sexta-feira, 19 de julho de 2019

Marrocos nega assistência médica e mantém maus-tratos a presos políticos saharauis


Presos políticos do grupo Gdeim Izik continuam vítimas de negligência médica e isolamento

PUSL / Jornal Tornado - Os 19 presos políticos saharauis do grupo Gdeim Izik continuam a ser vítimas de abusos, maus-tratos, tortura e negligência médica intencional por parte das autoridades marroquinas.

As represálias estão a piorar diariamente. A sra. Mangin, esposa do Sr. Asfari foi expulsa novamente depois de ter visitado apenas uma vez o marido após de 2 anos de proibição de entrar em Marrocos e uma greve de fome de 30 dias. Desta vez a Sra. Mangin não teve a oportunidade de ser acompanhada pelo CNDH (Conselho Nacional dos Direitos Humanos de Marrocos) a quem ela obviamente pediu ajuda antes de ir.

Marrocos ignora até ao momento as decisões das Nações Unidas , e os acordos e tratados assinados. No caso de Naama Asfari, apesar de uma carta do Comitê contra a Tortura das Nações Unidas (CAT) pedindo para parar quaisquer represálias contra Naama, a CNDH demonstrou a sua falta de poder, apesar da própria lei marroquina que, em teoria, deve aplicar o OPCAT (Protocolo Facultativo da Convenção contra a Tortura).

ONU pede que se responsabilize Israel por anexações ilegais na Palestina


Relator pede que comunidade internacional responsabilize Israel por anexações ilegais na Palestina

Um relator da ONU pediu que a comunidade internacional responsabilize Israel pela ocupação da Palestina e pela expansão de seus assentamentos. Em meio às contínuas demolições de residências palestinas na Cisjordânia, o especialista vê inclinação das autoridades israelenses a realizar novas anexações.

“A condução por Israel da ocupação de 52 anos é uma afronta ao direito internacional moderno”, afirmou na última sexa-feira (12) Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos no Território Palestino Ocupado desde 1967.

O relator realizou na semana passada uma visita de campo para se reunir com organizações de direitos humanos de Israel e da Palestina, oficiais dos governos e das Nações Unidas. A missão teve por destino a capital da Jordânia, Amã. Isso porque, mais uma vez, o Estado israelense negou a entrada do relator no território palestino.

“Essa recusa é contrária às obrigações de Israel como membro da ONU para cooperar plenamente com os especialistas das Nações Unidas”, ressaltou Lynk ao final de sua viagem.

O relator lembrou que a ONU já afirmou, em várias ocasiões, que “os assentamentos israelenses são ilegais, a anexação de Jerusalém Oriental é ilegal e as violações (por Israel) dos direitos humanos dos palestinos desrespeitam convenções e tratados internacionais”.

O Irão divulga imagens que desmentem versão de Trump sobre abate de drone


O Irão divulgou nesta sexta-feira (19) imagens que supostamente desmentem a versão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a derrubada de um drone de Teerão.

Segundo o presidente dos EUA, o navio de guerra USS Boxer estava em águas internacionais e destruiu um drone do Irão no Estreito de Ormuz, uma rota vital do petróleo mundial. Trump afirmou que a ação foi tomada porque a aeronave não-tripulada iraniana se aproximou, ignorou avisos e representava uma ameaça.

"Foi o último de vários atos provocativos e hostis do Irão contra embarcações operando em águas internacionais", disse Trump ao informar o episódio na Casa Branca, na quinta-feira (18).

Ainda na quinta, o ministro Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, negou a existência do incidente.

OTAN asiática | Poderia a China criar uma aliança militar com seus vizinhos?


O medo de que a China venha a criar um bloco militar na Ásia já existe há vários anos

No contexto das tentativas dos EUA de fazer frente ao gigante asiático em diferentes áreas, a colunista Sofia Melnichuk da Sputnik analisa se Pequim estará realmente disposto a criar uma aliança militar com países vizinhos.

No passado mês de junho, o presidente da China, Xi Jinping, sugeriu pensar em uma "estrutura de segurança" na região durante uma reunião com seus parceiros euroasiáticos no âmbito da Conferência sobre Interação e Medidas de Confiança na Ásia, que decorreu em Duchambe (Uzbequistão).

Aliança asiática

Alguns especialistas qualificaram esta iniciativa como um desejo de criar uma aliança em oposição à Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma espécie de OTAN asiática.

No entanto, unir-se contra o Ocidente num bloco asiático será bastante problemático, nota a colunista.

