segunda-feira, 13 de maio de 2019

Dois mortos em novos ataques no norte de Moçambique


Desconhecidos que se suspeita fazerem parte dos grupos armados que têm atacado a província moçambicana de Cabo Delgado mataram duas pessoas e incendiaram viaturas em dois incidentes distintos ocorridos nos últimos dias.

Duas pessoas tinham saído de uma aldeia para ir vender barrotes de construção na vila de Mocímboa da Praia, na sexta-feira (10.05), quando foram surpreendidas pelos agressores, que as mataram. noticia o portal Carta de Moçambique. Durante o ataque, uma terceira pessoa conseguiu escapar.

Segundo a mesma fonte, um outro ataque aconteceu no sábado (11.05), dezenas de quilómetros a norte, quando duas viaturas foram incendiadas no troço de estrada em terra batida entre Palma e o rio Rovuma, que faz fronteira com a Tanzânia.

Falta de acesso e ataques armados limitam ajuda em Moçambique, diz MSF


Chegada de ajuda humanitária às zonas mais afetadas é o maior desafio, segundo a chefe da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Moçambique. Campanha de vacinação contra cólera arranca na quinta-feira.

A dificuldade de acesso às áreas mais destruídas pelo Ciclone Kenneth, no norte de Moçambique, é o maior desafio para a chegada de ajuda humanitária à população. Além disso, ataque armados na província de Cabo Delgado dificultam os trabalhos das equipas de saúde, segundo relata a chefe da missão da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Moçambique, Caroline Rose.

"Temos desafios para ter acesso às zonas mais destruídas em termos da logística de transporte e de segurança", afirmou em entrevista à DW África. "Pode ser perigoso ter acesso a essas áreas e isso está a limitar a ajuda."

Outro desafio é reabilitar os centros de saúde. "Alguns foram completamente destruídos", afirma Caroline Rose. Ao mesmo tempo, a cólera é um problema com o qual se debatem as autoridades, pois as infraestruturas foram devastadas pelo desastre natural ocorrido no final de abril.

Falta vontade política para combater HIV/SIDA em Angola


Segundo a Rede Angolana das Organizações de Serviços de SIDA (ANASO), o país não tem fundos suficientes para lutar contra a doença. A falta de dinheiro compromete a campanha de prevenção.

A Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (ANASO) revela que a falta de vontade política está a contribuir para a redução do compromisso de Estado em relação à luta contra a SIDA em Angola. O número de pessoas a viver com a doença continua a crescer no país.

Em declarações à DW África, António Coelho, secretário-executivo da ANASO, afirmA que o programa de combate ao HIV no país continua a depender de doadores internacionais, que estão a reduzir os apoios devido à classificação de "país de renda média" que Angola obteve, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Angola não tem fundos para lutar contra a doença e a falta de dinheiro compromete a campanha de prevenção, diz António Coelho. "O país tem estado a definir outras prioridades, as pessoas têm estado a definir outras preocupações, há o problema da fome, há grande carência fundamentalmente devido à crise social e financeira que o país tem estado a enfrentar. Por isso, entendemos que nessa altura as pessoas não estão muito preocupadas com a doença e com a saúde. Definiram outras prioridades, sentimos também que continua a faltar vontade política", conclui.

Angola | Doze feridos e três detidos pela polícia devido a greve nos comboios em Luanda


Trabalhadores grevistas do Caminho-de-Ferro de Luanda denunciaram o ferimento de pelo menos 12 colegas e a detenção de outros três numa intervenção da polícia para garantir os serviços mínimos da circulação de comboios.

A informação, avançada à agência Lusa esta segunda-feira (13.05.) pelo secretário para informação da comissão sindical do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), Lourenço Contreiras, dá conta ainda que se encontra no local um elevado número de polícias, das divisões municipais do Cazenga, Sambizanga, Rangel e Cazenga, auxiliados pela brigada canina. Em causa está a retomada dos serviços mínimos, exigidos por lei em situação de greve.

Na sexta-feira (10.05.), o Conselho de Administração do CFL anunciou o início esta segunda-feira dos serviços mínimos diários, entre as 06:00 e as 18:13, com seis comboios de passageiros suburbanos, operações interrompidas devido à greve e que contavam apenas com duas composições.

