quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Brasil | Ele só queria um chocolate


Garoto foi chicoteado ao tentar furtar um doce. Em um país que ainda não se livrou do passado escravocrata, a punição aos negros é brutal — e o Estado muitas vezes não garante o básico. Há resistência, mas violência não pode ser banalizada

Márcia Acioli | Outras Palavras

Saiu na rádio. Um adolescente de 17 anos foi amordaçado, torturado e chicoteado nu em um supermercado pela tentativa, TENTATIVA de roubar um chocolate no Supermercado Ricoy em São Paulo. Não precisou ser anunciado, o adolescente é negro, todos sabíamos.

As cenas vazaram pelas redes sociais e causaram consternação e revolta. Mais dor a todos os jovens que, como ele, sofrem diariamente na pele violências múltiplas e impensáveis para um mundo dito civilizado. A brutalidade nos evidenciou, mais uma vez, que nos porões das casas grandes ainda existem muitas senzalas e a crueldade está autorizada por uma cultura impregnada pelo racismo. O fato não é isolado e os perpetuadores da violência encontram, de alguma forma, ecos em outros casos. Muitos ainda não esqueceram dos 80 tiros que mataram o músico no Rio de Janeiro e as inúmeras chacinas que exterminam jovens negros e negras todos os dias. Causa espanto os pronunciamentos que relativizam a violência. A desumanização no discurso oficial cultiva um campo propício para tais barbaridades.

“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas (arroba é uma medida usada para pesar gado; cada uma equivale a 15 kg). Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles” (Jair Bolsonaro, 2017)

Erico Veríssimo: de presidente da Associação Riograndense de imprensa (ARI) ao escritor best-seller


Minha tendência no momento é dizer que o grande herói desta hora é o povo, o homem comum, que, se continua vivo, é de teimoso (1975).     Erico Veríssimo

Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil

Em 17 de dezembro de 2018, completaram-se 113 anos do nascimento, no município de Cruz Alta (RS), de um dos grandes nomes da literatura nacional e internacional: o gaúcho Erico Lopes Veríssimo.   

Nascido no ano de 1905, nosso escritor faleceu aos 69 anos de idade, na noite de 28 de novembro de 1975, vítima de infarto, após ter dedicado 50 anos de sua vida à literatura. Entre contos, romances, biografias, narrativas e novelas, este sagitariano nos legou uma vasta produção literária, totalizando 36 obras. 

 Autobiográfico, Solo de Clarineta, em seu segundo volume, ficou inacabado devido ao seu falecimento. Ao concluir esta obra e trazê-la a público, em 1976, o historiador Flávio Loureiro Chaves - um estudioso sobre a vida deste cruzaltense - cumpriu de forma honrosa a missão. Os livros de Erico Veríssimo já foram editados em mais de quinze idiomas. Escritor premiado, ele pertence à segunda fase do Modernismo ou,como também denominam os especialistas, em literatura brasileira, fase da consolidação do movimento.

Infância e família

Oriundo de uma tradicional família, que sofrera um sério revés financeiro, Erico começou a trabalhar, desde cedo, para ajudar no orçamento familiar. Sebastião Veríssimo, seu pai, era formado pela Faculdade de Farmácia de Porto Alegre e proprietário, em Cruz Alta, de um estabelecimento, cujo nome era Farmácia Brasileira.
       
Localizada ao lado da residência da família, esta farmácia era separada apenas por um corredor. Junto ao local havia também a sala de operações do Dr. Cesare Merlo. A mãe, dona Abegahy Lopes, era uma figura terna, de boa formação cultural, e dedicada ao marido e aos filhos Erico, Ênio e Maria (adotiva).  Aos quatro anos, o nosso futuro escritor teve meningite e por pouco não veio a falecer.

Em Cruz Alta, estudou no Colégio Elementar Venâncio Ayres. Aluno disciplinado e discreto, ele frequentava o cinema e gostava de ler, incursionando, desde cedo, pelo universo literário. Aos 10 anos, encantou-se pelas aventuras do escritor Júlio Verne (1928-1905). Atento aos acontecimentos mundiais, o menino Erico acompanhou as notícias sobre naufrágio do Titanic (1912), o início da 1ª Grande Guerra (1914-1918) e a terrível Gripe Espanhola (1918).
    
