de um presidente que banalizou a brutalidade discursiva e trata o resto do Mundo como párias indecentes, a extrema-direita política, económica e militar encaminha as águas para o seu moinho...

3. O avanço da globalização veio colocar dois desafios cruciais ao direito internacional contemporâneo. Primeiro, a fragilização dos estados, cada vez mais interdependentes e vulneráveis face à contínua ascensão dos interesses económicos e financeiros. Segundo, o vazio de uma autoridade universal, debilmente mitigado pela Organização da Nações Unidas e por uma opinião pública volátil e confusa onde o bom senso quase só se faz ouvir nas palavras do secretário-geral da ONU ou nos sermões do Papa Francisco. Contudo, é hoje uma realidade incontornável que apenas restam três opções para a resolução dos conflitos internacionais: a negociação, o diálogo e a resistência pacífica. O desarmamento e a redução gradual dos arsenais nucleares devem regressar ao topo das prioridades mundiais. A guerra e o terror não serão derrotados pelas armas. Terão de ser combatidos com políticas económicas e sociais, cooperação reforçada, solidariedade entre os povos e uma nova política internacional.

*Deputado e professor de direito constitucional

PORTUGAL | "Hipocrisia e esquizofrenia" por querer explorar petróleo no Algarve


A manifestação pelo cancelamento da prospeção de petróleo ao largo de Aljezur junta ambientalistas, autarcas e diversas personalidades de todo o país. A concentração começa na Praça Luís de Camões e termina no Largo de São Bento.

Os manifestantes têm apenas um propósito: parar com a possibilidade de exploração de petróleo em Portugal." A indústria [petrolífera] não pode ficar tranquila. Nós vamos conseguir parar isto". São as certezas de João Camargo, da associação Climáximo. O furo ao largo de Aljezur que o consórcio ENI/Galp quer levar por diante é a fonte de todos os protestos. Francisco Ferreira, da Associação ambientalista Zero, sublinha que o Governo já teve muitas oportunidades para cancelar o contrato e não o fez. O ambientalista considera que nem sequer haverá lucros para o Estado, "para além da vergonha politica de termos um País ambicioso em relação às alterações climáticas começar agora a exploração de petróleo". Francisco Ferreira considera incompreensível esta " esquizofrenia", apenas explicada pela cedência às empresas petrolíferas.

João Camargo, da associação Climáximo, acentua que parar com a exploração de petróleo é acima de tudo uma questão de sobrevivência ambiental " se queremos que o Planeta possa manter a temperatura 2 graus celsius abaixo". O responsável pela Climáximo considera que é " uma hipocrisia atroz" o governo avançar com esta situação ao mesmo tempo que" os governantes enchem o peito quando falam de energias renováveis".

Esta iniciativa é organizada por uma plataforma que congrega 32 das principais organizações portuguesas de ambiente e de defesa do património, nacionais e locais, movimentos cívicos, autarcas e partidos políticos. Surge depois de uma posição comum tomada em Loulé, em 22 de fevereiro último, subscrita por várias destas organizações, bem como por todas as associações empresariais do Algarve, pela Região de Turismo, por académicos e personalidades de vários quadrantes e pela maioria dos presidentes de câmara do Algarve e do Sudoeste Alentejano.

Maria Augusta Casaca | TSF

Ofensiva militar na Síria quis impedir investigação ao ataque químico


A Rússia já contra-atacou, através de palavras, a ofensiva militar desta madrugada contra a Síria.

Os Estados Unidos da América, a França e o Reino Unido lançaram, na madrugada deste sábado, uma ofensiva militar contra a Síria, mais precisamente com locais onde estavam a ser desenvolvidas as armas químicas.

Os responsáveis dos três países garantiram que a operação foi uma espécie de retaliação pelo facto de, no sábado passado, ter sido alegadamente levado a cabo um ataque químico contra a população de Douma.

Agora, a Rússia, na pessoa do ministro dos Negócios Estrangeiros apresenta outra justificação para o ataque de hoje.

