domingo, 4 de novembro de 2018

Rússia lançará novos mísseis antissatélites para o interceptor MiG-31 já em breve


Os Estados Unidos acreditam que a Rússia implantou estações de laser de combate no espaço para derrubar satélites norte-americanos.

O especialista militar Viktor Murakhovsky disse em uma entrevista ao Pravda.Ru que o desenvolvimento de armas anti-satélites aéreas foi lançado na época soviética.

"Há o caça MiG-31 que transporta esses mísseis anti-antissatélites - o avião foi desenvolvido durante a era soviética. Fotos de caça-interceptadores MiG-31 armados com modelos massivos de mísseis anti-satélite surgiram há um tempo atrás. "Mas os americanos demoraram cerca de três meses para reagir. Acho que vamos terminar os testes dentro de um curto período de tempo para colocar os mísseis em breve", disse o especialista ao Pravda.Ru.

"A Rússia não é o único país que desenvolve tais armas. A China também realizou vários testes de armas anti-satélite e abateu dois ou três de seus antigos satélites. Os americanos também têm armas como, por exemplo, aeronaves aeroespaciais, como X -37, X-36, X-43, X-47, que também pode disparar satélites para baixo da órbita Por enquanto, existem apenas três países no mundo que podem ter tais armas - Estados Unidos, Rússia e República Popular da China.

"Quanto à localização de sistemas a laser é o espaço, deve-se entender que eles não podem ser implantados no espaço porque são muito incômodos para o propósito. Veja o complexo de laser móvel Peresvet da Rússia e as dimensões de sua usina. Veja os complexos americanos implantados em navios de guerra ou aviões da Boeing. É claro que ninguém tem o poder ou a capacidade de levar esses sistemas ao espaço ", disse Viktor Murakhovsky ao Pravda.Ru.

Pravda.ru

A Casa Branca prepara o regresso dos euro mísseis


Manlio Dinucci*

O anúncio de que “Trump desrespeita o tratado nuclear histórico com Moscovo” - o Tratado sobre Forças Nucleares Intermédias (INF) - não foi inesperado. Mas agora é oficial. Para compreender o alcance de tal acto, devemos recordar o contexto histórico donde nasce o Tratado.

Foi assinado em Washington, em 8 de Dezembro de 1987, pelo Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e pelo Presidente da URSS, Michail Gorbachev, acordado no ano anterior, na Cimeira de Reykjavik. Segundo o mesmo, os Estados Unidos comprometiam-se a eliminar os “Euromísseis”: os mísseis balísticos Pershing II, instalados na Alemanha Ocidental e os mísseis de cruzeiro lançados do solo, introduzidos na Grã-Bretanha, Itália, Alemanha Ocidental, Bélgica e Holanda; a União Soviética comprometia-se a eliminar os mísseis balísticos SS-20, fixados no seu território.

O Tratado INF estabelecia não só um limite à instalação de uma categoria específica de mísseis nucleares, mas à eliminação de todos os mísseis dessa categoria: em 1991, foram eliminados 2692 na totalidade. A limitação do tratado consistiu no facto de que ele eliminou os mísseis nucleares intermédios e de curto alcance lançados do solo, mas não os mísseis lançados do mar e do ar. No entanto, o Tratado INF constituiu o primeiro passo em direcção a um verdadeiro desarmamento nuclear.

Este resultado importante deveu-se, essencialmente, à “ofensiva de desarmamento” lançada pela União Soviética de Gorbachev: em 15 de Janeiro de 1986, propusera não só eliminar os mísseis soviéticos e norte-americanos de alcance intermédio, mas também, estabelecer um programa global, em três fases, para a proibição das armas nucleares até ao ano 2000. Projecto que permaneceu no papel, porque Washington aproveitou a crise e a desagregação da super potência rival para aumentar a superioridade estratégica, incluindo a supremacia nuclear dos Estados Unidos, que permanecia como a única super potência no cenário mundial.

Não foi por acaso que o Tratado INF foi posto em debate por Washington, quando os Estados Unidos viram diminuir a sua vantagem estratégica em relação à Rússia, à China e a outras potências. Em 2014, sem apresentar qualquer prova, a Administração Obama acusou a Rússia de ter experimentado um míssil de cruzeiro da categoria proibida pelo Tratado, anunciando que “os Estados Unidos estão a considerar a instalação, na Europa, de mísseis com base no solo”, isto é, o abandono do Tratado INF [1].

O plano foi confirmado pela Administração Trump: no ano fiscal de 2018, o Congresso autorizou o financiamento de um programa de pesquisa e desenvolvimento para um míssil de cruzeiro lançado do solo por uma plataforma móvel a deslocar-se nas estradas. O plano é apoiado pelos aliados europeus da NATO. O recente Conselho do Atlântico Norte, a nível de Ministros da Defesa, em que participou em representação da Itália, Elisabetta Trenta (M5S), declarou que “o Tratado INF está em perigo devido às acções da Rússia", acusada de instalar “um sistema de mísseis desestabilizador, o qual constitui um sério risco para a nossa segurança”. Moscovo nega que esse sistema de mísseis viola o Tratado INF e, por sua vez, acusa Washington de ter instalado mísseis interceptores (os do “escudo”) na Polónia e na Roménia, que podem ser usados para lançar mísseis de cruzeiro portadores de ogivas nucleares.

De acordo com as notícias divulgadas pela Administração Trump, os Estados Unidos preparam-se para instalar mísseis nucleares de alcance intermédio lançados do solo, não só na Europa contra a Rússia, mas também no Pacífico e na Ásia, contra a China.