Nasce o jornalista

Na sua cidade natal, a precoce aproximação com o jornalismo ocorreu no âmago familiar, pois seu pai, Sebastião Veríssimo, era responsável e o fundador do jornal humorístico O Calhorda. Segundo a bacharela em Comunicação, a gaúcha Luiza Carravetta, o exercício do jornalismo se refletiu na obra de Erico Veríssimo, conforme explicou: “não só pelo jornalismo ser usado como tema, por ele ter criado vários personagens jornalistas, mas, também, pelo modo de narração e de construção de suas histórias.” Em 1983, Carravetta dirigiu o espetáculo O teatro, a literatura e a montagem audiovisual, tendo como base a obra Solo de Clarineta, que ganhou o prêmio do Instituto Nacional de Artes Cênicas.

Na infância, a arte de desenhar esteve presente no processo de criação do futuro jornalista e escritor. Em 1914, aos nove anos de idade, ele criou uma revista artesanal, cujo nome era A caricatura. Na realidade, era um exemplar, composto por duas folhas de papel almaço, ilustrado com desenhos e umas pequenas notas. O projeto não foi além do primeiro exemplar. Em plena 1ª Guerra Mundial (1914-1918), o menino Erico criou a sua segunda publicação à qual denominou de Íris. Na capa, destacava-se o retrato do então presidente norte-americano Woodrow Wilson (1856-1924).

A partir dos 13 anos, àquele que, mais tarde, tornar-se-ia um ícone da nossa literatura, começou a ler os autores nacionais, como Aluísio de Azevedo (1857-1913), Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), Coelho Neto (1864-1934), Euclides da Cunha (1866-1909). Erico admirava também os autores estrangeiros, como Walter Scott (1771- 1832), Émile Zola (1840-1902), Balzac (1799-1850), Proust (1871-1922), Dostoiévski (1821-1881) e Oscar Wilde (1854-1900).

O Cruzeiro do Sul

Hábil na arte da escrita, Erico Veríssimo passou, na adolescência, a colaborar no jornal O Pindorama do internato de orientação protestante, Cruzeiro do Sul (atual IPA), localizado em Porto Alegre, no Bairro Teresópolis, onde permaneceu até o final de 1922. Na realidade, Erico não quis frequentar o curso preparatório, para ingressar na Faculdade de Direito e retornou a Cruz Alta. Neste ínterim, a farmácia de seu pai faliu e seus pais se separaram. Erico, a mãe e seus irmãos foram morar na casa dos avós maternos. Diante das dificuldades econômicas, ele passou a trabalhar como balconista do armazém do tio Americano Lopes.
       
Entre as publicações lidas por Erico, A Revista Brasil (1916-1990), na época, era uma das suas favoritas. Ao lê-la, de forma habitual, o futuro escritor ficava ciente da vida literária do Brasil, que, naquele momento, vivenciava o Movimento Modernista, no qual despontavam nomes importantes, como Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Graça Aranha (1868-1931), Monteiro Lobato (1882-1948), entre outros destaques. Dominando a língua inglesa, ele traduziu, em 1923, os poemas, em inglês, do poeta indiano Rabindranat Tagore (1861-1941).

No contexto histórico do nosso Estado, neste período eclodiu a Revolução de 23, cujo objetivo era destituir o presidente do Estado Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961). A oposição - que era liderada por Joaquim Francisco de Assis Brasil (1857-1938) -, divergia da política borgista, que, há mais de 20 anos, era marcada pelo centralismo e por eleições sucessivas e fraudulentas lideradas pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Sob a “mão de ferro” de Borges de Medeiros, a oposição se rebelou, partindo para o confronto bélico, pois seus apelos ao presidente Artur Bernardes (1875-1955), para que este interviesse no Estado, não encontravam ressonância, na antiga Capital Federal, no Rio de Janeiro, embora Borges de Medeiros houvesse apoiado o seu opositor Nilo Peçanha (1867-1924) na campanha eleitoral para a presidência. 

A Revolução, conhecida como Assisista ou Libertadora, visava também a alterar a Constituição de 1891, que permitia as reeleições sucessivas e fortalecia, com poderes plenos, o Poder Executivo. Naquela época, o voto não era secreto, sendo que a fraude eleitoral era uma prática constante. O voto passou a ser secreto somente em 1932, assim como as mulheres, naquele ano, conquistaram o direito de votarem conforme o nosso primeiro Código Eleitoral.

