quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Quem colocou os psicopatas no poder...


Trumps, bolsonaros e dutertes estão agora em toda parte. Sua ascensão não é fortuita. Em fase de hiperconcentração de riquezas, capitalismo precisa destroçar democracia e instalar, no palco da política, palhaços que distraiam a plateia

George Monbiot | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho

Há sete anos, o comediante Roty Bremner reclamou que os políticos tinham se tornado tão chatos que poucos mereciam ser imitados. “Atualmente eles são muito parecidos e sem graça… É como se o caráter fosse considerado uma obrigação”, disse ele. Hoje sua profissão tem o problema oposto: por mais afiada que seja a sátira, é uma batalha dar conta da realidade. O universo político, tão sombrio e cinzento há alguns anos, é agora povoado por inacreditáveis exibicionistas.

Os palhaços assassinos estão tomando o poder em todo lugar. Donald Trump, Boris Johnson, Jair Bolsonaro, Narenda Modi, Nigel Farage, Narendra Modi, Jair Bolsonaro, Scott Morrison, Rodrigo Duterte, Matteo Salvini, Recep Tayyip Erdoğan, Viktor Orbán e uma horda de outros ridículos homens fortes – ou fracos, como tantas vezes se revelam – dominam nações que no passado os teriam posto para fora da cena aos risos. A questão é: por que? Por que os tecnocratas que reinaram em quase todos os lugares há alguns anos estão dando lugar a bufões extravagantes?

As mídias sociais, incubadoras de absurdos, são por certo parte da história. Mas embora venham sendo feitos vários bons trabalhos investigando os meios, tem havido surpreendentemente poucos pensando sobre os fins. Por que razão o poder econômico, que até recentemente usava seu dinheiro e seus jornais para promover políticos sem carisma, está agora financiando esse circo? Por que o capital desejaria ser representado pela média gerência num dia e no dia seguinte, por bobos da corte?

A razão, penso, é que a natureza do capitalismo mudou. A força dominante nos anos 1990 e começo dos 2000 – do poder corporativo – demandava um governo tecnocrático. Queria pessoas que pudessem gerir um Estado competente e seguro e ao mesmo tempo proteger os lucros de mudanças democráticas. Em 2012, quando Bremner fez sua queixa, o poder já estava mudando para um lugar diferente, mas a política não o havia alcançado.

Fortunas dos mais ricos chegam ao fim do ano mais recheadas que nunca

Índice da Bloomberg revela que nos últimos 12 meses, os 500 mais ricos do mundo somaram às suas fortunas 1,2 milhões de milhões de dólares.

As grandes fortunas do mundo nunca foram tão recheadas como no final do ano 2019. O ano encerra em máximos históricos para as 500 pessoas mais ricas do planeta, que nos últimos 12 meses somaram às suas fortunas 1,2 milhões de milhões de dólares (mas de um milhão de milhões de euros), elevando o seu património coletivo até aos 5,9 millhões de milhões, revela o índice da Bloomberg.

O que mais viu a fortuna crescer foi o francês Bernard Arnault, que chegou ao final de 2019 com mais 37,7 mil milhões nos bolsos. O presidente do grupo Louis Vuitton é o terceiro homem mais rico do mundo, apenas atrás de Jeff Bezos e Bill Gates, com uma fortuna de 106,2 mil milhões de dólares.

A acentuada subida das ações do grupo francês em bolsa, que adquiriu recentemente a Tifanny, fez crescer a fortuna do magnata em 37,7 mil milhões de dólares, o que lhe permitiu aceder ao clube exclusivo dos “cem-mil-milionários”, com o líder da Amazon e o fundador da Microsoft.

Jeff Bezos continua a liderar a tabela dos mais ricos do mundo, com um património avaliado em mais de 116 280 milhões de dólares, apesar de ter perdido 8,7 mil milhões. Depois do divórcio, Bezos entregou 4% das ações da Amazon à ex-mulher, Mackenzie Bezos, que se tornou a quinta mulher mais rica do mundo.

Justiça belga suspende mandado de extradição contra Puigdemont


Juiz considera que líder separatista catalão tem imunidade parlamentar como eurodeputado. Medida também beneficia Toni Comín, outro político catalão refugiado na Bélgica que também foi eleito para o Parlamento Europeu.

