sexta-feira, 7 de junho de 2019

As eleições da UE provam a sua decadência irreversível


Andre Vltchek [*] 

A Europa, um "velho" continente colonialista, está decadente e em alguns lugares está mesmo a entrar em colapso. Percebe-se quão más as coisas estão a ocorrer. Mas ela nunca pensa que é por sua própria culpa. 

A América do Norte está decadente também, mas ali as pessoas nem ousam comparar. Elas apenas "sentem que as coisas não vão bem". Se tudo o mais falhar, elas simplesmente tentam obter um segundo ou terceiro emprego e apenas sobreviver, de algum modo.

Em ambos os lados do Atlântico, o establishment está em pânico. Seu mundo está em crise e as "crises" acontecem principalmente porque vários países grandes, incluindo a China, Rússia, Irão, mas também África do Sul, Turquia, Venezuela, RDPC e as Filipinas, recusam-se abertamente a actuar de acordo com o roteiro traçado em Washington, Londres e Paris. Nestes países, subitamente já não há apetite para sacrificar seus próprios povos no altar do bem-estar de cidadãos ocidentais. Vários países, inclusive Venezuela e Síria, estão mesmo dispostos a combater pela sua independência.

Apesar dos embargos e sanções insanos e sádicos que lhes são impostos pelo ocidente, a China, a Rússia e o Irão estão agora a florescer, em muitos campos a fazer muito melhor do que a Europa e a América do Norte.

Se forem realmente forçados, a China, a Rússia e seus aliados em conjunto poderão facilmente por em colapso a economia dos Estados Unidos; uma economia que está construída sobre barro e dívida insustentável. Também está a ficar claro que, militarmente, o Pentágono nunca poderia derrotar Pequim, Moscovo nem mesmo Teerão. 

Portugal | O sabonete de Marcelo


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Marcelo Rebelo de Sousa veste hoje a pose de um agregador antinaufrágio nem que, para isso, tenha de esconder da Direita todos os seus barcos salva-vidas. O regresso do presidente ao comentário político aconteceu na Fundação Luso-Americana e em inglês, circuito convenientemente fechado para que tudo fosse amplificado como se de um segredo se tratasse. Marcelo vintage. Concebeu uma comunicação ao país, enviou um recado à Direita, preparou a justificação para a sua reeleição e matou saudades da TVI com um pleno das televisões em prime-time. Tudo demasiado grave e exótico para ser verdade.

É revelador que as declarações do presidente da República (PR) não tenham gerado o habitual ruidoso vendaval de indignação à portuguesa. Longe estão os tempos áureos da SIC em que Emídio Rangel nos avisava que uma televisão com 50% de share de audiências poderia vender presidentes como quem vende sabonetes. Nos dias de hoje, Marcelo é intocável, domestica o espectro político, reúne com os seus consensos, sibila ao país da serpente. Com naturalidade genuína, faz pelo contraste e sabe o que faz com admirável "savoir-faire" mas, nem por isso, com permanente sentido de Estado. Marcelo amacia, Marcelo é o maior sedutor pós-Sócrates. Marcelo é o sabonete que vende o presidente.

Portugal | IPO de Lisboa preocupado com a falta de profissionais


O IPO de Lisboa tem feito uma média anual de seis milhões de euros de investimento nos últimos anos, mas lamenta que as autorizações para contratar profissionais sejam demoradas, tornando os recursos humanos na maior preocupação do hospital.

"Os recursos humanos talvez sejam a maior preocupação que temos aqui no Instituto Português de Oncologia, porque temos conseguido manter um nível de investimento ao longo dos anos muito significativo, mas a questão dos recursos humanos não tem acompanhado esse investimento. É importantíssimo que corram a par e passo", declarou, em entrevista à agência Lusa, Sandra Gaspar, vogal executiva da administração do IPO de Lisboa.

Mesmo que a contratação de profissionais esteja prevista em termos de plano de atividades, o processo burocrático para recrutar pessoal "tem sido muito demorado", sendo que o IPO se ressente sobretudo da falta de enfermeiros e de assistentes operacionais.

"Ainda que tenhamos médicos para poder tratar os doentes, os médicos não tratam os doentes sozinhos, precisam de uma equipa. Temos de encarar a saúde de forma diferente, como um investimento. Os recursos humanos na saúde têm de ser olhados de forma diferente", apela Sandra Gaspar, sublinhando também que é um erro não dar autonomia às administrações hospitalares, porque nem sequer melhora o controlo orçamental e da dívida.

ONU "seriamente preocupada" com abuso sexual de menores em Cabo Verde


O Comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças afirmou-se hoje "seriamente preocupado" com os abusos sexuais de menores em Cabo Verde, apontando outros problemas, como prostituição e pornografia infantil, mas elogiou medidas do Governo nesta área.

"O Comité saúda a adoção do Plano Nacional de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes", começa por dizer um dos pontos do documento que expõe as conclusões, no qual se afirma "seriamente preocupado" com "a dimensão" do crime de abuso sexual de menores, a prostituição e pornografia infantil e a falta de serviços de apoio a vítimas destas situações.

