domingo, 23 de junho de 2019

Portugal | As «super-visões» de Vítor Constâncio


Nos últimos dias o país tem assistido ao triste espectáculo de Vítor Constâncio, a propósito da CGD quando era governador do Banco de Portugal, primeiro, não ter memoria, não saber nada, não ter estado em nada; e depois, quando confrontado com factos que provavam que não falava verdade, vir dizer que a lei não lhe permitia intervir.

Eugénio Rosa | Jornal Tornado | opinião

Ora também isso NÃO É VERDADE. O RGICSF (a lei da banca), na sua versão anterior (DL 298/92) já dava amplos poderes ao Banco de Portugal para intervir nomeadamente os artº 103 (Participações qualificadas), 118 (gestão sã e prudente) e artº 141 (Provisões extraordinárias de saneamento), que permite ao Banco de Portugal pedir, num prazo de 30 dias após ter conhecimento, a quem ter uma participação qualificada num banco informações para saber se o detentor de tal participação reúne as condições necessárias “que garantam gestão sã e prudente da instituição de crédito”, o que não acontecia com Joe Berardo que no inicio se comprometeu a participar com uma parcela de capitais próprios e no fim só havia o dinheiro da CGD; para alem disso a lei dava ao Banco de Portugal poderes para impor medidas visando ”corrigir de métodos de gestão” e a “Imposição da constituição de provisões especiais”.

Bastava que o Banco de Portugal tivesse imposto à CGD a constituição de um “filtro prudencial”, um poder que o Banco de Portugal sempre teve, ou seja, de uma provisão utilizando o “Capital de nível 1” (uma provisão criada com base no Capital social) para desencorajar a concessão de créditos especulativos como o de Joe Berardo pois podia obrigar a recapitalização da CGD o que o accionista Estado teria muitas dificuldades em o fazer.

Portugal | "Grandes grupos económicos não querem largar bife de milhões de euros"


Jerónimo de Sousa quer PS a clarificar posição sobre fim de taxas moderadoras

O secretário-geral do PCP reiterou hoje, em Viana do Castelo, a necessidade do PS "clarificar" a sua posição sobre a isenção das taxas moderadoras na saúde, afirmando que o PCP não irá "permitir" um "retrocesso no processo".

"A questão central que se coloca neste momento é saber da definição do que se pretende em relação ao direito à saúde. Sabemos que está agendado um encontro do PS com o PSD. O encontro não tem mal em si. Mas, naturalmente, para fugir a esta questão central que nós colocamos", referiu Jerónimo de Sousa um almoço da CDU, na freguesia de Carreço, naquele concelho do Alto Minho.

O fim das taxas moderadoras nos centros de saúde vai ser faseado, não entrando em vigor já em 2020 como previa um projeto de lei do BE aprovado no dia 14 no parlamento, noticiou, no sábado, o semanário Expresso.

De acordo com o jornal, que cita fonte governamental, o executivo deu indicações ao PS para alterar, na especialidade, o diploma do Bloco de Esquerda que previa a eliminação já em 2020 do pagamento das taxas moderadoras nos centros de saúde e em consultas no Serviço Nacional de Saúde.

Portugal | Ricardo Araújo Pereira defende que a polícia deve ser presa…


…no caso dos salvamentos no Mediterrâneo

O caso de Miguel Duarte foi analisado à lupa na emissão do Governo Sombra desta semana.

Pedro Mexia sentiu-se "ativista" face ao caso de Miguel Duarte, o jovem português de 25 anos que está acusado pelas autoridades italianas de auxílio à emigração ilegal por ter colaborado com a Organização Não Governamental (ONG) alemã Jugend Rettet, que salvava migrantes de morrerem afogados nas águas do Mediterrâneo.