Manlio Dinucci | Voltaire.net.org | Tradução Maria Luísa de Vasconcellos | Fonte Il Manifesto (Itália)


Notas:
[1] «¿Volverán los misiles a Italia?», por Manlio Dinucci, Il Manifesto (Italia) , Red Voltaire , 10 de junio de 2015.

EUA | Por que o Pentágono está a armar insetos?


F. William Engdahl [*]

Há fortes indícios de que o Pentágono, através da DARPA, a sua agência de investigação e desenvolvimento, está a aperfeiçoar insetos geneticamente modificados que serão capazes de destruir culturas agrícolas de um possível inimigo. Esta denúncia foi negada pela DARPA, mas biólogos importantes lançaram o alarme sobre o que se está a passar com a nova tecnologia CRISPR "de alteração de genes" para transformar insetos em armas. Parece uma atualização no século XXI da praga de gafanhotos bíblica, só que possivelmente muito pior. 

A DARPA, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa do Pentágono, está a financiar um programa como nome bizarro de "Insetos Aliados". O Dr. Blake Bextine da DARPA descreve o programa como "impulsionando um sistema natural e eficaz de duas fases a fim de transferir genes modificados para plantas: insetos vetores e vírus que eles transmitem para as plantas". A DARPA afirma que o programa é proporcionar "contra-medidas expansíveis, facilmente aplicáveis e generalizáveis contra potenciais ameaças naturais e artificiais para o abastecimento alimentar com o objetivo de proteger o sistema agrícola dos EUA ". Reparem na linguagem: expansíveis, facilmente aplicáveis…

Ao abrigo do projeto da DARPA, serão introduzidos agentes de alteração genética ou vírus na população de insetos para influenciar diretamente a composição genética das culturas. A DARPA planeia usar cigarrinhas, moscas-brancas e pulgões para introduzir vírus selecionados nas culturas. Entre outras afirmações ambíguas, dizem que isso ajudará os agricultores a combater a "alteração climática". O que ninguém consegue responder – e nem o Pentágono nem a FDA dos EUA perguntam – é como esses vírus geneticamente modificados nos insetos interagem com outros micro-organismos no ambiente. Se as culturas estão a ser permanentemente inundadas por vírus geneticamente modificados, como é que isso poderá alterar a genética e os sistemas imunitários dos seres humanos que dependem das culturas?

Alarme de guerra biológica 

Como a maior parte do atual abastecimento alimentar dos EUA está contaminado pelo Roundup tóxico e por outros herbicidas e pesticidas, juntamente com plantas geneticamente modificadas, podemos duvidar da honestidade das declarações do Pentágono quanto à preocupação com o atual sistema agrícola dos EUA. Um grupo de cientistas europeus publicou um artigo na edição de 5 de outubro da revista Science , cujo principal autor é o Dr. Guy Reeves do Instituto Max Planck para a Biologia Evolutiva, em Plön, na Alemanha.

O artigo assinala que o programa "Insetos Aliados" da DARPA "pretende dispersar vírus infeciosos geneticamente modificados que foram trabalhados para alterar cromossomas dos cereais diretamente no terreno". Isto é conhecido como "herança horizontal", em oposição ao método vertical dominante da alteração dos OGM que faz modificações em laboratório em cromossomas de espécies para criar variedades de plantas OGM. As alterações genéticas às culturas serão realizadas por "dispersão através de insetos" em plena natureza .

Os cientistas europeus assinalam que a DARPA não apresentou razões convincentes para o uso de insetos como um meio não controlado de dispersar vírus sintéticos no ambiente. Mais ainda, argumentam que o programa de Insetos Aliados poderá ser usado mais facilmente na guerra biológica do que utilizado na agricultura rotineira. "É muito mais fácil matar ou esterilizar uma planta, usando a alteração genética, do que torná-la resistente a herbicidas ou a insetos", segundo Guy Reeves, do Instituto Max Planck.

O artigo da Science assinala que não tem havido debate científico, e muito menos supervisão, quanto à segurança destes métodos de alteração genética em terreno aberto, nem sequer se haverá alguns benefícios. O Departamento de Agricultura dos EUA rejeita liminarmente qualquer teste de saúde ou segurança das plantas ou insetos alterados geneticamente. "Por conseguinte, o programa pode ser encarado plenamente como uma tentativa de desenvolver agentes biológicos para fins hostis e suas formas de o aplicar, o que – a ser verdade – constituirá uma violação àConvenção de Armas Biológicas ". Até agora, já foram gastos US$27 milhões dos contribuintes em "Insetos Aliados".

Uma tecnologia instável

Embora não estejam disponíveis pormenores, é quase certo que o projeto Insetos Aliados, de modificação genética, com instrumentos CRISPR-Cas utiliza aquilo a que se chama "genética forçada". A genética forçada, que também está a ser fortemente financiada pela DARPA do Pentágono, com a alteração genética, pretende obrigar a que uma modificação genética se espalhe por toda uma população, sejam mosquitos ou possivelmente seres humanos, apenas em poucas gerações.

O cientista que primeiro sugeriu desenvolver a alteração de genes numa genética forçada, o biólogo de Harvard Kevin Esvelt, alertou publicamente para o facto de que o desenvolvimento da alteração genética em conjunto com as tecnologias da genética forçada tem um potencial alarmante de correr mal. Assinala as muitas vezes que o CRISPR comete erros e a probabilidade de ocorrerem mutações protetoras, fazendo com que um gene benigno se torne agressivo. Sublinha: "Mesmo uns poucos organismos modificados poderão alterar irreversivelmente um ecossistema". Simulações computacionais da genética forçada feitas por Esvelt calcularam que um gene editado resultante "pode propagar-se a 99 por cento de uma população em apenas 10 gerações e persistir durante mais de200 gerações .

