domingo, 1 de dezembro de 2019

REINTERPRETAR O MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO EM ÁFRICA – IX


Martinho Júnior, Luanda 

SUBSÍDIOS EM SAUDAÇÃO AO 11 DE NOVEMBRO DE 2019

Uma das maiores deficiências de que sofrem os africanos duma forma geral e os angolanos em particular, é a ausência de reflexão própria sobre os fenómenos antropológicos e históricos afectos ao seu espaço físico, geográfico e ambiental.

Essa falta de vontade e de perspectiva abre espaço ao conhecimento que chega de fora, em prejuízo do conhecimento que tem oportunidade de florescer dentro, ou seja: subvaloriza o campo experimental próprio, quantas vezes para sobrevalorizar as teorias injectadas do exterior!

Isso permite que outros não abram o jogo sobre essas interpretações dialéticas em função de seus interesses, manipulações e ingerências, aplicando a África, por tabela a Angola, as interpretações estruturalistas de feição, de conveniência e de assimilação!


Esta série pretende reabrir dossiers que do passado iluminam o longo caminho da libertação dos povos da América Latina e Caribe, de África e por tabela de Angola, sabendo que é apenas um pequeno contributo para o muito que nesse sentido há que digna e corajosamente fazer!

Abrir os links permite complementar com fundamentos, muitas das (re)interpretações do autor.

Nota: Esta série tendo como horizonte o 11 de Novembro de 2011, propiciará continuidade para outra que a ela se vai seguir.

Esperanças para a Ucrânia na Cúpula “Normandy Four”, a ser presidida em Paris


Bruna Adamatti*

O presidente da França, Emmanuel Macron, convidou seus confrades do Normandy Four (“Os quatro da Normandia”, em tradução livre) a se reunirem em Paris no dia 9 de Dezembro deste ano (2019), para dar continuidade aos diálogos conhecidos como “Normandy Format” (formato normando), sobretudo para discutir os conflitos na região de Donbass. Rússia, Alemanha, França e Ucrânia participarão da cúpula, cujas negociações serão retomadas após três anos de recesso.

Os líderes das nações comprometidas a resolverem os conflitos que iniciaram em 2014 no leste da Ucrânia possuem diferentes expectativas quanto ao resultado do encontro. De acordo com Steven Pifer, ex-embaixador americano na Ucrânia, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pende para um acordo de paz, Moscou parece interessada em sustentar a guerra.

Neste contexto, o Atlantic Council aponta que o Kremlin afirma abertamente sua vontade de ter reconhecidas as auto-proclamadas “repúblicas” russas criadas em Donbass e que o governo ucraniano as incorpore numa Ucrânia federalizada de-facto. Após os incidentes com a Crimeia, a influência russa na região traz sentimentos de um restabelecimento da União Soviética, de modo que analistas inferem que, caso Zelensky não seja fortemente interpelado pela França e pela Alemanha frente a Putin, é tempo de abandonar ou de expandir o formato normando. Pifer acredita que, caso falhem as negociações, os Estados Unidos devem intervir junto aos países europeus, tornando o engajamento militar da Rússia mais oneroso, ou mesmo criando um plano próprio de paz.

EUA | George H. Walker Bush: A família Bush e o cartel mexicano de drogas

Bush (pai) e os Salinas
Prof Michel Chossudovsky | Global Research, December 01, 2019

Donald Trump ofereceu-se para intervir no México "para ir atrás dos cartéis de drogas" após "o assassinato brutal de uma família americana no México". O presidente mexicano recusou a generosa oferta de Trump.

Numa entrevista recente, o presidente Trump confirmou que seu governo está considerando categorizar os cartéis de drogas mexicanos como "organizações terroristas" semelhantes à Al Qaeda (com exceção de que são católicos e não muçulmanos). Doravante, eles seriam designados como "organizações terroristas estrangeiras".

Qual é a intenção? Estender a "Guerra ao Terrorismo" para a América Latina. 