Um juiz belga decidiu suspender a ordem de detenção europeia contra o líder independentista catalão Carles Puigdemont emitida pela Justiça espanhola, considerando que ele tem imunidade parlamentar como eurodeputado, informou nesta quinta-feira (02/01) o advogado do político, Simon Bekaert.

A medida também beneficia Toni Comín, outro separatista que fugiu para a Bélgica em 2017 após a tentativa fracassada de secessão da Catalunha e que também foi eleito eurodeputado em maio passado.

Segundo Bekaert, a decisão é uma consequência da determinação de 19 de dezembro do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), que reconheceu a imunidade como eurodeputado de Oriol Junqueras, ex-número dois do governo catalão e que está atualmente preso na Espanha.

O TJUE considerou, que Junqueras, condenado em outubro, tem imunidade como deputado eleito e declarou que o político catalão foi indevidamente impedido pelas autoridades espanholas de assumir seu mandato como eurodeputado.

A era Merkel está chegando ao fim


A chanceler que atravessou sucessivas crises, sem que o país perdesse a estabilidade, vive seu ocaso. Contrariando várias previsões, ela continua no poder, como bastião em meio à desconfiança nas democracias ocidentais.

Uma renúncia prematura de Merkel já foi muitas vezes prevista, especialmente quando a coalizão com os social-democratas cambaleava. Mas, após mais de 14 anos, Angela Merkel ainda é chanceler. E ela quer continuar até o final do mandato. Para isso, tem apoio: apesar de todas as críticas a seu governo, uma grande maioria quer que Merkel permaneça no poder até 2021.

"Vocês me conhecem" é uma das frases que Merkel usou para se promover na campanha eleitoral de 2013. Significa: podem confiar em mim. A frase também mostra a força da própria Merkel no centro do debate político – e até que medida, nas eleições passadas, as campanhas foram feitas à medida da sua pessoa.

NATO | 50 bombas nucleares dos EUA em transferência da Turquia para Aviano (Itália)


Manlio Dinucci

“Cinquenta ogivas nucleares estariam prontas para mudar da base turca de Incirlik, na Anatólia, para a base USAF de Aviano, em Friuli Venezia Giulia, já que os EUA desconfiam cada vez mais da lealdade à NATO do presidente turco Erdogan”: relata a ANSA citando o que foi declarado pelo general aposentado da Força Aérea dos EUA, Chuck Wald, numa entrevista à Bloomberg, em 16 de Novembro. O facto da ANSA e alguns jornais falarem sobre este assunto, mesmo tarde, ainda é positivo. Isto confirma o que il manifesto documentou há muito tempo. “Parece provável – escrevemos em 22 de Outubro (mas a ANSA ignorou a notícia) – que, entre as opções consideradas em Washington, há a transferência de armas nucleares dos EUA da Turquia para outro país mais confiável. Segundo o Atomic Scientists Bulletin (EUA), a base aérea de Aviano pode ser a melhor opção europeia do ponto de vista político, mas provavelmente não tem espaço suficiente para receber todas as armas nucleares da Incirlik. O espaço poderia, no entanto, ser obtido, dado que já havia começado em Aviano, o trabalho de reestruturação para acolher as bombas nucleares B61-12 ».

Baseado no que foi relatado pela ANSA, o coordenador nacional dos Verdes, Angelo Bonelli, pergunta ao governo se confirma a notícia e traz imediatamente o problema à avaliação do Parlamento, pois que a Itália seria “transformada no maior depósito de armas nucleares da Europa e este silêncio do governo italiano é inaceitável”. Na realidade, não é só o governo que está calado, mas o próprio Parlamento, onde a questão das armas nucleares dos EUA em Itália, é tabu. Levantá-la significaria questionar a relação de sujeição da Itália aos Estados Unidos.

Assim, a Itália continua a ser a base avançada das forças nucleares USA. Segundo as últimas estimativas da Federação de Cientistas Americanos, em cada uma das duas bases italianas e nas da Alemanha, Bélgica e Holanda, actualmente existem 20 bombas B61 para um total de 100 mais 50 em Incirlik, na Turquia. No entanto, ninguém pode verificar quantas são na realidade. Das estimativas resulta que os USA estão a diminuir o seu número, o que está longe de ser tranquilizador. Eles estão a preparar-se para substituí-las pelas novas bombas nucleares B61-12. Diferentemente da B61, lançada verticalmente, a B61-12 segue em direcção ao alvo, guiada por um sistema de satélite e também tem a capacidade de penetrar no subsolo, explodindo em profundidade para destruir os bunkers dos centros de comando. O programa do Pentágono planeia, a partir de 2021,  construir 500 bombas B61-12 com um custo de aproximadamente 10 biliões de dólares. Não se sabe quantas B61-12 serão instaladas em Itália, nem em que bases, provavelmente não só em Aviano e Ghedi. Como mostra o mesmo anúncio do projecto, publicado pelo Ministério da Defesa, os novos hangares de Ghedi poderão hospedar 30 caças F-35 com 60 bombas nucleares B61-12, o triplo das actuais B-61 (il manifesto, 28 de Novembro de 2017).

