quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Portugal | Pavilhão Rosa Super ou Mota Bock?


Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

Tenho idade suficiente para ter assistido em direto à conquista das medalhas olímpicas de Rosa Mota. Tenho igualmente o privilégio de conhecer pessoalmente a mulher de ouro que ela é e sempre foi. O país deve estar-lhe eternamente grato, a cidade do Porto deve-lhe este Mundo e o outro, mas talvez não fosse mal pensado não misturar alhos com bugalhos.
Houve uma grande dose de populismo quando, bem lá atrás, se lembraram de homenagear a Super Rosa emprestando o seu nome para rebatizar o Palácio de Cristal, já depois de rebatizado Pavilhão dos Desportos, sem cuidar de garantir que aquela estrutura estaria sempre em condições de honrar o nome que recebia. Nos jardins já não habitam nem o leão Sofala, nem o Chico chimpanzé, mas o Palácio também deixou de ser de Cristal a meio do século passado e andou por vários períodos ao abandono até que alguém se lembrou de lhe dar mais uns anos de vida.

A recuperação desta sala de espetáculos, desportivos ou culturais, só foi possível porque se encontrou um mecenas disponível para pagar a empreitada. De outro modo, continuaríamos a chamar Pavilhão Rosa Mota a um edifício onde acontecia muito pouca coisa. Quis o destino que o financiador fosse a Super Bock, marca nortenha, orgulho de quem está sempre a recordar o ADN industrial da gente do Norte. Sou confrade da cerveja, "obrigado" a defender todas as marcas, mas quero confessar que sou dos que em Portugal defende que, em matéria de cervejas industriais, há a Super Bock e as outras.

Portugal | No tempo em que os animais falavam e não pagavam... tanto


Programa do Governo no debate parlamentar de ontem na AR. Foi a apresentação e os ditos e mexericos. O tema faz parte da abertura do Expresso Curto de hoje, via um dos diretores do Expresso, Miguel Cadete (quantos são ilustres vocemessês, senhores?). Ele mesmo esmifra com denodo o que por ali foi dito e redito. É de ler... para mais tarde recordar. Mas há mais.

O que nos cativou tem que ver com o levanta-pousa e o pousa-levanta... Moscas? Não. Aviões. Aves dessas no Montijo. Luz verde para a construção do aeroporto no Montijo, mas... São precisas implementar "200 medidas que mitiguem o impacto no ambiente causado pela construção", diz a Agência Portuguesa do Ambiente. Querem ou não querem um aeroporto amigo do ambiente, da natureza, das pessoas e etc.? Parece perguntar essa tal Agência. Sim. Pois. E tal... 

48 milhões de euros é o preço da implementação das medidas. E a ANA, dona dos aeroportos existentes em Portugal e futuramente daquele... no Montijo(?) pôs-se a ganir a el-rei bagalhoça. Tanto? Ah, nem pensar... E pela surra foram dizendo em surdinha na reunião dos patrões daquela casa: "as aves, os animais, as pessoas e os ruídos que se lixem, assim como a mitigação do impacto ambiental que tal aeroporto pode causar". Pois. Está-se mesmo a ver que a mitigação a sério vai às urtigas, substituída por uma de contrafação, vendida por uns ciganos de que o deputado fascista bastante não gosta nada.

Acompanhem com atenção o "assunto" e preparem-se para grandes parangonas nos jornais, rádios e TVs. Nos cafés já não se fala nessas coisas, só de futebol e novelas. Coisa muito didáticas e de politicas de polichinelo.

Esta é digna do tempo em que os animais falavam. Porque já não falam, falamos nós. Grandes animais, assim-assim e pequenos. Gatos, furões e aldrabões. Bate notícia esclarecedora na TSF, em letra de forma e sonorizada. Registar gatos e outros, meter chip-chip e o que mais vier não custa só 2.50 euros, como foi vulgarizado. A "coisa" vai custar uma nota preta e com zeros. O módico preço anunciado é só pela taxa de registo para o Estado... Então e o resto? Fácil: consulta de veterinário, microship e mais isto e aquilo, além de ser mais caro se os animais se borrarem todos e for necessário recorrerem a serviços de limpeza da "marquesa" onde torturarão os animaizinhos com modernices que saem caras (ironia). É a "cena" do costume: muitos pagam, uns quantos arrecadam. Negócio melhor que o da China de antigamente. "Eles" estão sempre a inventar sacarem as miseras "massas" aos desgraçados. Claro que das "tias" e dos "tios", das fifis e dos silverinhos de laçarotes não temos pena nenhuma, quer dizer, sem pena das carteiras deles... Porque inventam sempre modo de ir sacar noutro lado qualquer. No mínimo a duplicar, a triplicar e muito mais. Dedução lógica e de mau feitio. Pois.