Num comunicado publicado na página oficial do Governo russo, Sergei Lavrov garante que o "ato intimidante" levado a cabo pelos três países ocidentais foi executado "sob o pretexto de um alegado uso de armas químicas por parte das autoridades sírias" a 7 de abril.

Porém, o facto de o ataque ter sido executado poucas horas antes de os observadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas começar uma investigação na cidade de Douma, leva o ministro russo a tecer outra teoria para a ofensiva.

"Há muitas razões para acreditar que o objetivo do ataque foi o de obstruir o trabalho dos inspetores da Organização", lê-se no comunicado oficial

Patrícia Martins Carvalho | Notícias ao Minuto

DE BORLA | A cultura em agenda - Lisboa e Porto


Fim de semana está aí. Saiba o que pode ver à borla em Lisboa e no Porto. Espreite as sugestões de borlas culturais que temos para si este fim de semana. Sexta-feira 13, dia de terror? Bem, não necessariamente.

Na verdade, sexta-feira é dia de borlas culturais para aproveitar. Tal como o sábado e o domingo. Não há, portanto, nada a temer.

O Notícias ao Minuto continua atento todas as semanas às propostas culturais grátis que animam o Grande Porto e a Grande Lisboa. Esta semana não será exceção.

O melhor mesmo é espreitar as sugestões culturais amigas da carteira que temos para si para estes dias 13, 14 e 15 de abril.

Grande Lisboa

André de Brito ao vivo na Ler Devagar

A livraria Ler Devagar será palco esta sexta-feira, dia 13 de abril, para a música de André de Brito,  multi-instrumentalista e compositor que mistura música pop com funk, rock e outros géneros musicais. O concerto está marcado para as 22h.

Compositores Exilados - Lopes-Graça, Hindemith

Datado de 1982, o Quarteto de Cordas que dá início a este programa pertence ao último período criativo de Fernando Lopes-Graça, no seguimento da Revolução dos Cravos e da composição de obras como as Canções Heróicas ou o Requiem: pelas vítimas do fascismo em Portugal. A Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, será palco para este concerto marcado para as 13h. A entrada é livre, como é bom de ver.

'A Sombra dos Abutres'

A Colecção da Academia Portuguesa de Cinema tem-nos permitido manter contacto e conhecer alguns clássicos do cinema nacional. 'A Sombra dos Abutres', de Leonel Vieira, faz 20 anos e conta com novo lançamento em DVD num evento que contará com a presença do realizador e a equipa do filme. É já esta sexta-feira, pelas 18h30, na Fnac do Chiado.

Pedaços d'Alma

Esta sexta-feira, dia 13 de abril ,é inaugurada nas instalações de Galiarte - Espaço Artístico, uma exposição a solo de Gália Henriques intitulada 'Pedaços d'Alma'. Estará aberta ao público até ao dia 11 de maio.

Raparigas da Faixa de Gaza

Gaza Girls: Growing Up in the Gaza Strip (Raparigas de Gaza: Crescer na Faixa de Gaza) é uma exposição de fotografia construída no espaço público, da autoria da fotojornalista Monique Jaques, que oferece uma perspetiva sobre as vidas de mulheres jovens que crescem e chegam à idade adulta no convulsionado território do Médio Oriente. A exposição vai estar patente na Alameda dos Oceanos até ao próximo dia 30 de abril.

Feira da Bagageira em Algés

A itinerante feira da bagageira dá mais vida este fim de semana à zona de Algés. Artigos em segunda mão, velharias, reciclados e projectos inovadores. DJ, Animação, massagens e ateliers de reciclagem. O desafio é simples: vá de carro e faça da bagageira do seu automóvel a banca de vendas. No fim, feche a mala e regresse a casa. A feira decorre durante este sábado, 14 de abril.

Uma década de Museu do Oriente

O Museu do Oriente organizou uma festa de celebração dos dez anos que vai durar até 27 de maio. A oferta? As entradas ao domingo são de borla. Saiba tudo aqui.
Hora do Conto na Bertrand do Chiado

No domingo, a Elisabete Rosa da Associação Nuvem Vitória tem uma história para contar 'A Amélia Quer um Cão'. Os mais pequenos estão convidados e podem levar os pais. É este domingo, 15 de abril, a partir das 11h30, na Bertrand do Chiado.