A nota da empresa dava conta que, no sábado (11.05.), iria circular um comboio para serviços técnicos para avaliar o estado das linhas e garantir as condições de circulação.

Angola | Ativista dos 15+2 Hitler "Samussuku" posto em liberdade


O jovem foi acusado pela Procuradoria-Geral da República por crime de ultraje contra Presidente da República, João Lourenço, e está sob termo de identidade e residência enquanto decorre o processo.

O ativista cívico angolano Hitler Jessy Tshikonde "Samussuku" detido a última sexta-feira (10.05.), em Luanda, já está em liberdade.

O jovem foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de crime de ultraje contra Presidente da República, João Lourenço, está agora sob termo de identidade e residência enquanto decorre o processo.

Depois de passar o final de semana numa cela dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) na capital angolana, Hitler Jessy Tshikonde Samussuku passará a apresentar-se periodicamente na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP).

A informação foi avançada pelo seu advogado Zola Mbambi, no final de um interrogatório ocorrido na DNIAP.

"Apesar de estar em liberdade, o ativista foi-lhe aplicado uma medida de coação menos gravosa", afirma o seu defensor.

Portugal | Batemos no fundo

Ana Alexandra Gonçalves* | opinião

Joe Berardo, enaltecido e louvado por classe financeira e política, respondeu jocosamente às perguntas colocadas pelos deputados, representantes escolhidos pelo povo. 

Sem respeito e sem qualquer espécie de pudor, Berardo, comendador, mostrou o quão fácil é bater no fundo, e não não terá sido o empresário a bater no fundo, mas todos nós enquanto sociedade que, de uma forma ou de outra validamos, este género de personagens e este sistema que as premeia.

É deplorável assistir ao enxovalhamento de deputados nas fagimeradas comissões de inquérito. Em rigor, Berardo não inaugurou uma nova era, limitou-se a ir mais além nesse enxovalhamento de deputados e por conseguinte dos portugueses. 

Berardo foi mais longe porque, sem vergonha, pôs a nu fragilidade de um sistema financeiro ao serviço dos chicos-espertos endinheirados e influentes, que não se coíbe de pedir dinheiro aos contribuintes e clientes para benefício dos Berardos deste país.

De facto, batemos no fundo: a putativa elite deste país mete dó.

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

Portugal | Ei Joe


Henrique Monteiro, em HenriCartoon

Portugal perdeu 939 milhões de euros em IVA em 2016


Portugal perdeu 939 milhões de euros em Imposto sobre o valor Acrescentado (IVA) que ficou por cobrar em 2016, menos cerca de 118 milhões do que no ano anterior, informou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No destaque sobre as "Estatísticas das Receitas Fiscais" referente a 2018, divulgado hoje, o INE afirma que o 'gap' [intervalo] do IVA em 2016 -- o ano mais recente com a informação necessária para o seu cálculo - foi de 5,6%, ou seja, teoricamente poderiam ter sido cobrados mais 939,4 milhões de euros neste imposto nesse ano.

Segundo o INE, a redução do 'gap' em 2016 (face aos 6,4% de 2015) traduz o aumento de 2,6% da receita efetiva (4,7% em 2015) face ao crescimento de 1,7% (3,1% no ano anterior) do IVA teórico.

China retalia contra EUA e aumenta tarifas de importações


A China anunciou hoje que aumentará as suas tarifas sobre a importações de produtos dos EUA no valor de 60 mil milhões de dólares (cerca de 50 mil milhões de euros), a partir de 01 de junho, em retaliação contra idênticas medidas norte-americanas.

A Comissão de Tarifas do governo chinês anunciou hoje que vai cumprir a ameaça de retaliar contra o aumento de tarifas de importações chinesas por parte dos EUA, que arrancaram sexta-feira, com aumentos de tarifas de 10%, 20% ou até 25% sobre importações de produtos norte-americanos.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, tinha ordenado um aumento de tarifas de 10% a 25% sobre cerca de 300 mil milhões de euros de produtos importados da China, considerando que uma escalada de taxas alfandegárias seria mais danosa para os chineses do que para os norte-americanos.

A águia, o urso e o dragão


"Europa: Uma terra de cegos que guia outros cegos"

Pepe Escobar [*]

Antigamente, pela noite adentro, à volta de fogueiras em desertos do sudeste asiático, eu costumava contar umafábula sobre a águia, o urso e o dragão – para grande satisfação dos meus interlocutores árabes e persas. 