Portugal | Sim, há juízes imbecis


Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

O juiz Neto de Moura é o mais famoso e, julgávamos nós, o mais incapaz para julgar casos de violência doméstica. Mas este é um triste campeonato, onde aparece sempre mais um juiz para bater o recorde da imbecilidade*. Para que não se tome esta opinião como um ataque à magistratura, é justo recordar desde já que outros juízes, em instâncias superiores, são muitas vezes chamados a corrigir as parvoíces** dos seus colegas.

Num ano de triste memória, com quase quatro dezenas de mulheres mortas em cenário de violência doméstica, com mais de 500 mulheres assassinadas nos últimos 15 anos, tomámos conhecimento que houve um juiz que se sentiu livre para absolver um agressor, depois de dar como provados os factos, porque o Ministério Público trocou uma vez, uma só vez, o nome da vítima. O Tribunal da Relação de Lisboa considerou que se tratou de "uma incompreensível forma de decidir". Lá está, dois juízes de uma instância intermédia consideraram que o juiz dos Açores foi parvo ou imbecil ou o que vos ocorra pensar desde que fundamentem muito bem (não vá o Diabo tecê-las) o adjetivo com que querem brindar o senhor doutor juiz António Calado.

Nesta verdadeira barbárie que é a existência de pessoas que se julgam donas de outras pessoas, ao ponto de se sentirem no direito de as agredir e, nos casos extremos, matá-las, não ocorre a quem administra a justiça que é preciso ser permanentemente implacável, para que a aplicação da pena ao criminoso seja dissuasora da prática futura deste tipo de crimes. É verdadeiramente inconcebível que o poder legislativo e o Conselho Superior da Magistratura (CSM) não se sintam na obrigação de acabar de vez com estas sentenças que desculpam e, muitas vezes, procuram justificar a prática do crime de violência doméstica.

Convém recordar que Rui Rangel foi um dos dois juízes da Relação de Lisboa que mandaram repetir o julgamento dos Açores. Um bom serviço praticado por um juiz que o CSM entretanto expulsou por alegada prática do crime de corrupção. Claro, ninguém quer a administrar a justiça quem, alegadamente, vendia sentenças à medida, mas não ocorre ao Conselho encontrar maneira de dispensar igualmente juízes imbecis? Quantas mais mulheres terão de morrer?

Segundo o dicionário Priberam:
*É imbecil alguém fraco de espírito, o mesmo que idiota, parvo ou tolo.​​​​​​​
**É parvo alguém que tem dificuldades de raciocínio ou é considerado​​​​​​​ demasiado ingénuo.

Portugal | A última oportunidade


Anselmo Crespo | TSF | opinião

Bem-vindos a 2020. Parecendo que não, já passaram quase 900 anos desde que Afonso Henriques - o conquistador - expulsou daqui os mouros para, quatro anos depois, conseguir o reconhecimento do reino de Portugal, dando assim início à primeira dinastia.

De 1139 até 1974 não foi propriamente "um tirinho", mas a história, de alguma forma, repetiu-se. Em vez de mouros, expulsámos os ditadores que nos oprimiram durante 41 anos e reconquistámos a nossa liberdade. O que fizemos depois com ela pode ser alvo de muitas discussões, de muita divergência, mas não deve colocar em causa o essencial: Portugal, com todos os problemas mais ou menos estruturais que ainda tem por resolver, é hoje um país melhor. E tem uma democracia mais madura.

Se isto não é apenas um lugar comum, o que segue também não o é: as democracias são sempre projetos inacabados, que se constroem passo a passo, com avanços e recuos, mas que só sobrevivem se soubermos preservar os seus alicerces. Aqui chegados, a 2020, é importante termos todos a noção de que alguns dos pilares mais importantes da nossa democracia estão a ser seriamente ameaçados. E que, se não fizermos nada, podemos mesmo vir a perdê-la.