A proposta do presidente chinês surge após a publicação do relatório do Departamento de Defesa dos EUA que critica as atividades da Rússia, Coreia do Norte e, sobretudo, da China.

"A China utiliza incentivos e sanções económicas, influencia as operações, usa ameaças militares para persuadir outros Estados a seguirem o seu programa", diz o relatório.

Embora o relatório não mencione a possibilidade de Pequim poder vir a criar um bloco militar na região, verifica-se que os EUA já estão trabalhando com os países vizinhos para conter a China.

De fato, parece que o círculo de aliados dos EUA está-se apertando em volta da China: o Japão, a Austrália e a Índia fazem parte do Diálogo de Segurança Quadrilateral, e para além disso, os EUA têm parceiros de confiança no Sudeste Asiático.

"Há desafios na região e aquilo que Xi Jinping diz não representa planos agressivos, mas sim uma reação forçada", comentou à Sputnik Sergei Sanakoyev, Chefe do Departamento Analítico Russo-Chinês do Centro de Investigação da Ásia-Pacífico.

O importante para Pequim agora é ter a oportunidade de se reunir com os parceiros, debater determinados problemas e pensar em conjunto sobre a sua solução.

Para tratar disso podem ser utilizados o Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, o grupo BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai, sendo esta última a estrutura principal em termos de segurança na Ásia. Nesta plataforma Pequim apresenta suas iniciativas, aumenta a confiança e propõe todo o tipo de eventos, explica a autora do artigo.

O PARALELO DO CHOQUE -- Martinho Júnior


Martinho Júnior, Luanda 

A geoestratégia mentora do desespero sob a égide dos falcões do Pentágono, da NATO e do nazi-sionismo implantado em Israel e espalhado deliberadamente pelo mundo, aplica-se no paralelo que vai desde, a leste, o Mar Negro e Médio Oriente Alargado, atravessa todo o Mediterrâneo de leste a oeste e dissemina-se atá ao Golfo do México, atingindo a Venezuela, Cuba e Nicarágua.

As injectadas crises no leste da União Europeia, Ucrânia, Irão, Médio Oriente Alargado, Síria, Iraque, Mar Vermelho, Iémen, Líbia, Venezuela, Cuba e Nicarágua, integram essa prática de conspiração em cadeia e em crescendo, procurando neutralizar nesse paralelo toda a dinâmica de forças emergentes, em benefício do império da hegemonia unipolar de que as famílias Trump/Kurchner são parte integrante. (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/07/04/kushner/).

É evidente que esse encadeado processo prova quanto o capitalismo só pode existir em violência!   (http://www.vermelho.org.br/noticia/309540-1).

No quadro da IIIª Guerra Mundial, é nesse paralelo contudo que se concentra um dos principais esforços no âmbito da geoestratégia da elite sustentada no e pela violência e desespero, que apenas tem outra similar no Oriente Extremo ao incidir um quadro de tensões similares, sobretudo sobre o Mar da China…(https://www.youtube.com/watch?v=_ql5J3qoieM).

Desse modo, ao longo do paralelo do choque tornado violento desespero, restam reféns nas suas afectações 4 continentes: Ásia, África, Europa e América!

Portugal | A mulher tem alma?


A doutora Bonifácio, o cabo Adolfo e o general Arriaga. Cristãos, arianos e derrotados. O racismo, o colonialismo e o nazismo e a questão da superioridade de um povo eleito. Querelas velhas como os tempos. Falamos de venenos velhos.

Carlos de Matos Gomes* | Jornal Tornado | opinião

A dúvida sobre quem pertence ou não pertence à cristandade é antiga e complexa, mete sexo e cor de pele e até intervenções rituais na cabeça do prepúcio.

Pelo que lemos recentemente de uma doutora da cristandade, a questão da pertença aos eleitos é ainda inconclusiva. Com razão. Nem o cabo Adolfo com as suas duas obras-primas, o Mein Kampf e o Holocausto, a resolveu apesar da II Guerra Mundial no século XX! No início do século XXI temos a reedição bonifaciana.

A referência mais antiga que conheço à questão da mulher na cristandade – e não sou historiador, nem escrevo no Público, nem sou mulher, é a do Concílio de Macon, na Gália, em 585. Num trecho da História dos Francos, S. Gregório de Tours descreve que os sábios cristãos discutiram se a mulher podia chamar-se homem e assim ter alma, ou se não, e não estava incluída na cristandade. Por poucos votos de diferença ganhou a tese de que a mulher tinha alma e podia integrar a cristandade, isto há 1.500 anos! Bonifácio, insigne mestre, nada melhor encontra no seu intelecto do que repetir a dúvida de Shakespeare: Ser ou não ser! Parece que Bonifácio não esteve no dito concílio para negar a cristandade às mulheres.