Apesar do que Bill Gates – um importante financiador da modificação genética – possa afirmar, a alteração genética não é uma tecnologia rigorosa, seja em que sentido for. Na China, cientistas usaram embriões humanos dados por doadores de embriões que não podiam resultar no nascimento de um ser vivo, para alterar um gene específico. Os resultados foram um total fracasso, quando as células testadas não apresentaram o pretendido material genético. O investigador chefe, Jungiu Huang declarou à Nature: "Foi por isso que parámos. Ainda pensamos que estádemasiado imaturo ".
Um laboratório de armas biológicas na Geórgia para Insetos Aliados? 

Haverá cientistas loucos na DARPA ou noutras organizações do governo dos EUA a preparar-se para disseminar novas formas letais de armas biológicas contra adversários como a Rússia, o atual maior produtor mundial de cereais e um país cujas culturas são isentas de OGM, segundo a lei?

Uma série de notícias recentes nos media russos e ocidentais tem destacado um laboratório biológico de alta segurança, financiado pelo Pentágono , perto do aeroporto de Tíflis na Geórgia, adjacente à Rússia. Esse laboratório, o Centro de Investigação de Saúde Pública Richard G. Lugar, uma instalação de 350 milhões de dólares, segundo testemunhas oculares georgianas, foi construído segundo os padrões de segurança biológica nível III, ou seja, pode manipular tudo, com exceção de meia dúzia dos micróbios mais perigosos conhecidos, incluindo o antraz e as bactérias que provocam a peste bubónica. O Centro Lugar inclui cientistas do US Army Medical Research and Material Command .

No início deste ano, o antigo ministro da Segurança do Estado da Geórgia, Igor Giorgadze, deu uma entrevista à imprensa em Moscovo, em que afirmou ter provas confirmando as experiências de risco desse Centro, no qual haviam morrido uma série de pessoas. Deu conhecimento dessas provas a autoridades russas relevantes .

Tudo isto parece um capítulo do romance de ficção científica de Robert Crichton, de 1969, o Andromeda Strain , só que não é ficção. Os tribunais da União Europeia determinaram que a alteração genética deve ser regulamentada como qualquer outra forma de OGM, ou seja, organismos geneticamente modificados. Os EUA recusaram quaisquer regulamentações. Não é difícil acreditar que pessoas que rasgaram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário e impuseram repetidas sanções a funcionários russos e à indústria russa estarão tentadas a lançar ou a ameaçar lançar uma nova arma biológica terrível que, através de milhares de milhões de insetos infetados por vírus geneticamente modificados, poderão destruir o cabaz alimentar vital da Rússia, tudo isto em nome da "paz mundial".

Estará o Pentágono, através da DARPA, empenhado numa "utilização dupla", na investigação do desenvolvimento de uma arma biológica, sob a capa de progresso agrícola? Há quem diga: "Está, mas ninguém, no seu perfeito juízo, arriscará o que pode ser uma alteração irreversível do nosso ecossistema". Mas, como observou um biofísico, em relação aos OGM, há pessoas que não estão no seu perfeito juízo…" 


29/Outubro/2018

Ver também: 

Exército de insectos desenvolvido pelo Pentágono
para destruir culturas de um país ou transmitir doenças letais. 

VER VÍDEO - Exército de insectos desenvolvido pelo Pentágono para destruir culturas de um país ou transmitir doenças letais.

[*] Consultor de riscos e conferencista, licenciado em Política pela Universidade de Princeton e autor conceituado sobre petróleo e geopolítica, exclusivamente para a revista New Eastern Outlook. 

O original encontra-se em journal-neo.org/2018/10/29/why-is-pentagon-weaponizing-insects/
Tradução de Margarida Ferreira. 


Este artigo encontra-se em https://resistir.info/ 

Portugal | TANCOS


Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

Há um problema político seriíssimo. E um problema, digamos, "técnico" gravíssimo. E um não pode escamotear o outro, nem o outro servir de álibi ao primeiro. Vamos lá às perguntas todas, mais uma vez, para ver se surgem respostas.

O problema "técnico". Houve um assalto ao paiol de Tancos. Isso sabe-se. Quem o fez, como o fez, com a cumplicidade de quem? Não são pistolinhas de quem brinca ao soldadinho de chumbo, são granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico, uma quantidade sem números de munições e mais. Lista longa.

Determinado armamento apareceu, numa operação encoberta em que toda a gente fez de conta não saber que sabia. Mais perguntas do foro "técnico". O material tem a mesma origem do que desapareceu? Ou outra? E se a origem não é diferente, que armamento é aquele que não estava em nenhuma lista, sendo que nem da lista apresentada há hoje certezas de verdade verdadeira? E, já agora, esse armamento "extra" pertence às Forças Armadas? Vem de onde, de que paióis, de que assaltos? Ou foi só incompetência no preenchimento de folhas "de presença"?

Eis-nos postos no desassossego que se instala no problema político, seriíssimo. Quem sabia o quê e encobriu o quê a quem? Que começa nos militares, já chegou ao ex-ministro da Defesa, e a lama na ventoinha sempre a girar e a salpicar - ainda que por via de meras dúvidas e cenários - o primeiro-ministro e o presidente da República.