O populismo, que é, para muitos, a ameaça mais latente, é, na verdade, a consequência natural de um desgaste lento em zonas onde o Estado não pode - não deve - falhar aos seus cidadãos. Dos erros com que não aprendemos e que vamos repetindo, dos problemas estruturais que fomos empurrando com a barriga, das respostas que continuam por dar.

A BANHOCA DE MARCELO EM ÁGUAS MORNAS E O 2020


Martim Silva serve o Curto deste novo ano. Vá ler porque a banhoca de Marcelo vem à cabeça. O Corvo foi o cenário escolhido porque Marcelo tem de ter cuidado e escolheu águas mornas porque nos Açores é assim nesta altura do ano, 17º até nem é muito fria. Foi um PR cauteloso, não fosse o frio das águas no continente turvar-lhe a máquina que bate-bate-coração. Pois. Obrigado senhor presidente Marcelo, gostámos de ver esses seus cuidados.

Inicio de 2020. Tenham um bom ano, desejamos a todos vós e para nós, já agora. O panorama é feioso e o futuro mostra-se rodeado de negritude tempestuosa. Deixem-se de tretas os otimistas ou hipócritas da política. Os ricos mais ricos e os pobres mais pobres... É assim todos os dias, todos os anos. O que move este "deixa-andar" que encarneira os portugueses e povos do mundo é a lábia dos políticos e dos grandes empresários, banqueiros e muitos que até deviam estar num cartaz tipo faroeste: PROCURAM-SE OS CRIMINOSOS TAL & TAL. Bem, mas isto já seriam outras conversas... Hoje não estamos para isso.

Vá no Curto saber as novas - em que algumas já têm barbas brancas ou amareladas do tabaco...

Bom dia. Cuidado com as gripes que até parece que são os laboratórios do mal que inventam para gerarem mais fortunas aos dos 1%, esses tais dos cartazes atrás badalados na prosa. Esses e outros. Pois, isto é mesmo conversa de má-língua... 

Avance. Certo é que a maioria dos portugueses vai ter um ano de afogadilho, só rico em promessas e milongas. O costume. Os iludidos continuam a balir... Que é como quem diz: "Iludidos e mal pagos". Pois.

PG

Rússia é um dos vários países com interesse em ser observador associado da CPLP


Lisboa, 01 jan 2020 (Lusa) - A Rússia é um dos Estados que tem mostrado interesse em ser observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estatuto que registou um crescimento "exponencial", disse à Lusa o secretário-executivo da organização.

"Temos tido contactos com a Federação Russa, exploratórios, sobre essa possibilidade. Mas até agora não houve nenhuma formalização", afirmou o diplomata Francisco Ribeiro Telles, quando questionado sobre a possibilidade de o país vir a ser observador associado da CPLP.

Numa entrevista à Lusa, a propósito do seu primeiro ano de mandato como secretário-executivo, falou de "um interesse internacional crescente" pela organização e disse que vários Estados têm manifestado vontade e feito contactos no sentido de saberem o que faz a CPLP para estudarem uma eventual candidatura a observador associado.

O interesse destes e o crescimento, que considerou "exponencial", do número de países que hoje já são observadores associados, demonstram como a CPLP desperta atenções a nível internacional.

Em 2014, lembrou, a CPLP tinha três países observadores associados, hoje tem 18 e mais uma organização internacional (a Organização dos Estados Ibero Americanos - OEI).

Na próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo, previsivelmente em julho, em Luanda, "possivelmente" serão aprovadas as candidaturas, já formalizadas, de pelo menos mais seis países observadores: Roménia, Grécia, Qatar, Peru, Costa do Marfim e Estados Unidos da América, acrescentou.

Outra candidatura que pode avançar também é a de Espanha, que entregou, em dezembro, a carta formal de manifestação de interesse para ser observador associado, explicou.

Editor do jornal Canal de Moçambique escapa de sequestro

O jornalista e editor do jornal Canal de Moçambique escapou de sequestro no início da tarde desta terça-feira (31) em plena Cidade de Maputo. Matias Guente resistiu a três homens armados mas foi espancado brutalmente.

Guente encontrava-se nos seus afazeres, no bairro do Alto-Maé, quando indivíduos não identificados e munidos de armas de fogo e tacos de baseball e golfe o tentaram obriga-lo à força a entrar para a viatura em que se faziam transportar. Na luta que se seguiu o jornalista sofreu algumas escoriações, tendo sido levado para uma clínica privada para receber tratamentos.