No ano seguinte, em 1924, Erico, sua mãe e os irmãos se mudaram para Porto Alegre, pois seu irmão Ênio iria ingressar no colégio, em que ele havia estudado. Infelizmente, devido às dificuldades financeiras, a família  retornou  a cidade natal.  Em Cruz Alta, na residência de seus tios, Catarino e Maria Augusta, ele criou o hábito de ouvir os compositores clássicos. Os filhos deste casal, Rafael e Adriana, foram os primeiros a lerem a incipiente produção literária do jovem Erico.

Em 1925, ele voltou a trabalhar, como chefe da Carteira de Descontos, na filial do Banco Nacional do Comércio. Transcorrido um ano, junto com um amigo de seu pai, tornou-se sócio da Farmácia Central. Infelizmente, este empreendimento faliu, deixando uma dívida que só seria saldada dezessete anos mais tarde. Além de farmacêutico, Erico também lecionou literatura e inglês.

The Intercept_Brasil | A ONU diz que corremos risco de vida


A ONU está preocupada com os ataques que o Intercept Brasil vem sofrendo e escreveu ao governo brasileiro sobre a urgência de garantir nossa proteção, punir os responsáveis pelas ameaças e prevenir uma possível tragédia. Na tarde de ontem o jornalista Jamil Chade, correspondente na Europa, divulgou uma carta enviada ao Itamaraty pelo relator das Nações Unidas para a proteção do direito à liberdade de opinião, David Kaye. O governo Bolsonaro não deu a menor bola.

Recebemos essa notícia na redação com muita preocupação, mas ao mesmo tempo agradecidos por saber que as autoridades internacionais estão de olho no que acontece por aqui. Por isso, achei que era importante compartilhar com você. 

Kaye escreveu ao governo brasileiro para comunicar que tomou conhecimento de uma série de ameaças contra o Intercept Brasil após as primeiras publicações da #VazaJato. Por esta razão, o relator se disse profundamente preocupado com a minha segurança e a de Glenn Greenwald, cofundador e colunista do Intercept, de sua família e dos demais membros da nossa redação. Diz ele:

Se os fatos alegados estiverem corretos, constituem uma clara violação dos artigos 19 e 2 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário desde de 24 de janeiro de 1992. Manifesto, sobretudo, minha preocupação com a hostilidade de membros do Senado e do governos contra as pessoas mencionadas em reação às revelações feitas por elas.

Papa em Moçambique: Oposição contra aproveitamento político da visita


A RENAMO e o MDM e a sociedade civil moçambicana querem que o Papa Francisco discuta com Filipe Nyusi a violação dos direitos humanos no país e pedem que não se faça um aproveitamento político da visita.

O Papa Francisco aterrou quarta-feira (04.09) na cidade de Maputo, one foi recebido com música e danças tradicionais no arranque de uma visita ao país onde vai manter um encontro de cortesia com o chefe do Estado, Filipe Nyusi, no Palácio da Ponta Vermelha, além de celebrar uma missa no Estádio Nacional do Zimpeto, esta sexta-feira (06.09), seu último dia de trabalho em Moçambique.

Sob o lema Esperança, Paz e Reconciliação, Jorge Mário Bergoglio, de seu nome completo, Papa Francisco é o segundo Papa a escalar Moçambique depois de João Paulo II em 1988. Moçambique é o sétimo país que Francisco visita em 2018, e o 47° desde que chegou ao Vaticano em 2013. 

A igreja Católica moçambicana considera este momento histórico para o país, e quer aproveitar a visita do "Santo" padre para fortalecer a reconciliação nacional, segundo disse em entrevista à DW África, Dom António Juliasse, bispo auxiliar de Maputo e porta-voz do conselho Episcopal de Moçambique.

"Este ato e reflexão é feito no âmbito da igreja, mas os nossos políticos participam nesta discussão e abrange toda a sociedade", afirma Juliasse, para quem "as palavras que o Papa Francisco vai pronunciar em Moçambique vão ter uma repercussão muito grande, para dar mais forças para que os moçambicanos continuem a buscar a reconciliação nacional".

Os partidos políticos da oposição e a sociedade civil moçambicana deixam, no entanto, um alerta contra o aproveitamento político da visita pelo partido no poder, a FRELIMO.

Na sua agenda, o Papa Francisco tem ainda encontro marcado com a juventude moçambicana - representada por diferentes congregações religiosas do país.

