sexta-feira, 29 de março de 2019

A nova Grande Estratégia dos Estados Unidos


Thierry Meyssan*

Muitos pensam que os Estados Unidos estão muito activos mas que não concretizam grande coisa. Por exemplo, que as suas guerras ao Médio-Oriente Alargado são uma sucessão de fracassos. Mas, para Thierry Meyssan eles têm uma estratégia militar, comercial e diplomática coerente. De acordo com os seus próprios objectivos, ela avança pacientemente e é coroada de sucesso.

É habitual nos Estados Unidos crer que o país já não tem qualquer Grande Estratégia desde o fim da Guerra Fria.

Uma Grande Estratégia, é uma visão do mundo que se tenta impor e que todas as administrações devem respeitar. Assim, se se perde num teatro de operações, em particular, prossegue-se em outros e acaba por se triunfar. No fim da Segunda Guerra Mundial, Washington escolheu seguir as directivas fixadas pelo Embaixador George Keenan no seu célebre telegrama diplomático. Tratava-se de descrever um pretenso expansionismo soviético para justificar uma contenção da URSS (containment). Efectivamente, muito embora eles tenham perdido as guerras da Coreia e do Vietname, os Estados Unidos acabaram por triunfar.

É muito raro conseguir lembrar uma Grande Estratégia, mesmo se houve outras neste período como com Charles De Gaulle, em França.

No decurso dos dezoito últimos anos, Washington conseguiu progressivamente fixar novos objectivos e novas tácticas para os atingir.

Por que é preciso ouvir os jovens que protestam pelo clima


Às sextas-feiras, virou rotina na Europa: escolares faltam aula e vão às ruas protestar por uma política climática mais sustentável. Muita gente torce o nariz, mas o movimento conta com cada vez mais apoio.

Atualmente, Sebastian Grieme enfrenta a época de "abitur", o vestibular alemão. Mas, segundo o estudante de 19 anos, suas prioridades são agora um pouco diferentes. Todos os dias, ele investe 12 horas, às vezes até mais, na organização das "Sextas-Feiras para o Futuro" (Fridays for Future).

"Protestar não é tudo. A maior parte do esforço que realizamos aqui acontece em nosso tempo livre." No fim de semana, ele trabalha no jornal conjunto, reúne-se com outros membros do movimento contra as mudanças climáticas, prepara notícias para os grupos nacionais – das 9h da manhã às 2h da madrugada.

Grieme faz parte do "grupo de trabalho do documento de reivindicações", que conta com cem membros. Seu objetivo é realizar um catálogo conjunto de demandas do movimento na Alemanha.

Para isso, eles tiveram conversas com cientistas, leram relatórios científicos. Grieme afirma ter estudado o relatório do IPCC, de 150 páginas, o relatório climático da ONU. "Com base nisso, tentamos levar demandas mais concretas aos políticos".

Alemanha estende veto à venda de armas à Arábia Saudita


Medida foi adotada após a morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul e também leva em consideração o papel de Riad na guerra do Iêmen. 

O governo alemão estendeu sua proibição a exportações de armas para a Arábia Saudita por mais seis meses, informou o porta-voz da chanceler federal Angela Merkel nesta quinta-feira (28/03), após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional.

A proibição será mantida até 30 de setembro. Durante este período, não serão aprovados novos contratos.

A proibição temporária foi estabelecida em outubro de 2018, depois do controverso assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, na Turquia, no ano passado. A medida também leva em consideração o papel da Arábia Saudita na guerra do Iêmen. 

Como a China subverte a ortodoxia económica


Governo gasta, sistematicamente, mais do que arrecada. Para as teorias convencionais, país estaria quebrado. Mas tornou-se uma superpotência global. Haverá algo errado com as velhas fórmulas de “austeridade”?

