sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Portugal | "Perdoa-me", é campanha!


Manuel Molinos* | Jornal de Notícias | opinião

A ideia de António Costa (que afinal era de Rui Rio, mas que já tinha sido aplicada pelos reitores), o "perdoa-me" do PAN e a social-democracia de Catarina Martins. Ainda em fase de pré-campanha, já há alguns tesourinhos para guardar. O que nos esperará mais até à ida às urnas?

Da água a evaporar-se das barragens, da bloquista agora social-democrata, até à possibilidade de sessões de reconciliação entre condenados por crimes violentos e familiares das vítimas ou com as próprias vítimas, do PAN, lá vamos cantando e rindo até outubro.

Pelo meio, temos a promessa de António Costa em lançar o "Erasmus Interior" para os universitários que "só conhecem o país da onda do surf". Uma "boa ideia" que foi reclamada por Rui Rio, que já a tinha apresentado "há meses". Mas, como a memória às vezes é traiçoeira, o líder do PSD esqueceu-se que a proposta já tinha sido levada ao Parlamento, em março, e chumbada pelo PS, BE, PCP e PEV. Confuso? Talvez, mas quem terá ficado muito baralhado foram os reitores portugueses. A mobilidade interna para estudantes afinal já existe e está prevista em dois programas desenvolvidos pelo Conselho de Reitores e Conselho dos Politécnicos. Só faltou que a medida viesse a ser reivindicada por alguns promotores de festivais de verão que, na verdade, têm feito mais pelo interior do país que muitos atores políticos.

O combate eleitoral tem destas coisas. Mas, mesmo com uma agenda preenchida com tantas entrevistas televisivas e idas a feiras, não é normal que quem procura o nosso voto se esqueça dos elevados índices de abstenção que têm marcado os últimos atos eleitorais.
Os nossos políticos continuam a incorrer no erro de usar a mesma fórmula de sempre, no mesmo tom de sempre, com a mesma gravata de sempre, sem perceber que o Mundo mudou. As pessoas estão diferentes e o acesso à informação é distinto.

E se pensarmos que os eleitores fixam estas frases mais típicas de "silly season", e não as propostas programáticas, percebemos que a mensagem está toda errada.

Ninguém se surpreenda quando a abstenção voltar a ser o verdadeiro Governo eleito.

*Diretor adjunto

Portugal | O Jornalixo de alta intensidade

João Miguel Tavares
João Miguel Tavares, um cidadão que teve os favores do Primeiro Ministro e do Presidente da República em duas distintas ocasiões, sabe-se lá porquê, classifica a ditadura de Salazar e Caetano como uma ditadura de “baixa intensidade”. (Ver artigo aqui)

Não, não foi. A ditadura de Salazar e Caetano foi uma ditadura de longa duração, promoveu uma longa, impiedosa e injusta guerra em África que provocou muitos milhares de vitimas de ambos os lados, retaliações e massacres inauditos e por fim o drama da descolonização.

Na Metrópole como era assim chamada, promoveu uma censura férrea, o completo cerceamento das Liberdades que hoje felizmente usufruímos e colocou Portugal no plano internacional como uma Nação pária, incomoda até para os seus aliados.

A par disso, votou Portugal a uma situação económica e social degradante e bastava saber-se que à data da sua queda o analfabetismo atingia mais de 40% da população para definir a ditadura como um regime abjecto e sem remissão.

A ditadura tinha todos os mecanismos repressivos em acção e actualizados; policia politica, aparelho de censura prévia, forças para- militares, tribunais de excepção, três campos de concentração (Tarrafal, Ibo e São Nicolau), a espaços fazia um simulacro eleitoral, etc. etc.

Comentadores e articulistas como JMT preferem o branqueamento silencioso dessa nódoa que manchou a História contemporânea da nossa Pátria.

O branqueamento dos crimes da ditadura e da sua natureza contribui mais que outra qualquer atitude para facilitar a ideia de que afinal a ditadura não era assim tão má e que a Democracia pouco lhe adianta.

Não vejo forma mais cínica de um lobo vestir a pele de cordeiro.


(Rodrigo Sousa Castro, in Facebook, 12/09/2019)

Comentário da Estátua: "Ó JOÃO MIGUEL TAVARES - Umas “carícias” da PIDE – daquelas de “baixa intensidade” -, é o que estás a precisar, até porque não te faziam mal nenhum, não é verdade?"