Tem razão Marcelo Rebelo de Sousa, o único que anda há um ano e meio a pedir explicações, quando se preocupa com o facto de o risco da especulação política em torno do assalto a Tancos poder criar uma "nebulosa" que prejudique a investigação e o apuramento da verdade. Embora o alcance da verdade passe forçosamente pela necessidade de responder aos problemas "técnico" e político.

O medo de crise no regime não pode ser superior à necessidade de o país perceber os caminhos que fragilizam as suas instituições e, em última análise, as fundações de um Estado de direito.

*Diretor JN

Portugal | Saudade vai-te embora



Mário Motta, Lisboa

“Passear” por títulos e notícias deu nisto: trazemos ao Página Global o principio de notícias que poderá querer ler por fim. Evidentemente que aproveitamos Bocas do Inferno para também marcarmos território de opinião em uma por uma… notícia.


“A Associação Sindical dos Juízes Portugueses anunciou a convocação de 21 dias de greve a começar este mês e a terminar em outubro de 2019, em datas ainda por definir”

- Da Lusa, no Expresso. Então os juízes vão fazer greves? Era de esperar. Até porque há uns quantos que têm andado a dormir e até se “esquecem” de julgar os réus por todos os crimes que praticam – vejam em “Portugal do BPN | Tribunal ‘esqueceu-se’ de pena sobre crime de abuso de confiança”, aqui no PG. Há também os juízes que se baseiam no inscrito na bíblia para “julgar”, os que quase não vêem crime nos que fazem das mulheres saco de boxe, e etc., etc. Sabe-se que nesses casos os juízes não estavam em greve sendo assim fácil de concluir que estavam a dormir e/ou andam a dormir. Acordaram agora porque querem mais euros (tantos?) no final dos meses e nas suas mordomias. Acordaram mas declararam greve… Olá, bom dia!


“Graça Fonseca irritou alguns socialistas, que a acusam de desconhecer o país. Mas há na bancada quem a defenda” – Manuel Carrapatoso, no Expresso

A tourada das touradas está para durar e a ministra da Cultura está com um pé fora e outro dentro do governo. Até no PS a acusam por não reconhecer a tourada como uns quantos (ou muitos) tradicionalmente o fazem e juram a pés juntos que é cultura. Tudo isto por causa do IVA. Pois o melhor era mesmo acabar com as touradas e a selvajaria infligida aos touros deveria ser - por lei - considerada crime. Tal qual como a qualquer outro animal (como é). São maus tratos. Ponto. Mas então se fosse cultura e não crime o que diriam os assim convencidos de que bater na avó é crime? E só porque é uma pessoa? Além de ser avó? E andarmos a espetar os bodes em ‘bodegarraiadas’ é crime ou cultura? E os que andam a espetar as pessoas por esse mundo e lhes chamam de terroristas são mesmo terroristas? Porquê? Porque espetam pessoas e até as esventram? E fazer isso num redondel a cobrar ingresso já não seria crime mas sim cultura? Mas porque é crime (se sim)? Porque são pessoas? Ah, então os bois (touros) é que podem ser torturados e até mortos para gáudio dos “aficionados” e dos “artistas” que os ferem sistematicamente e ouvem mais olés quanto mais carniceiros e torturadores forem. E depois a ministra é que está errada. Certos estavam os Césares da Roma Antiga, porque é o que as touradas fazem lembrar nos seus conteúdos sanguinários e desumanos para com os animais. Olé, seus hiper cultos das touradas! E que há deputados nestas ‘faenas’ a condenar a ministra. Alguns até são do PS. Pois claro. Sabemos muito bem das suas demonstrações de desumanidade e especiais atenções aos seus umbigos, de amigos e aos ‘lobies’ (seitas) a que pertencem. O melhor é ter fé e fazer por que se acabe com todas estas e outras touradas. Olé.


“Evocação do fim da I Guerra Mundial é liderada pelo Presidente da República e ocupa vias centrais da capital este domingo com a presença de milhares de militares e altas figuras do Estado” - Expresso

Está a decorrer neste momento, 11H30. No Expresso: “Às 11h deste domingo, um desfile militar de dimensões nunca vistas no Portugal democrático começará a ocupar o eixo central de Lisboa. No céu, a passagem de quatro aviões F-16 vão abrir as comemorações dos cem anos que decorreram desde o Armistício da I Guerra Mundial.”

Convém mesmo esta parada gigantesca das Forças Armadas. É que a instituição anda de rastos com as trapalhices de Tancos (falta muito por contar) e de uns quantos militares (com juízes em greve ainda pior). Voltamos ao costume salazarista? É que se quem teve tal iniciativa “das forças em parada” para emprestar elevação ao que anda a balões de soro, está doente e quase de rastos, faz lembrar esse tal salazarismo de patriotice bacoca e fascistóide. Direita volver! Saudade vai-te embora…

Portugal | Imprensa antidemocrática


Isabel Moreira | Expresso | opinião

O jornalismo sempre me fascinou. De resto, quando comecei a estudar Direito, não punha de lado a hipótese de ser jornalista. O papel que a liberdade de imprensa teve de resistência contra os poderes públicos, a enorme conquista que foi o fim da abjeta autorização administrativa para a fundação de jornais e da censura prévia ao material impresso são património coletivo.

Para além desse enorme papel de resistência, a liberdade de imprensa é uma garantia constitucional da livre formação da opinião pública num Estado constitucional democrático. Ou seja: não há democracia sem liberdade de imprensa. Não há, concretamente, democracia participativa, esclarecida, não condicionada, sem liberdade de imprensa.