A verdade não dita é:

1. A Al Qaeda e suas organizações terroristas relacionadas no Oriente Médio, África e Sudeste Asiático são criações da CIA.

2. A CIA protege o comércio global de biliões de dólares, bem como os cartéis mexicanos. Além disso, estima-se que 300 biliões de dólares em dinheiro de drogas sejam lavados rotineiramente em casinos nos Estados Unidos, incluindo Las Vegas e Atlantic City ... Assim como em Macau. Adivinha quem é o dono do casino mais rico do mundo.

4. Sabe-se que os políticos americanos e mexicanos têm laços com o comércio de drogas.

Para que não esqueçamos,  George HW Bush, pai de Bush Junior, desenvolveu laços pessoais estreitos com Carlos Salinas de Gortari  (ex-presidente do México) e seu pai Raul Salinas Lozano que, segundo o Dallas Morning News (27 de fevereiro de 1997),  era “Uma figura de destaque nos negócios de narcóticos que também envolveu seu filho, Raul Salinas de Gortari… E Raul era um amigo íntimo de Jeb Bush, (ex-governador da Flórida) e irmão de Georoge W. Bush.

O texto a seguir foi publicado em maio de 2015 sob o título   Jeb Bush, o Cartel de Drogas do México e "Comércio Livre". A família Bush e o crime organizado 

Michel Chossudovsky, 1 de dezembro de 2019

***
Jeb Bush é um candidato presidencial. [foi em 2015]

Mas Jeb não é apenas irmão de George W. e filho de George HW Bush.

Jeb Bush também tinha laços pessoais íntimos com Raul Salinas de Gortari , irmão do ex-presidente do México Carlos Salinas de Gortari. Nos anos 90, Raul ,  o "chefão das drogas", segundo a  promotora federal suíça  Carla del Ponte, era uma das principais figuras do cartel mexicano de drogas.

Jeb Bush - antes de se tornar governador do Estado do Sol - era amigo íntimo de Raul Salinas de Gortiari:

“Também tem havido muita especulação no México sobre a natureza exata da estreita amizade de  Raul Salinas com o filho do ex-presidente George Bush, Jeb. É sabido aqui que, durante muitos anos, as duas famílias passaram férias juntos - as Salinases na casa de Jeb Bush em Miami, os Bushes na fazenda de Raul, Las Mendocinas,  sob o vulcão em Puebla.

Muitos no México acreditam que o relacionamento se tornou um canal de retorno para negociações delicadas e cruciais entre os dois governos, levando ao patrocínio do NAFTA pelo presidente Bush. ”(Intelectual proeminente e ex-ministro de Relações Exteriores do México Jorge G. Castañeda, The Los Angeles Times  e Houston Chronicle, 9 de março de 1995, ênfase adicionada)

O relacionamento pessoal entre as famílias Bush e Salinas era uma questão de registo público. O ex-presidente George HW Bush desenvolveu laços pessoais estreitos com Carlos Salinas e seu pai, Raul Salinas Lozano.

Raul Salinas Lozano era o patriarca da família, pai de Carlos e Raul Junior. Segundo o ex-secretário particular de Raul Salinas Lozano (em declaração às autoridades americanas):

“... O Sr. Salinas Lozano foi uma figura de destaque nos negócios de narcóticos que também envolveu seu filho, Raul Salinas de Gortari, seu genro, Jose Francisco Ruiz Massieu, o oficial nº 2 do Partido Revolucionário Institucional do governo, ou PRI, e outros políticos importantes, de acordo com os documentos. Ruiz Massieu foi assassinado em 1994. ”(Dallas Morning News, 26 de fevereiro de 1997, grifo nosso).

O ex-presidente George HW Bush e Raul Salinas Lozano eram “amigos íntimos”.