Portugal | CGD: Salvar as aparências


Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião

A comissão parlamentar de inquérito à CGD chegou ao fim e a satisfação entre os deputados era grande. Nomeadamente por esse feito raro de votarem as conclusões por unanimidade. A saber: a supervisão do Banco de Portugal foi incompetente (em particular a de Vítor Constâncio); a gestão da Caixa não foi prudente (em particular a de Carlos Santos Ferreira); a intervenção dos governos pecou por ação ou omissão (em particular a de José Sócrates).

Apesar da amnésia das testemunhas em geral (e dos picos de obscenidade de algumas delas em particular), não são conclusões surpreendentes. E bastou que alguém fosse um pouco além do óbvio, para se desfazer a unanimidade. Por exemplo, a ideia, defendida pelos sociais-democratas, de que anda por aí um grupo de gente poderosa em que se percebe um "padrão de encobrimento", recurso à "falta de memória", uso do "silêncio" ou "concertação da narrativa". No fundo, "um grupo restrito de pessoas e empresas que beneficia e concede entre si tratamentos privilegiados", sacando "vantagens" que normalmente resultam em "sacrifícios" para os outros. Não sei se os deputados do PSD, que propuseram esta ousadia, e os do BE e PCP, que a subscreveram, se deram conta de que é uma definição possível para organização mafiosa. Mas ficou claro que é conclusão demasiado forte para os estômagos sensíveis dos deputados do CDS (que se abstiveram) e do PS (que votaram contra).

Ainda assim, anunciou-se o "sentimento de dever cumprido". E percebeu-se no dia seguinte que se respira um novo ar. O Banco de Portugal, contagiado pela onda de revelações, divulgou a lista de grandes devedores, que conduziram à falência da Banca e à injeção de 24 mil milhões de euros de dinheiro público ao longo de uma década de descalabro. Divulgou, mas em modo polido. Em vez dos nomes dos que contribuíram para nos levar à ruína, ficámos a conhecer códigos numéricos. É como com as conclusões unânimes da comissão parlamentar: não servem para nada, mas salvam-se as aparências.

*Editor-executivo | Imagem em Observador

Portugal | Antes das férias, deputados fazem 'maratona' de votações de 170 diplomas


O Parlamento realiza, esta sexta-feira, o seu último dia de votações antes das férias de verão, uma "maratona" para votar 59 projetos de lei, 19 propostas de lei do Governo e 90 projetos e propostas de resolução.

O guião de 110 páginas, colocado no site da Assembleia da República, inclui ainda 10 votos, de saudação e condenação, e textos de alteração a leis relativos a apreciações parlamentares, prerrogativa parlamentar para alterar, em plenário, um decreto-lei do Governo. No total, serão 170 os diplomas em votação.

A estas votações vão ainda juntar-se as alterações à chamada lei do lóbi, vetada na sexta-feira pelo Presidente da República, e que será reapreciada no final do período de votações, que deputados da mesa da Assembleia estimam poder prolongar-se até às 16h00 ou 17h00.

A sessão começa às 9h00 de sexta-feira, fará uma pausa para almoço, entre as 13h30 e as 15h00, continuando-se o período de votações durante a tarde.

Portugal | Reflexão sobre memória e colonialismo marca nova temporada da Culturgest


Uma reflexão sobre colonialismo, memória e herança colonial, através de debates, conferências, teatro e cinema, marcará em setembro o arranque da nova temporada da Culturgest, em Lisboa, hoje anunciada.

A programação 2019/2020 da Culturgest, desenhada pelo diretor artístico, Mark Deputter, contará com jazz, teatro contemporâneo, dança, novas exposições, mas o foco no mês de abertura, em setembro, é o "Ciclo Memórias Coloniais", porque "o debate sobre as memórias do período colonial tem ocupado o espaço público e a produção artística de forma intensa".

Na explicação deste ciclo - de 19 de setembro a 05 de outubro -, os programadores da Culturgest colocam várias questões para uma reflexão: "Qual o impacto da transferência de memórias do fim do colonialismo na Europa atual?", "O que [é que] as pessoas que viveram o colonialismo transmitiram às gerações contemporâneas?", "Qual é o legado atual deste passado recente?", "Que filmes foram realizados durante a época colonial e quais as relações de poder e visibilidade por eles produzidas?".