O comité assinalou que o crime de abuso sexual de menores foi "o crime sexual mais denunciado durante o ano judicial 2016/2017" e que os agressores "são regularmente membros da família ou conhecidos da família", além de acontecerem também em escolas.

Segundo dados do Instituto Cabo-Verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), em 2018, o instituto recebeu 188 denúncias de abuso sexual, um aumento face às 172 do ano anterior e às 127 de 2016.

Nas conclusões alcançadas e debatidas durante a reuniões do comité entre 22 e 31 de maio, em Genebra, Suíça, refere-se também a exploração e abuso sexual de crianças no contexto turístico, uma situação que "afeta particularmente meninas".

Bissau | MADEM e PRS pedem ao Presidente para não ceder a pressões


Partidos da oposição marcharam para pedir ao Presidente a não ceder a pressão de nomear novo Governo. Enquanto isso, a central sindical pede solução para greve na função pública através de uma marcha pacífica em Bissau.

Na manifestação convocada pela oposição, o MADEM G-15 (Movimento para a Alternância Democrática) e o Partido da Renovação Social (PRS), exigiram a conclusão do processo de eleição da mesa do Assembleia Nacional Popular (ANP).

Luís Oliveira Sanca, primeiro vice-presidente do MADEM-G15, pediu ao Presidente da República para não ceder a pressões e aguardar a conclusão da formação definitiva da mesa do Parlamento.

José Mário Vaz, Primeiro Magistrado da Nação, a quem tivemos grande consideração e estivemos sempre juntos até que chegamos a fase atual, portanto vamos pedir-lhe para não ceder a nenhum momento, repito a nenhum momento para nomear o novo primeiro-ministro, enquanto não forem ultrapassados os problemas na Assembleia Nacional Popular.

Repressão de protestos no Sudão já fez mais de 100 mortos


Organizadores dos protestos pró-democracia no Sudão elevaram para mais de 100 número de mortos resultantes da repressão violenta das manifestações. A oposição rejeitou proposta da junta militar para retomar diálogo.

O Comité Central de Médicos do Sudão elevou esta quarta-feira (05.06) para 101 o número de mortos na repressão violenta das manifestações do início da semana.

Segundo um comunicado do sindicato médico, 40 corpos foram retirados do rio Nilo por uma milícia leal ao governo militar, que se somam a outros 61 mortos contabilizados desde segunda-feira.(03.06). Os médicos acusaram a milícia "yanyauid", leal às autoridades de Cartum, de ter retirado os corpos no rio e de levá-los para um lugar desconhecido.

O comunicado diz ainda que "as milícias do Conselho Transitório continuam a matar e a aterrorizar pessoas inocentes e indefesas nas ruas e dentro das suas casas em Cartum e em todo o país, o que aumenta o número de mortos e feridos nos hospitais".

O Governo do Sudão contraria os números dos opositores. No primeiro balanço feito desde o início da operação militar para desmobilizar o acampamento de manifestantes em Cartum, o ministro da Saúde negou "que o número de mortos tenha atingido os 100", assegurando que "não ultrapassa os 46", segundo a agência de notícias oficial Suna. 

Estado Islâmico na província moçambicana de Cabo Delgado: Estratégia de pressão?


Com a reivindicação feita pelo Estado Islâmico do último ato de insurgência em Cabo Delgado, analista opina que autoridades moçambicanas já podem procurar saber as reais motivações dos jihadistas em relação a Moçambique.

O SITE Intelligence, plataforma que monitora as atividades dos jihadistas no mundo, informou que o grupo extremista Estado Islâmico reivindicou pela primeira vez, nesta terça-feira (04.06.), um ato de insurgência em Cabo Delgado, província do norte de Moçambique.

O comunicado da plataforma, citado pela agência AFP, indica que os combatentes do califado conseguiram repelir um ataque do exército moçambicano na aldeia de Metubi, na região de Mocimboa da Praia, fazendo mortos e feridos, mas não cita números.

Conhecer a o inimigo é entendido como uma vantagem para o Governo moçambicano. Em declarações à DW África, o analista moçambicano Pedro Nhacete  afirmou que "já há possibilidade de se apurar ou procurar saber quais são as motivações do Estado Islâmico. Pelo menos já há pistas ou aparece uma reivindicação do Estado Islâmico que o Governo pode procurar saber o que se reivindica. Esse é um passo importante que se pode dar", disse Nhacete.

Presidente moçambicano promete desmilitarizar RENAMO antes das eleições


"Iremos para as eleições de 15 de outubro sem armas", prometeu o Presidente de Moçambique durante visita de 48 horas à província de Inhambane. Filipe Nyusi também lamentou assassinatos em Cabo delgado, no norte do país.

Num comício popular no distrito de Inharrime, em Inhambane, na quarta-feira (05.06), o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, garantiu à população que vai conseguir desarmar a guerrilha da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) e que todos serão integrados e bem acolhidos.

O chefe de Estado garantiu que nas conversações mantidas recentemente com o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, têm surgido resultados positivos e que combinaram ultrapassar as diferenças. "Temos de mobilizar as pessoas e iremos para as eleições de 15 de outubro sem armas. As pessoas devem ser integradas na sociedade", declarou.

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