Eleições em Moçambique | Partidos apostam fortemente na fiscalização eleitoral


RENAMO fala em mais de mil delegados em formação para supervisionar a votação e o apuramento parcial dos resultados. MDM aposta em trabalho psicológico dos "mmvs" para evitar intimidações e aliciamentos.

Em processos eleitorais anteriores, incluindo as eleições autárquicas do ano passado, a RENAMO não conseguiu recrutar delegados de listas, nem cidadãos para integrar as mesas de votação.

Mouzinho Gondorujo, cabeça de lista da RENAMO para eleição da Assembleia provincial, afirma que as pessoas eram intimidadas, aliciadas para desistirem da supervisão e, por vezes, detidas sem justa causa.

Mas agora, ele nota, no seio dos cidadãos, o elevar da consciência política e o cansaço pela governação que não responde aos anseios da população, em particular dos jovens.

"Todos os distritos extrapolaram o recrutamento dos "mmvs" (membros das mesas de votação), caso que não aconteceu no escrutínio passado. [Isto] já é um passo para evitar que aqueles eleitores que são fantasma possam ter direito a voto quando não tivermos a nossa representação na mesa. O que vai acontecer, obviamente, é [o] enchimento das urnas com todo este aparato de organização. Pensamos que vamos evitar o pior ".

Angola | "Mercado de emprego está fechado" aos jovens


Todos os anos saem das universidades angolanas centenas de licenciados. Mas não há empregos para todos. Jovens pedem ao Presidente João Lourenço que cumpra a promessa de criar 500 mil postos de trabalho.

Os jovens angolanos esperam e desesperam por mais postos de trabalho28,8% da população angolana está desempregada, segundo o Instituto Nacional de Estatística - e a maioria dos desempregados são jovens.

"A maior parte da juventude clama por um emprego digno", desaba um jovem desempregado que solicitou o anonimato em entrevista à DW África.

Milhares de jovens em busca do primeiro trabalho acorreram, na semana passada, à Feira do Emprego no Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda. Mas, por causa da confusão que se gerou, várias pessoas desmaiaram ou ficaram feridas.

"Não havia condições para atender à demanda", conta Cláudio Fortuna, investigador da Universidade Católica de Angola. A feira, organizada pelo Instituto Angolano da Juventude, "foi mal pensada, mal idealizada, e deu para o torto porque havia questões que não foram levadas em consideração", acrescenta Fortuna.

Situação dos doentes angolanos com junta médica em Portugal degradou-se


O Presidente João Lourenço prometeu melhorar as condições dos doentes angolanos com junta médica em Portugal. Mas de novembro até hoje nada melhorou, pelo contrário, a situação degradou-se.

Dez meses depois da visita oficial do Presidente angolano João Lourenço, as condições de habitabilidade e a qualidade da alimentação nas pensões que acolhem os pacientes não melhoraram.

Há mais doentes a chegarem a Lisboa, mas também há casos de pessoas desalojadas por falta de pagamento, em consequência dos atrasos nas transferências de dinheiro de Angola para Portugal. O setor da saúde da Embaixada de Angola reuniu-se esta semana com a associação que representa os doentes para mais uma tentativa em busca de soluções.

Condições precárias

Um dos doentes é José Maria Paixão Fonseca, 62 anos, tenente coronel das Forças Armadas, que vive numa das quatro pensões em Lisboa que albergam angolanos que têm recebido cuidados médicos.

"Sim, sim, as coisas estão cada vez mais a piorar. A questão da alimentação, que é primordial, nunca foi boa. Aqui, por exemplo, não tenho alimentação. Eu devia pagar a minha alimentação por mim mesmo. Coisa que eu não posso fazer porque os senhores do Banco de Poupança e Crédito (BPC) em Luanda trancaram a minha conta. Então, não consigo fazer transferência porque não tenho como tirar o dinheiro da conta”, relatou Paixão Fonseca.

Há seis anos em Portugal, este paciente angolano que faz hemodialise, também lamenta o tratamento inadequado que os doentes recebem do setor da saúde da Embaixada de Angola, sob a responsabilidade de Rosa de Almeida.