A responsabilidade dos órgãos de comunicação social e dos jornalistas é, assim, gigante. Por isso mesmo a Constituição consagra uma série de direitos e de garantias associados à liberdade de imprensa. Cada meio de comunicação social, cada jornalista, protegido constitucionalmente sabe que goza da garantia da independência do poder político e do poder económico porque tem de haver autonomia, mas também tem de haver transparência (desde logo quanto aos meios de financiamento) e pluralismo.

A liberdade de imprensa, que doeu a conquistar, é uma garantia constitucional da livre formação da opinião pública, escrevia.

Estamos a viver um momento dramático. Há órgãos de comunicação social com enorme projeção que se dedicam a condicionar a formação da opinião pública num sentido antidemocrático (e há financiamento para isso).

Antigamente apenas o Correio da Manhã (e os seus “jornalistas”) dedicava tempo a fomentar o populismo, o ódio à classe política, a normalização do crime da quebra do segredo de justiça, o sexismo, os vários “ismos”. Atualmente, com a força das redes sociais, o estilo Correio da Manhã está a colonizar a os órgãos de comunicação social e a imprensa que se tinha por “séria”. Não-notícias são partilhadas pelo CM e imediatamente pela SIC, TVI, JN, DN e por aí fora, num concurso desesperado pelo número de visualizações da “notícia”, enquanto que a democracia passa ao lado, enquanto que o ódio se espalha, enquanto a livre formação da opinião pública para, desejavelmente, uma boa participação democrática, seja uma palavra: alienação.

Aos órgãos de comunicação social referidos juntam-se as colaboradoras e os colaboradores que têm de fazer pela vida. Pululam pela CMTV a dizer sim à divulgação degradante de imagens de detidos, assaltando o Estado de direito em benefício da sua conta bancária, enquanto escribas como Assunção Cristas estão no pasquim CM, porque entre ser cúmplice de um meio criminoso e ganhar uns votos, escolhem a segunda opção.

O Observador dedica-se a destruir a direita democrática e razoável portuguesa e não hesita em fazer de CM quando lhe convém. O Observador tem um projeto político claríssimo e está lá o reacionarismo que quer ver sentado na AR.

Os outros meios de comunicação social estão a fazer pela vida degradando-se aos poucos. Precisamos, urgentemente, de apoiar o jornalismo sério, independente e comprometido com o Estado de direito. Ainda o há.

É a livre formação da nossa opinião que está em causa. É a democracia que está em causa.

São Tomé | Oposição quer contactos de imediato com Presidente da República para formar governo


São-Tomé, 02 Nov. (STP-Press) –  Os partidos da oposição são-tomense, designadamente,  o MLSTP-PSD e a Coligação PCD-MDFM-UDD manifestaram a disponibilidade “em iniciar de imediato contactos com o Presidente da República para encontrar solução governativa sustentável que ponha fim a crise institucional” no País, – anunciou quinta-feira o porta-voz Arlindo Carvalho.

Numa declaração conjunta da oposição lida por Arlindo Carvalho, os partidos da oposição acusam o Presidente da República de “fugir claramente as suas responsabilidade ao não cumprir as suas atribuições constitucionais demonstrando assim ser conivente com a intolerável situação de ingovernabilidade que vive o País”.

“ Vêm, assim os partidos da oposição uma vez mais manifestar sua disponibilidade em iniciar de imediato contactos com o Presidente da República para encontrar solução governativa sustentável que ponha fim a crise institucional criada pelo ADI”- Lê-se na declaração conjunta.

“ Não se vislumbra em parte alguma da constituição que a formação do governo esta condicionada a tomada de posse dos deputados ao parlamento, defende a oposição refutando a interpretação feita pelo Presidente da República na declaração quarta-feira a Nação.

Daí, exortam o Chefe de Estado são-tomense “a iniciar imediatamente contactos com partidos políticos para a formação do governo de acordo com os preceitos constitucionais de modo a por cobro ao vazio do poder e as consequências que possam advir do prolongamento dessa situação”.

A oposição diz ainda “lamentar o facto do Presidente da República no seu pronunciamento ter tentado branquear a responsabilidade do governo de Patrice Trovoada pela crise energética jamais vivida no País”.

O MLSTP-PSD e a Coligação dizem ainda que esperavam “ no mínimo, que o Presidente da República pudesse informar a Nação o paradeiro certo do primeiro-ministro que numa altura de manifesto desprezo e desrespeito pelo nosso povo abandona o País há mais de 20 dias sem dar qualquer explicação”.

“ O País está parado, as instituições adormecidas e os governantes ausentes” disse Arlindo Carvalho tendo acusado o partido ADI de querer retardar as conversações interpartidárias que visam encontrar solução governativa para o País.

De acordo com a declaração conjunta, o partido ADI teria endereçado um convite propondo um encontro para os dias 5 e 6 Novembro com a oposição, que por vez, fez uma outra proposta do encontro antecipando para 31 de Outubro, tendo Arlindo Carvalho sublinhado que “ estranhamente até este preciso momento que vos falo, o ADI não se dignou em responder a nossa proposta”.

De um lado a oposição reivindica o direito de assumir a governação do país por dispor de uma sustentabilidade parlamentar de 28 dos 55 deputados do parlamento na base de uma aliança entre os 23 mandatos do MLSTP-PSD e 5 mandatos da Coligação enquanto ADI já iniciou contactos para governar alegando ser um vencedor do escrutínio com uma maioria simples de 25 mandatos.