Sendo o ativismo coisa que normalmente não o atrai, Pedro Mexia explica que neste caso abre uma exceção, e explica que a tarefa de tentar perceber se "salvar vidas é bom ou mau" não deveria levantar dúvidas e que, por isso, defende o apoio do Estado português ao caso: "Não é preciso ter nenhuma especial ideologia política, nem sequer uma opinião específica sobre como resolver o problema da imigração, para achar que salvar pessoas é um ato positivo e que o estado português se deve empenhar na defesa desde ativista", conclui.

João Miguel Tavares vê o caso como sendo de natureza política - e não judicial -, e explica que o barco da ONG com a qual Miguel Duarte colaborou se limitava a recolher pessoas que estavam na água, que eram de seguida entregues a um barco da polícia: "Tendo em conta que é esta a mecânica, é muito difícil compreender como pode haver sequer uma acusação de auxílio à imigração ilegal", explica o jornalista, defendendo que a acusação se limita a ser uma estratégia para afastar as ONG do Mediterrâneo.

Já Ricardo Araújo Pereira está em contracorrente dos restantes ministros, acha que salvar pessoas no Mediterrâneo é, efetivamente, prestar auxílio à imigração ilegal e faz um paralelismo com salvar pessoas que estejam a morrer de overdose. O humorista defende, em registo irónico, que tanto num caso como no outro, "o ideal é deixar morrer as pessoas, para não estimular as atividades ilícitas", e acrescenta que "não serve de desculpa a história de salvar a pessoa do afogamento e entregá-la no barco da polícia - é prender a polícia também, porque a polícia também esteve envolvida no tráfico", conclui.

A emissão completa do Governo Sombra, para ver ou ouvir, sempre em tsf.pt

Ana António | TSF

Portugal | Proibido parir no verão


Domingos Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

O fecho e funcionamento no verão em regime de rotatividade das urgências externas de 13 maternidades no Norte do país e em Beja, Portimão e Lisboa, por falta de especialistas em ginecologia e obstetrícia, não ultrapassa apenas "os limites do aceitável", como sublinhou o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

É sim um claro sinal de ausência de prioridades políticas e do estado de degradação a que chegaram os serviços públicos, em remendo de investimento desde os anos negros da troika e sem qualquer inversão nos anos dourados da política de devolução de rendimentos.

A carta de apelo dos 13 diretores de serviço à ministra da Saúde alertando para os graves problemas que se vivem espelha também, de um modo mais lato, os efeitos práticos do garrote das Finanças na falta de capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde.

Brasil | Lava Jato: Novos vazamentos e o silêncio ensurdecedor do STF e da PGR


Ou se explicam ou reagem

Parece tranquilo supor que um parecer da PGR ao STF possa ser submetido aos membros da força-tarefa da Lava Jato para “revisão”, haja vista serem todos membros do Ministério Público? Não, não é! É uma ilegalidade!

Tânia Maria de Oliveira* | GGN | opinião

Enquanto o país aguardava mais um capítulo da série “The Intercept Brasil – As Mensagens Secretas da Lava Jato”, o Diário Oficial da União informou que o ex-juiz implicado nas denúncias estava indo para os Estados Unidos, como Ministro da Justiça e Segurança Pública, “fazer visitas técnicas a instituições”. E, claro, nós acreditamos no motivo. Parece muito lógico e inquestionável que viaje para fora do Brasil, diante da crise em que está envolvido, sobremaneira para os EUA, já que existem, desde sempre, acusações e suspeitas do comprometimento de autoridades americanas na Lava Jato, incluindo a NSA e a CIA, denunciadas por Edward Snowden de espionagem internacional, por meio do mesmo jornalista responsável pelo The Intercept, Glenn Greenwald. Sim, somos crédulos das “visitas técnicas a instituições”, assim como acreditamos na versão do “não lembro se disse, mas se disse não tem problema”.

Ironias à parte, a verdade é que, a considerar a repercussão fora do Brasil, se a Polícia Federal tentar bancar a tese de Sérgio Moro, seremos uma piada internacional.

