quinta-feira, 2 de maio de 2019

ÁFRICA, DA INÉRCIA À CATÁSTROFE - Martinho Júnior


PARA ÁFRICA, HOJE JÁ É TARDE DEMAIS!

Martinho Júnior, Luanda  

1- Todos os indicadores sobre África, ao invés de revelarem indício de algum renascimento, remetem-nos para leituras crónicas que muito têm a ver com a inércia, a catástrofe e a morte.

Os indicadores integrados, que abrangem sobretudo as questões de largo espectro relativas ao relacionamento do homem com o ambiente que o cerca no espaço físico-geográfico continental, são os mais críticos e conferem-nos uma certeza: África testemunha nas suas próprias entranhas vitais a aceleração da degradação da Mãe Terra e torna-se no mais incontrolável factor de desequilíbrio, à beira dum dramático abismo, onde o futuro é apenas uma garantida aridez que tem tudo a ver com uma incandescente catástrofe!

Vista a situação nesses termos, a hegemonia nos seus propósitos de domínio “promoveu” em África uma manipulada plataforma, que lhe permitirá garantir invulnerabilidade às suas incomensuráveis capacidades de ingerência neocolonial em curso!

Angola | Sem recuo

Victor Silva | Jornal de Angola | opinião

O país está lançado numa caminhada que promete ser melhor para todos, com a normalização da sociedade e a solução paulatina das dificuldades dos cidadãos. É um percurso, iniciado há 44 anos, que tem conhecido avanços e recuos, pelos motivos por demais conhecidos, em que pontifica,como é evidente, o conflito armado que nos dividiu e levou a um grau de destruição humana, social e material quase sem paralelo.

Os dezassete anos de paz são uma das maiores conquistas destes anos de independência nacional, mas ainda insuficientes para sarar todas as feridas que décadas de desentendimentos e desinteligências conduziram à destruição do tecido social, das famílias e das infra-estruturas de apoio, produção e cultivo.

É dos livros que os conflitos geram anormalidades que são minimizadas pela sua razão de ser, criando hábitos e culturas que, depois, em tempos de paz, há que corrigir sem que isso possa significar outra contenda.

A paz constitui, em si, prenúncio de esperança na inversão do quadro de sofrimento e penúria geral e de alguma abastança que, efectivamente, se verificou.

Só que a bonança foi de tal sorte que alguns pensaram tratar-se de um privilégio exclusivo de uma selecta elite que se propôs apoderar das principais riquezas que a todos pertencem, criando uma ilusão de crescimento e desenvolvimento que lhes massajava o ego ao mesmo tempo que lhes multiplicava os cifrões em milhões de vezes, guardados maioritariamente no estrangeiro, com alguns trocados deixados no país para a mistura desproporcional com os fundos públicos de que se julgavam os guardiões para a fermentação do seu poderio.

João Lourenço: "Trabalhadores angolanos têm tarefa ingente de superar dificuldades"


Em comunicado alusivo ao Dia Internacional dos Trabalhadores, o Presidente de Angola disse que o povo angolano tem a "ingente tarefa de superar dificuldades" após "muitos anos de destruição económica".

Na quarta-feira, dia 1 de maio, em que se celebra o Dia Internacional do Trabalhador, o Presidente da República de Angola, João Lourenço, afirmou que os angolanos são chamados "para dar satisfação aos grandes desafios” do país, para desenvolver o seu potencial produtivo.

O comunicado divulgado pela Casa Civil do Presidente ressalta que entre os desafios do país está o desenvolvimento dos setores da agricultura, da indústria, da saúde, da educação, da habitação, dos transportes "e em muitos outros setores indispensáveis ao progresso e bem-estar das populações".

Guiné-Bissau: Centrais sindicais exigem aumento salarial na função pública


As duas centrais sindicais da Guiné-Bissau exigiram esta quarta-feira (01.05) ao Governo o aumento do salário mínimo da função pública para 153 euros, ou vão iniciar uma onda de greves a partir da próxima semana.