"Há uma coisa que eu não entendo. Como é que a senhora chefe do setor, para além de nós não sabermos quanto é que ela recebe aqui, vem pagar estes hotéis muito caros onde a vida praticamente é uma desgraça; é uma miséria estas pensões, não têm ar condicionado conforme pode ver. E dizem que nós não podemos reivindicar porque as nossas casas em Angola não têm ar condicionado. Não posso reclamar uma boa sopa porque a sopa que se dá aqui é melhor que a sopa que eu teria na minha casa?”, reclamou José Maria Paixão Fonseca.

Guiné-Bissau/Eleições | Erro na escolha do PR terá preço elevado para o povo - DSP


O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, advertiu os guineenses, em particular os eleitores, que qualquer erro na escolha do futuro Presidente da República nas eleições agendadas para o dia 24 de novembro custará muita coisa ao povo guineense, porque será a pessoa que irá dirigir os destinos do país.

O candidato do partido libertador  às eleições presidenciais fez a advertência esta quinta-feira, 12 de setembro de 2019, durante a cerimónia de abertura da 2º Convenção Nacional da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC) que decorre na cidade de Bafatá, região com o mesmo nome no Leste da Guiné-Bissau, sob o lema “Novos Desafios, Novas Responsabilidades”. 

A convenção da estrutura juvenil dos libertadores que se  realiza na cidade natalícia do fundador da nacionalidade guineense acontece entre hoje e amanhã (12 e 13) e junta cerca de três mil delegados provenientes das diferentes regiões do país.

Presidindo a cerimónia de abertura, Domingos Simões Pereira alertou que não é possível continuar a ter medo de promover as pessoas com mérito e competência na Guiné-Bissau, como aconteceu no passado, porque o país encontra-se  numa nova era. 

Assegurou que o PAIGC está a confirmar que jovens não são projeto de amanhã, mas projeto de atualidade, enquanto estrutura social que não só tem a capacidade de sonhar o futuro, como também projetar um amanhã melhor. 

Cabo Verde | Praga de gafanhotos atinge Santiago, Brava, São Nicolau e São Vicente


O novo ano agrícola não começou bem com insectos a atacarem as culturas de pelo menos quatro ilhas. É que, numa nota enviada à imprensa, o Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde indicou que, na sequência das chuvas que caíram no país em finais de agosto e início de setembro, assiste-se neste momento à eclosão de uma praga de gafanhotos nos estratos áridos e semiáridos das ilhas de Santiago, Brava, São Nicolau e São Vicente.

A mesmo fonte citada pela Lusa informa que delegações do ministério têm neste momento no terreno equipas a proceder à pulverização em zonas de pastagens e florestais, e a apoiar os agricultores nas zonas de culturas.

Os apoios acontecem no quadro dos recursos que o ministério coloca anualmente ao projeto de campanha agrícola e fitossanitária, para fazer face às principais pragas de culturas de sequeiro, prossegue a nota de imprensa.

“No quadro deste projeto, a Direção-Geral de Agricultura, Silvicultura e Pecuária adquire pesticidas, pulverizadores e equipamentos de proteção individual que são colocados à disposição das delegações” do ministério, que, por sua vez, trabalham diretamente com os agricultores”, lê-se na mesma nota.

Na sexta-feira, as equipas de combate à praga estarão em zonas do concelho de São Domingos, ilha de Santiago, um dos mais afetados, a par da de Ribeira Grande.

Cabo Verde voltou a registar chuva no início deste mês, após passar dois anos consecutivos de seca.

O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, disse que as chuvas vão garantir alguma produção de milho, pasto para os animais e recarga dos lençóis freáticos.

Gilberto Silva adiantou que as previsões apontam para mais eventos pluviométricos em todo o país durante os meses de setembro e outubro, pelo que só depois disso fará uma avaliação concreta do ano agrícola, refere a Lusa.

A Semana

Assange continua detido em Londres até julgamento sobre extradição para EUA


Uma juíza britânica decidiu hoje que o ativista australiano Julian Assange vai permanecer na prisão enquanto aguarda o julgamento, em fevereiro, que decidirá a sua eventual extradição para os Estados Unidos.

Assange, 48 anos, deveria sair da prisão HMP Belmarsh, a oeste de Londres, em 22 de setembro, e após cumprir uma sentença por ter violado as condições da sua liberdade condicional no Reino Unido em 2012.

No decurso de uma deslocação à Corte de Magistrados de Westminster, a juíza Vanessa Baraitser decidiu que o fundador do WikiLeaks permanecerá privado de liberdade devido ao seu "historial de evasão".