Este animal postado antes do Curto e de nossa lavra já vai comprido - até parece um daqueles lulus-salsicha. Fechemos a loja e suspendamos os miados e os ganidos. Pulem para o sumo da produção e realização apensa via Expresso, às vezes Curto e quase sempre curtido. Curtam e atualizem-se mais um poucochinho... Boa vida. Ups.

Bom dia... se não chover.

MM | PG

Brasil | Bolsonaro, falastrão de sorveteria


Prometeu embaixada em Jerusalém. Dizia que a China queria “comprar o Brasil”. Falava mal da “velha política”. Em menos de um ano, presidente engole o que afirmou, cuida da sobrevivência política e libera Paulo Guedes — mas não tanto…

Paulo Kliass | Outras Palavras

A sabedoria popular costuma nos oferecer frases de senso comum, mas que podem nos propiciar lampejos de elementos importantes para compreender os fenômenos políticos, sociais e econômicos. “A vida é dura!”. “Não se faz o omelete sem quebrar os ovos!”. “Nada como um dia após o outro!”. “É grande a distância entre intenção e gesto!”. “Bem-vindo à realidade!”. “Não dá pra fazer de outro jeito!”.

Pois lá já se vão 10 meses do governo do capitão. Um candidato que não aparecia como um dos possíveis ganhadores nem mesmo no início do ano passado. Um deputado federal que passou sete mandatos ininterruptos, passeando pelos corredores da Câmara dos Deputados entre 1991 e 2018, sem nenhuma atuação parlamentar de expressão. Bolsonaro era conhecido apenas por seu discurso extremista para os saudosistas da ditadura e para os que achavam que a pena de morte seria a solução mais adequada para todos os problemas da violência em nosso País.

Mas eis que a conjuntura política e eleitoral de 2018 lhe oferece a oportunidade de se apresentar como um candidato em condições de superar os traços nas pesquisas de opinião. Assim, o defensor da tortura e inimigo declarado das políticas de direitos humanos torna-se um presidenciável com musculatura própria, superando inclusive os percentuais de aceitação dos candidatos mais tradicionais da direita tupiniquim. Um parlamentar do baixo clero, tosco no modo de se relacionar com as pessoas e sem experiência alguma no comando do poder executivo começa a flertar com franjas das elites do mundo empresarial e do financismo.

A aproximação com Paulo Guedes foi um passo essencial para facilitar a aceitação de sua candidatura por aqueles que detêm o poder de fato. Grandes conglomerados do sistema financeiro e dos meios de comunicação embarcaram na canoa furada. Esse processo se reforçou quando o candidato conferiu autonomia total ao ex-Chicago boy na formatação do programa econômico e ainda concentrou nele os poderes de um verdadeiro superministro. Ocorre que as ideias ultraliberais desse agente muito conhecido do mercado financeiro não entregaram aquilo que era esperado pela maior parte dos que se aventuraram nessa candidatura de forma absolutamente irresponsável.

O legado açoriano sob a lente de Ilka Portes


“Gosto muito da natureza porque me criei dentro dela, cavalgando , brincando.”  (Ilka Portes Correio Braziliense 05/07/86)
                                                                                                      
Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil  

Nos idos dos anos 1990, o Dr. Duarte Mendes, então, Diretor do Gabinete de Emigração e Apoio às Comunidades Açorianas, contatou com Instituto Cultural Português, visando a uma parceria num projeto fotográfico.   
   
Ao ser indicada pela professora Santa Inèze Domingues da Rocha, a fotógrafa Ilka Portes (1937-2006) aceitou a proposta, cujo objetivo era registrar, por meio da fotografia, os aspectos arquitetônico, folclórico, religioso, antropológico e histórico das  cidades gaúchas de tradição açoriana. Assim nasceu a “Mostra Fotográfica da Presença Açoriana no RS”, que a  própria Ilka renominou com o título “Caminhos dos Açorianos no Rio Grande do Sul - Brasil.