No centro da revolta global, o feminismo


Cientista política argentina busca entender o protagonismo das mulheres, nas lutas atuais contra o neoliberalismo. Suas hipóteses falam da revalorização do desejo e da percepção de que politica precisa sacudir ruas, casas, fábricas e camas

Veronica Gago, entrevistada por Roxana Sandá | Tradução: Antonio Martins | Ilustração: Stephanie Pollo

Uma raiva de séculos envolve a América Latina e ressoa com amargura. O movimento de mulheres, lésbicas, trans e travestis levanta-se contra a caça feroz desencadeada após o golpe de Estado na Bolívia e faz frente ao aparato repressivo no Chile. São milhares de corpos acendendo fogos de rebelião para desafiar as fobias racistas e de classe, as fobias colonialistas e dominantes que cospem sobre quem luta por uma alternativa de poder feminista, antipatriarcal, antiextrativista e descolonizante. Os jovens enfrentam o maquinismo neoliberal para que não continue empobrecendo suas famílias. Enquanto se escreve este texto, a resistência já dura semanas. “A História é nossa e o futuro também”, declaram graffitis pintados na urgência.

Por um momento, os olhos da cientista política, professora e militante feminista Verónica Gago se umedecem. Pensa nos rios de sangue que estão correndo, ms também na sequência de lutas que estão rompendo os limites de um poder de morte. O livro que ela acaba de apresentar, “La potencia feminista – El deseo de cambiarlo todo” [“A potência feminista – O desejo de mudar tudo (Edições Tinta Limón, Buenos Aires)] é uma caixa de ferramentas para ser usada contra a ofensiva neoliberal e conservadora, mas também uma investigação tramada ao calor das assembleias, das mobilizações, das greves internacionais do 8 de março, que conecta as violência econômicas, financeiras, políticas, institucionais, coloniais e sociais.

Um feminicídio a cada 29 horas na Argentina [Um a cada 8 horas, no Brasil] obriga a sair do binarismo vítima-algoz e a atravessar os conflitos enfiando transversalidade na “tremor simultâneo das camas, casas e territórios” de que fala a investigadora, sem deixar nada de fora porque as lutas feministas atravessam tudo. Uma advertência: nestas páginas, ler a consigna “NiUnaMenos” [“NemUmaAMenos”] implica reconceitualizar as violências machistas e politizá-las, para reconhecer seu horror e desarmá-lo, a ponto de converter em migalhas a retórica da vitimização. Mas quando nos assaltem as letrras de “NosMueveElDeseo” [“NosMoveODesejo”], esta aventura em chave plurinacional, estaremos diante da capacidade experimental, desejante, massiva e radical com que se constrói uma proposta revolucionária: o desejo de mudar tudo. Eis a entrevista:

A que se refere A potência feminista?

É uma maneira de denominar a força do processo que os feminismos protagonizaram nos últimos anos e de dar conta de tudo o que abriram, puseram em debate e alvoraçaram: nas relações sociais, nas formas de fazer alianças políticas, nas dinâmicas de rua, nas maneiras de dar conta do sofrimento e no modo de criar lutas transversais. Potência feminista quer dizer que experimentamos uma força concreta que desloca e modifica os limites do que acreditamos que podemos e somos capazes de fazer, de transformar e de desejar. E esta potência tem muito a ver com outra das caracterizações em que mais insisto no livro: a conjunção que os feminismos conseguiram entre massividade e radicalidade. Ela marca uma novidade histórica. Claro que sempre houve grupos, dinâmicas, debates feministas variados, fundamentais, radicais. Mas o fato de tudo isso tomar uma escala de massas e transnacional, como ocorreu nos últimos tempos, revirou a cena. Esta expansividade do feminismo no interior de organizações, espaços e territórios existenciais dos mais diversos faz com que o movimento – que é intergeracional e pluralista – consiga fazer intervenções políticas conjunturais muito fortes, ao mesmo tempo em que altera as vidas quotidianas.

A simultaneidade do tremor nas camas, ruas, casas, territórios, lugares de trabalho (eles próprios redefinidos pelo feminismo) introduz uma transversalidade materialista, que não deixa nada de fora, nada sem tocar. E uma questão que abraça todos estes planos é como se reconceitua, de maneira prática, desde as instâncias coletivas, as violências domésticas (incluindo as financeiras), institucionais, racistas, laborais. Isso permite um diagnóstico feminista do aumento de violências, um mapeamento e uma caracterização precisa das conflitividades sociais do presente.