"Na minha perspetiva, há motivos substanciais para crer que, se for libertado, voltará a fugir", considerou a magistrada.

Assange, que comparecer por videoconferência desde a prisão, foi questionado se compreendia a situação em que se encontra. "A verdade é que não, mas estou certo que os meus advogados vão explicar-me", respondeu.

Em fevereiro está previsto o julgamento de extradição para os Estados Unidos, com as acusações emitidas pela administração da Casa Branca a implicarem uma condenação até 170 anos de prisão.

O ativista australiano foi detido pela polícia britânica no início de abril na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou durante sete anos devido aos receios de ser extraditado para os EUA.

Washington acusa-o de ter divulgado milhares de documentos secretos no seu portal WikiLeaks, e de "conspiração" para se infiltrar nos sistemas informáticos governamentais.

Em junho de 2012 Assange deveria comparecer perante a justiça britânica para responder a supostos abusos sexuais cometidos na Suécia.

Apesar de o país escandinavo ter posteriormente retirado o pedido de extradição, o Reino Unido manteve o mandado de captura para não ter comparecido em tribunal quando foi convocado, e que implicou a pena de prisão que agora está em vias de terminar.

Notícias ao Minuto | Lusa | Foto: © Reuters

Brexit | Leo Varadkar vê "fosso grande" entre Londres e UE, Johnson "otimista"


O primeiro-ministro irlandês considerou hoje que "o fosso é muito grande" entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) para que se consiga chegar a acordo sobre o 'Brexit', mas homólogo britânico está "cautelosamente otimista".

"Estamos a explorar o que é possível", disse Leo Varadkar à estação pública irlandesa RTÉ, acrescentando: "O fosso é muito grande, mas vamos lutar e trabalhar por um acordo até o último momento. Mas não a qualquer preço".

As declarações foram feitas no mesmo dia em que o jornal britânico Sunday Times noticiou que o Partido Democrata Unionista da Irlanda do Norte estaria a ceder e disposto a "aceitar que a Irlanda do Norte fique sujeita a algumas regras da União Europeia depois do 'Brexit'.

Até agora, o DUP, partido aliado do governo conservador, rejeitou sempre qualquer acordo que dê ao território britânico um estatuto diferente que resulte em controlos aduaneiros nas trocas com o resto do Reino Unido.

A líder do DUP, Arlene Foster, reagiu, desmentindo qualquer recuo.

"O Reino Unido deve sair [da UE] como uma nação. Estamos empenhados em ver um acordo sensato, mas não um que divida o mercado interno do Reino unido. Não vamos apoiar quaisquer medidas que criem uma barreira ao comércio entre este e oeste", afirmou, através da rede social Twitter.

Entretanto, em declarações hoje durante um evento no norte de Inglaterra, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse estar "cautelosamente otimista" sobre a possibilidade de conseguir um acordo com a UE para o 'Brexit', cuja data prevista é 31 de outubro.

O gabinete do primeiro-ministro anunciou hoje que o sucessor de Theresa May vai ao Luxemburgo na segunda-feira com se encontrar com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e com o negociador-chefe da UE para o 'Brexit', Michel Barnier.

Notícias ao Minuto | Lusa | Foto: © Reuters

BREXIT OU OS ENXOVALHOS DA DEMOCRACIA


Entre Bruxelas e Londres não houve negociações, houve imposições unilaterais engendradas para que as consequências da saída fossem avassaladoras para a população britânica.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Brexit ou a saga da saída do Reino Unido da União Europeia é um episódio claro, e muito sério, de como é tratada a democracia, ou o que dela resta, no Ocidente que se afirma como fiel depositário dos direitos humanos e dos valores civilizacionais. A uma decisão límpida e democrática, como a assumida pelos britânicos no referendo sobre a permanência ou não na União Europeia, seguiu-se uma enxurrada de manobras, chantagens, humilhações, golpes sujos e baixos – sempre desprezando os cidadãos – para tentar reverter a decisão da consulta ou, pelo menos, tornar as suas consequências exemplares para qualquer país que deseje seguir pelo mesmo caminho.

Boris Johnson tem as costas largas. Acompanhando a cobertura mediática dominante dir-se-á que foi com o seu aparecimento em cena que o processo entrou num turbilhão de acontecimentos onde se perdem as referências quanto à sua origem e legitimidade. É interessante notar que, a propósito de Johnson, raramente se sublinha o facto realmente mais controverso: o modo como essa personagem saída da reforçada componente fascista do neoliberalismo chegou a chefe do governo de Londres.