Eleições em Moçambique: "Chega de promessas não cumpridas"


Melhoria das condições de vida da população, mais infraestruturas sociais, exploração racional de recursos naturais e igualdade das oportunidades: os candidatos a governador na província do Niassa não prometem pouco.

Oficialmente, a campanha eleitoral arrancou no sábado, 31 de agosto. Mas a resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) só se lançou oficialmente na caça ao voto quarta-feira, dia 4, alegando questões estratégicas. Na sede do partido, em Lichinga, o seu cabeça de lista, Hilário Waite, prometeu salvar a população do Niassa do sofrimento, caso seja eleito: "O nosso povo não tem boa saúde, sofre de má governação, a educação é um dilema. A nossa província é potencialmente agrícola, tem recursos naturais de varias espécies, mas o nosso povo não usufrui dessas riquezas", disse Waite à DW África.

Também o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que iniciou a sua campanha eleitoral no distrito de Cuamba, quer melhorar as condições de vida da população da província em todas as esferas. O candidato do MDM para o cargo de governador do Niassa, Damião Saimone, queixa-se de negligência por parte do governo de Maputo: "A província do Niassa esta marginalizada", acrescentando que nem parece terem passado 44 anos sobre a independência. "Agora estou na zona de Chamba e Sale, no distrito onde eu nasci. Não há infraestruturas sociais, faltam estradas, pontes, escolas e as escolas existentes quem as faz é a própria comunidade", disse Saimone.

Angola | A CAPITALIZAÇÃO NEOLIBERAL DO OKAVANGO!


Martinho Júnior, Luanda  

NO MOMENTO EM QUE SE TORNA TÃO EVIDENTE O SUBDESENVOLVIMENTO DE ANGOLA, POR VIA DAS CLAMOROSAS QUEIMADAS DA ESTAÇÃO...

No momento em que fica mais que evidente o deficit em educação do povo angolano, face às pertinentes questões que se prendem ao ambiente, ao clima e à vital hidrografia do país...

No momento em que urge controlar, conhecer e gerir a região central das grandes nascentes, matriz da água interior de Angola e estabelecer a partir dela uma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável...

No momento em que se impõem resgates de conhecimento que propiciem as bases duma cultura de inteligência patriótica que vigore a muito longo prazo...

No momento em que Angola ainda não se conseguiu equacionar o sector extractivista dos diamantes como um factor de combate a desequilíbrios e assimetrias…

No momento em que estala a África do Sul, vítima da obsessão neoliberal por sobrevalorização do elitismo em prejuízo da educação do seu próprio povo…

CAPITALIZA-SE POR VIA NEOLIBERAL O OKAVANGO… ESQUECENDO-SE A RESPONSABILIDADE MAIOR DE CONHECER, CONTROLAR E GERIR A REGIÃO CENTRAL DAS GRANDES NASCENTES, VITAL ENQUANTO GARANTIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA BENEFÍCIO DO POVO ANGOLANO E DE SUAS MAIS LEGÍTIMAS ASPIRAÇÕES DE FUTURO, COMO ESSENCIAL PARA A GESTAÇÃO DUMA IMPRESCINDÍVEL CULTURA DE INTELIGÊNCIA PATRIÓTICA!

Perguntas mínimas a propósito:

Angola recebe alguma coisa de quem está a vender as imagens fílmicas produzidas pela National Geographic sobre o Okavango?...

Existem direitos salvaguardados de Angola, ou de qualquer entidade angolana sobre esses filmes?...

Se não, de quem é a responsabilidade?...

Se sim, por que não se divulgam esses direitos?

Into the Okavango

Monday, Nov. 5 at 6:00pm

Tivoli Theatre

BUY TICKETS

The Okavango River Basin provides a vital source of water to about 1 million people, the world’s largest population of African elephants, and significant populations of lions, cheetahs, and hundreds of species of birds. However, this once-unspoiled oasis is now under siege because of increasing pressure from human activity. From National Geographic Documentary Films, “Into the Okavango” chronicles a team of modern-day explorers on an epic four-month, 1,500-mile expedition across Angola, Namibia, and Botswana to save the river system that feeds the Okavango Delta, one of our planet’s last wetland wildernesses. The Hollywood Reporter writes: “Director Neil Gelinas documents a fact-finding mission rife with dangers, from fires to marshland to marauding hippos. Angola's civil war hangs over the journey, with the team traveling through unexploded minefields on their way to Botswana's Okavango Delta, which feels even more starkly unspoiled in comparison.”