OTAN aumentará gastos militares em US$ 400 biliões até 2024


O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, declarou que o total de gastos militares dos Estados membros da Aliança aumentará em US$ 400 biliões até o final de 2024.

"Os Estados apresentaram seus planos atualizados à OTAN e vemos os resultados. Com base nesses planos, posso anunciar que o aumento acumulado nos gastos com defesa até o final de 2024 chegará a US$ 400 biliões", disse Stoltenberg.

O secretário-geral da organização enfatizou que é "um avanço sem precedentes que fortalece a OTAN", acrescentando que até o final de 2020, os aliados europeus e o Canadá farão um investimento de US$ 130 biliões.

Stoltenberg também observou que este ano nove membros da Aliança cumprem a diretiva de fornecer 2% do PIB para a defesa, enquanto a maioria dos aliados planeia atingir essa taxa até 2024.

Por que Turquia não apoiou plano da OTAN de 'proteção' contra Rússia? Analista explica


Turquia rejeitou aprovar o plano da OTAN sobre "proteção" da Polônia e dos Países Bálticos, informam fontes na aliança citadas pela agência Reuters.

Segundo informações, as autoridades da Turquia deram instruções ao seu representante na OTAN para assumir uma posição firme durante os encontros e conversações privadas, exigindo que a Aliança Atlântica reconheça primeiro as forças de autodefesa curdas na Síria como grupos terroristas.

"Elas [as autoridades turcas] mantêm os europeus orientais como reféns, bloqueando a aprovação deste planeamento militar até obterem concessões", disse uma fonte diplomática à agência. Por outro lado, outra fonte afirmou que o comportamento da Turquia era "destrutivo" para a OTAN.

1º de Dezembro | Portugal libertou-se do invasor castelhano há 439 anos


Este ano, em mais uma comemoração da restauração da independência ocorrida em 1640, recordamos a libertação do jugo espanhol que durante 60 anos nos oprimiu e ocupou. Não nos aconteceu o mesmo que à Catalunha, senão atualmente ainda estaríamos a pugnar pela independência de Portugal do reino de Espanha. Espanha, um país composto por várias nações que se subjugaram ao Reino de Castela... E assim continuam.

Num total de 439 anos após a restauração da independência lusa, este é mais um ano de júbilo e homenagem aos portugueses revoltosos que expulsaram os espanhóis de Portugal, com maior ou menor violência (e mortes) e entregaram ao rei D. João IV a competência de restaurar o país de norte a sul, de este a oeste. Tarefa que, segundo os historiadores, assumiu e cumpriu até à sua morte.

De parte dessa história recolhemos um vídeo alusivo da RTP. Assim como um texto que publicamos a seguir. O regozijo de sermos portugueses(as) manifesta-se hoje e torna mais fácil de entender nestas datas comemorativas porque lutamos pela justiça que todos os povos merecem. Nós também.

Redação PG

Portugal | A GAGUÊS DA JOACINE, E DO LIVRE


Refere a Biografia de Joacine Katar Tavares Moreira, a nova deputada do Livre, que ela nasceu em Bissau; que com oito anos veio para Portugal; como tantos emigrantes, vindos das Ex-Colónias Portuguesas, nossos irmãos de língua e destino comum; e por cá se integrou; fazendo parte por direito e cidadania do nosso colectivo.

