segunda-feira, 24 de junho de 2019

Bissau: Manifestantes exigem nomeação de novo Governo e saída de Jomav


Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados pediu que José Mário Vaz, que terminou seu mandato, deixe o poder. Presidente guineense já tem nas mãos a proposta de composição do novo elenco governamental.

O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados saiu às ruas de Bissau esta segunda-feira (24.06) para exigir ao Presidente José Mário Vaz a nomeação do novo Governo com base na lista enviada pelo primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes. Os manifestantes também pediram a José Mário Vaz para abandonar o poder.

A manifestação se iniciou na Praça dos Heróis Nacionais e terminou na sede da Assembleia Nacional Popular (ANP) com a entrega de uma carta aberta ao presidente do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá. À porta da ANP, Sumaila Djaló, porta-voz do movimento que organizou a marcha, deu conta aos jornalistas do teor da carta aberta.

"Garantiram-nos que vão dar tratamento ao manifesto no quadro da Assembleia e que se vai trabalhar para que o ex-Presidente da República seja constitucionalmente substituído, porque no caso de impedimento definitivo, o Presidente da República é substituído pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular", sublinhou.

Durante a marcha, os participantes teceram várias críticas ao chefe do Estado-Maior e general das Forças Armadas, Biaguê Na Ntan, a quem acusam de parcialidade em relação a algumas denúncias feitas publicamente.

Angola | Sindicato confirma ameaças aos jornalistas que cobrem "Caso CNC"


O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, confirmou hoje, em Luanda, que os jornalistas que cobrem casos mediáticos, envolvendo gestores públicos, estão a ser alvos de ameaças por parte de familiares destes, por acharem que as matérias estão a manchar o nome dos seus parentes

Em conferência de imprensa, Teixeira Cândido referiu que tal comportamento tem sido observado, concretamente, à margem das sessões de julgamento do "Caso CNC", que envolve o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás. Trata-se de uma "obstrução à liberdade de imprensa", afirmou o secretário-geral do SJA, acrescentado que as ameaças fazem com que os colegas temam pela sua integridade física.

O sindicalista acrescentou que "é este o ónus de quem ocupa cargos públicos", está sujeito à divulgação da imagem por exercer quaisquer funções no aparelho do Estado.

César Esteves | Jornal de Angola

Foto: Secretário-geral Teixeira Cândido sugere aos jornalistas para fazerem queixa à Polícia // Alberto Pedro

Notícia em desenvolvimento...

Angola | Empresário quer demissão do Presidente do Tribunal Supremo


O antigo proprietário da empresa Arosfran, Francisco Dias dos Santos “Kito dos Santos”, lançou no sábado uma campanha para destituição do presidente do Tribunal Supremo de Angola, juiz Rui Constantino Ferreira.

A campanha vem juntar-se a outros pedidos para a demissão do juiz, mas neste caso envolve alegações de conduta ilegal enquanto advogado do empresário.

Tudo aconteceu quando em 2011 o governo angolano recebeu uma nota das Nações Unidas, através do Ministério das Relações Exteriores, sobre alegadas ligações do sócio Kassim Tajideen a uma lista de terroristas do Hezbollah.

Para salvar a empresa, na altura a mais poderosa na venda de bens de consumo, como arroz, massa alimentar, frescos, farinha de trigo, óleo alimentar e tantos outros, foi decidido vender a companhia.

Francisco Dias dos Santos “Kito dos Santos” acusa Rui Ferreira de se ter  apoderado dos imóveis da Arosfran para beneficio de seus familiares.

Confiscada colecção de carros de luxo do filho do presidente da Guiné Equatorial


O vice-presidente da Guiné Equatorial tem uma paixão por desportivos e possuía uma colecção invejável. Mas os seus Bugatti, Lamborghini, Koenigsegg e McLaren foram apreendidos. Vão agora a leilão.

O vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue tem uma forte paixão por carros de luxo – e mansões onde estacioná-los –, com ênfase para os superdesportivos. Sucede que os seus superdesportivos já não são dele, tendo sido confiscados pela justiça e muitos vendidos.