Angola | Caso Rabelais: Vazamento de despacho da PGR tem fins políticos?


Em Angola, circula um despacho da PGR que implica o ex-ministro Manuel Rabelais em crimes financeiros, alegadamente sob orientação do ex-Presidente José Eduardo dos Santos. Politólogo questiona motivos para o vazamento.

O despacho de acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) circula nas redes sociais desde o fim de semana.

No documento, citado também pela agência de notícias Lusa, o ex-ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais, é acusado de crimes de violação das normas orçamentais, recebimento indevido de vantagens, peculato e branqueamento de capitais. Rabelais terá admitido a realização de transferências para empresas e a aquisição de divisas, alegando que o fez no interesse do Estado angolano e sob orientação do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Em declarações ao Jornal de Angola, o porta-voz da PGR, Álvaro João, confirmou a acusação contra Rabelais, embora o processo continue em segredo de justiça. Negou, no entanto, que a PGR tenha sido responsável pelo vazamento do documento.

Guiné-Bissau | Batalha renhida entre Jomav e Domingos Simões Pereira nas presidenciais?


As eleições de 24 de novembro vão vincar ainda mais a oposição entre duas grandes figuras políticas: Domingos Simões Pereira, apoiado pelo PAIGC, e José Mário Vaz, presidente cessante, que se apresenta como independente

Há uma grande expetativa por um duelo entre grandes figuras políticas nas eleições presidenciais de 24 de novembro na Guiné-Bissau. Os dois homens que ambicionam a Presidência do país, José Mário Vaz, à procura da reeleição, e Domingos Simões Pereira, que tenta chegar pela primeira vez à mais alta magistratura do país, têm origem no Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Previsões 

O analista político guineense, Augusto Nhaga, que considera José Mário Vaz e Domingos Simões favoritos, acredita que será uma disputa muito renhida. Mas destaca algumas diferenças entre as duas candidaturas: "Um tem o apoio da máquina do PAIGC, partido que suporta o Governo, partido da nova maioria parlamentar. O outro tem a imagem do Presidente da República e alguma franja da sociedade, que de uma forma voluntária ou não decidiu apoiar a sua candidatura”, diz.

Nhaga acredita que quem sair derrotado no embate terá algumas complicações, que poderão, eventualmente, contribuir para agravar a sua progressão na política: "Porque se um destes candidatos ganhar, vai consolidar a sua posição política e tentar, no máximo, fragilizar a parte derrotada. Por isso, ninguém vai baixar braços e ninguém vai encarar o processo com ânimo leve”.

O Ocidente oprimiu o Terceiro Mundo por tanto tempo…

Os sem-abrigo nos EUA são ás dezenas de milhar
… que ele próprio se tornou Terceiro Mundo

Andre Vltchek [*]

Muitos já notaram: os EUA realmente não parecem o líder mundial, ou mesmo um "país do primeiro mundo". É evidente que escrevo isto sarcasticamente, pois detesto expressões como "primeiro mundo" e "terceiro mundo". Mas os leitores entendem o que quero dizer.

Pontes, metros, cidades do interior, tudo está a desmoronar, a cair em pedaços. Quando eu morava na cidade de Nova York, mais de duas décadas atrás, retornar do Japão era chocante: os EUA pareciam um país pobre, despojado, cheio de problemas, miséria, pessoas confusas e deprimidas, pessoas sem abrigo, em suma – desesperados. Agora, sinto o mesmo quando aterro nos EUA depois de passar algum tempo na China.

E está muito pior. Aquilo de que o Ocidente costumava acusar a União Soviética agora é claramente detectável nos Estados Unidos e também no Reino Unido: a vigilância está a cada passo hoje em dia; em Nova York, Londres, Sydney e mesmo em áreas rurais. Todo movimento que uma pessoa faz, toda compra, todo clique no computador, é registado em algum lugar, de algum forma. E esse monitoramento, muitas vezes, nem é ilegal.

O discurso é controlado pelo politicamente correcto. Alguém nos bastidores decide o que é aceitável e o que não é, o que é desejável ou não e até o que é permissível. Se cometer um "erro" é excluído; de posições de ensino nas universidades ou dos meios de comunicação.