Octavio Serrano* |  opinião

Na minha curiosidade pela actividade parlamentar dos novos partidos, vi o vídeo da sua primeira intervenção; sofredora de uma gaguez congénita, a Joacine limitou-se a questionar o primeiro-ministro sobre algumas questões muito directas, relacionadas com a emigração africana em Portugal; mesmo assim deu para notar, o desfasamento existente entre a sua capacidade intelectual e a sua incapacidade de a transmitir no seu discurso; sem dúvida foi confrangedora a sua intervenção; para ela, determinada que estaria em discursar o mais fluentemente possível; e para quem a ouviu; pois um discurso entre-cortado por uma gaguez profunda, provoca dó e consternação; um silêncio sepulcral instalou-se na Assembleia de Republica, enquanto a Joacine se esforçava; esperemos que o contributo da Joacine consiga ultrapassar o ónus da sua fala; pois acredito no que ela afirma: o seu pensamento não é gago; Joacine afirmo; tem a minha solidariedade pessoal; mas não politica!

O meu desacordo, não será por o Livre pretender ser representante político de sectores culturalmente diversos e minoritários; que muitas vezes chocam com o nosso tradicionalismo, de ser português; veja-se o caso do assessor da Joacine; gosta de usar saias; será problema dele! As senhoras, não usam também calças? Se o Rafael Martins, quer andar vestido de freira, é uma opção pessoal dele; mas espero, que o Rafael continue a usar sempre as suas saias; senão um dia destes, alguém com toda a razão, alvitrará que o moço só usou as saias para que fosse noticia!

Portugal | Velório na saúde


Domingos De Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

A Saúde e a Educação são os verdadeiros barómetros de como um Estado e os governos, que temporariamente são encarregados pelos eleitores da coisa pública, tratam os seus cidadãos.

Deixemos as questões do Ensino para outras núpcias. Não que a falta de investimento não seja visível, apesar do esforço do ministro Tiago Brandão Rodrigues, um resistente que veio de fora do circuito da política, mas que tem por via de uma paixão pela Educação tentado manter a Escola como o único elevador social do país.

Mais problemático é o que se passa na Saúde, não bastando já acreditar que os milagres se operam em função da habilidade ou inabilidade do detentor da pasta, que tem servido, sem exceção nesta década, sobretudo como muralha e alvo privilegiado das reivindicações das diversas corporações.

Aquilo a que assistimos, quase diariamente, é a um misto de impotência, resiliência e desistência dos profissionais do setor, face ao desespero dos doentes. Mas, essencialmente, ao desmoronar da confiança dos cidadãos naquele que deveria ser outro grande pilar do Estado social.

"Ordens superiores" | O setor da Justiça em Portugal não é autónomo nem independente


Sindicato dos magistrados vai fazer levantamento de casos com interferências superiores

António Ventinhas diz que o sindicato tem conhecimento de casos em que superiores hierárquicos deram ordens "ilegais" para controlar alguns processos.

Sindicato dos Magistrados do Ministério Público vai fazer um levantamento para denunciar casos em que os superiores hierárquicos interferem na condução de processos criminais, mandando arquivar ou constituir alguém como arguido, disse à Lusa o presidente do sindicato.

A decisão de fazer este levantamento foi tomada numa reunião de delegados sindicais que decorre sábado e domingo em Óbidos e que, segundo António Ventinhas, foi a questão principal do dia.

Os sindicalistas decidiram ser necessário "fazer um levantamento de todas as situações" que consideram estar "a violar o estatuto do Ministério Público" e que são "ordens ilegais", afirmou.

Apesar de não ter querido avançar com nenhum caso concreto, António Ventinhas garantiu que há interferências nos processos.

TSF | Lusa

*Título PG

Investigador aponta federalismo como solução para crise catalã


O major-general Raul Cunha, que publicou recentemente um estudo sobre a independência do Kosovo, considera, em declarações à Lusa, que o federalismo "sem conflito" pode ser a solução para a crise catalã, em Espanha.

"A Catalunha é uma situação diferente e tal como no Kosovo eu advogava que podia existir uma grande autonomia e que se podia viver sem grandes conflitos, na Catalunha penso que também. A Catalunha deve ser encarada com características próprias, como diz o seu povo, e como uma parte autónoma de uma entidade maior que é a Espanha", disse à Lusa Raul Cunha.