David Deccache, editor do Economia à Esquerda | em Outras Palavras

No início de março, a China anunciou um plano fiscal extremamente agressivo: dentre outros, irá injetar 800 bilhões de yuans [equivalentes a US$ 120 bi] na construção de ferrovias e 1,8 trilhão de yuans [US$ 270 bi] para construir estradas e transporte aquaviário.

Um desavisado poderia sugerir que tanto investimento teria que ter como contrapartida aumentos de tributos. Contudo, o Partido Comunista Chinês pretende fazer o oposto disso: uma mega redução dos tributos. O governo cortará impostos e taxas para as empresas em um total de 2 trilhões de yuans (US$ 298 bilhões).

Tailândia | Fraude eleitoral eleva a vencedor partido militarista do agrado do rei


A democracia na Tailândia está a braços com a pressão de militares que se apoderaram do poder com toda a anuência do rei. As irregularidades e fraudes eleitorais são pómio de discórdia e acusações de várias tendências partidárias de âmbito civil e democrático. O partido declarado vencedor nas recentes eleições de cariz fraudulento vai governar a Tailândia ainda com maior défice de democracia que anteriormente. Comunidade internacional reprova a fraude, mas não com a convicção devida. Resta aos democratas tailandeses defenderem a democracia que anda arredia daquele país asiático há imensos anos sem que os militares larguem o poder e o entreguem à sociedade civil em eleições que não manipulem por via de fraudes denunciadas mas sempre consideradas inválidas para os que detêm os poderes.

Redação PG

Comissão Eleitoral tailandesa atribui vitória nas legislativas a partido pró-militar

Banguecoque, 28 mar (Lusa) - A Comissão Eleitoral (CE) tailandesa anunciou hoje em conferência de imprensa os resultados preliminares das eleições gerais de domingo passado, em que o partido pró-militar Phalang Pracharat se impôs com 8,4 milhões de votos.

Em segundo lugar ficou o Pheu Thai, do antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto pelos militares, com 7,9 milhões de votos, enquanto o recém-formado partido Anakot Mai ficou em terceiro lugar, com 6,2 milhões.

Cerca de 38,2 milhões de tailandeses (74,69%) votaram nas eleições, as primeiras desde golpe de estado de 2014.

Amnistia Internacional denuncia deterioração dos direitos humanos em Hong Kong


A situação relativa aos direitos humanos em Hong Kong está a deteriorou-se gravemente desde o ano passado acusa a Amnistia Internacional, referindo-se em particular à liberdade de expressão e de manifestação.

A organização não governamental com sede em Londres considera que as autoridades de Hong Kong fazem uma interpretação “demasiado ampla” dos conceitos relacionados com a “segurança nacional” da República Popular da China. “O conceito de ‘segurança nacional’, tal como é encarado pelo Governo de Hong Kong, demonstra falhas jurídicas e é aplicado de forma arbitrária para enfrentar a dissidência e a ‘oposição política’”, refere o relatório da Amnistia Internacional (AI) divulgado ontem. Estas restrições têm como efeito dissuadir o exercício dos direitos promovendo, nomeadamente, a autocensura.

O relatório cita casos judiciais contra os líderes do movimento pró-democracia e a expulsão de um jornalista britânico, referindo também as acções de proibição contra um partido independentista e a anulação de algumas candidaturas às eleições locais. O mesmo documento denuncia as restrições contra a liberdade de reunião em Hong Kong receando novas condenações em futuros processos judiciais.

Coligação do Governo timorense em Oecusse quer suspensão de presidente regional


Díli, 28 mar (Lusa) -- Os partidos da coligação do Governo timorense no enclave de Oecusse anunciaram hoje que querem a suspensão imediata do presidente da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).

Os partidos "apelam ao VIII Governo constitucional para que tome a decisão de suspender de forma imediata Mari Alkatiri do cargo de presidente da RAEOA-ZEESM, considerando que o orçamento para a região foi implementado de forma "privada, partidarizada e para beneficiar familiares ou militantes do partido Fretilin".