Vejamos bem como é peculiar a narrativa desenvolvida.

A segurança de um aplicativo usado no mundo inteiro foi quebrada pela primeira vez na história. E um hacker o fez para alterar conversas de um juiz com procuradores de uma operação de investigação no Brasil, e criar diálogos “que não tem nada de mais”. Para roubar descaradamente a metáfora do Gregório Duvivier, no seu programa “GregNews”, seria como um ladrão roubar seu cartão de crédito e adulterar sua senha, apenas para pagar suas contas. Parece piada? E é. Mas é sério.

Brasil | A JUSTIÇA QUE BURLA A CONSTITUIÇÃO JOGA A DEMOCRACIA NA COVA


#VazaJato Diálogos inéditos: concordamos com Deltan

The Intercept Brasil - Sábado, 22 de junho de 2019

Desde que o Intercept começou a publicar a série de reportagens demonstrando conduta irregular da força-tarefa da Lava Jato e do então juiz – agora ministro – Sergio Moro, os defensores da operação vêm adotando uma postura de criminalização do jornalismo, tendo o próprio ministro se referido ao Intercept como "site aliado a hackers criminosos". Essa tentativa de nos colar a criminosos foi denunciada por diversos grupos de defesa da liberdade de imprensa – como o Comitê para a Proteção dos JornalistasRepórteres sem Fronteiras e a Abraji –, que emitiram comunicados condenando a estratégia de Moro e das autoridades brasileiras de usar intimidação e ameaças para impedir a realização de nosso trabalho jornalístico.

Hoje, nós decidimos publicar na nossa newsletter alguns trechos inéditos do arquivo da #VazaJato para mostrar como, antes de serem alvos de vazamentos, os procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats privados com seus colegas – que jornalistas têm o direito de publicar materiais obtidos por vias ilegais, e que a publicação desses materiais fortalece a democracia.

Deltan Dallagnol, nominalmente o coordenador da força-tarefa, era com frequência o maior entusiasta dessas garantias. O apreço de Deltan pela liberdade de imprensa se deve, possivelmente, ao fato de que a Lava Jato se valeu, por anos, de vazamentos de trechos de delações premiadas e outros materiais confidenciais contidos nos autos das investigações como ferramenta de pressão contra políticos e empresários alvos da força-tarefa.

Vejam essa conversa revelada agora pelo TIB: em novembro de 2015, num chat chamado PF-MPF Lava Jato 2, enquanto discutiam medidas para coibir vazamentos de informações da força-tarefa (“alguns vazamentos tem sido muito prejudiciais”), Deltan alertou seus colegas que utilizar o poder processual para investigar jornalistas que tenham publicado material vazado não seria apenas difícil mas "praticamente impossível", porque "jornalista que vaza não comete crime".

Deltan estava certo. A decisão judicial da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região diz claramente: “o jornalista que divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum crime.” A decisão diz ainda que "Não se trata, por certo, de pretender punir a pena e a boca que, no exercício de nobre profissão, revelam, mas a mão de quem, detentor de dever de preservação do sigilo de informações, a usa para reduzir a nada a autoridade da decisão judicial e as garantias constitucionais." Ou seja: cometem crime os funcionários públicos que vazam informações que deveriam eles mesmos proteger – policiais, procuradores, juízes... – e não os jornalistas que as publicam. 

A dialética como arma geoestratégica do império da hegemonia unipolar


África fornece um campo de visibilidade que prova a prática de conspiração

  
Em África, a contradição dialética entre as culturas dos povos nómadas e seminómadas, habitantes dos maiores e mais quentes desertos e savanas do globo e as culturas essencialmente sedentárias dos povos instalados nas regiões tropicais fulcrais em água para todo o continente, onde o espaço vital é alvo duma cada vez mais acirrada disputa, é um manancial de ingerência e manipulação do qual deriva toda a manobra da prática de conspiração nos termos que interessam, no absoluto e no detalhe, ao domínio hegemónico e unipolar da aristocracia financeira mundial.