Muitas vezes criticado pelo uso indevido de fundos estatais, tendo já possuído uma mansão em França avaliada em 100 milhões de euros, o vice-presidente viu a sua colecção de carros ser confiscada por duas vezes, em 2012 e em 2016, segundo a GTspirit. O primeiro lote de veículos, apreendido há sete anos, foi rapidamente leiloado pelas autoridades francesas, preparando-se agora os suíços para fazer o mesmo ao lote de 25 modelos apreendido em 2016.

Guiné-Bissau | Tráfico de Droga Condiciona Política


A instabilidade política crónica na Guiné-Bissau (GB) é em larga  percentagem fomentada pelo chamado “lobby da droga”, constituído por indivíduos e grupos dispersos por múltiplos sectores da sociedade, em particular o da política. 

A lógica da sua acção, como facilitadores ou “dealers” de traficantes de países da América Latina, baseia-se na ideia de que a instabilidade protege melhor os seus obscuros interesses.
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Guiné-Bissau | José Mário Vaz termina mandato sem empossar Governo


O primeiro-ministro já entregou ao ex-Presidente do país a composição do futuro Governo, aguardando-se a sua nomeação. Supõe-se que o ex-Presidente José Mário Vaz tenha feito algumas exigências, entretanto recusadas.

Oficialmente o mandato do Presidente guineense terminou neste domingo (23.06.), sem que tenha nomeado o novo Governo resultante das eleições legislativas de 10 de março passado.

Acredita-se que o Presidente cessante José Mário Vaz terá solicitado algumas pastas ministeriais, as chamadas "Pastas da Soberania", pedido prontamente recusado pela nova maioria parlamentar que vai formar o Governo.

Em declarações aos jornalistas, Muniro Conte, conselheiro de imprensa do primeiro-ministro, confirmou que o ex-Presidente já recebeu a composição do futuro Governo, mas não reagiu.

 "A orgânica foi submetida ao chefe de Estado e está a aguardar-se a possibilidade de ainda hoje (23.06.) ser emitido o decreto", esperava Muniro Conte, mas tal não aconteceu.

Guiné-Bissau | "Mário Vaz, mesmo no final do mandato, vai tentar condicionar"


No dia em que termina o seu mandato, chefe de Estado fala em "marco histórico", mas jurista diz que José Mário Vaz "sempre agiu à margem da Constituição" e pede à comunidade internacional atenção à formação do Governo.

Chega ao fim este domingo, 23 de junho, o mandato de cinco anos de José Mário Vaz no cargo de Presidente da República da Guiné-Bissau. O chefe de Estado vai continuar em funções até à realização de eleições presidenciais, a 24 de novembro, mas discursou à Nação este domingo, no Palácio da Presidência, em jeito de balanço dos últimos cinco anos.

"Sou o primeiro Presidente da República, após 25 anos da abertura democrática, a concluir o seu mandato. Este é um marco histórico, pleno de significado e de simbolismo no processo de consolidação e estabilização do nosso regime democrático", afirmou José Mário Vaz.

O chefe de Estado salientou que nos últimos cinco anos o seu trabalho tem sido o "resgate da Constituição e das leis" e da "reafirmação do Estado como património de todos e não apenas de uma elite". 

Sobre a crise político-institucional vivida nos últimos anos e que levou o Presidente guineense a nomear sete primeiros-ministros, no período entre 2015 e 2018, José Mário Vaz explicou tratar-se de uma luta pelo "primado da lei e pela igualdade dos cidadãos". Para o Presidente guineense, não pode haver um "grupo que seja detentor de todo o poder e de toda a riqueza e outro vasto contingente de cidadãos que apenas têm deveres e estão condenados à subserviência e a viver dos restos dos outros". 

O chefe de Estado salientou também que a crise política dos últimos anos serviu para os "políticos crescerem, ou seja, ganharem maior capacidade para dialogar, maturidade e, sobretudo, fazer política sem recorrer à violência". Já no final do discurso, José Mário Vaz pediu aos deputados guineenses para ultrapassarem o impasse para eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular.

Portugal | Pagar “palhaçadas” de milhares de milhões de euros


Mário Motta | opinião

Sobre as chamadas comissões de inquérito que se têm exibido na Assembleia da República, devido a grosseiras falcatruas de muito prováveis grupos organizados dos chamados “colarinhos brancos” que sistematicamente vêm esbulhando o erário público, os portugueses comuns já riem para não chorarem.