Portugal | Mostra de padrões partidários, a tecelagem da ilusão


Bom dia, ainda de manhã. Ao que parece o Expresso Curto do dia saiu mais tarde, hoje. Decerto coisas de férias. Pessoal das letras escasso… Talvez. Importante é que saiu. Vamos lá tomar a nossa cafeína, oferta do tio Balsemão, simpático, o velhote das empresas. Candeias à frente iluminam melhor. Todo p’rá frente atira-se o jornalista (editor) Pedro Candeias, autor da cafeína que pode ler em baixo. Adiante.

O autor limita-se a mostrar a manta de retalhos da política partidária portuguesa em que existe um padrão muito igualzinho apesar de uns parecerem muito diferentes. Ilusão, claro. Mas Candeias sabe que fazer a mostra daqueles padrões, tecidos há muito e quase sempre os mesmos, dá-nos que pensar. E isso é bom. Porque muita gente até se esquece de praticar esse benéfico exercício.

Uns de direita, outros de esquerda, do centro, do social-democrata, do assim-assim… Pois. Mas isso é quase só conversa. Na prática o CDS não está distante do PSD, e vice-versa. Na prática o CDS e o PSD não estão distantes do PS, e vice-versa. As provas vêm sendo dadas há décadas. Só aparentemente os padrões são diferentes. 

Mesmo diferentes são o Bloco e o PCP, o resultado tem-se visto. Pois. Disto havia alguma coisa a dizer mas fica para outra oportunidade.

Atualmente existe o PAN parlamentar. Tirando o padrão relativo a talibanismo sobre os animais e etc, tem muito pouco de diferente dos anteriormente aqui abordados. E assim as pessoas continuam tramadas porque nada muda, a não ser um ou outro deputado. PAN, Pessoas, Animais e Natureza. É assim que se define. Natureza, a modernidade manda “lixá-la” mas falar muito dela. Até mesmo os que nunca viram um grão de terra, cercados que estão por betão, empedrado e alcatrão. Até esses têm o cãozinho para depositar nos passeios empedrados ou cimentados (feios) os seus excrementos, que chamam moscas, esses seres contaminantes-pousantes também nas “carecas dos doutores” imensos deste país. Uns para serem os caixas diplomados de supermercados, outros para rechearem as elites - os tais que obtiveram o canudo à força de cunhas e provavelmente de pilim. É aos que estamos entregues, como lixo reciclável que só serve para dar lucro e depois é absolutamente descartável.

Ena, credo! Onde esta “conversa” já vai. Melhor é avançar. Nada melhor que avançar para a cafeína servida por um Candeias que nos ilumina as mentes com a mostra refinada e inteligente dos padrões partidários que se dizem assim ou assado. Tudo menos referirem-se a que estão muito do lado dos que são donos disto tudo e até de nós, pessoas que lhes dão lucros mirabolantes, lhes sustentam os vícios, e recebem raspas ou coices. Sim, claro, porque esses tipos, na maior parte dos exemplos, são muito ricos mas umas bestas de desumanidade. Esclavagistas da modernidade apoiados por governos do bloco infernal que dura há décadas em Portugal. Os(as) que se dizem Democratas Sociais, Sociais Democratas e/ou Socialistas. Sim, às vezes são. Mas muito poucas vezes.

Bom dia. Abrigue-se. O governo devia decretar a sesta nestes dias de calor… Oh, quer lá ele saber dos que trabalham que nem mouros, a ralé. Para eles ar condicionado, pago por todos nós, não falta.

Siga para o Curto. Boa cafeína.

Redação PG | MM

Portugal | CASA


Tal como na Educação e na Saúde, tem de haver um serviço público de habitação

Joana Mortágua | jornal i | opinião

Saiu ontem uma notícia que dava conta que os preços das casas em Portugal subiram 15% em apenas um ano. Não há grande novidade em saber que a habitação está mais cara, desde há alguns anos a variação homóloga de preços nunca fica abaixo dos dois dígitos tendo atingido o máximo em 2018 com uma subida de 18%.

Mas a notícia dava nota de um dado interessante. Ao contrário do anunciado abrandamento do mercado imobiliário, há ainda quase cem mil novos fogos em pipeline a garantir a “dinamização” do mercado imobiliário. Ou seja, apesar do preço da habitação ter aumentado 40% dos últimos anos, ainda há lucros suficientes para justificar o aumento da oferta.

Há muitas formas de ler estes dados, a minha proposta é relacioná-los com o que está a acontecer em Almada. É uma leitura intuitiva, baseada em dados mas sustentada sobretudo na experiência autárquica de dois anos vereação. Mas antes de lá chegar é útil fazer um breve retrato.