É nesse plasma dialético injectado em África, tornado “globalização”, que as geoestratégias dominantes se vão distendendo com práticas de conspiração, evidenciando-se as acções que têm vindo a incidir sobre a Líbia, o Sahara, a África do Oeste e por todo o Sahel, por um lado, face às acções que por outro lado, têm vindo a incidir sobre o Uganda, o Ruanda, o Burundi e o este da RDC, ou seja, nos Grandes Lagos e nas regiões onde nascem as três principais bacias hidrográficas do continente, o Congo, o Nilo e Zambeze… (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/04/28/africa-da-inercia-a-catastrofe/).

Instalados os fulcros da contradição, a ingerência e a manipulação dominante espraiam-se em raios de distinta intensidade e de forma a que país africano algum seja desse “pendor” de manobra excluído!

Há um instrumento de medida e estatística: as capacidades de produção de mensagens dirigidas a África e as premissas de guerra psicológica de maior ou menor intensidade (“soft power”), correspondem a esse tipo de impulsos e são produzidas em quantidades tais que em muito superam as mensagens dos africanos em relação a si prórios!

General da Renamo dado como morto reaparece no centro de Moçambique


Um dos generais da Renamo dado como morto por uma fação guerrilheira daquele partido da oposição em Moçambique reapareceu ontem numa base em Inhaminhga, tendo dito que o seu desaparecimento deveu-se a uma transferência relacionada com as atividades do partido.

"Foi uma transferência normal. Não estive detido, fui transferido para [o distrito de] Chirongoma", disse o major-general da Renamo Josefo de Sousa em declarações à imprensa na província de Sofala, centro de Moçambique.

Em causa estão declarações, na semana passada, do major-general Mariano Nhungue Chissinga, também da Renamo, acusando o líder do partido, Ossufo Momade, de ter mandado matar dois guerrilheiros daquela força política, entre os quais Josefo de Sousa, e exigindo, assim, que o presidente do partido renuncie ao cargo.

Para o major-general Josefo de Sousa, as declarações de Mariano Nhungue Chissinga são um "assunto interno" que será solucionado pelas lideranças do partido, que devem optar pelo diálogo com os revoltosos.

"Quero garantir à imprensa que não é uma questão alarmante, é uma questão caseira", afirmou Josefo de Sousa, que se fazia acompanhar por uma dezena de guerrilheiros do partido.

Moçambique | Segurança “continua estável” e "acções de malfeitores reduziram-se"


O ministro da Defesa disse hoje em Maputo que a situação de segurança no país continua estável, apesar dos ataques de grupos armados no norte, que, afirmou, se "reduziram consideravelmente".

"A situação de segurança continua estável, apesar dos ataques perpetrados por malfeitores desde outubro de 2017, na província de Cabo Delgado", referiu Atanásio M'tumuke.

O governante falava durante a 13.ª reunião anual dos adidos de Defesa acreditados junto das representações diplomáticas em Moçambique.

A reunião aconteceu no mesmo dia em que o país acreditou os adidos militares do Brasil, Canadá e Somália.

Numa alusão aos ataques no norte, o governante disse que a "cobiça" por Moçambique" é consequência da descoberta dos hidrocarbonetos naquela zona do país.

Angola | Kinguilas e marimbondos


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

A venda ilegal de divisas nas ruas de Luanda, perante a complacência das autoridades, continua incompreensível para o cidadão comum, incapaz de entender o descaramento do negócio que tem nas kinguilas apenas a parte visível.

A negociata, como é evidente, tem marimbondos por trás. E nem é necessário ser grande detective para perceber isso. Que o dinheiro não vai parar, por artes de magia, aos sutiãs das kinguilas, sentadas em passeios sebentos. Vem de gabinetes alcatifados, equipados com ar condicionado e dividido em pacotes por mãos de unhas envernizadas.