Em discursos para assinalar o Dia Internacional do Trabalhador, perante cerca de 300 servidores públicos, em Bissau, os líderes da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, e Malam Ly, da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI) avisaram o Governo que "ou há aumento do salário mínimo ou há greves".

As duas centrais sindicais prometem paralisar a função pública entre nos dias 7, 8 e 9 deste mês e sucessivamente, "semana sim, semana não", se não houver um aumento salarial e cumprimento de outras exigências dos trabalhadores.

A língua bífida de Washington

Paul Craig Roberts

Enquanto os indivíduos enlouquecidos e corruptos que compõem o Partido Democrata, a imprensa dos EUA e os media da TV continuam a insistir em que o Russiagate é real, uma ameaça muito real está a emergir na Rússia, na China, na Coreia do Norte e no Irão. Esta ameaça decorre do facto de que Washington ensinou a cada um destes países a não ter confiança na veracidade dos EUA. Os governos destes quatro países aprenderam que tudo o que diz Washington é uma mentira. 

Além disso, estes países aprenderam que Washington não aceita as suas soberanias e objecta às suas existências. Cada um dos quatro países experimentou sanções destinadas a derrubar seus governos ou a levá-los a submeterem-se à vontade de Washington.

A Rússia verificou isso há muito tempo com a insincera afirmação de Washington de que a cadeia de mísseis que instalou em torno da Rússia é defensiva e dirigida contra (não existentes) mísseis iranianos. Putin disse muitas vezes que os mísseis "defensivos" podem facilmente e rapidamente ser convertidos em mísseis ofensivos com arma nuclear que deixam a Rússia sem tempo de resposta. Sempre fiquei estupefacto diante da absoluta estupidez dos governos polaco e romeno ao aceitarem estes mísseis americanos. Não há dúvida que responsáveis polacos e romenos receberam subornos vultuosos, mas o dinheiro não é bom para uma pessoa morta. Você pode apostar a sua vida em que os russos não vão permitir que tais armas operacionais fiquem nas fronteiras da Rússia durante um tempo de altas tensões como o que existe hoje entre o ocidente e a Rússia.


Como Trump quer se apropriar da empresa estatal petrolífera da Venezuela nos EUA


Citgo Petroleum, filial estadunidense da Petróleos de Venezuela (PDVSA), está sob intervenção do governo estadunidense

Michele de Mello | Brasil de Fato | Caracas (Venezuela)

Em janeiro deste ano, o deputado opositor Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela, um ato que já sinalizava a intenção da oposição venezuelana de tomar o poder à força, o que se tornou explícito ao mundo com a fracassada tentativa de golpe de Estado liderada por Guaidó na última terça-feira (30).

Assim que foi divulgada a autoproclamação de Guaidó, o secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, confirmou a intenção da Casa Branca com o “novo governo”. Em entrevista para a FOX News ele admitiu: "Estamos olhando para os ativos de petróleo. Esse é o fluxo de renda mais importante para o governo da Venezuela. Estamos olhando o que fazer com isso. Estamos conversando com grandes empresas americanas agora. Isso fará uma grande diferença para os Estados Unidos economicamente se pudermos ter companhias petrolíferas americanas realmente investindo e produzindo as capacidades petrolíferas na Venezuela".
A Venezuela é o país com maior reserva de petróleo do mundo: 309 bilhões de barris
 O primeiro ataque do governo Donald Trump foi contra a Citgo Petroleum Corporation – filial da Petróleos de Venezuela (PDVSA) nos Estados Unidos. Os EUA bloquearam cerca de US$ 7 bilhões (R$ 28 bilhões) em ativos da estatal venezuelana e reconheceram uma nova diretoria, nomeada pelo opositor Juan Guaidó.

Mas a história não começa aí. As sanções contra a empresa estatal venezuelana iniciaram em 2017. Em agosto daquele ano, Donald Trump assinou um decreto proibindo a Citgo de enviar lucros à empresa matriz, em Caracas.