Sendo assim, diz, a federalização da Espanha poder ser uma das soluções, "mas sem conflito" e, sobretudo, sem o agudizar de tensões.

"No caso da Espanha (o federalismo) é o mais óbvio e isto funciona tanto para a Catalunha, como para a Galiza ou como para o País Basco", defende, sublinhando que devem ser evitadas intervenções externas.

"Tenho muito receio das intervenções externas, sobretudo pelo que vi no Kosovo. A não ser que seja uma intervenção muito moderada, muito bem pensada e, sobretudo, imparcial e que queira uma situação pacífica e que não tenha fantasias. É preciso criar situações em que se possa conviver, sem conflito", frisa.

Cidades da Alemanha testam transporte público gratuito


Münster e Karlsruhe estão entre os municípios que promovem ação voltada a incentivar mudança no trânsito. Em Hannover, prefeitura disponibiliza mais opções de transporte para evitar superlotação.

Diversas cidades da Alemanha testam neste sábado (30/11) o transporte público gratuito. Hannover, Münster e Karlsruhe estão entre os municípios que participam da ação para promover uma mudança no trânsito ao incentivar cidadãos a deixarem de lado o carro e utilizarem ônibus, metrôs e bondes.

"Se quisermos levar a proteção do clima a sério e alcançar uma mudança no trânsito, é necessário também coragem para experimentar", afirmou o chefe da Üstra, empresa de transporte público de Hannover, Volkhardt Klöppner.

Na cidade localizada no noroeste da Alemanha, a prefeitura disponibilizou ônibus e trens extras para evitar a superlotação. Além disso, em algumas linhas foram oferecidos mais horários de partida. Partes do centro de Hannover foram ainda bloqueadas para a circulação de carros. O dia de experimento deve custar aos cofres públicos 600 mil euros, mais de 2,8 milhões de reais.

"Queremos encarar tudo que já foi dado como desculpa para não usar o transporte público", disse o chefe do departamento de transportes de Hannover, Ulf-Birger Franz.

Ele destacou o caráter de teste da ação, que pretende observar "como cidadãos reagem a esse tipo de oferta" e se aqueles que não usam o transporte público estariam dispostos a mudar de comportamento. A iniciativa está sendo acompanhada cientificamente.

Ações semelhantes ocorrem em Münster e Karlsruhe, onde, porém, o transporte público gratuito será oferecido em todos os próximos sábados até o Natal. Outras cidades dos estados de Baden-Württemberg e da Baviera também participam do movimento.

Em janeiro deste ano, Luxemburgo foi o primeiro país europeu a anunciar que passará a oferecer transporte público gratuito. A medida faz parte do novo conceito de mobilidade do país, voltado para reduzir emissões que causam o aquecimento global.

Deutsche Welle | CN/afp/ots                      

Nova Comissão Europeia inicia funções com celebração do Tratado de Lisboa


A nova Comissão Europeia inicia hoje funções, com a presidente Von der Leyen a participar numa cerimónia de celebração dos 10 anos do Tratado de Lisboa, que marca também a 'estreia' do novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Quatro dias depois de ter recebido finalmente o voto favorável do Parlamento Europeu, o novo executivo comunitário, que integra a comissária Elisa Ferreira, responsável pela pasta da Coesão e Reformas, inicia hoje o seu mandato de cinco anos, no mesmo dia em que se celebra o décimo aniversário da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, assinado em Lisboa em dezembro de 2007, durante a anterior presidência portuguesa da UE.

No curto evento, que decorrerá na Casa da História Europeia, na capital da UE, participarão ainda o novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que também inicia hoje o seu mandato, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, e a nova presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.

Na segunda-feira, Ursula Von der Leyen ruma a Madrid e discursará na sessão inaugural da Conferência da ONU sobre o Clima, e na quarta-feira presidirá, em Bruxelas, à primeira reunião do seu colégio de comissários, dando de seguida uma conferência de imprensa na sede da Comissão Europeia.