Os partidos da coligação pedem ainda que o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak timorense, "nomeie um novo presidente da RAEOA" para substituir Alkatiri, cujo mandato oficial termina em julho.

O comunicado, divulgado hoje na página oficial da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a coligação do Governo, está assinada por representantes do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), do Partido Libertação Popular (PLP) e do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Além das três forças da AMP está ainda assinado por "partidos aliados", incluindo a Frente Mudança (FM) -- que está no parlamento.

Missão timorense junto da ONU vai fechar temporariamente devido a impasse em Díli - MNE


Díli, 29 mar (Lusa) -- A Missão Permanente de Timor-Leste na ONU vai fechar temporariamente no domingo devido a atrasos no entendimento com os Estados Unidos sobre o arrendamento dos terrenos da sua missão em Díli, confirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

"Infelizmente o impasse levou a que não conseguíssemos fechar o contrato de arrendamento das instalações por não termos ainda a autorização necessária do Governo norte-americano", explicou Dionísio Babo, contactado pela Lusa.

O encerramento por tempo indifinido está relacionado com um longo processo que se arrasta "há vários anos" e que tem a ver com a "falta de acordo" entre os Estados Unidos e sucessivos Governos timorenses sobre as condições de arrendamento do espaço onde está a Embaixada em Díli.

Babo, que esteve em vista de trabalho no Japão, confirmou que o contrato de arrendamento do terreno, assinado pelo II Governo constitucional, está válido até 2032 mas que "as autoridades americanas queriam renovar já" e prolongar o arrendamento para terem maior certeza jurídica tendo em conta as obras que querem realizar no espaço.

Moçambique | Ciclone Idai atinge quase dois milhões de pessoas


O Presidente da República falou, esta noite (28), à nação moçambicana, a partir da cidade da Beira, capital de Sofala. Ao dirigir-se aos moçambicanos, Filipe Nyusi fez uma recapitulação actualizada dos danos causados pelo Ciclone Tropical Idai no Centro do país. De acordo com Nyusi, cerca de 1.8 milhão de pessoas podem ter sido afectadas pela calamidade natural que destruiu a segunda maior cidade do país, além de deixar muitos moçambicanos sem tecto.

Ainda de acordo com o Chefe do Estado, do número de vítimas acima apontado, já estão assistidas 450 mil pessoas. No entanto, sem cessar, as equipas no terreno continuam vigilantes. E enquanto as equipas procuraram salvar mais gente, afirmou o Presidente, neste momento a principal acção que tem sido desenvolvida nos centros de acolhimento consiste em garantir assistência humanitária, alimentar e medicar as pessoas.

Não obstante, nos dias que se seguiram ao ciclone Idai, a Beira ficou incomunicável e com vários serviços suspensos. Por isso, Nyusi destacou que o Governo conseguiu: restabelecer a via de acesso à cidade da Beira, o que permitiu lançar equipas de assistência às áreas afectadas e inverter a tendência de subida de preços de bens de consumo; restabelecer o sistema de abastecimento e instalação dos sistemas de tratamento de água nas vilas sedes distritais, bem como restabelecer a electricidade aos locais críticos da Beira e em todas as vilas afectadas, com realce para hospitais e empreendimentos socioeconómicos.

Moçambique | Ciclone Idai: INGC aponta para 493 óbitos


Em comunicado enviado à nossa redacção, esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades actualizou os dados referentes aos danos humanos e materiais provocados pela passagem do ciclone Idai, no passado dia 14 de Março, na região centro do país.

Até esta quinta-feira, o número de mortos era de 468 e na manhã desta sexta-feira o número subiu para 493 óbitos.

Há ainda o registo de 1,523 feridos, 168,943 famílias afectadas, 3,265 salas de aula danificadas, 143,447 alunos afectados, 53 unidades sanitárias destruídas, 669,903 culturas inundadas, 55,463 casas totalmente destruídas e 15,784 inundadas.