Nas duas semanas deste ciclo acontecerá, por exemplo, a conferência "Políticas da memória seletiva", da historiadora marroquina Fátima Harrak, a retrospetiva cinematográfica coordenada por Maria do Carmo Piçarra com os "vários subgéneros cinematográficos dos filmes coloniais", e a estreia da peça "Os filhos do colonialismo", de André Amálio e pelo Hotel Europa.

Boaventura: Descolonizar o saber e o poder


O drama do nosso tempo é dominação articulada e resistência fragmentada. Muitas vezes, os movimentos anticapitalistas, feministas e antirracistas têm combatido uma destas formas de opressão – e fechado os olhos às outras

Boaventura de Sousa Santos | Outras Palavras | Imagem: Oswaldo Guyasamin

“Outras Palavras” tem orgulho de publicar, com frequência, os textos de intervenção política de Boaventura de Sousa Santos. O que vem a seguir refere-se, em sua parte final, às eleições parlamentares portuguesas: marcadas para outubro, elas já incendeiam o país, inclusive pelo inconformismo da direita diante da “gerigonça” – um raro governo de esquerda. Talvez falte, ao leitor não-português, contexto para compreender parte dos argumentos lançados neste trecho.

Mas as reflexões iniciais de Boaventura referem-se, de modo sintético e provocador, a um drama que talvez seja ainda mais intenso no Brasil que em Portugal. Ele aborda a desarticulação – e muitas vezes a exacerbação dos conflitos – entre os movimentos sociais anticapitalistas, feministas e antirracistas. O artigo sugere: talvez a origem do fenômeno esteja no fato de as esquerdas “terem sido treinadas, no mundo eurocêntrico, para desconhecer ou descartar as articulações entre os três modos de dominação”… Esta elaboração teórica interessará decerto a nosso público majoritariamente brasileiro – que também tem, no texto, a oportunidade de se situar sobre uma das importantes disputas eleitorais que marcarão os próximos meses
 (A.M.)

Os conflitos sociais têm ritmos e intensidades que variam consoante as conjunturas. Muitas vezes acirram-se para atingir objetivos que permanecem ocultos ou implícitos nos debates que suscitam. Num período pré-eleitoral em que as opções políticas sejam de espectro limitado, os conflitos estruturais são o modo de dramatizar o indramatizável.

Os conflitos estruturais do nosso tempo decorrem da articulação desigual e combinada dos três modos principais de desigualdade estrutural nas sociedades modernas. São eles, capitalismo, colonialismo e patriarcado, ou mais precisamente, hetero-patriarcado. Esta caracterização surpreenderá aqueles que pensam que o colonialismo é coisa de passado, tendo terminado com os processos de independência. Realmente, o que terminou foi uma forma específica de colonialismo — o colonialismo histórico com ocupação territorial estrangeira. Mas o colonialismo continuou até aos nossos dias sob muitas outras formas, entre elas, o neocolonialismo, as guerras imperiais, o racismo, a xenofobia, a islamofobia, etc. Todas estas formas têm em comum implicarem a degradação humana de quem é vítima da dominação colonial. A diferença principal entre os três modos de dominação é que, enquanto o capitalismo pressupõe a igualdade abstrata de todos os seres humanos, o colonialismo e o patriarcado pressupõem que as vítimas deles são seres sem plena dignidade humana, seres sub-humanos. Estes três modos de dominação têm atuado sempre de modo articulado ao longo dos últimos cinco séculos e as variações são tão significativas quanto a permanência subjacente.

Brasil | Até deputado da base aliada levanta suspeita sobre a facada em Bolsonaro


Bolsonaro optou por não recorrer da decisão judicial – em Juiz de Fora (MG), onde ocorreu o atentado e Adélio foi considerado inimputável, devido a uma doença mental. Frota concorda com parte da opinião pública brasileira, que desconfia do“suposto crime” cometido.

Deputado federal da base aliada ao presidente Jair Bolsonaro, o ator Alexandre Frota (PSL-SP) criticou mandatário após o encerramento do processo contra Adélio Bispo, autor da suposta facada ao então candidato, eleito em 2018.

Bolsonaro optou por não recorrer da decisão judicial – em Juiz de Fora (MG), onde ocorreu o atentado e Adélio foi considerado inimputável, devido a uma doença mental. Frota concorda com parte da opinião pública brasileira, que desconfia do“suposto crime” cometido.

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