Ricardo Neto, jornalista da Agência de Noticias STP-Press

Patrice Trovoada, o autocrata santomense desfalcado

Patrice Trovoada, desagradado e desfalcado... da maioria
Patrice Trovoada, que venceu as eleições anteriores em São Tomé e Príncipe com maioria perdeu-a nestas últimas eleições, deparando com a oposição unida em torno da reconquista do avanço da democracia e o fim do percurso antidemocrático imposto por Trovoada durante o mandato anterior. Nesse período país e cidadãos foram assediados por métodos intimidatórios e de exclusão compulsiva. O que denunciava os tiques ditatoriais do regime daquele então primeiro-ministro.

Patrice, após a sua passada eleição com maioria encontrou nas eleições presidenciais – que seguidamente se realizaram - um parceiro dócil à sua imagem e semelhança, Evaristo Carvalho. Que apoiou. Do ato eleitoral e resultados de então ficaram imensos resquícios de dúvidas pela sua vitória eleitoral e desse modo com sérias reservas na sua legitimidade para exercer o cargo. Mas então o que fazer, se era Patrice primeiro-ministro recentemente eleito e já dono e senhor do país?

O tempo passou e agora estas novas eleições ditaram o insucesso do aprendiz de ditador Trovoada. Foi-lhe negada a almejada maioria e entregue aos partidos da oposição que já anunciaram acordos de suporte de um governo de oposição à ADI de Patrice. Mas tal solução não é aceite por Patrice Trovoada, nem pelo seu apoiante e PR Evaristo Carvalho – pelo menos tem sido o que esse tem deixado perceber com declarações que não são “carne nem peixe” mas antes processo de prestidigitação e argúcia para “queimar” tempo e surpreender os opositores “distraídos”. Deixando notar que a sua tendência assenta na esperança de levar Patrice novamente a chefe do governo – até mesmo com minoria no Parlamento.

Disso e muito mais, principalmente acerca de Patrice Trovoada, opina a santomense Isabel Santiago no jornal Público de há quatro dias atrás, salientando a visita que Patrice desfalcado faz a Portugal, gemendo, uivando e pedindo conselhos ao PM de Portugal, António Costa – que, ao que se sabe, escutará o que ele disser em velocidade de quem nem quer ouvir. Palavras escutadas a cem por um ouvido e saídas a duzentos pelo outro. (Redação PG)

Trovoada em Lisboa, inverdades para António Costa

O povo põe, o povo tira. O povo santomense saiu à rua numa noite assim e tirou-te do poder

Isabel Santiago | Público | opinião

Patrice Trovoada, primeiro-ministro cessante de São Tomé e Príncipe e que nunca visitou oficialmente Portugal, durante os últimos quatro anos, aguarda esta semana encontro com António Costa. Consta que quer informar o primeiro-ministro português sobre a situação do país, segundo informação da agência Lusa.

Este senhor, considerado em São Tomé e Príncipe como falso democrata, desprezou o povo e perseguiu — exonerando todos os dirigentes no primeiro conselho de ministros e, grave, exonerando todos os juízes do Supremo e do Constitucional, compulsivamente, o que gerou manchetes na imprensa internacional.

Agora que a maioria absoluta foi partida, e pese embora violação das urnas (registado pelos observadores internacionais da CPLP, chefiados pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Zacarias da Costa, em conferência de imprensa dia 9 de Outubro), vem pedir apoio sobre como criar a “afrogeringonça”. A versão africana, não democrática, da “geringonça” que, malgré tout, tem funcionado em Portugal.

Mais trovoadas em Lisboa, não. Na entrevista à Lusa, “tinha previsto para esta sexta-feira um encontro com o primeiro-ministro português, o qual foi adiado para o final da próxima semana, porque António Costa participava em Bruxelas na Cimeira Europa-Ásia”. Na verdade, neste Estado democrático, em que se respeita o povo e os emigrantes legalizados, não acreditamos e não se aceita que Costa “proteja” um homem que persegue os portugueses lá residentes, que tanto têm feito pelos mais desfavorecidos, sendo o exemplo mais flagrante o bispo de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António. Um promotor de obra social que protege os mais desfavorecidos: com a grande obra da Cáritas Diocesana e a Casa dos Pequeninos, 100% financiada pelo Governo português, e de embaixadores de boa vontade que protegem as crianças retiradas aos pais e/ou abandonadas. O Estado às escuras: é assim que a cidade continua, às escuras. Sem energia elétrica. O mesmo se aplica à casa das crianças. Nem luz elétrica forneceu à Casa dos Pequeninos santomenses.

O bispo, recentemente, em entrevista, contou à Lusa qual tem sido o seu papel e o da Igreja na ajuda às comunidades mais desfavorecidas. E, por isso, teve mais uma ameaça proveniente do ministro dos Negócios Estrangeiros, recado de Patrice. Pois é: a vida tem destas coisas, outro representante de Patrice (que continua a governar a partir de Lisboa), em declarações a uma TV em São Tomé e Príncipe, diz que a Ação Democrática Independente (ADI) já quer negociar até com a Igreja. Está certo. A isto chamam democracia.

Numa visita oficial a São Tomé e Príncipe, Marcelo Rebelo de Sousa, na Assembleia Nacional, mencionou que “aquela era a casa da democracia e que as ditaduras morrem, sempre, por cima dos seus ditadores”.