Nesta fase da vida do país em que o combate à corrupção ganha folgo impensado ainda não há muito tempo, talvez fosse oportuno esclarecer por que raio de motivo parece haver cada vez mais gentinha com contas bancárias volumosas à conta de beneméritos fantasmas. Assim a modos, de Pai Natal que, pela calada da noite, desce pelas chaminés para deixar brinquedos aos meninos, enquanto estes dormem. Mas isso, ao que dizem, é nas terras frias e com neve, que nós não temos. 

O que temos é direito de saber quem anda a distribuir diariamente - às vezes mais do que uma vez ao dia - pelas kinguilas as notas que deviam estar em locais mais seguros para a economia nacional.

Uma vergonha nacional | Corrupção no “esquema” dos livros escolares em Angola


Eu sou, porque nós somos!

António Jorge | Luanda

O que fiz até agora, foi ir colocando o problema da corrupção dos livros escolares em Angola, nos seus aspectos gerais, educacionais e político morais, para fazer despertar na consciência das pessoas e instituições, um problema gravíssimo, que desde há dez anos, se passa em Angola com toda a impunidade e sendo um problema de grandes dimensões sociais e financeiras - NINGUÉM ATÉ HOJE VIU OU DEU POR ELA… PORÉM EU JÁ POR DIVERSAS VEZES TORNEI PÚBLICO ESTE FACTO… e denunciei aos Ministérios responsáveis… por várias vezes, ao Ministério da Educação e Indústria.

Como é possível isto passar-se desde há 10 anos e nada se fazer em defesa das crianças e do país e ninguém se preocupar, nem questionar?

Com o devido respeito ao Estado Angolano e às suas instituições... como já disse antes....Não posso nem devo deixar de dizer... o que sei e conheço bem por dentro. Pelo que a partir de amanhã, irei passar para a fase das provas documentais... UMA VERGONHA NACIONAL… e que muito gostaria eu, de me não me ver obrigado a ter de fazer isso.

Governo de Angola vai implementar Conselhos de Vigilância Comunitária


Executivo defende entrada em funcionamento dos CVC, previstos na lei desde 2016, para auxiliar os órgãos de defesa e segurança no combate e prevenção da criminalidade.

O propósito do Governo angolano foi avançado pelo ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República de Angola, Pedro Sebastião, que discursava nas cerimónias comemorativas do 40.º aniversário do Ministério do Interior, que decorreu no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, em Luanda, este sábado (22.06).

Pedro Sebastião, que falava em representação do Presidente de Angola, e também Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço, considerou "urgente" que se aprovem e materializem os regulamentos sobre os Conselhos de Vigilância Comunitária (CVC).

Os Conselhos, prosseguiu, a par do programa de resgate dos valores morais e cívicos, criação de condições para a formação técnico profissional dos jovens, novos empregos e melhoria da iluminação dos centros urbanos, vão contribuir para debelar as causas da criminalidade. 

São Tomé | Osvaldo Vaz diz que situação financeira do país é muito má


Dívida para com ENCO atingiu os 150 milhões do OGE

São Tomé, 22 Jun ( STP-Press ) –  O ministro são-tomense do Planeamento, Finanças e Economia Azul, Osvaldo Vaz, afirmou, sexta-feira, que “a situação económico-financeira do País  é muito má”, tendo revelado que só em termos de dívidas internas, o “Estado são-tomense deve à Empresa Nacional de Combustível, ENCO, cerca de 150 milhões de dólares, valor equivalente ao Orçamento Geral do Estado, OGE, são-tomense.

“A dívida que o Estado são-tomense tem para com ENCO, relativamente a importação de combustíveis, a dívida ENCO-EMAE e dívida ENCO-Estado que hoje está cerca de 150 milhões, é um valor insustentável, que o País terá grandes dificuldades em pagar”, ” disse Osvaldo Vaz, tendo sustentado que “ só para verem que o Orçamento Geral do Estado é exatamente igual valor desta dívida”.