De nada serve sentirmo-nos sacaneados por esses aparentes grupos de crime organizado, que vão à AR cada um por si “prestar declarações e esclarecimentos” e daí esperar justiça. Optou-se por os considerarmos atores de uma grande “palhaçada”. Tristes, prejudiciais e ultra milionárias “palhaçadas” que pagamos com línguas de palmo e meio, com carências nacionais que se repercutem sempre nos mesmos, aqueles que produzem e têm por destino serem sempre medianamente remediados, pobres, muito pobres ou miseráveis.

A amnésia dos “declarantes” enfatuados e engravatados, sempre de colarinhos brancos, é preponderante. Não se lembram, e pronto. Os esclarecimentos jorram repletos de palavras que fazem parte de coleções de mentiras, de falsidades, de ironias, de ares de gozo e de superioridades bacocas. Assim acontece porque se sentiram e sentem absolutamente autorizadas a roubarem descaradamente o que pertence a milhões de contribuintes condenados a pagarem os desmandos de autênticos criminosos distinguidos pelos seus colarinhos brancos. São eles os chicos-espertos donos disto tudo que não lhes pertence. As cumplicidades entre esses tais crimes e irregularidades praticadas e certos e incertos políticos, legisladores e mentes “superiores” que interpretam as leis, transbordam. Quando assim não acontece, porque nos grupos dos inquiridores existem também não cúmplices, vimo-los encolherem-se – talvez com receios legítimos de represálias de uma máfia que foi crescendo, que agiu e age impunemente, com todo o descaramento, sentindo-se e sendo realmente donos disto tudo, conforme demonstram e  a isso assistimos.


Portugal | Anatomia de Joe



HentiCartoon | por Henrique Monteiro

Portugal | O PS a virar o bico ao prego


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

À medida que se aproxima o fim da legislatura e, principalmente, a data das próximas eleições legislativas, tornam-se mais evidentes as contradições dentro do PS.

Que são entre diferentes tendências existentes no seu interior mas, principalmente, entre aquilo que é a sua matriz ideológica, predominantemente de direita, e aquilo que teve de fazer nesta legislatura, por força da correlação de forças e por imposição das forças à sua esquerda.

Veja-se o que se passa ao nível da saúde. Na negociação do texto da nova lei de bases, o PS apontava para o fim das parcerias público-privadas, para o primado da gestão pública do Sistema Nacional de Saúde. Como era evidente (basta ver a proposta elaborada pelo grupo chefiado pela ex-candidata presidencial do PS Maria de Belém Roseira), este caminho estava a causar muitos engulhos dentro do PS. Marcelo Rebelo de Sousa dava uma ajuda às tendências direitistas, ameaçando vetar a lei (que, sendo aprovada novamente, teria de "engolir"). Eis que surge também o BE com um inadmissível erro em que, imaturamente, se quis colocar em bicos de pé para ficar com os louros do "fim das parcerias público-privadas", tornando pública uma negociação privada antes de a mesma ser irreversível. Erro que serviu para que, no interior do PS, aqueles que defendem as parcerias público-privadas tocassem a rebate, ganhando novas forças.

Portugal devia "pedir desculpa aos ciganos"


Esta segunda-feira assinala-se o Dia Nacional do Cigano. Antropólogo diz que a efeméride não resolve nada e que são precisas medidas concretas de apoio a esta comunidade

O antropólogo e investigador José Pereira Bastos afirmou este domingo que Portugal deveria pedir desculpa aos ciganos e resolver o problema da habitação, defendendo que não adianta de nada haver um dia nacional do cigano.

A efeméride assinala-se esta segunda-feira, dia 24 de junho, mas José Pereira Bastos entende que "não adianta nem atrasa" para os cerca de 85% de portugueses com preconceitos contra os ciganos, "só piora".

"Para as pessoas que não têm preconceito não melhora nada", criticou o cofundador do Núcleo de Estudos Ciganos do Centro de Estudos de Migrações e Minorias Étnicas.