Na verdade, na sempre tão elogiada «mais antiga democracia parlamentar» é possível que um primeiro-ministro seja apurado numas eleições «primárias» intercalares de um partido sem que seja devolvida a voz ao povo, apesar de a situação geral no país ter sofrido um verdadeiro terramoto desde as anteriores eleições gerais. Mais inusitado ainda: quando, finalmente, voltou a falar-se na necessidade de chamar o povo a votos a ideia partiu de quem antes não desejava eleições gerais – Johnson – e foi contrariada pelos que tinham passado as últimas semanas a pedi-las. Se algum leitor ou leitora encontrar a bússola da democracia em todo este imbróglio fique ciente de que é alguém com uma invulgar capacidade para encontrar agulha em palheiro.

A trama expõe um enxovalho da democracia, apenas mais um e nem sequer o mais rocambolesco e antidemocrático do processo de Brexit.

Portugal | BÉU-BÉUS, MIAUS, ZURROS E MACACADAS


Bom dia Portugal e arredores, Jardim Zoológico incluído. Hoje vamos mais rapidamente para o Expresso Curto que Miguel Cadete aprontou. Tem miolo, o do costume. Nem muito ao mar nem tanto à terra. Abertura acerca da campanha eleitoral e os debates. Debates diabéticos, com falta de sal e açúcar. Além de outros temperos. Há um condimento que falta quase sempre: a verdade, a realidade, o que lhes vai na cabeça. Nem de propósito carregam o “petisco” com carradas de mentiras – daquelas que caçam eleitores e os deixam a "arder". Promessas que se desvanecem com o tempo e não são para cumprir. Já sabemos disso. Ainda há quem tenha pachorra de ver esses tais debates? Grandes pacholas que vocês nos saíram.

Também neste Curto, do tio Balsemão Bilderberg Coisa e Tal, é referida a sondagem que aparecerá no Expresso mais logo. Vamos ver. Mas sondagem com notas rapidinhas publicou o PG agora mesmo (antes desta prosa), gentileza do Expresso. Diz ela (sondagem) que o PSD está tramado, que o PS está a dois deputados da maioria absoluta (lagarto, lagarto, lagarto e batida na madeira), o CDS está nas lonas mas menos que o PSD (olhando para o histórico) PCP e Bloco mantêm a toada do costume e já esperada… 

Os animais do PAN é que estão de parabéns. A sondagem estima que podem eleger 6 deputados para faladrar, miar, ginchar, zurrar, fazer macacadas pendurados no PS… Tudo em defesa dos animais e da natureza. Das pessoas é caso para estudo apurado, só para não os considerem radicais dos bichinhos e das pontas de cigarros, ignorando as pessoas.

Se o PAN eleger tantos deputados (mas porquê!) o PS está garantido e obtém a almejada maioria. Vai ter de avançar com o serviço nacional de saúde para os animais e abandalhar/desprezar o das pessoas que tanto trabalham para alimentar os animais, isso e outros serviços públicos que não sejam primordiais para os lulus, miaus, macaquinhos de imitação e etc.

Fomos breves. Ainda bem. Segue-se o Curto, com muito para contar, como a Nau Catrineta.

Bom dia de béu-béus, miaus, zurros e macacadas.

MM | Redação PG

Portugal | Pior resultado de sempre para PSD, PAN poderá eleger 6 deputados - sondagem


Os socialistas reúnem 37,9% das intenções de voto, enquanto o PSD fica-se pelos 23,6%. Traduzindo estas percentagens para número de deputados: o PS poderá eleger 114 de 230 deputados (fica a dois da maioria absoluta); o PSD de Rio poderá ter o pior resultado de sempre, elegendo apenas 67 deputados.

A menos de um mês das eleições legislativas, as sondagens não jogam a favor de Rui Rio (e do PSD). De acordo com um inquérito da Intercampus, feito para o “Correio da Manhã” e “CMTV”, o PS segue com 14 pontos de vantagem de relação ao PSD – o que deixa António Costa muito perto da maioria absoluta.