Definidas as metas, nossa fotógrafa iniciou seu circuito pelas cidades gaúchas, onde, a partir de 1751-52 até 1758, estabeleceram-se os açorianos. Na primeira fase do projeto, Ilka se fez presente nas cidades de Rio Grande, São José do Norte, Tavares e Pelotas, analisando documentos oficiais e visitando museus e bibliotecas, além de contatar com os historiadores locais. Em seu roteiro de viagens, ela recebeu total apoio das prefeituras municipais em relação à pesquisa histórico-fotográfica e ao trabalho de registrar as imagens locais.

Brasil | São falsas as informações sobre Bolsonaro no caso Marielle -- MP


Segundo reportagem da Globo, porteiro disse em depoimento que suspeito de matar Marielle pediu para ir à casa do presidente no dia do crime

Jornal GGN – Em entrevista para jornalistas, na tarde desta quarta-feira (30), a promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio de Janeiro, disse que são falsas as informações prestadas pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra, o mesmo onde mora o presidente da República, Jair Bolsonaro, e também Ronnie Lessa, um dos principais suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

O porteiro disse à Polícia Federal que, horas antes do crime, no dia 14 de março de 2018, outro suspeito de ter matado Marielle, Élcio de Queiroz, entrou no condomínio dizendo que iria para a casa do então deputado federal Jair Bolsonaro. Registros de presença da Câmara dos Deputados mostram, porém, que Bolsonaro estava em Brasília, naquele dia.

A informação que sugere ligação entre Bolsonaro e suspeitos de matar a vereadora e seu motorista Anderson Gomes, foi divulgada no Jornal Nacional, nesta terça-feira (29). A reportagem disse ter tido acesso exclusivo a registros da portaria do condomínio que fica na Barra da Tijuca, no Rio, e que mostram que Élcio Queiroz esteve no local, no mesmo dia do assassinato de Marielle, afirmando que faria uma visita à casa de Bolsonaro.

Tribunal de Dili decidirá sobre embargo do Governo a terreno de pedreira do Porto de Tibar


Díli, 29 out 2019 (Lusa) -- Uma juíza do Tribunal de Díli pediu hoje mapas e outros documentos para decidir sobre um embargo a terceiros apresentado pelo Governo a parte do terreno da pedreira do Porto de Tibar, terreno cuja propriedade é parcialmente disputada.

A audiência de hoje estava inicialmente marcada para deliberar sobre uma polémica providência cautelar concedida a Edêncio New Orleans Soares, sócio único da Marino Enterprises, que reivindica ser dono de parte do terreno.

Porém, depois de menos de uma hora de audiência, a juíza Maria Modesta Viana deliberou que vai decidir primeiro sobre o embargo a terceiros, apresentado por quatro membros do Governo timorense, em nome do Estado.

Em causa está um polémico processo relativo à posse de parte de um terreno que foi alugado ao Estado timorense pela empresa China Harbour, que está a construir o novo Porto de Tibar mas que um cidadão timorense reivindica ser seu.

O caso, com contornos confusos, causou polémica depois do líder histórico Xanana Gusmão ter ido pessoalmente derrubar uma vedação que tinha sido colocada em parte do terreno pelo empresário que disputa a sua posse.

Moçambique | Fraude eleitoral? Façam “prova do que é alegado” - Tribunal Supremo


Tribunal Supremo diz que partidos que denunciam fraude nas Eleições de Moçambique não apresentaram “prova do que é alegado”

Os partidos que perderam as Eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais do passado dia 15 de Outubro tem vindo a denunciar a ocorrência de fraudes e ilícitos durante a votação e o apuramento dos votos que dão expressiva vitória ao partido Frelimo e aos seus candidatos. Porém “muito do que é alegado para o consumo da população, do povo, pode merecer diversas interpretações, diversos entendimentos, mas para o tribunal o que conta é a prova” assinalou o Tribunal Supremo (TS) que revelou terem sido submetidos recursos apenas nos Círculos Eleitorais de Nampula, Sofala e Província de Maputo.

São milhares as fraudes, irregularidades e ilícitos eleitorais denunciados pelos partidos políticos da oposição. O partido Renamo classificou a votação de “vergonhosamente mais fraudulentas jamais vistas no país e no mundo inteiro” enquanto o Movimento Democrático de Moçambique avaliou o pleito como o mais violento e penoso que o país já organizou.

Porém os tribunais distritais que foram criados ao abrigo da revisão do pacote eleitoral acabaram por ser usados em apenas 3 dos 11 Círculos Eleitorais onde foram instaladas as 20.560 Assembleias de Voto.