José Pereira Bastos considera "tudo isso uma fraude" porque "nunca ninguém pegou, nem ninguém pega nesta questão", sublinhando que em Portugal os ciganos "são aquilo que em psicanálise se chama o 'mau objeto'". O investigador recorda um estudo que fez em 1997 sobre as "Minorias Étnicas em Portugal", cujo resultado "nunca lhe tinha passado pela cabeça", e que veio mostrar que "não há qualquer comparação" entre o racismo de que é alvo a comunidade cigana e qualquer outra comunidade.

"Resulta de um racismo sistemático, estrutural, que vem desde que eles chegaram em 1500 cá e que nenhum governo republicano ou monárquico ou socialista ou liberal fez nada até hoje", apontou.

Portugal | Gula, obesidade e vaidade na TQT


A Televisão Que Temos é exatamente assim: abusadora e malcriada, pesporrente e peneirenta, sobranceira e metediça.

Alfredo Barroso  | jornal i | opinião

1. Cozinha e comida para o povo são o cimento que liga de cabo a rabo o famoso Programa da Cristina, nas manhãs da SIC, por entre os risos escancarados e os silvos estridentes da exibicionista, que adora provar de tudo - por exemplo, ao cheirar uma receita de bacalhau antes de enfiar o “fiel amigo” num orifício bocal tão franzido como um chocho, mas ainda ocluso... É certo, porém, que cozinha e comida para o povo são também a argamassa de outros programas mexerucos e mariolas (nomeadamente o do Goucha, na TVI) que preenchem manhãs, tardes e noites de vários canais de TV, quer generalistas quer do cabo, que as operadoras nos oferecem ad nauseam, ou seja, até ao enjoo e ao vómito... Isto mereceria um estudo aprofundado sobre o génio dos orifícios - e são muitos! - para entendermos melhor a sua utilidade cívica, já nem direi cultural, pelo menos antes que tais programas comecem a ir ainda mais longe, optando por orifícios porventura mais excitantes e passando, por exemplo, a surpreender as audiências com cenas de sexo ao vivo… E porque não, se tal já se viu em camaratas do big brother embora a coberto de lençóis?! E viva a SIC, viva a TVI e viva a CMTV!

Brasil | Caso Lula volta ao STF em ambiente político de Lava Jato em xeque


Após divulgação de conversas de Moro, pedido da defesa para anular condenação pode ser julgado na terça 25

A defesa do ex-presidente Lula chega a um julgamento decisivo no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (25) em momento político favorável por causa da revelação de conversas de autoridades da Lava Jato feita pelo site The Intercept Brasil.

A Segunda Turma da corte vai julgar se as ações penais contra o ex-presidente devem ser anuladas a partir da interpretação de que o ex-juiz Sergio Moro, que condenou o petista, não teve a imparcialidade necessária para comandar os casos.

Se essa tese da defesa for bem-sucedida, o ex-presidente será solto e, a depender do teor da decisão dos ministros, os processos da Lava Jato contra Lula podem retroceder até mesmo para a fase de investigação.

A solicitação dos advogados foi feita no ano passado, após o anúncio da ida de Moro para o ministério no governo de Jair Bolsonaro (PSL), opositor político do petista. Ficou suspensa por seis meses devido a pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, mas ganhou força a partir do último dia 9, quando o The Intercept Brasil começou a divulgar os diálogos de Moro e do procurador Deltan Dallagnol.

Na troca de mensagens, o à época juiz dá orientações aos procuradores, sugere a inversão de ordem de fases da Lava Jato e até indica uma testemunha de acusação ao Ministério Público Federal.

O caso abalou a credibilidade da operação e reabriu a discussão sobre a anulação de decisões tomadas em Curitiba.

A defesa de Lula protocolou no pedido de suspeição um anexo com esses diálogos como forma de reforçar seus argumentos.

O julgamento foi iniciado ainda no ano passado e o placar parcial é de 2 a 0 contra o pedido - votos dos ministros Edson e Cármen Lúcia

Gilmar, um dos que ainda não apresentaram voto, já declarou publicamente que "não necessariamente" as conversas vazadas não podem ser usadas na Justiça como prova por terem origem possivelmente ilícita.

Brasil | Como um bandido mequetrefe no Ratinho, Moro negou tudo


A farsa processual está mais do que nunca revelada e só mesmo um STF conivente ou sob chantagem pode mantê-la. O Supremo pode e deve resgatar sua imagem.