Venezuela: a extrema-direita perde mais uma


Além de Juan Guaidó, EUA e Bolsonaro – que cantaram vitória muito cedo – são os grandes derrotados no golpe que fracassou. Mas situação do país ainda é muito difícil

Antonio Martins | Outras Palavras

Talvez nem fosse preciso, mas as pegadas de Washington, na nova tentativa de golpe de Estado que a Venezuela sofreu sexta-feira (30/4), ficaram claras na fala que o Conselheiro Nacional de Segurança dos EUA, John Bolton, fez pela tarde, na Casa Branca. Ela beira o bizarro.

Conhecido por seu papel destacado entre a extrema-direita norte-americana, Bolton nomeou, um a um, os funcionários do governo venezuelano que, segundo ele, teriam participado da conspiração militar para entregar o poder a Juan Guaidó, “presidente” autoproclamado. “Figuras como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o chefe da Suprema Corte, Maikel Moreno, o comandante da guarda presidencial, Rafael Hernandez Dala. Todos concordaram que Maduro tinha de ir embora. É muito importante que agora cumpram seus compromissos…”.

Bolton teria caído em cilada? Seus supostos interlocutores faltaram ao encontro. E às 19h de 30/4, quando se escreve esta nota, parece claro que, por hoje, o golpe fracassou. Guaidó estaria em busca de refúgio na embaixada da França. Outro político opositor, Leopoldo López, já rumou para a representação diplomática do Chile. Coube ao governo Bolsonaro um papel menor: oferecer alívio a 25 militares – todos de baixa patente – que se somaram à aventura fracassada.

Visita de deputado alemão a Maduro é alvo de críticas


Parlamentar de esquerda Andrej Hunko se reuniu com venezuelano em Caracas. Ele disse que quis "expressar solidariedade” ao povo venezuelano, mas políticos alemães de outras siglas classificam encontro como "vergonhoso”. 

Um encontro em Caracas entre um deputado federal alemão e Nicolás Maduro provocou indignação entre políticos da coalizão governista da Alemanha.

Andrej Hunko, filiado ao partido Die Linke (A Esquerda), se reuniu com o líder venezuelano na última quarta-feira (24/04) durante uma viagem de 11 dias à Venezuela.

Foi a primeira visita de um parlamentar alemão desde que Berlim reconheceu o oposicionista Juan Guaído como presidente do país latino-americano em detrimento da liderança de Maduro, que, em resposta, expulsou o embaixador alemão do país em março.

Após o encontro entre Hunko e Maduro,  Johann Wadephul, o vice-líder parlamentar da União Democrata-Cristã (CDU) – o partido da chanceler federal Angela Merkel – descreveu a reunião em Caracas como "escandalosa".

"Com esta visita, Hunko deu um tapa na cara da população venezuelana oprimida e se tornou um fantoche político de Maduro", disse Wadephul.

Muitos austríacos desconhecem o básico sobre o Holocausto, afirma estudo


Maioria dos adultos austríacos não sabe que 6 milhões de judeus foram mortos no Holocausto, indica pesquisa. Ainda assim, diretora do memorial Yad Vashem vê progressos no país.

A maioria dos adultos da Áustria não sabe que 6 milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto, afirma um estudo divulgado nesta quinta-feira (02/05).

"Estamos vendo tendências perturbadoras que indicam uma falta de conhecimento sobre o Holocausto", disse Julius Berman, presidente da Claims Conference, organização que trabalha desde 1951 pela compensação às vítimas do nazismo.

A pesquisa, encomendada pela associação judaica Jewish Claims Conference, foi divulgada em meio a um antissemitismo crescente, com movimentos de extrema direita ganhando apoio na Europa, inclusive na Áustria, que tradicionalmente minimiza o próprio papel no Holocausto e onde um partido populista de direita faz parte da coalizão de governo.

A vox de Nuno Melo


Ao afirmar que o Vox (Espanha) não é um partido de extrema-direita, sugerindo inclusive a leitura do seu programa, Nuno Melo deu um precioso contributo para desmascarar a verdadeira ideologia do CDS-PP. 