No boletim informativo diário do INGC consta ainda que existem 7 422 pessoas vulneráveis, 140, 784 pessoas salvas, 29.098 estão a receber assistência, e foram criados 161 centros de acomodação em Sofala, Manica, Tete e Zambézia.

No período de 10 a 28 de Março, segundo o INGC houve registo de chuvas fortes em várias regiões do país, com maior destaque para a faixa costeira das províncias de Cabo Delgado e Nampula e nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Inhambane que foram afectadas pelo Ciclone Tropical IDAI, tendo-se registado uma quantidade de mais de 200 milimetros de precipitação em 24 horas e Ventos muito fortes, de 180 a 220KM/H, acompanhadas de trovoadas.

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades alerta que os dados ainda são preliminares.

O País | Cledy Marinela

Portugal | A vertigem do desastre


António Galamba  | Jornal i | opinião

O primeiro-ministro colocou o Governo e o partido numa rota de enleio em casos e casinhos e em polémicas em torno das suas exclusivas opções políticas que tem tudo para resultar em desastre.

Tinha tudo para correr bem, está tudo a conjugar-se para que corra mal. Depois de uma legislatura em que comprometeu o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português com o essencial das opções políticas, em que contou com uma Presidência da República convergente e beneficiou de uma conjuntura nacional, europeia e internacional favorável, o primeiro-ministro colocou o Governo e o partido numa rota de enleio em casos e casinhos e em polémicas em torno das suas exclusivas opções políticas que tem tudo para resultar em desastre. Desastre, desde logo, em função das expetativas.

É uma realidade que só pode espantar os incautos ou os deliberados ingénuos. No fundo, o que está a acontecer no plano nacional, com maior visibilidade pública, é uma réplica do modelo de gestão seguido na autarquia da capital.

Condições políticas de gestão que se vão esvaindo, opções políticas e nomeações que vão sustentando o poder, dentro e fora da estrutura autárquica, alguma sobranceria perante a República e os Cidadãos e um funcionamento sobre si mesmo, e não em função da realidade, das dinâmicas das pessoas e do território.

O enleio é tal que mesmo a expetável tentativa de Bloco e PCP se demarcarem dos seus compromissos e responsabilidades com a governação em vésperas de eleições, através de uma gritaria ao nível dos calcanhares, já está a subir pela canela acima, ameaçando a mobilidade governativa que falta. Agora, afinal tiveram de trabalhar “muito penosamente com aqueles que nos diziam apoiar”.

Portugal | Porque não te calas, Cavaco?


Sendo certo que a liberdade de expressão faz parte dos imensos apêndices da democracia, não resistimos a usar uma frase antiga que é tantas vezes pronunciada quando já estamos fartos e refartos de banalidades, de enxurradas de sedes de protagonismos bacocos e alienantes que tantas vezes são o que mantêm cadáveres a modos que vivos mas já sem vida. 

Está neste caso Cavaco Silva, que até, por sinal, sobre democracia e liberdade de expressão terá os seus défices – atestados na sua escola de elemento da PIDE/DGS do regime ditatorial que ele serviu com pundonor, como prova a sua identificação de personalidade integrante daquela polícia política, terrorista e fascista. E outras provas da sua vigência desastrosa e enfadonha nos poderes políticos a que se alapou doentiamente no pós-25 de Abril de 1974.

Anda agora Cavaco às “cabeçadas” com Marcelo, seu sucessor na Presidência da República. Por coisa de lana caprina, afinal só um mero e cimentado hábito de nepotismo, que é primo da corrupção. Oh, senhores. Mas disso tudo já nós sabemos… Porque não te calas, Cavaco?

Redação PG

Da "política-espetáculo" à obra de Saramago: as picardias entre Marcelo e Cavaco

O atual e o ex-presidente da República envolveram-se, esta semana, numa troca de palavras sobre a questão da presença de familiares no Governo PS. Mas há um histórico anterior de picardias entre ambos.