Armando Rodrigues Coelho Neto | GGN | opinião

Nos presídios do Brasil é muito comum que criminosos usem telefones baratos (de poucos ‘baites’), mudem de número ou de aparelho com frequência. As mulas flagradas com droga, no Aeroporto de Guarulhos/SP, costumam negar saber que estão traficando. É comum criminosos negarem seus crimes, mesmo diante de evidências. Aconteceu com os irmãos Cravinhos (caso Richthofen), com os Nardones e com Fernandinho Beira-Mar. Todos negaram seus crimes. É comum raposas negarem que comeram as galinhas, mesmo com a boca cheia de penas. Afinal, vale a máxima do Latim: “Nemo tenetur se detegere”(o direito de não produzir prova contra si mesmo).

O marreco de Maringá nunca me enganou. Realizou a prisão ilegal de quase 300 pessoas, vazou informações sigilosas para a imprensa, permitiu que audiência fosse transmitida por celular para blogueiro simpatizante, exerceu ato de ofício em férias. Mandou prender “suspeitos” dentro de hospital, condenou pessoas fora da lei e sem prova – não raro os contrários ao seu ideário político. Leia-se, desafetos políticos. Com sensacionalismo, aconteceu e brilhou encantando pessoas sob a bandeira de combate à corrupção. Na leva, até corruptos ficaram contra a corrupção (Aécio, Cunha, família Bozo).  Mas, com a farsa político-policialesca, acabou conseguindo selo de probidade, e ai de quem criticasse seus atos.

Desse modo, o marreco virou um “Grande Homem”, de quem se espera o óbvio: grandeza. Na década de 1990, na Suécia, a então vice-primeira ministra, Mona Sahlin, renunciou quando descobriram que ela comprou uma barra de chocolates Toblerone com cartão corporativo. Sem meandros ideológicos, grandes nomes quando flagrados até se matam – seja por vergonha, vaidade, como resposta a uma grande injustiça, medo da Justiça. Há quem queira preservar qualquer coisa num último gesto… Foi assim com Hitler (Alemanha), Getúlio Vargas (Brasil), Pierre Bérégovoy (França) e mais recentemente com Alan Garcia (Peru).

NSA/CIA: A disputa é entre empresas contratadas e pessoal da administração direta


Fernando Soares Campos (*)

O mundo indigna-se e discute a questão da invasão de privacidade e a sofisticação dos métodos empregados, assim como os vazamentos que revelam o que todo mundo sabe há muito tempo. Enquanto isso, nos EUA trava-se outro debate, talvez o que mais interessa ao povo estadunidense e do qual pode aflorar melhor entendimento sobre o desenrolar dos fatos. Trata-se da análise e contestações sobre a influência e os custos das empresas privadas nos sistemas de segurança nacional, as quais ficam com cerca de 70% dos US$ 52 bilhões do orçamento nacional destinado aos serviços secretos, deixando apenas 30% para cobrir as despesas dos efetivos da administração direta do Estado. A exagerada desproporção torna-se mais evidente quando se observa que o setor privado fornece apenas cerca de 30% do pessoal (os subcontratados, Snowden era um deles), enquanto 70% trabalham sob regime de administração direta, e estes são os que ficam com a fatia menor, os 30% das  bilionárias verbas.

Oficiais superiores das Forças Armadas dos EUA e civis que ocuparam cargos no primeiro escalão do governo daquele país são hoje diretores executivos de grandes empresas privadas de segurança, formam e realizam fortíssimos lobbies que influenciam congressistas, ministros e governantes, também exercem poder junto a empresas midiáticas (presstitutes, como hoje são camadas), de tal forma que são atendidos em quase tudo que propõem: criação de novas agências e legislações específicas (em alguns casos, inconstitucionais), determinam público alvo e inimigos em potencial, trabalham para a iniciativa privada (bancos, petroleiras, e corporações com interesses diversos) fazendo tráfico de influencia e usando todo o poder que detêm no âmbito do Estado, inclusive informações de inteligência ultrassecreta: "A marinha dos Estados Unidos escolheu, no mês passado [junho/2013], a mesma companhia como parte de um consórcio para trabalhar em outro projeto multimilionário para uma "nova geração de operações de inteligência, vigilância e combate". A Booz Allen obteve esses contratos de várias formas. Além de seus vínculos com o DNI (Diretor de Inteligência Nacional), se orgulha do fato de metade de seus 25 mil empregados estarem autorizados a acessar informação de inteligência ultrassecreta. Um terço dos 1,4 milhão de pessoas com essa autorização trabalha no setor privado."