Diz Patrice: “Depois regressarei a São Tomé e Príncipe.” Nega que tenha fugido do país, como foi divulgado na imprensa e nas redes sociais são-tomenses. “As pessoas especulam muito. Não podemos estar reféns das redes sociais, das fake news e da especulação.” Com ou sem fake ou news, a censura acabou! Não assusta mais ninguém, senhor das trovoadas, que foge à procura de socorro. Recordo, em declarações aos jornais n’Dependenxa e Téla Nón, santomenses, que um ex-deputado do CDS-PP que o “escoltou” no regresso de 2014 o desmentiu e disse que tinha sido um erro a manipulação.  

O povo põe, o povo tira. O povo santomense saiu à rua numa noite assim e tirou-te do poder.

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

* Santomense; directora do jornal n'Dependenxa; professora convidada em Comunicação em Saúde, Medicina Preventiva e Saúde Pública na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Angola | Deixar andar ou reordenar tudo


Jornal de Angola | editorial

Algumas das medidas adoptadas pelo Executivo e pelos seus órgãos estão a merecer variadas reacções um pouco por todo o lado.

Desde a Operação Transparência, que teve como palco mais de cinco províncias e com sucesso esperado, à Operação Resgate, que começa a seis de Novembro, algumas das  posições adoptadas por certos círculos assumem uma verdadeira antítese e desconcertação. Há na sociedade um elevado clamor para que nos organizemos mais, para que erradiquemos determinadas práticas e, curiosamente, quando assim se pretende proceder não faltam vozes que se levantam contra, numa verdadeira defesa da ilegalidade. 

Além de falsa a ideia segundo a qual  as iniciativas governamentais para ordenar o comércio, disciplinar o trânsito automóvel, inibir o cometimento de crimes e combater a criminalidade, apenas para mencionar estas, vão aumentar a pobreza, é exagerada e mesmo perigosa. Seguramente, quem assim pensa, defende que continuemos a assistir à venda de medicamentos e bens perecíveis em hasta pública, que se deixe como está o comércio de produtos contrafeitos, o “garimpo” de água e o comércio de peças de automóveis de proveniência duvidosa, entre outras práticas. 

Não é aceitável que se defenda a continuação do estado de coisas que temos vindo a assistir na cidade de Luanda e noutras grandes cidades de Angola, independentemente de essas ilegalidades, aparentemente, assegurarem o ganha-pão de alguns. Toda e qualquer actividade ilegal, bem como todo e qualquer comportamento ou procedimento que lese direitos de outrem, sendo todos eles combinados actos que acabam por afectar o Estado, não podem ser tolerados mesmo quando tais acções garantam o pão de quem neles incorre.

Quem diz que a Operação Resgate vai aumentar a pobreza, no mínimo, é um defensor de ilegalidades, quando o que toda a sociedade aspira é, tão somente, o exercício de todas as actividades e comportamentos baseados em legalidade, organização, disciplina, ordem e tranquilidade. Acreditamos que, com aqueles atributos, o ganha-pão se torna mais digno, honesto, justo e ficam acauteladas as perdas para o Estado.    

O mais importante é que, como sociedade, consigamos acautelar que o exercício da acção dos entes administrativos do Estado não se exceda ao ponto de lesar as liberdades, os direitos e as garantias fundamentais dos cidadãos. Na verdade, alguns efeitos já são notáveis nalgumas artérias de Luanda por força da má interpretação sobre a data em que arrancaria a Operação Resgate, que muitos confundiram com o dia um, contrariamente a seis de Novembro. Mesmo que alguns dos efeitos da operação que vai começar na próxima terça-feira, dia seis de Novembro, sejam eventualmente negativos, apenas temos duas opções: deixar andar tudo como está ou reordenar tudo.

Angola – Aspar | Integração, rigor e responsabilidade


   
As acções em prol duma nova era da Comunidade da Segurança do Estado, tendo em conta a radiografia histórica, antropológica e sociológica do país, exigem objectiva e subjectivamente o desencadear de processos de mobilização visando integração, rigor e responsabilidade.

É evidente que essa conduta não se restringe apenas àqueles que no activo compõem as distintas funcionalidades dum aparelho tão sensível enquanto instrumento de poder de estado democrático e multipartidário, reitor de paz, de reconciliação, de reconstrução nacional e de reinserção social.

Numa perspectiva a curto prazo, os membros dessa Comunidade que por qualquer razão não estão em funções, devem também corresponder à (re)integração, qualquer que seja a articulação, com rigor e responsabilidade, em função dos juramentos patrióticos que foram feitos e de forma a ser um exemplo para toda a sociedade.

A surda guerra psicológica a que muitos foram sujeitos durante décadas, não é justificação para não corresponderem dessa maneira!


As Assembleias Provinciais de esclarecimento que estão em curso, se bem que com objectivos muito específicos que legitimamente correspondem às aspirações mais prementes dos membros da ASPAR, não podem perder de vista as questões de fundo.

Às quatro Assembleias levadas a cabo pelo Presidente da Direcção Executiva da ASPAR em duas Províncias e em Luanda já estiveram presentes um total de 753 membros da Comunidade da Segurança do Estado.

Por outro lado, tendo ainda em conta a natureza da sociedade angolana e os impactos que os angolanos têm vindo a sofrer em função das profundas alterações globais que influem por vezes de forma tão negativa no país, é oportuno pedir o empenho de todos os membros da Comunidade da Segurança do Estado, para não alimentarem nem especulações, nem ilusões fúteis, nem qualquer tipo de alienação despropositada em relação aos trabalhos em curso, suas práticas e seus resultados, acautelando também com isso os processos de integração e as possíveis articulações que com eles se vão desenhando.