Em comunicado o MISA-Moçambique "deplora e condena veementemente a tentativa de rapto do jornalista Matias Guente" que enquadra "na sequência de outros actos de agressão ou de assassinato contra jornalistas ou dirigentes da sociedade civil, o que representa uma afronta à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, e em última instância à própria Constituição da República de Moçambique".

"O MISA-Moçambique apela mais uma vez às autoridades policiais, à Procuradoria-Geral da República e aos demais órgãos de administração da justiça para que investiguem este caso e que tomem as medidas apropriadas contra os agressores. Ao governo, o MISA-Moçambique apela para que sejam tomadas medidas concretas visando pôr fim à impunidade de que têm gozado indivíduos envolvidos em crimes que atentam contra as liberdades fundamentais dos cidadãos", acrescenta a instituição.

São Tomé | Ano de 2019 ficou marcado por "acentuada crispação politica"


O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, considerou hoje que 2019 ficou marcado por "uma acentuada crispação política", com o poder e oposição a "posicionarem-se como inimigos políticos e não como adversários que devem coabitar em democracia".

Numa mensagem por ocasião do fim do ano, Evaristo Carvalho acusou o atual poder - apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) e coligação PCD-UDD-MFDM - de levar a cabo "uma política de tudo para nós e nada para os outros", tendo "irradiado de todos os postos que tenham alguma percentagem de poder de decisão" os elementos pertencentes ao antigo partido no poder (Ação Democrática Independente).

O chefe de Estado são-tomense criticou mais uma vez o poder judiciário, que acusou de ter "orquestrado várias ações de perseguição judicial contra elementos afetos ao anterior executivo [de Patrice Trovoada], com propósitos de natureza inconfessável, em circunstâncias ilegais, humilhantes, no desrespeito dos direitos fundamentais previstos na Constituição".

Evaristo Carvalho considerou, contudo, a assinatura em outubro do Acordo de Facilidade de Crédito alargado como o Fundo Monetário Internacional (FMI) como "um grande esforço do Governo", liderado por Jorge Bom Jesus, para sustentar as reformas económicas.

Isabel dos Santos sobre arresto: "Não há dúvidas que causará problemas"


Pagar os salários aos seus trabalhadores e liquidar as contas com os seus fornecedores foram dois problemas identificados pela empresária angolana.

A empresária Isabel dos Santos revelou, na quarta-feira, que o arresto das contas bancárias das suas empresas terá impacto na sustentabilidade financeira dos seus negócios. Pagar os salários aos seus funcionários foi um dos problemas identificado pela empresária, além dos pagamentos aos fornecedores.

"[O arresto] causa muitos problemas. Não há dúvidas de que vai causar muitos problemas. É dinheiro que tem de ser utilizado para trabalhar, não pode ficar parado. Temos de comprar equipamentos, temos de pagar salários, temos de pagar a fornecedores. Vai ser muito difícil não poder fazer estas coisas", adiantou a empresária, num vídeo publicado na rede social Instagram. 

Numa sessão de perguntas e respostas com os seus seguidores daquela rede social, Isabel dos Santos disse ainda que já falou sobre este assunto com o seu pai, José Eduardo dos Santos: "O meu pai está preocupado, mas acredita que em Angola tem de vencer a verdade. O que ele me disse foi: a luta continua, muita coragem". 

A empresária admite que 2019 não terminou na melhor forma e que foram apanhados de surpresa. "O fim de ano tem sido muito difícil. Ao invés de ser um momento de família tem sido um momento de trabalho", referiu. 

De recordar que o Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais da empresária angolana Isabel dos Santos, de Sindika Dokolo e Mário da Silva, além de nove empresas nas quais detêm participações sociais.

Já no Twitter, Isabel dos Santos apelou a que as suas equipas de trabalho não cedam à dúvida nem ao desânimo. "Continuaremos a trabalhar com comprometimento, que sempre esteve no centro do nosso sucesso", referiu.  

Notícias ao Minuto

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Angola | Tribunal dá como provado que JES favoreceu negócios de Isabel dos Santos


Decisão do Tribunal Provincial de Luanda de arrestar bens de Isabel dos Santos realça alegado papel desempenhado pelo ex-Presidente José Eduardo dos Santos no negócio de diamantes da filha e seu marido.