Marcelo Rebelo de Sousa diz que é "um facto histórico" que foi Cavaco a dar posse ao Governo de António Costa, que tem quatro membros com relações familiares - os ministros do Mar e da Administração Interna, Ana Paula Vitorino e Eduardo Cabrita, casados, e o ministro do Trabalho e da Solidariedade José António Vieira da Silva, cuja filha, Mariana Vieira da Silva, subiu, na última remodelação governamental, de secretária de Estado a ministra da Presidência.

Pérfida Albion


José Cutileiro | TSF | opinião

Para crítico perspicaz Theresa May e os seus sucessivos negociadores queriam que acordo comercial perfeito com a União Europeia, soberania nacional pura e nenhuma fronteira com a Irlanda fizessem parte do contrato de saída da União a assinar pelo Reino Unido e os 27 estados membros restantes. Quando, a pouco e pouco, foram percebendo que tal vontade não era realizável sem ajustes que ajeitassem as contradições, já May tomara medidas e fizera declarações desastrosas (exemplos: assim que escolhida para chefe do partido promover eleições que perdeu e, com elas, a maioria absoluta; declarar, repetidamente, que no dealera preferível a um bad dealsem ter percebido que esta negociação não era como as outras; marcar linhas vermelhas exactamente onde precisava de espaço para negociar) que a revelaram incompetente e incapaz de resistir aos Brexiters extremos que, desde Thatcher, atormentam quem mande no partido Tory.

Alemanha prepara-se para o fim da era Merkel


Ao contrário de seus antecessores, foi a próprio Merkel que definiu, de forma soberana, sua saída do poder. Seu quarto mandato será também o último. E ela já disse que não vai aceitar pressão, opina Rosalia Romaniec.

Rosalia Romaniec* | Deutsche Welle | opinião

Angela Merkel parece estar libertada. Desde que transmitiu a presidência do seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), para Annegret Kramp-Karrenbauer, também conhecida como AKK, em dezembro do ano passado, é visível como ela está apreciando seu cargo de chanceler federal da Alemanha. Livre de amarras intrapartidárias, ela agora governa menos para dentro e mais para fora. E, segundo demonstram as mais novas pesquisas de opinião, a maioria dos alemães quer vê-la no cargo pelo maior tempo possível.

Enquanto isso, AKK cuida das fileiras divididas no interior da CDU e aumenta a própria visibilidade. Tanto ela quanto Merkel ganharam tempo e margem de manobra para preparar uma transmissão de poder ordenada. De um ponto de vista estritamente teórico, essa "divisão de trabalho" poderá perdurar por bastante tempo – e, oficialmente, também é preciso que seja assim.

Mas a realidade política é outra. Não vai mais demorar muito para que a chanceler entregue completamente o poder.

Ucrânia e a desesperada procura por um presidente salvador


Próxima eleição presidencial promete ser decisiva para o país abalado por crises e guerra e dividido entre a Rússia e o Ocidente. Candidato favorito é um humorista de TV, mas sua vitória está longe de garantida.

Poucas vezes o resultado de uma eleição presidencial na Ucrânia esteve tão em aberto quanto a da que se realiza neste domingo (31/03). Trata-se da primeira desde o pleito antecipado de maio de 2014, motivado pela fuga para a Rússia do então presidente Viktor Yanukovych, diante dos protestos dos oposicionistas.

Na época, a surpreendente vitória, já no primeiro turno, coube ao político e empresário Petro Poroshenko. Agora ele tem motivos para duvidar de sua reeleição, e um outro outsider está em rápida ascensão.

Cerca de 36 milhões de eleitores escolhem entre um total de 38 candidatos, a maioria sem qualquer chance. Segundo as pesquisas de intenção de voto, só três deles poderão participar do segundo turno, em 21 de abril.