Os socialistas reúnem 37,9% das intenções de voto, enquanto o PSD fica-se pelos 23,6%. Traduzindo estas percentagens para número de deputados: o PS poderá eleger 114 de 230 deputados (fica a dois da maioria absoluta); o PSD de Rio poderá ter o pior resultado de sempre, elegendo apenas 67 deputados.

O CDS também pode ser um dos grandes derrotados das legislativas, caso as previsões estejam corretas. O partido de Cristas só reúne com 6,3% das intenções de voto, o que levará a eleger nove representantes parlamentares.

Por sua vez, o PAN deverá sair reforçado: uma votação para 5,2% poderá representar uma bancada de seis deputados.

Na sondagem da Intercampus, o Bloco de Esquerda aparece como a terceira força política: com 9,8% das intenções de voto e 18 deputados. Já a CDU de Jerónimo de Sousa surge em quarto, com 16 parlamentares e 8,6% dos votos.

Expresso | Foto: Tiago Miranda

ANATOMIA DA PRÓXIMA RECESSÃO GLOBAL


Aos desequilíbrios financeiros já conhecidos, somam-se três prováveis choques de abastecimento – todos gestados pelos EUA. Agora, de nada adiantará inundar de dinheiro os mercados. Das entranhas de uma crise, pode surgir outra maior

Noriel Roubini | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins | Imagem: Robert Cenedella, Pence on Earth (2017), detalhe

Há três choque negativos de abastecimento que poderiam desencadear uma recessão global em torno de 2020. Todos refletem fatores políticos que envolvem relações internacionais. Dois envolvem a China, e os Estados Unidos estão no centro de todos. Mais importante: nenhum deles pode ser aplacado pelas ferramentas tradicionais de política macroeconómica contracíclica.

O primeiro choque potencial deriva da guerra comercial e monetária entre Estados Unidos e China, que ampliou-se no mês passado, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor tarifas adicionais às exportações chinesas e rotulou formalmente a China como “manipuladora de moedas”. O segundo diz respeito à guerra fria de lenta maturação entre EUA e China sobre tecnologia. É uma rivalidade com todas as marcas de “Armadilha de Tucídides”. A China e os EUA disputam entre si o domínio sobre as indústrias do futuro: inteligência artificial (IA), robótica, 5G e outras. Os EUA incluíram a gigante chinesa Huawei em sua lista de companhias estrangeiras que representam, supostamente, uma ameaça à segurança nacional. Embora a Huawei tenha se beneficiado de exceções temporárias, que lhe permitem continuar usando componentes norte-americanos, o governo Trump anunciou, esta semana, que está acrescentando 46 parceiras da Huawei à lista.

O terceiro grande risco relaciona-se às fontes de abastecimento de petróleo. Embora os preços tenha caído nas últimas semanas, e uma recessão desencadeada por uma guerra comercial, monetária e tecnológica tenda a deprimir a demanda por energia a a reduzir os preços, um confronto dos EUA contra o Irão poderia ter efeito oposto. Se ele degenerasse em confronto militar, os preços globais do petróleo poderiam disparar e provocar uma recessão, como ocorreu nas conflagrações anteriores no Oriente Médio em 1973, 1979 e 1990.

Angela Merkel, a chanceler domada


A realidade do governo Merkel diverge das reivindicações dos alemães, e discurso da chanceler federal mostra que coligação de governo provavelmente não cumprirá as promessas dela, opina a jornalista Michaela Küfner.

Durou uma boa meia hora o périplo de Angela Merkel através da política mundial em seu discurso no Bundestag, o Parlamento alemão. Como em câmera lenta, viu-se ela ascender por 15 minutos à condição de tigresa da política global, até que – freada pelas chamas dos relatos da realidade alemã – ela aterrou como uma gata doméstica no duro chão da realidade do país.

Pois, se Merkel, no papel de "Leader of the free World" ("Líder do Mundo Livre"), tenta apontar "quais são as expectativas em relação a nós" em grandes questões, como a relação transatlântica e a responsabilidade da Alemanha frente ao multilateralismo, então ela mesmo sabe: essa coligação de governo com um Partido Social-Democrata (SPD) eternamente em crise dificilmente poderá cumprir tais tarefas.

Pois não apenas a questão clássica, o objetivo da Otan de empregar 2% do PIB na área de defesa, continua sendo uma provocação para os social-democratas – não importa o quanto a questão também possa sobrecarregar as relações com o governo Trump.