Contava como a águia, o urso e o dragão, no início do século XXI, tinham tirado as suas luvas (de pele) e se envolveram no que acabou por ser a Guerra Fria 2.0.

Quando nos aproximamos do fim da segunda década deste século já incandescente, talvez seja proveitoso atualizar aquela fábula. Com o devido respeito a Jean de la Fontaine, desculpem-me enquanto volto a beijar o céu [1] (deserto).

Longe vão os dias em que um urso frustrado se ofereceu várias vezes para cooperar com a águia e os seus lacaios numa questão escaldante: os mísseis nucleares. 

Querem mesmo destruir o Irão?


EUA deslocam porta-aviões e bombardeiros para o Golfo Pérsico e ampliam os riscos de uma guerra catastrófica. Mas nada garante que a chantagem terá êxito, porque a geopolítica mudou, no Oriente Médio e em toda Ásia. Veja como

Pepe Escobar | Outras Palavras |  Tradução: Simone Paz e Antonio Martins

O governo Trump acaba de demonstrar novamente, de forma gráfica, que no jovem e turbulento século XXI, “direito internacional” e “soberania nacional” já pertencem ao reino dos mortos-vivos.

Como se um dilúvio de sanções contra um grande acordo do planeta não bastasse, a mais nova “proposta irrecusável”, apresentada por um gangster que paga de diplomata, o cônsul Mike Pompeo, basicamente ordena que o planeta inteiro se submeta a um único árbitro do comércio mundial: Washington.

Primeiro, o governo Trump esmagou unilateralmente um acordo multinacional e endossado pela ONU: o JCPOA, ou Acordo Nuclear do Irão. Agora, as exceções que permitiram magnanimamente que oito nações importassem petróleo iraniano sem despertar a ira imperial em forma de sanções, expiraram em 2 de maio e não foram renovadas.

As oito nações são uma combinação de poderes euro-asiáticos: China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Turquia, Itália e Grécia.

EUA acirram guerra comercial com a China


Depois de negociação entre países terminar sem acordo, presidente americano ordena taxação sobre quase todos os produtos importados da China. Anúncio indica que batalha económica pode estar longe do fim.

Devido ao impasse das negociações comerciais com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu sinais de que não está disposto a uma trégua e está preparado para uma longa batalha económica.

Depois de escrever em sua conta no Twitter que os dois dias de negociações em Washington, que terminaram nesta sexta-feira (10/05), foram "francos e construtivos", Trump ordenou a imposição de tarifas a praticamente quase todos os bens chineses importados pelos Estados Unidos.

"O presidente ordenou que começássemos o processo de aumentar tarifas em praticamente todas as importações remanescentes da China, que estão estimadas em aproximadamente 300 biliões de dólares", anunciou o representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, num comunicado.

O anúncio ocorreu horas depois da entrada em vigor nos Estados Unidos do aumento das taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 biliões de dólares de bens importados da China. Autoridades americanas subiram de 10% para 25% os impostos sobre mais 5 mil itens produzidos na China, incluindo modems e outros produtos de informática e também material de construção.

Empresa que explora rubis em Moçambique relata "escravatura moderna"


A Montepuez Ruby Mining (MRM), empresa que explora minas de rubis no Norte de Moçambique, denunciou hoje situações de "escravatura moderna" envolvendo garimpeiros ilegais que atuam na sua área de concessão.

“Os garimpeiros são efetivamente vítimas de escravatura moderna", refere a empresa num comunicado em que detalha o processo, após averiguações que encetou na sequência de acidentes mortais em poços de mineração ilegais.

A grande maioria dos garimpeiros identificados são jovens de Nampula, cerca de 400 quilómetros a sul de Montepuez, e são normalmente recrutados "por líderes ou intermediários bem financiados (baseados em Montepuez, Pemba e Nampula) que se aproveitam da pobreza e do desemprego, atraindo-os com promessas de fortunas na mineração de rubi".

Pelo meio, têm de pagar "para que lhes seja concedida a oportunidade" e em troca recebem transporte, comida e alojamento na área de Montepuez. 

A quem não pode pagar é concedido um "empréstimo": o minerador ilegal deverá pagar ao recrutador, mais tarde, com os rubis que apanhar, ficando assim em posição de dívida.

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