A «Comissão Von der Leyen», que sucede à «Comissão Juncker», deveria ter iniciado funções em 01 de outubro, mas o 'chumbo' de três comissários designados pelo Parlamento Europeu provocou um atraso de um mês no processo, que ficou concluído finalmente na passada quarta-feira, com a assembleia a aprovar, em Estrasburgo, o conjunto do colégio, com 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, num total de 707 votos expressos.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Lusa

China acusa alta comissária da ONU de interferência em assuntos do país


A China acusou hoje a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de interferência "inadequada" nos seus assuntos internos, por causa da situação em Hong Kong.

A acusação surge depois de Michelle Bachelet ter apelado à realização de uma investigação sobre o eventual uso excessivo da força por parte da polícia em Hong Kong.

Na coluna que escreveu sobre o assunto, no South China Morning Post, Michelle Bachelet foi "incorreta" e "violou os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas", disse, em comunicado, a missão chinesa junto da ONU em Genebra.

O artigo inclui "comentários inadequados sobre a situação na Região Administrativa Especial de Hong Kong...(e) interfere nos assuntos internos da China", de acordo com o comunicado de Pequim.

A China expressa "fortes críticas" ao escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra.

Num artigo publicado hoje, Michelle Bachelet pediu às autoridades de Hong Kong que conduzissem uma "investigação verdadeiramente independente e imparcial, por parte de um juiz, sobre os relatos de uso excessivo da força pela polícia" chinesa.

Hong Kong vive há meses uma situação de grande instabilidade, com vários protestos nas ruas contra o que é considerado como um controlo crescente por parte de Pequim das liberdades da região semi-autónoma.

Houve confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia. Os manifestantes exigem que a polícia seja responsabilizada pelas suas ações e pedem eleições completamente livres.

A China nega querer atropelar a liberdade em Hong Kong e acusa as manifestações de serem "revoluções coloridas" de inspiração estrangeira para desestabilizar o regime de Pequim.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Reuters

Leia em Notícias ao Minuto: 

A inteligência artificial chinesa chega à Europa blefando?


Bloqueada durante anos na alienação digital, a UE estabeleceu uma nova norma em matéria de proteção de dados e privacidade, eliminando algum controlo a partir do Silicon Valley. Mas com a chegada da maioridade das aplicações baseadas em IA, as empresas chinesas, por sua vez, lutam por um pedaço desse espaço.

Vincent Lorin for VoxEurop

Sete anos. Foi o tempo necessário para as startups chinesas de inteligência artificial (IA), depois de apanharem a onda da revolução do “deep learning“, reunirem as suas forças. Ao atingir a massa crítica, com uma peculiar capacidade em visão computacional – um conjunto de técnicas que permite aos computadores “ver” e “compreender” as imagens digitais – elas estão a expandir-se para países participantes da Iniciativa Belt & Road Initiative (BRI).

Na Malásia, a SenseTime – a startup de IA mais valiosa do mundo – participa na construção de um parque tecnológico de mil milhões de dólares em Kuala Lumpur, enquanto melhora os recursos de vigilância do estado.

No Paquistão, a Megvii – que lançou uma oferta pública de aquisição em Hong Kong – está a instalar sistemas de reconhecimento facial em instalações de energia eléctrica e a lançar projectos de fábricas “inteligentes” no Japão e na Coreia do Sul.

Em África, a CloudWalk gere um programa de reconhecimento facial em larga escala no governo do Zimbabué, acedendo a bases de dados nacionais com milhões de rostos.

Elas são apoiados, nos seus desenvolvimentos, pela Digital Silk Road, um investimento de 200 mil milhões de dólares em infra-estruturas digitais lançado por Pequim em 2017, na tentativa de integrar grandes regiões da Ásia, África e partes da Europa sob um único “guarda-chuva” digital, sustentado por uma rede global de cabos de [acesso à] Internet no alto mar (incluindo 6.300 km de fibra óptica entre o Paquistão e o Djibuti) e coberta pelo BeiDou, o sistema chinês de geoposicionamento por satélite.

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