Vencer desequilíbrios, injustiças sociais e humanas, assim como neutralizar os efeitos da guerra psicológica resultante dos impactos do capitalismo neoliberal, implicam a médio e longo prazos, uma harmónica e mobilizadora cultura de inteligência, aberta às ciências humanas e da natureza e às imensas investigações que há que realizar em prol dos conceitos implícitos a uma geoestratégia de desenvolvimento sustentável em Angola!

A Comunidade de Segurança do Estado tem imensos potenciais que se deverão entrosar em cadeia com os que estão apostados nos imensos resgates que há a realizar em benefício de todo o povo angolano, da construção de sua felicidade e futuro e é esse um dos objectivos a ter sempre bem presente na luta diária, como na ciclópica luta contra o subdesenvolvimento.

Honrar a memória e os ensinamentos do dr. António Agostinho Nero, passa singular e colectivamente por todos nós e é essa transversalidade, por que nós somos nós mesmo, que garante a mobilização de todas as capacidades para a pátria bonita que há que construir!

Martinho Júnior | Luanda, 27 de Outubro de 2018

Fotos: Assembleia em Luanda

Moçambique | Negócios ilícitos alimentam a violência em Cabo Delgado


A economia ilícita alimentou a corrupção, manteve as fronteiras e o litoral poroso e afectou a legitimidade do Estado, diz um estudo da Iniciativa Global Contra o Crime Transnacional Organizado.

A recente onda de violência em Cabo Delgado, norte de Moçambique por militantes extremistas foi financiada pela economia ilícita do país, diz um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Transnacional Organizado, recentemente lançado.

O relatório enfatiza que o envolvimento do governo moçambicano no tráfico de drogas, contrabando humano e caça de animais selvagens frustra os seus esforços para combater o grupo chamado al-Shabab.

A economia ilícita alimentou a corrupção, manteve as fronteiras e o litoral poroso e afectou a legitimidade do Estado, diz aquela organização.

“As figuras políticas, o partido no poder e seus associados criminosos de elite têm se beneficiado abertamente da extração lícita e ilícita de recursos naturais, enquanto a comunidade local tem sido punida por se envolver em economias informais ilegais e negado os benefícios do investimento formal, diz a Global Initiative.

Desde o início de ataques, em Outubro de 2017, o governo de Moçambique prometeu eliminar o grupo, mas um ano depois os ataques continuaram.

Pelo menos 90 pessoas foram mortas e centenas de casas incendiadas pelos atacantes nos distritos de Palma, Macomia, Mocímboa da Praia ou Mueda.

Recentemente iniciou, na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, o julgamento de cerca de 200 pessoas acusadas de envolvimento nos ataques, incluindo tanzanianos.

Localmente os atacantes são chamados Al Shabab, mas o grupo islamita somali com este nome nunca reivindicou qualquer associação.

Simone Hayson, que fez o estudo, diz que “não foi encontrada nenhuma ligação comprovada destes atacantes e movimentos terroristas internacionais como Al Qaeda, Estado Islâmico, ou Al Shabab, e fica em aberto a possibilidade de ser um fenómeno regional”.

Hayson diz ainda que há algumas indicações sobre contactos do grupo com países vizinhos e distantes como Quénia (norte), mas não se conhece a nível dessas ligações ou se há alguma liderança vinda desses lados, “essas são questões que ainda não percebemos”.

Quanto à possibilidade de o movimento perturbar as operações de empresas do sector de gás em Palma, Hayson tem dúvidas, porque, de momento, não parecem ter a capacidade militar para tal. “Eles podem perturbar aldeões e potencialmente trabalhadores de ONGS”.

Voz da América

Moçambique | Um país vendido a multinacionais


@Verdade | Editorial

Desde a Independência nacional, os moçambicanos acreditaram na promessa de um país livre económica, social, cultural e politicamente do jugo colonial, mas o que se tem assistido é que o povo tem vivido anos de sacrifícios e intempérie. A situação por que passa a população moçambicana resulta da falta de sensibilidade por parte do Governo que tem dirigido os destinos do país desde a independência. O tempo tem demonstrado que é impossível humanizar os políticos de turno que tem feito o povo da sua besta de carga.

O tempo tem mostrado que os indivíduos que dirigem o país estão mais preocupados com o seu umbigo, relegando o bem-estar dos moçambicanos para último plano. Uma das situações que revela essa dura realidade é a facilidade que o Banco de Moçambique criou para as empresas multinacionais que se preparam para explorar o petróleo e o gás existente no país. Ou seja, para além de toda as estúpidas isenções e regimes especiais de tributação, as multinacionais conseguiram do Governo da Frelimo uma legislação privilegiada para movimentarem os biliões de dólares que irão ganhar no pais.

Esta é uma realidade preocupante e revoltante. Os moçambicanos passam por diversas dificuldades todos os dias, mas o Governo não cria facilidade para dar dignidade ao seu povo, pelo contrário tem estado sistematicamente a empurrar a população para sarjeta. Literalmente, o Governo está a vender o país a multinacionais dando privilégios infindáveis em troca de ninharias, assim como hipotecou o futuro de milhões de moçambicanos contraindo dívidas ilegalmente.

Infelizmente, os moçambicanos, de forma ingénua e a cada cinco anos, têm estado a confiar a resolução dos seus problemas e os seus destinos a este bando de insensíveis. Ao serviço de grandes interesses económicos e financeiros, o Governo da Frelimo coloca os moçambicanos a ocuparem- -se de de um futebol que não traz nenhum resultado satisfatório, enquanto eles vão fazendo revisões na Lei Cambial e outros dispositivos.

Mais lidas da semana