Grande Porto

Vila Doce 2018

De 13 a 15 de abril, a Vila Beatriz, em Ermesinde, tem  lugar a 4ª edição da Vila Doce, uma iniciativa que pretende assinalar a época pascal e a chegada da primavera, reunindo, num mesmo local, diferentes vertentes: artesanato e gastronomia ligados à festividade, espaços lúdicos e didáticos para crianças e jovens e um vasto programa de animação ambulante e de palco. Berg, no sábado, e o Avô Cantigas, no domingo, dão ainda música e energia ao palco principal. A entrada é livre.

Exposição Coletiva de Pintura e Fotografia

A Cordeiros Galeria, no Porto, conta com uma exposição Coletiva de Pintura e Fotografia nos meses de abril e maio. São vários os artistas que vão mostrar os seus trabalhos. Saiba mais clicando aqui.

Dominguinho de Atelier de Ciência

O MAR Shopping continua a dar-nos Dominguinhos, manhãs de domingos com animação a pensar na pequenada. Este domingo, 15 de abril, há Atelier de Ciência - Paleontólogo por um dia. É gratuito mas será necessário inscrever. Inscrições e mais informações aqui.

Fingertips ao vivo nas Fnac

Há que aproveitar a boa tradição da Fnac de nos dar concertos gratuitos, em ambiente mais intimista. Este fim de semana os Fingertips estão em destaque e há várias oportunidades para os ver. Saiba onde pode assistir a concertos:

Fnac Santa Catarina
Sexta-feira, 13 de abril, às 18h30
Fnac Norte Shopping
Sexta-feira, 13 de abril, às 22h
Fnac Gaia Shopping
Sábado, 14 de abril, às 17h
Fnac MAR Shopping
Sábado, 14 de abril, às 22h

Um olhar sobre Varanasi, Índia

A objetiva do fotógrafo Tiago Figueiredo leva-nos a uma viagem de cor e cultura pela Índia, o lugar continuamente habitado mais antigo do mundo, a cidade de mil rostos onde vida e morte passeiam de mãos dadas. A exposição estará patente na Fnac do Norte Shopping até dia 10 de maio. 

Centro Português de Fotografia

Entre fotografia contemporânea e histórica, há sempre exposições para espreitar no Centro Português de Fotografia. Localiza-se na Cadeia da Relação do Porto, a cadeia oitocentista onde, por exemplo, Camilo Castelo Branco esteve detido. A entrada é sempre gratuita. Clique aqui para espreitar as exposições atualmente patentes.


Largo Amor de Perdição


De terça a sexta das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados das 15h às 19h. Encerra à segunda

Bom fim de semana e boas descobertas culturais!

Notícias ao Minuto

Portugal | CLÁSSICO BENFICA x PORTO E O ÁRBITRO QUE APITA


As (muitas) faces de um clássico inimitável, inenarrável e incomparável, onde o árbitro sabe que provavelmente algo correrá muito mal

O árbitro que irá apitar o Benfica-FC Porto de domingo (18h, BTV) terá percorrido milhares e milhares de quilómetros em terra batida, sintéticos e relvados e será, quase certamente, mais velho, mais maduro e mais experiente que grande parte dos atletas que o disputarão. Mas nada disso chegará, nada disso contará, nada disso importará

Duarte Gomes* | opinião

No domingo, às 18h (transmissão SportTV1), é quase certo que o país, todo o país, irá parar durante cerca de duas horas (mais coisa menos coisa, vá).

Joga-se em Lisboa o inimitável, o inenarrável, o incomparável "SL Benfica-FC Porto", momento desportivo recheado de história e de histórias mas que, por força das (muitas) circunstâncias do momento, será garantidamente aquilo que muitos antecipam como... o jogo do título. Do tudo ou nada.