A Argentina tragada pela “austeridade”


No país vizinho, escondido pela mídia, outro sinal de como fracassam as políticas de “corte de gastos”. Pobreza explodiu, inflação passa de 60% e, apesar de empréstimo gigante do FMI, país pode afundar em nova crise cambial

Mark Weisbrot, entrevistado por Greg Wilpert, no Real News | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins

A economia argentina declinou 6,2% no quarto trimestre de 2018. O retrocesso ocorreu no período em que o país recebeu 56 bilhões de dólares do Fundo Monetrário Internacional – o maior empréstimo deste tipo na história do FMI. Estima-se que a inflação supere os 40% este ano, mas os salários crescerão apenas a metade. Mauricio Macri, o presidente conservador-neoliberal da Argentina, tenta concorrer à reeleição em outubro. Mas à medida em que economia continua a naufragar, é improvável que obtenha um segundo mandato.

Mark Weisbrot, nosso entrevistado é co-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, o CEPR, localizado em Washington. É autor de “Failed: What the ‘Experts’ Got Wrong About the Global Economy [“Erraram: o que os “especialistas” não entenderam sobre a Economia Global”].

Venezuela | Fraude fiscal de Guaidó é “flagrante violação sistemática do dever”


Controladoria-Geral da Venezuela suspende por 15 anos direitos políticos de Juan Guaidó por fraude fiscal

Órgão diz que deputado opositor e autoproclamado presidente encarregado cometeu 'fraude fiscal' ao não declarar origem do dinheiro gasto com viagens; controlador fala em 'flagrante violação sistemática do dever'

A Controladoria-Geral da Venezuela decidiu suspender por 15 anos os direitos políticos do deputado opositor Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente do país no fim de janeiro, além de determinar a perda do mandato parlamentar. A punição é prevista na Lei Anticorrupção da Venezuela.

“Juan Guaidó terá a pena máxima de 15 anos para desempenhar qualquer cargo público, por fraude fiscal, ao não declarar gastos com viagens e alojamentos dentro e fora do país”, afirmou o controlador-geral Elvis Amoroso.

Segundo Amoroso, Guaidó cometeu “flagrante violação sistemática do dever” dentro da Assembleia Nacional. “[O deputado] usurpou funções públicas e cometeu ações com governos estrangeiros que prejudicaram o povo da Venezuela e o patrimônio público”, disse Amoroso.

Elliot Abrams, o novo Cantinflas - com vídeo

A sua explicação da "presidência interina" de Guaidó

Tribuna Popular [*]

O tristemente célebre Elliott Abrams, enviado especial dos EUA para a Venezuela, deu uma involuntária demonstração do falar cantinflesco quando, de "maneira disparatada e incongruente" – conforme definição do Diccionario de la lengua española da palavra "cantinflérico" – tentou responder a perguntas de jornalistas acerca de se já haviam terminado os 30 dias da suposta "presidência interina" de Juan Guaidó.

Durante a conferência de imprensa que deu na Casa Branca, em 15 de Março último, este funcionário da administração Trump deixou claro seu desconhecimento da Constituição da Venezuela e também a falta de sustentação constitucional do autoproclamado "presidente encarregado".

Nas respostas balbuciadas de Abrams evidenciaram-se as incongruências que há entre o inválido "Estatuto de Transição" aprovado pela Assembleia Nacional em desacato – que começa a contabilizar os tempos a parte do tão cacarejado "fim de usurpação", mas que além disso leva de 30 dias para um ano o lapso de tempo para a realização de "eleições livres" – e os discursos do governo dos EUA, seus aliados europeus, seus subordinados presidentes latino-americanos e a direita apátrida da Venezuela – que declararam o início do período da "presidência interina" de Guaidó a partir de 11 de Janeiro e com máxima força a partir de 23 de Janeiro.


Mais lidas da semana