“A situação económico-financeira do País está muito mal”, disse o ministro, tendo acrescentado que “indicadores macroeconómicos até 2018 estiveram todos em situação muito comprometedora, a taxa de inflação aumentou, o défice primário foi superior ao esperado e que as despesas correntes não suportam custos com pessoal”.

“Isto significa dizer que a situação financeira deste País é extremamente difícil e exige acima de tudo, o empenho e a colaboração de todos são-tomenses” – disse Osvaldo Vaz, tendo anunciado que “ estamos a tomar medidas sérias na contenção de custos e também no aumento de receitas”.

 “Fomos obrigados a reduzir plafond”, disse Osvaldo Vaz acrescentando que “quanto as receitas temos estado a envidar os esforços de cobrar tudo o se deve ao Estado”, para depois concluir que “ gostaríamos de apelar a contribuição das instituições judiciais, nomeadamente, os Tribunais e o Ministério Público para nós ajudar nesta cruzada dos valores das dívidas do Estado”.

Ministro cumpriu a promessa de Abril – China vai construir 200 casas sociais em STP


Em Abril último o Ministro das Obras Públicas, Recursos Naturais e Ambiente, Osvaldo Abreu, chamou a imprensa ao seu gabinete para apresentar os estudos finais realizados por empresas chinesas com vista a construção de 200 casas sociais em São Tomé e Príncipe nos próximos 4 anos.

Na última terça – feira, o ministro reuniu-se com o embaixador da China Wang Wei, para juntos testemunharem a assinatura do acordo que envolve os dois países, no projecto de obras públicas que inicia ainda neste ano.

Dos 200 apartamentos inscritos no projecto, as obras para construção dos primeiros 60 apartamentos iniciam neste ano, assegurou o ministro.

O embaixador da China, pediu maior empenho da parte são-tomense no sentido da realização com êxito do projecto de construção dos apartamentos.

O governo são-tomense, considera que as obras de construção dos primeiros 60 apartamentos, que serão distribuídos pelos distritos do interior de São Tomé,  vão criar postos de trabalho, para boa parte de cidadãos que reclamam pelo emprego.

Abel Veiga | Téla Nón

IX Encontro de Escritores de Países de Língua Portuguesa, em Cabo Verde


Germano Almeida: “Não devemos aceitar que nos digam que somos ‘só’ africanos”

Escolas da Cidade da Praia receberam com alegria Germano Almeida, no decurso do IX Encontro de Escritores de Países de Língua Portuguesa, em Cabo Verde. O autor ficou feliz por falarem em português.

Crianças e jovens cabo-verdianos escutaram o “contador de histórias” Germano Almeida dizer: “Nós precisamos de insistir e cultivar a língua portuguesa. Ela é também língua nossa.” Argumentou que “o português e o crioulo devem estar em pé de igualdade”, mas não tem dúvidas: “A língua portuguesa é que é o instrumento que nos põe em contacto com o mundo lá fora.”

Recebido em festa pela Escola do Salineiro e com mais solenidade pelo Centro Educativo Achada Grande, na Cidade da Praia, o escritor ficou feliz por dois motivos, como explicou ao PÚBLICO: “Pelo interesse que os alunos mostraram pelos meus livros e pelo facto de falarem em português na escola.”

Com determinação, Germano Almeida afirmou perante um grupo de alunos do secundário: “Não podemos negar que somos uma mistura de África e Europa. Não devemos aceitar que nos digam que somos ‘só’ africanos. Somos europeus e africanos.”

Escutou poesia, música, passagens de livros que escreveu e viu a sua imagem colada em painéis, rodeada de breves passagens da sua obra.

Cabo Verde: Disputas pelos recursos


Humberto Cardoso | Expresso das Ilhas | opinião

Em Cabo Verde, parece que depois de várias tentativas falhadas abriu-se oficialmente a temporada da corrida das ilhas pelos recursos do Estado.