Polícia é morto em ataque no centro de Moçambique


Este é o segundo ataque na província central de Sofala em menos de uma semana contra agentes da polícia. Autoridades dizem que os responsáveis são homens armados da RENAMO, mas partido e "Junta Militar" negam.

A polícia moçambicana diz que um dos seus agentes foi morto em mais um ataque no centro de Moçambique. Desta vez, homens armados atacaram na manhã desta terça-feira (29.10) um posto policial no distrito de Nhamatanda, na província central de Sofala. Segundo as autoridades, os responsáveis são homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

"Homens armados da RENAMO atacaram pelas 4h50, presumivelmente, o posto policial de Metuchira", afirma o comandante provincial da polícia em Sofala, Paulique Ucacha. 

Após tomar conhecimento do ataque, a corporação iniciou diligências para neutralizar os atacantes: "Destacámos um contingente para este lugar e, chegado cá, acabaram descobrindo para o lado onde se teriam refugiado", refere Ucacha.

O ataque acontece um dia depois de o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, ter orientado na região a cerimónia de lançamento da campanha agrária. Este é o segundo ataque em Sofala em menos de uma semana contra agentes da polícia.

Uma fonte familiar contou à imprensa que a incursão foi tão rápida que não deu para chegar a tempo para prestar socorro ao polícia, que morreu no local. "Depois daqueles disparos, passado algum tempo, a nossa família soube muito bem que ele estava de serviço. Quando chegámos ao posto policial, logo nos deparámos com a situação que o nosso familiar estava de serviço e já sem vida", disse o cunhado do agente morto.

São Tomé e Príncipe | Trovoada apresentou queixas ao PR Evaristo


O ex-presidente da República Miguel Trovoada, fez denúncias ao Presidente da República, sobre o que diz ser violação da constituição política, e dos direitos e liberdades dos cidadãos.

Trovoada que em Setembro último estive no Palácio Presidencial para junto a François Fall, o representante do secretário geral das Nações Unidas, e demais autoridades do país, definirem juntos a estratégia para reforma da justiça em São Tomé e Príncipe, regressou em finais de outubro ao Palácio “Cor de Rosa”, desta vez, para apresentar queixas ao Presidente da República Evaristo Carvalho.

«Recebi na minha residência uma delegação por acaso era do Presidente da Assembleia Nacional, acompanhado por alguns colaboradores, para me convidar para uma palestra no dia 26 de Novembro em comemoração do Acordo de Argel…. Depois deste encontro um dos agentes da minha segurança, foi chamado à hierarquia para saber quem eram as pessoas. Se era delegação vinda do estrangeiro ou não, e o quê que tinham ido fazer. Eu achei estranho e desagradável que em São Tomé e Príncipe, pudéssemos estar a ter sinais de um regresso a uma época que pensávamos já removida», afirmou Miguel Trovoada.

O ex-presidente da República que esteve reunido com Evaristo carvalho durante cerca de 2 horas, descreveu mais um caso que diz er também insólito. Casos que segundo Miguel Trovoada, faz parte das «manifestações de sinais bem claros e evidentes da violação da constituição, da violação dos direitos e liberdade dos cidadãos».

Angola | Nova lei para prevenir branqueamento de capitais "impunha-se"


À DW África, economista Josué Chilundulo explica que nova legislação é mais clara quanto a "limites da atuação dos agentes públicos". Angola mostra assim à comunidade internacional que está a mudar.

A proposta de Lei de Prevenção e do Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição Massiva foi, esta terça-feira (29.10), aprovada na generalidade, passando agora à discussão, na especialidade, no Parlamento angolano.

Citado pela agência de notícias Angop, o secretário de Estado da Justiça, Orlando Fernandes, explicou que a proposta de lei, que vai substituir o diploma de 34/11 de 12 de dezembro de 2010, "comporta inovações no capítulo da avaliação nacional de risco e da abordagem baseada no risco percebido".

Além disso, leva em conta algumas das recomendações feitas ao país pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), uma organização internacional que define os padrões normativos para as iniciativas anti-branqueamento de capitais.

Em entrevista à DW África, o economista angolano Josué Chilundulo afirma que a atualização da Lei do Branqueamento de Capitais em Angola era necessária pois "traz de forma mais evidente os limites da atuação dos agentes públicos", entre outros motivos.

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