O jogo das ilusões e das desilusões, das alegrias e das frustrações, dos que sairão derrotados e dos que se sentirão campeões.

É incontornável: aos olhos dos aficionados, o tamanho deste clássico é maior, bem maior do que outro alguma vez foi. Natutalmente. Compreensivelmente.

Mas o clássico de domingo não é apenas dos adeptos apaixonados e dos fiéis associados, das claques empenhadas e dos indefectíveis e apaixonados.

O clássico de domingo é também o dos jogadores e dos treinadores. Antes de tudo e acima de tudo. É o do seu talento, do seu empenho e do seu profissionalismo. O clássico de domingo é dos seus organizadores e promotores. Daqueles que o pensam, preparam e concretizam. O clássico de domingo é o das forças policiais e das equipas médicas. Que zelam pela segurança, pelo bem-estar e pela saúde física dos que pagam para assistir e aplaudir. O clássico de domingo é dos jornalistas, dos olheiros, dos patrocinadores e dos empresários. Que procuram criar valor, rentabilizar investimentos e detetar talentos.

O clássico de domingo é também o dos árbitros e da arbitragem. Daqueles que regulam a força entre duas forças. Daqueles que gerem emoções, avaliam situações e tomam decisões.

Ser árbitro de um clássico é estar no centro do mundo. No olho do furacão. É alegria imensa, expetativa enorme e ansiedade constante. É saber que dificilmente tudo correrá muito bem e que provavelmente algo correrá muito mal.

Não há juiz que resista à sentença da emoção. Nem aqui, nem na China nem no Paquistão. E, num clássico, não há emoção que perca a batalha com a razão. É derrota garantida, mesmo que na verdade o coração seja vencido e o jogo seja bem conseguido.

O árbitro que dirigirá o próximo Benfica-Porto será categorizado. Terá muitas e muitas centenas de jogos no currículo. Será (seguramente) internacional ou de estatuto equiparado. Terá percorrido milhares e milhares de quilómetros em terra batida, sintéticos e relvados. O árbitro que dirigirá o próximo Benfica-Porto será, quase certamente, mais velho, mais maduro e mais experiente que grande parte dos atletas que o disputarão.

O árbitro que dirigirá o próximo Benfica-Porto já escalou muitas montanhas, já dirigiu jogos intensos e já provou que tem valor. Mas no próximo domingo, nada disso chegará, nada disso contará, nada disso importará.

O árbitro que dirigirá o jogo de domingo será sempre aquele que não mostrou o amarelo aqui, não marcou o fora de jogo ali, não expulsou o jogador acolá.

O jogo que ele dirigirá será sempre discutido, julgado e condenado, porque aquilo que for certo aos olhos de uns, será falha grave aos olhos outros. Mesmo que a tecnologia ajude. Mesmo que o videoárbitro intervenha. Mesmo que a dúvida legitime.

Não há nada mais injusto do que tentar explicar a um mundo de emoções quais foram as nossas momentâneas razões.

Não há como explicar-lhes que aquilo que vêem nas imagens televisivas não é o mesmo que intuem, sentem e percecionam em campo. Não há como contar-lhes que no relvado o jogo tem vida, corpo e humanidade e que a televisão despe-lhe parte da alma e da intensidade.

Em campo, as pancadas ouvem-se. As malandrices topam-se. Os olhares denunciam. A dúvida alimenta.

Em campo, os sentidos estão despertos, apurados. O que não se vê de verdade, o que não se vê na totalidade, cheira-se. Intui-se. Adivinha-se. Pressente-se.

Mas nem com faro apurado se acerta sempre. O cansaço surge. As pernas pesam. O suor escorre. O ângulo encurta. O ruido ensurdece. A adrenalina aumenta. O coração dispara. A lucidez dilui.

E num clássico, as situações ganham outra dimensão. As jogadas multiplicam-se e o grau de dificuldade dispara, em que cada lance, a cada entrada, em cada disputa.

Num clássico, os jogadores estão mais tensos, mais empenhados, mais nervosos. Cada falta pode ser o fim da picada, pode desencadear pancada. Cada infração pode gerar protestos. Cada decisão pode espoletar conflitos, empurrões e agressões.