Toda a política parece girar à volta de quem mais oferece para as ilhas, quem mais faz para fixar as pessoas e quem mais empodera as populações. Os deputados da nação estão num processo acelerado de transformação em porta-vozes das ilhas na assembleia nacional. O governo há muito que o seu foco se concentra fundamentalmente nas realizações locais que podem ser estradas de desencravamento, requalificação urbana e programas de desenvolvimento do tipo “uma família, um turista”. Até o presidente da república já promoveu uma reunião do conselho da república para se debruçar sobre assimetrias e desigualdades regionais e fazer recomendações para a fixação da população. No meio disto tudo imagine-se a energia ganha pelos candidatos a populistas com esta nova política de disputa de recursos.

A fixação nas ilhas tende a fazer esquecer a abordagem global que se deve ter na orientação do país. Cabo Verde é um país arquipélago com uma consciência nacional de há muito consolidada. Durante séculos de profunda escassez, de fomes e de relativo isolamento do mundo as ilhas fizeram um percurso sócio-económico e cultural que lhes impregnou uma idiossincrasia própria. A diversidade das experiências não constituiu impedimento para a emergência da consciência da caboverdianidade. Pelo contrário, enriqueceu-a. A relação com o mundo e as transacções comerciais variaram ao longo dos séculos, ora tendo uma ilha como pivot do desenvolvimento, ora outra. Todas acabavam beneficiadas pela prosperidade geral e pelo enriquecimento cultural. Com tal percurso histórico devia ser evidente que uma relação externa por via de exportações de bens e serviços e do turismo teria que ser central para se conseguir um Cabo Verde próspero. Na procura de oportunidades no mundo nenhuma ilha deveria ser secundarizada como eventual interface principal do país com a economia global.

Guiné-Bissau | CEDEAO exigiu que Camará assuma a 2ª vice-presidência da ANP


O líder do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Braima CAMARÁ, revelou este sabádo, 22 de junho de 2019, que a missão intermenisterial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terá sugerido às partes desavindas no Parlamento que ele, Braima Camará, enquanto candidato apresentado pelo seu partido, deveria ocupar o lugar do segundo vice-presidente da Assembleia Nacional Popular.

Camará fez esta revelação durante a sua intervenção na conferência promovida pelo seu partido para os secretários regionais e setoriais com o intuito de informá-los das razões que motivaram o Coordenador Nacional a desistir de concorrer para o posto do segundo vice-presidente, decisão considerada pela Comissão Permanente do movimento para indicar a segunda vice-coordenadora para o referido posto.

Braima Camará disse na sua comunicação que o partido que dirige pretende ser coerente na política e consequente no cumprimento de todos os instrumentos legais que balizam a democracia guineense, em particular a Constituição e o regimento da Assembleia Nacional Popular.

“O povo guineense decidiu mudar o sentido de voto e atribuiu o poder a cada formação política no sentido de forçá-los a unirem-se para dirigir o país na base do entendimento e na paz, tolerância e diálogo inclusivo para que que este país possa progredir. Não podemos desvirtuar esse sentimento popular e aceitamos, por isso decidimos viabilizar todas as propostas do PAIGC no Parlamento”, observou o político para de seguida assegurar que o partido liderado por Nuno Gomes Nabian (APU-PDGB) em nenhuma circunstância podia assumir o lugar de primeiro vice-presidente do parlamento, mas decidiram viabilizar aquela proposta em nome do consenso político.

Guiné-Bissau | Aristides Gomes é reconduzido e toma posse como primeiro-ministro


Cerimónia de posse teve lugar este sábado (22.06), depois de Aristides Gomes ter sido nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau pelo Presidente José Mário Vaz.

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, garantiu que encara a nova função como uma missão do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e que vai cumprir o programa de governação do partido. 