Edward Snowden sempre foi contra investimentos públicos no Sistema de Segurança Social e ardoroso defensor do Sistema de Segurança Nacional. Portanto, se fosse um deputado ou senador brasileiro, votaria o novo "projeto" de desmonte da Previdência Pública e instituição da Previdência Privada, que ficaria por conta dos bancos.

Em janeiro de 2009, no site Ars Technica, usando o antigo nome de usuário, "TheTrueHOOHA", Snowden criticou The New York Times e as suas fontes anônimas por expor uma operação secreta da administração Bush para sabotar as capacidades nucleares iranianas. Tais violações, para ele irritantes, haviam ocorrido "uma e outra e outra vez", reclamou Snowden. The Times, disse ele, era "como Wikileaks" e merecia ir à falência; fontes que vazaram "merda classificada" para o Times deveriam tomar "um tiro nas bolas".

Quando um interlocutor em linha sugeriu que poderia ser "ético " denunciar "intriga do governo", Snowden respondeu enfaticamente: "Violar segurança nacional? Não".

Quanto à Segurança Social, ele disse coisas assim: "Quase todo mundo era antes de 1900 trabalhadores por conta própria".

Em outra troca de sala de bate-papo, Snowden debateu os problemas da Segurança Social fazendo afirmações como estas:

"Economizar dinheiro? Corta essa merda de segurança social."
"Yeah! Foda-se as pessoas de idade!"
"segurança social é uma treta"
"vamos atirar idosos na rua"
"cheiram engraçado"
"De alguma forma, a nossa sociedade conseguiu existir centenas de anos sem segurança social"
"Malditos retardados"


O mundo ocidental está sem liderança no momento em que enfrentamos o Armagedão


Paul Craig Roberts

De acordo com noticiários, cuja validade não pode ser confirmada pelo público em geral, um enlouquecido governo dos EUA esteve a dez minutos de atear uma conflagração geral no Médio Oriente, cujas consequências poderiam ter sido catastróficas para todos. 

Os belicistas imbecis do alto escalão – Bolton, Pompeo e Pence – e seus mestres do lobby de Israel estão determinados e não abandonar a sua campanha a favor da guerra contra o Irão. É claro que os mentirosos dizem que o Irão simplesmente aceitará sua punição por defender seu território e que não haverá guerra. Mas isto não é o que diz o Irão. Acredito no Irão.

Uns poucos, da pequena percentagem de pessoas no mundo ocidental que ainda são capazes de pensar, lamentam que Trump tenha cancelado este plano insano. Eles pensam que as consequências teriam sido a destruição dos governos saudita e israelense – dois dos mais perversos da história – e o corte de petróleo para os EUA e a Europa, com a resultante depressão provocando a derrubada dos governos belicistas ocidentais. Eles acreditam que uma derrota americana catastrófica é a única maneira pela qual a paz pode ser restaurada no mundo.

Por outras palavras, não está claro se Trump ao cancelar o ataque nos salvou ou nos condenou. O lobby de Israel e seus agentes neoconservadores não recebeu uma lição. Trump não despediu Bolton e Pompeo por quase atearem uma conflagração e ele não repreendeu seu imbecil vice-presidente. Assim, tudo poderá acontecer outra vez.

E provavelmente acontecerá. A lição que Bolton e Israel aprenderam é que a fake news de um ataque iraniano a um cargueiro japonês, negado pelos japoneses, não foi suficientes para obrigar Trump a "salvar a face" atacando o Irão. Portanto, esteja preparado para uma provocação orquestrada ainda maior. Bolton e Israel sabem que os presstitutos do Ocidente mentirão para eles. Fique atento a uma provocação que não permita a Trump nenhuma alternativa senão um ataque.

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