Num clássico, o público assobia, protesta e insulta ainda mais. Os bancos transbordam de nervosismo e saltam, como molas, em cada micro-decisão, em cada banal reposição. Num clássico, há mais flashes e luzes, que disparam balas de luz entre os fios de nylon que cosem as redes das balizas. É muito, mas mesmo muito difícil.

Há momentos em que um árbitro, por mais forte e seguro que seja, sente a sua limitação humana perturbada, ameaçada por tamanha floresta de sensações, por aquele turbilhão de reações.

E sendo certo (mais do que certo até) que há quem avalie bem e quem avalie menos bem, que há quem acerte mais e quem acerte menos, que há quem tenha mais feeling e quem tenha menos sensibilidade para a funcão... no clássico de domingo, o inferno estará bem mais perto do que o céu, a serenidade bem mais longe do que a aflição.

Esperemos, no entanto, que seja um espetáculo de qualidade. Um espetáculo que se cinja apenas e só ao relvado. Um espetáculo que não se arraste para além dele, que não se alastre para fora dele.

Esperemos que seja um hino ao civismo, ao respeito e ao desportivismo. Que seja uma prova global de saber vencer e de saber perder. De aceitar acertos e de tolerar erros. De saber estar na alegria e na desilusão.

Quando as más notícias são quase garantidas, qualquer coisa boa soa a exceção. E no domingo há muita gente que pode tornar o clássico numa lição memorável de cidadania e educação.

Venha daí o milagre.

Duarte Gomes* | Expresso

*Ex-árbitro de futebol

Foto: Jorge Sousa apitou o FC Porto-Benfica da 1ª volta (0-0), em que expulsou o benfiquista Zivkovic / Nurphoto

EUA, REINO UNIDO E FRANÇA abriram as hostilidades. Retaliação serve-se a frio - Rússia


As cartas estão lançadas sem que seja possível reavê-las, começou o jogo que pode abrir a porta a bombardeamentos nucleares por parte das potências mundiais. Do ocidente, EUA, Reino Unido e França deram inicio aos bombardeamentos – por enquanto sem nuclear. Do outro lado está a Rússia e, muito provavelmente, a China quando chegar o dia e a hora por que espera. Por agora é a Síria o pomo da alegada discórdia e pseudo razão dos bombardeamentos na Síria – uma guerra por procuração em que o ocidente se sente confortável a provocar a Rússia, o oriente. Que “haverá consequências”, diz a Rússia. É de esperar e temer. E depois, a seguir, a retaliação serve-se a frio? (MM | PG)

Estados Unidos, França e Reino Unido bombardeiam a Síria

Retaliação concertada entre forças aliadas pretende punir Bashar al-Assad por ataques químicos mortíferos. "Isto não são ações de um homem", disse Donald Trump, "mas crimes de um monstro"

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França iniciaram esta sexta feira ataques contra alvos na Síria. A informação foi revelada pelo próprio Presidente norte-americano, Donald Trump, que justificou os bombardeamentos como sendo retaliações contra Bashar al-Assad, depois dos ataques com armas químicas em Damasco que, no fim de semana passada, mataram mais de 40 pessoas.

"Meus companheiros americanos, há pouco ordenei as forças armadas norte-americanas para que lançassem ataques de precisão a alvos associados às capacidades de armamento químico do ditador sírio Bashar al-Assad".

Assim iniciou Trump um discurso televisivo feito a partir da Casa Branca, em que o Presidente americano qualificou os ataques químicos como sendo ações não de um homem, "mas de um monstro". Os Estados Unidos responsabilizam diretamente Assad pelos ataques.

O presidente americano garantiu que estão a ser usadas "armas de precisão", com o objetivo de impedir a produção, dispersão e utilização de armas químicas. "Estamos preparados para manter esta resposta até que o regime sírio pare de usar agentes químicos proibidos", afirmou.

Ao mesmo tempo que Trump falava eram ouvidas explosões em Damasco, segundo um correspondente da France Press no local.