"Encaro esta função como uma missão do PAIGC. Na outra função que tinha era primeiro-ministro de consenso, de vários partidos e da comunidade internacional, mas não deixei de ser militante do PAIGC", afirmou Aristides Gomes. 

Aristides Gomes falava na sede do partido, depois de ter tomado posse como primeiro-ministro numa curta cerimónia na Presidência guineense, onde não prestou declarações aos jornalistas. 

A estratégia dos EUA para a "mudança de regime" na Rússia


Ollie Richardson

Numa admissão muito oportuna considerando o tema do meu último artigo – as relações internacionais do século XXI e a tomada de decisões –, o chefe do Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia, Sergey Naryshkin, apontou para um método de baixo risco de guerra "híbrida" e mencionou um exemplo específico em que ele está a ser implementado. A RT informou o seguinte em 18 de Junho (ênfase minha): 

"Os serviços secretos ocidentais estão a aperfeiçoar ferramentas clandestinas que são concebidas para enfraquecer países tal como os vírus enfraquecem corpos", disse o chefe da inteligência russa. Esta espécie de guerra é utilizada actualmente na Venezuela.

A crítica proveio de Sergey Naryshkin, que dirige a agência de inteligência estrangeira da Rússia, SVR. Ele afirmou que espiões estão constantemente a melhorar a ferramenta usada para desfazer-se de governos que o Ocidente não gosta.

"Estamos a falar acerca da criação de um algoritmo universal para conduzir operações de influência clandestina demaneira contínua e em escala global ", disse ele. Segundo o funcionário, esse trabalho clandestino "nunca pára e tem como alvo não apenas inimigos, mas também amigos e poderes neutros nos tempos de paz, de crise e de guerra".

'Isto pode ser comparado à acção de um vírus; podem passar décadas a destruir um organismo humano sem sintomas e, uma vez diagnosticado, muitas vezes é demasiado tarde para tratá-lo.

Os métodos utilizados para influenciar e desestabilizar outras nações incluem a criação de estruturas orientadas em rede que podem operar sob uma premissa de activismo público, arte, ciência, religião ou extremismo,disse o responsável russo. Depois de colectar dados sobre as linhas de fracturação numa sociedade-alvo,estas estruturas são utilizadas para atacar aqueles pontos fracos num ataque sincronizado, esmagando a capacidade do país para responder às crises. 

Uma guerra nuclear vencedora ?


Novo documento do Pentágono mostra o que pensam os militares dos EUA

O documento do Pentágono, que expõe a doutrina norte-americana das operações nucleares, ficou disponível publicamente por cerca de uma semana e, em seguida, tornou-se "apenas para uso oficial". O que contem é um lembrete arrepiante de que Washington vê a guerra nuclear como possível.

"Operações Nucleares", ou Publicação Conjunta 3-72, foi datado em 11 de junho e tornado privado desde então, mas não antes de ser baixado por Steven Aftergood, um ativista da Federação de Cientistas Americanos (FAS). Está atualmente disponível no site da FAS como PDF.

A publicação “fornece princípios e orientações fundamentais para planear, executar e avaliar as operações nucleares”. O restante está no mesmo tom prático, mesmo quando se discute a consideração prática de armas que potencialmente acabam com o mundo.

Indiscutivelmente, o trabalho dos militares dos EUA é considerar todas as possibilidades, e a decisão de usar armas nucleares é, em última instância, em mãos de civis - neste caso, as do presidente Donald Trump.

A administração Trump prestou muita atenção a questões nucleares, atualizando a Revisão da Postura Nuclear dos EUA no ano passado e destinando fundos para a modernização da “tríade nuclear” dos EUA: bombardeiros, mísseis terrestres e submarinos. No entanto, Trump também anunciou que os EUA deixarão o tratado de Forças Nucleares (INF) de alcance intermediário de 1987 com a Rússia no próximo mês. O destino do novo tratado START START de controle de armas com a Rússia, previsto para expirar em fevereiro de 2021, está muito no ar.

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