Portugal | Programa do Governo para combate à desertificação “é ineficaz”


Tribunal de Contas revela que programa não está a cumprir com o compromisso assumido com as Nações Unidas para travar a degradação do solo, que leva à desertificação.

O programa do Governo para combater a desertificação é “ineficaz”, tem várias falhas e não está a cumprir com o compromisso de “neutralidade da degradação do solo” – ou seja, torná-lo mais fértil e sustentável – fixado na Agenda 2030 das Nações Unidas. Além disso, é impossível saber se as verbas transferidas por Bruxelas para combater a desertificação – que ascendem a 2,7 milhões de euros – são, de facto, canalizadas para o programa de combate à desertificação.

Estas são algumas das conclusões do Tribunal de Contas (TdC), que divulga hoje uma auditoria à organização e execução do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação, revisto em 2014.

Os juízes salientam ainda que as duas estruturas que foram criadas através do programa de combate à desertificação “são ineficazes”. Trata-se da Comissão Nacional de Coordenação, que “não cumpriu” com as suas funções “por falta de recursos humanos e financeiros”, e do Observatório Nacional de Desertificação, que “nunca” chegou a funcionar, “o que não permitiu assegurar a monitorização do programa e dos respetivos resultados nem sistematizar o conhecimento sobre a desertificação”, lê-se no documento.

No relatório, os juízes deixam vários alertas sobre o impacto das alterações climáticas e desertificação e fazem várias recomendações ao ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, ao ministro do Ambiente e da Transição Energética e ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

RU | Rainha quase destruiu a mais nobre invenção inglesa: o Parlamento


Daniel Deusdado | Jornal de Notícias | opinião

Posta numa só linha, a notícia é um dos maiores golpes perpetrado contra a democracia planetária e irreversível. "Rainha de Inglaterra aprova a suspensão do Parlamento a pedido do primeiro-ministro".

Esqueça as razões, a constitucionalidade ou a legitimidade formal. Mantenhamos o foco no conteúdo. Não há uma guerra, não há a morte do primeiro-ministro, não há uma hecatombe global. A Rainha tinha de decidir se alinhava com um golpe de teatro promovido por um pequeno génio do mal ou se mantinha a voz dos cidadãos no mais nobre fórum, criado há muitos séculos, pelos seus antecessores: o Parlamento. Ambas as decisões eram possíveis. O que fez? Tacitamente manteve o jogo a favor do Brexit e quase permitiu o silenciamento, durante cinco semanas, dos deputados eleitos.

Ora, quando a mais experiente regente do mundo toma uma decisão destas, resta-nos chorar e perguntar se o mundo está perdido. O mais antigo Parlamento em funcionamento podia, de facto ser suspenso, sem mais, num momento transcendente da História do Reino Unido, porque Boris Johnson pretendia centrar a ação do novo Governo nos assuntos internos do país...

RU | Câmara dos Lordes vota a favor de avançar projeto de lei para travar Brexit sem acordo


A câmara alta do Parlamento britânico votou favoravelmente dar seguimento ao projeto de lei, que fora aprovado por conservadores rebeldes e deputados da oposição na Câmara dos Comuns (a câmara baixa) e que deverá aqui regressar até às 17:00 de sexta-feira. O projeto de lei poderá ser novamente votado na segunda-feira e submetido para aprovação real.

Câmara dos Lordes votou esta madrugada a favor de fazer passar o projeto de lei Benn, contra um Brexit sem acordo, por todas as etapas do Parlamento antes de este ser suspenso a pedido do primeiro-ministro, Boris Johnson.

Por volta da 01:30, após um debate pela noite dentro, a câmara alta do Parlamento britânico votou favoravelmente dar seguimento ao projeto de lei, que fora aprovado por conservadores rebeldes e deputados da oposição na Câmara dos Comuns (a câmara baixa) e que deverá aqui regressar até às 17:00 de sexta-feira. Fica assim descartada a hipótese de obstrução.

Em seguida, o projeto de lei poderá ser novamente votado pelos deputados na segunda-feira e submetido para aprovação real, relata o jornal “The Guardian”. A Câmara dos Lordes ainda deverá debater o projeto de lei e as suas emendas esta quinta-feira.