Donald Trump exortou Moscovo a abandonar o apoio a Assad e afirmou que a Rússia "traiu as suas promessas" sobre a eliminação de armas químicas.
Reino Unido aliado contra Assad


"Esta noite, autorizei as forças armadas britânicas a conduzir ataques direcionados e coordenados para degradar a capacidade de armas químicas do regime sírio e travar a sua utilização", comunicou a primeira-ministra britânica, Theresa May, já depois da declaração de Donald Trump. "Estamos a actuar em conjunto com os nossos aliados americanos e franceses".

"O regime sírio tem uma história de utilização de armas químicas contra o seu próprio povo da forma mais cruel e abominável", acrescentou May. O ataque químico de sábado passado, "em circunstâncias de terror", não pois deve surpreender ninguém. "Este padrão de comportamente deve ser parado".

May argumenta que todos canais diplomáticos foram utilizados, sem sucesso. "Ainda esta semana os russos vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que teria estabelecido uma investigação independente ao ataque de Douma".

"Por isso não há uma alternativa praticável ao uso de força para degradar e travar a utilização de armas químicas pelo regime sírio", justificou. "Isto não é uma intervenção na guerra civil", clarificou, "não é sobre uma mudança de regime. É sobre um ataque direcionado e limitado que não fará escalar as tensões na região e que fará tudo o possível para evitar vítimas civis".

No comunicado, May salienta que a velocidade com que esta ação está a ser implementada é essencial para aliviar sofrimento humano subsequente e para manter a segurança das operações.

Na sua primeira decisão como primeira-ministra que envolve forças armadas britânicas em combate, May justifica tê-lo feito por interesse nacional do seu país. "Não podemos permitir que a utilização de armas químicas seja normalizada - na Síria, nas ruas do Reino Unido ou em qualquer outra parte do mundo". A história mostra "que a comunidade internacional tem de defender as regras e principios globais que nos mantêm todos a salvo. Foi isso que o nosso país sempre fez. E que continuará a fazer".
Macron contra a banalização do mal


Também o Presidente francês, Emmanuel Macron, veio confirmar ter ordenado as forças armadas a intervir na Síria. "Não podemos tolerar a banalização do uso das armas químicas", salientou em comunicado.

No documento, Macron assinala que o ataque "está circunscrito às operações do regime sírio que permitem a produção e utilização de armas químicas". O líder francês explicou que o parlamento do seu país será informado da ofensiva e será aberto um debate parlamentar, como estipula a Constituição francesa.

A agência estatal síria SANA assegurou hoje que as forças de defesa aérea do país "estão a fazer frente" ao ataque dos EUA, França e Reino Unido contra a Síria.

Expresso | Foto: Chip Somodevilla/Getty Images


Rússia classifica ataque como "ato de agressão" e avisa que haverá "consequências"

Presidente Vladimir Putin considera que a ofensiva lançada esta madrugada sobre a Síria por EUA, França e Reino Unido não tem enquadramento legal. O ataque é classificado como uma ameaça direta a Moscovo.

Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que os ataques à Síria foram realizados sem qualquer enquadramento legal e constituem um "ato de agressão contra um estado soberano".

Os ataques com mísseis foram realizados "sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, em violação da Carta das Nações Unidas e de normas e princípios do direito internacional" e constituem "um ato de agressão contra um Estado soberano que está na vanguarda da luta contra o terrorismo", refere Putin em comunicado.

Moscovo insiste que não existiu qualquer ataque com armas químicas por parte de Damasco e acusou os EUA, a França e o Reino Unido de tentarem procurar uma desculpa para executarem a ofensiva desta madrugada.

"Especialistas militares russos que visitaram a cena deste incidente imaginário não encontraram evidências de uso de cloro ou outras substâncias tóxicas, e nenhum morador local confirmou um ataque químico", adianta Putin no comunicado.

Segundo o líder russo, o Ocidente tem "mostrado um desprezo" pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que deveria começar os seus trabalhos de verificação no local este sábado, ao optar por "uma ação militar sem esperar pelos resultados da investigação".