Mais da metade dos alemães vê democracia sob ameaça


Pesquisa revela que 53% dos cidadãos acreditam que o sistema democrático está em perigo na Alemanha. Quase metade aponta a extrema direita como maior ameaça. Para eleitores da AfD, por outro lado, são os migrantes.

Mais da metade dos alemães acredita que a democracia está em perigo no país, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (12/09) pelo instituto YouGov. A ascensão da extrema direita é a principal causa dessas preocupações.

Dos entrevistados, 53% concordam que a democracia está sob ameaça na Alemanha. Para 79%, a democracia é a melhor forma de governo, embora apenas 54% considerem satisfatório o atual regime democrático no país. A ideia geral de democracia é vista por 83% dos alemães como algo positivo. Entretanto, um em cada dez cidadãos a vê negativamente.

O Brexit, a UE e a democracia


Thierry Meyssan*

Para Thierry Meyssan, a política de Boris Johnson situa-se na perfeita continuidade da história britânica. Se nos referirmos aos escritos do Primeiro-ministro britânico e não às suas declarações de campanha, ela é muito mais guiada pelo perigo sentido face à nascença de um Estado supranacional continental que por uma vontade de independência económica.

A quando da dissolução da URSS, a França e a Alemanha tentaram conservar o seu lugar no mundo resolvendo o problema do seu tamanho face ao gigante norte-americano. Decidiram portanto reunificar as duas Alemanhas e de se fundirem conjuntamente num Estado supranacional : a União Europeia. Seguros, face à sua experiência de cooperação interestatal, acreditaram ser possível construir este Estado supranacional apesar do diktat do Secretário de Estado James Baker para alargamento forçado a Leste.

Durante os debates sobre o Tratado de Maastricht, os gaullistas confrontaram o «supranacionalismo europeu» com o «soberanismo». Eles equiparavam o quadro nacional à democracia e a escala europeia à burocracia. Pelo contrário o Presidente François Mitterrand e o Chanceler Helmut Kohl, para vencer a sua resistência, começaram por baralhar o soberanismo democrático (só o Povo é soberano) e o soberanismo nacionalista (a Nação é o único quadro conhecido para exercer um Poder democrático). Depois equipararam toda e qualquer forma de «soberanismo» a «chauvinismo» (ou seja, o facto de se considerar excelente tudo aquilo que é nacional e de desprezar tudo o que é estrangeiro).

Este Tratado foi adoptado e transformou um sistema de cooperação interestatal (a Comunidade Económica Europeia) num Estado supranacional (a U.E.), quando ainda nem sequer existia uma «nação europeia».

Portugal | A manipulação da realidade do emprego declarada por António Costa


Evolução do emprego – leitura enviesada das estatísticas

A precariedade dos vínculos que se traduz na precariedade da vida

Tiago Cunha | AbrilAbril

No debate entre Jerónimo de Sousa e António Costa, o líder do PS afirmou que 92% dos 350 mil empregos criados entre 2015 e 2019 foi feito com vínculo estável, sem termo.

António Costa faz uma leitura enviesada dos dados, para turvar a verdade e esconder a realidade que hipoteca a vida de mais de 1 milhão de portugueses que têm na precariedade no emprego um elemento determinante para a instabilidade das suas vidas.

O que nos dizem os dados? É verdade que a estabilidade passou a ser a regra e a precariedade uma excepção?

Os mesmos dados do INE, publicados nas mesmas estatísticas usadas por António Costa, abrem as portas a uma outra realidade, que Jerónimo de Sousa denunciou no debate – a do flagelo da precariedade.

Se olharmos para a antiguidade dos trabalhadores ao longo da legislatura1 verificamos que mais de metade (53,6%) nunca ultrapassa os seis meses de permanência na mesma empresa, estando amarrados a um ciclo viciado de emprego2 – desemprego – novo emprego em nova empresa – nova situação de desemprego…

São mais de metade aqueles que iniciaram um novo emprego ao longo da legislatura e que não vêem a apregoada estabilidade, o que desmente os dados pomposamente apresentados por António Costa.

Portugal | PAN (mas para que lado)?


Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

Os debates televisivos entre os líderes dos partidos com assento parlamentar estão a ser um doce aperitivo para a tranquilidade de uma eleição com vencedor antecipado. Resta saber por que números se traduzirá a vitória do PS e, decorrentemente, como estará a saúde da democracia portuguesa nos próximos quatro anos: truncada por uma maioria autocrata ou saudável pela necessidade de convergências. Em todos os debates, nenhum dos partidos se atreveu a plantar minas no terreno ou a estourar foguetório por antecipação. O PS é o maior amigo da contenção e parcimónia, o BE não acelera porque o vento sopra a favor e dá velocidade, o PCP tenta conter danos emergentes que têm raízes fundas, o PSD prefere manter uma pose de Estado sorumbática enquanto assiste à derrocada pela incapacidade de Rui Rio iluminar um golpe de asa, o CDS finge que está tudo bem com aquele sorriso condescendente de família conservadora que prefere um táxi confortável do que um transporte sério para o debate público. Então e o que faz o PAN? Procura sobreviver à informação que nos vai dando sobre a sua inconsistência.

Fundado em 2009 com o nome "Partido pelos Animais" (PPA), inscreve-se oficialmente no Tribunal Constitucional, dois anos depois, com o nome de "Partido pelos Animais e pela Natureza" (PAN). Hoje, o P de "Partido" lê-se como P de "Pessoas" e esse é o melhor encontro com a realidade que o PAN consegue promover. O PAN, mais do que o partido que pretende ser, traduz-se num grupo de pessoas que ainda não se libertou da sua génese puramente animalista e ambientalista onde as pessoas são, sobretudo, a sigla de uma agenda. As pessoas como adenda, na ausência de partido.

O PAN é um partido simpático, é difícil não concordar com a maioria das suas propostas ambientais e não duvido que seja constituído por muita gente de convicções e esforço. Mas a leitura do seu programa eleitoral, amplamente dissecado esta semana, prega-nos bons sustos. A proposta (entretanto emendada) onde o PAN previa a obrigatoriedade de reconciliação (em sessões semanais) entre criminoso e vítima (ou seus familiares) em crimes violentos, está longe de ser apenas um lapso ou erro grosseiro. É uma aberração. Corresponde a uma visão animalesca da vida onde o Homem pode ter um mundo de regras e possibilidades que o PAN nunca admitiria aplicar a animais. O PAN tem apenas uma década de história mas a sua falta de posicionamento ideológico acaba por tornar transparente a impreparação para alavancar verdadeiras mudanças estruturais em política.

Em linguagem musical, PAN é a abreviatura usada para "panorâmica", ou seja, traduz a possibilidade de conduzir o som para a direita ou para a esquerda. Não podemos ser condescendentes até o PAN decidir ao que vem e como. Em entrevista ao "Expresso", entre muitas outras hesitações, André Silva não consegue apontar um único erro à governação de António Costa. Isto não é Esquerda, Direita ou Centro; é colagem. O PAN é a muleta perfeita para António Costa governar em minoria com uma maioria absoluta. Um simulacro que pode ir a votos em Outubro.

*Músico e jurista

O autor escreve segundo a antiga ortografia

Portugal | Parlamento condena museu Salazar com abstenção do PSD e CDS


O parlamento condenou esta quarta-feira a criação de um museu dedicado a Salazar em Santa Comba Dão, terra natal do ditador, Viseu, aprovando um voto do PCP por considerar ser uma "afronta à democracia".

Na hora da votação, PSD e CDS abstiveram-se, mas a maioria de esquerda - PS, BE, PCP e PEV - aprovou o voto apresentado pelos comunistas à comissão permanente da Assembleia da República, órgão que substitui o plenário do Parlamento durante as férias.

PSD, CDS e PS anunciaram declarações de voto sobre esta matéria que tem causado polémica nas últimas semanas.

Segundo texto da bancada comunista, aprovado pelos deputados, a criação de "um 'museu' dedicado à memória do ditador Oliveira Salazar em Santa Comba Dão" é "uma afronta à democracia, aos valores democráticos" e uma "ofensa à memória das vítimas da ditadura".

Através deste voto, o Parlamento apela aos promotores da criação do museu para que "reconsiderem a sua posição" e a todas as "entidades, públicas e privadas, para que não apoiem, direta ou indiretamente, essa iniciativa".

Esta posição do parlamento surge após a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, distrito de Viseu, ter anunciado a intenção do município criar um Centro Interpretativo do Estado Novo, em parceria com outras entidades regionais e incluído numa rede ligada à História e Memória Política.

Notícias ao Minuto | Lusa | Foto: © Reuters, com montagem PG

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