AbrilAbril | editorial

O candidato dos centristas ao Parlamento Europeu referiu-se este sábado à formação de extrema-direita liderada por Santiago Abascal como «uma deriva do PP», «um partido de direita», «talvez à direita do CDS-PP em Portugal, mas é um partido de direita».

Caracterizava assim Nuno Melo o movimento fascista que Abascal definiu como «único instrumento que pode garantir a unidade de Espanha, atacada por comunistas e socialistas», e que se apresentou às eleições deste domingo com um programa repressivo. 

Acabar com as regiões autónomas, deportar imigrantes, ilegalizar partidos, associações ou outras organizações que ameacem a «unidade territorial da Nação e a sua soberania», pôr fim à lei da memória histórica, ilegalizar o aborto e estabelecer a xenofobia e a islamofobia são apenas algumas das radicais medidas apresentadas pelo partido que ontem conseguiu eleger 24 deputados.

Portugal | CGTP-IN reivindica aumento do salário mínimo nacional para 850 euros


A fixação de 850 euros, «a curto prazo», é uma das cinco reivindicações anunciadas esta tarde (01.05.19), em Lisboa, pelo secretário-geral da CGTP-IN para «colocar o País no rumo do progresso e da justiça social».  

Quando passam 45 anos do primeiro desfile do 1.º de Maio em liberdade, num ano de eleições para a Assembleia da República, a maior central sindical nacional aproveita a oportunidade para apresentar o que chama de «eixos centrais reivindicativos».

A encabeçar a lista de exigências está o aumento geral dos salários dos trabalhadores e a fixação do salário mínimo nacional nos 850 euros «a curto prazo», com a CGTP-IN a manifestar disponibilidade para discutir a sua implementação.

Outro aspecto prende-se com a revogação das normas «gravosas» da legislação do trabalho e a rejeição da proposta laboral do Governo do PS, que o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, caracterizou como um «ataque aos sindicatos de classe» e uma provocação à Constituição da República. 

1.º de Maio?


Cristina Azevedo | Jornal de Notícias | opinião

A exposição comemorativa do 25 de Abril que a Câmara Municipal do Porto organizou com extraordinárias fotografias de Sérgio Valente, e que ainda pode ser visitada por estes dias, mostra que aqui como em Lisboa e um pouco por todo o país, a verdadeira comoção que brotou do encontro fraternal de todos com todos na rua aconteceu, não a 25 de Abril, mas no 1º de Maio de 1974.

São comoventes as imagens da multidão que encheu os Aliados e ainda hoje, ao olhá-las, sinto a certeza com que todos e cada um queriam mudar o Mundo.

Quarenta e cinco anos volvidos, o dia que ontem se celebrou, é cada vez menos mobilizador e, pior, está cada vez mais despido de significado.

A baixa sensível (em todos os países da Europa) das taxas de sindicalização fazem dos atuais desfiles verdadeiras relíquias sociais.

Começa hoje a 16.ª edição do IndieLisboa e há muito por descobrir


A presença em Lisboa da atriz Anna Karina, uma prospeção sobre o cinema brasileiro e mais de 50 filmes portugueses fazem o Festival Internacional de Lisboa - IndieLisboa, que começa hoje.

Esta é a 16.ª edição do IndieLisboa, com cerca de 250 filmes a exibir em várias salas da capital, destacando-se a retrospetiva dedicada à atriz Anna Karina, considerada um dos símbolos da nova vaga do cinema francês dos anos 1960. Karina estará em Lisboa por alguns dias para acompanhar alguns dos filmes a exibir.

Este ano, o IndieLisboa contará com mais de 50 filmes portugueses, presentes em toda a programação, entre estreias mundiais, estreias nacionais e primeiras obras.

Destaque para vários filmes já exibidos em festivais internacionais, como "Past Perfect", de Jorge Jácome, "Campo", de Tiago Hespanha, e "Alva", de Ico Costa, todos agora em competição.

Uma mãozinha


Henrique Monteiro | em Henricartoon

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