"Através das suas ações, os Estados Unidos agravaram a crise humanitária na Síria, trazem sofrimento para a população civil, favorecem os terroristas que assolam há sete anos o povo sírio e causam uma nova onda de refugiados", considerou ainda a Rússia.

Os Estados Unidos da América, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do Governo de Bashar al-Assad.

Segundo o Pentágono, a ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.

O embaixador russo nos EUA já tinha classificado o ataque como uma ameaça direta a Moscovo e um insulto "inaceitável e inadmissível" ao presidente Vladimir Putin, que terá "consequências".

"Estamos a ser ameaçados. Avisamos que estas ações não serão deixadas sem consequências", avisou o embaixador Anatoly Antonov.

Também o primeiro vice-presidente do Comité de Defesa da Duma, o Congresso russo, já considerara esta ofensiva como uma ameaça direta à Rússia, comparando Trump a Hitler.

Expresso | Foto: Reuters

MIL QUILÓMETROS | Dos Açores à Madeira ao 'leme'... de uma mota de água


Frederico Rezende conta à TSF como está a preparar a viagem de mil quilómetros.

O piloto madeirense Frederico Rezende anunciou na quarta-feira que pretende fazer a travessia entre os Açores e a Madeira... em mota de água.

O antigo atleta da seleção portuguesa de jetski, engenheiro de profissão, tem a travessia agendada para 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das comunidades portuguesas, com saída da Ponta Delgada e chegada ao Funchal.

O piloto tem já no seu currículo a realização de várias travessias, sendo que esta será a mais distante delas todas (cerca de 545 milhas náuticas),o equivalente a pouco mais de mil quilómetros.

A 13 de setembro de 2013, com 50 anos, Frederico entrou para o livro de recordes do Guinness ao conseguir a proeza de ligar Lisboa ao Funchal (cerca de 530 milhas náuticas) em 48 horas e 55 minutos.

Se a nova aventura correr com sucesso, o piloto supera o seu anterior recorde. Não é isso, no entanto, que o motiva para este desafio.

TSF | Foto: Joana Sousa / ASpress / Global Imagens

Morreu o realizador Milos Forman


O norte-americano de origem checa foi premiado com dois Óscares pela realização de "Voando sobre um Ninho de Cucos" e "Amadeus".

Milos Forman morreu, este sábado, aos 86 anos, segundo os meios de comunicação da República Checa, que citam a mulher Martina.

O realizador foi premiado com o Óscar de Melhor Realizador, em 1976 por "Voando sobre um Ninho de Cucos".

Jan Tomas Forman nasceu a 18 de fevereiro de 1932, em Caslav, na antiga Checoslováquia e aos nove anos assistiu ao extermínio dos pais no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia.

Forman concluiu o curso de Cinema da Universidade de Praga, tendo iniciado de seguida a sua carreira no cinema como ator e argumentista. Estreou-se como realizador em 1963 com "O Ás de Espadas".

Em 1965 venceu o primeiro Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com a comédia "Os Amores Duma Loura" e em 1968 voltaria a receber o mesmo galardão com "O Baile dos Bombeiros".

Mais tarde, com a invasão de Praga pelas tropas soviéticas, Milos Forman refugia-se em Paris e depois vai para os Estados Unidos onde realiza, em 1971, o seu primeiro filme em língua inglesa "Os Amores Duma Adolescente".

Em 1973, Milos Forman participou no documentário sobre os jogos Olímpicos de Munique: "Vencedores e Vencidos". Em 1975 realiza "Voando sobre um Ninho de Cucos", com o ator Jack Nicholson, com o qual ganharia o primeiro Óscar de Melhor realizador.

O musical "Hair (1979), "Amadeus" (segundo Óscar para Melhor Realizador), "Valmont" (1989), com o qual venceu o segundo Óscar de Melhor Realizador, "Larry Flynt" (1996) e a biografia "O Homem na Lua" (1999) são outros dos filmes de Milos Forman.

TSF | Foto: David W. Cerny/ Reuters

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