Erdogan diz que é inaceitável que a Turquia não possa ter armas nucleares


O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta quarta-feira que é inaceitável que os Estados com armamentos atômicos proíbam Ancara de obter suas próprias armas nucleares, mas não disse se a Turquia tem planos de obtê-las.

"Alguns países têm mísseis com ogivas nucleares, não um ou dois. Mas [eles nos dizem que] nós não podemos tê-los. Isso, eu não posso aceitar", ponderou ele aos membros do partido governista AK na cidade de Sivas, no leste do país.

"Não existe nação desenvolvida no mundo que não os possua", acrescentou. Todavia, muitos países desenvolvidos não possuem armas nucleares.

A Turquia assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear em 1980 e também assinou o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares de 1996, que proíbe todas as detonações nucleares para qualquer finalidade.

Erdogan deu a entender que queria a mesma proteção para a Turquia que Israel já tem.

"Temos Israel por perto, como quase vizinhos. Eles assustam [outras nações] ao possuí-los. Ninguém pode tocá-los", reclamou o líder turco.

Analistas estrangeiros dizem que Israel possui um arsenal nuclear considerável. Israel mantém uma política de ambiguidade em torno da questão nuclear, recusando-se a confirmar ou negar suas capacidades.

Sputnik | © AP Photo / Yasin Bulbul

Trump insinua que futura guerra comercial será com Europa


Em publicação no Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ser possível uma futura guerra comercial com a Europa.

Depois de mais de um ano da guerra comercial entre Washington e Pequim, Trump insinuou uma possível guerra comercial a começar com a Europa.

O que Trump está fazendo com a China não se perderá com o resto do mundo. A Europa tem tido uma das políticas mais protecionistas de todos os tempos. Eles estão sentados agora se perguntando, somos os próximos? Talvez sim! Nós temos que mudar as regras. Os Estados Unidos não podem defender o mundo e pagar por isso...

Ao mesmo tempo, o presidente criticou a China por sua postura dura nas negociações bilaterais. Embora a guerra comercial entre ambos os países não tenha chegado ao seu fim, ao que tudo indica Trump já tem em mente uma confrontação com a Europa.

Sputnik | Foto: Reuters / Carlos Barria

Delegações da China e EUA voltam a discutir acordo comercial em outubro


Pequim, 05 set 2019 (Lusa) - As delegações da China e Estados Unidos que negoceiam um acordo comercial vão voltar a reunir em outubro, em Washington, informou hoje o Governo chinês, numa altura de crescentes disputas entre os dois países.

"Os dois lados concordaram em realizar a décima terceira rodada de negociações económicas e comerciais de alto nível em Washington, no início de outubro, antes da qual estarão em constante contacto", revela o comunicado.

A mesma nota confirma que as delegações vão reunir, em meados de setembro, como anteriormente anunciado, "para preparar um progresso significativo durante as negociações de alto nível".

"Ambas as partes concordaram que deveriam trabalhar juntas e tomar medidas práticas para criar condições favoráveis às negociações", aponta.

A nova rodada de negociações ficou marcada após uma conversa via telefone, segundo a mesma fonte.

Governo de Hong Kong diz que retirada da lei é primeiro passo para fim da crise


Hong Kong, China, 05 set 2019 (Lusa) -- A chefe do Executivo de Hong Kong garantiu hoje que a decisão de retirar por completo a lei da extradição foi uma decisão do Governo, apoiada por Pequim, e é um primeiro passo para ultrapassar o impasse político.

Em conferência de imprensa, Lam lembrou que suspendeu a lei em meados de junho, dias após o início de grandes protestos, e que em julho declarou que as emendas à lei propostas pelo seu Governo estavam efetivamente mortas.

A governante afirmou que a retirada formal da lei da extradição é um primeiro passo dado pelo Executivo para que se estabeleça um diálogo com os manifestantes, de forma a que seja encontrada uma saída para o impasse político que se vive em Hong Kong.

"Incidentes nos últimos dois meses chocaram e entristeceram as pessoas de Hong Kong. Sentimos todos muita ansiedade por Hong Kong, a nossa casa. Todos esperamos encontrar uma saída para o impasse atual e para estes tempos inquietantes", já tinha afirmado na quarta-feira, quando anunciou a retirada formal da lei.

Contudo, no mesmo dia, vários políticos e ativistas pró-democracia, apesar de satisfeitos com a retirada da lei, criticaram o facto de as outras cinco exigências dos manifestantes continuarem a não ter resposta.

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