No despacho-sentença a que a agência de notícias Lusa teve acesso, é dito que - em audiência de produção de prova, ouvidas as testemunhas - resultou provado, entre outros factos, que, em agosto de 2010, o Executivo angolano então chefiado por José Eduardo dos Santos decidiu comercializar diamantes angolanos no exterior do país.

Ficou também provado que "o antigo Presidente da República decidiu investir em uma empresa Suíça - De Grisogono/Joalharia de Luxo - que se encontrava em falência técnica, em virtude de uma dívda para com os bancos UBS-Banco Cantonale, de Genebra, e BCV".

Segundo a providência cautelar de arresto, ficou igualmente provado que ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, decidiu comprar a dívida da sociedade De Grisogono/Joalharia de Luxo junto dos bancos e "oferecer o negócio a Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, sua filha e genro", respetivamente.

Angola | Isabel dos Santos diz que arresto de suas empresas tem motivação política


A empresária Isabel dos Santos afirmou que nunca foi notificada ou ouvida no inquérito que levou ao arresto das suas contas em Angola. E negou as acusações, classificando o processo como "politicamente motivado".

Em comunicado enviado na noite de terça-feira (31.12) à agência de notícias Lusa, a empresária angolana afirma "que nunca foi notificada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ou citada pelo Tribunal Provincial de Luanda", desconhecendo o teor da acusação e que "não teve oportunidade de apresentar defesa". 

"Este despacho sentença é resultado de um julgamento de uma providência cautelar, que ocorreu sem conhecimento das partes, de forma aparentemente arbitrária e politicamente motivado. Não compreendendo nem se podendo conformar com este enquadramento num Estado de Direito democrático como é Angola, Isabel dos Santos pretende opor-se a cada uma destas alegações em sede e tempo próprio nos termos estabelecidos na lei angolana", lê-se no comunicado de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Em causa está a medida cautelar do Tribunal Provincial de Luanda, que decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais da empresária angolana Isabel dos Santos, do marido, Sindika Dokolo, e do português Mário da Silva, além de nove empresas nas quais detêm participações sociais.

Angola | Subida de preços e mais casos de corrupção nos tribunais em 2020


2020 prevê-se difícil em Angola. Os principais produtos e serviços básicos vão continuar a subir em função de algumas medidas tomadas pelo Governo. Entretanto, nos tribunais, espera-se por mais processos de corrupção.

O ano de 2019 não foi fácil para muitos cidadãos angolanos, mas o novo ano que se inicia também se advinha difícil. É o que diz um cidadão ouvido pela DW África na condição de anonimato, que desabafa: "Meu 'kassalário' que eu ganho é de 20 mil kwanzas (cerca de 20 euros). As minhas crianças não estudam. A esposa trabalha no mercado, não trabalha numa empresa".

Como ele, há milhares de cidadãos nacionais que não encaram este ano com otimismo por vários fatores. Um deles é a entrada em circulação de uma nova família de Kwanza, que inclui uma nota de 10 mil, maior valor facial nesta nova série da moeda angolana.

Alexandre Neto Solombe, jornalista e economista angolano, não tem dúvidas: esta medida vai aumentar a inflação e, consequentemente, a subida de preços dos principais produtos e serviços básicos prestados à população.  

Umaro Sissoco Embaló promete conciliação na Guiné-Bissau


No primeiro discurso de vitória, Presidente eleito da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse ser um "homem de concórdia nacional" e apelou ao fim das divergências. "Sou um Presidente de todos os guineenses", prometeu.

"Vamos trabalhar para promover a união entre os nossos irmãos guineenses que estão hoje de costas voltadas por nossa causa", disse esta quarta-feira (01.01) Umaro Sissoco Embaló perante os seus apoiantes e candidatos derrotados na primeira volta, que apoiaram a sua candidatura na segunda volta das presidenciais.

No seu primeiro discurso como Presidente eleito, na capital guineense, Embaló falou na unidade nacional e pediu desculpas a todos os que se sentiram ofendidos durante a campanha para as presidenciais. "Durante a campanha eleitoral, quer nós, os candidatos, quer os nossos colaboradores e apoiantes, no calor da caça aos votos, é bem possível que tenham utilizado voluntariamente linguagem menos apropriada, pelo que quero pedir as minhas sinceras desculpas a todos aqueles que se tenham sentido ofendidos por mim e aproveito para da minha parte perdoar todos aqueles também que se dirigiram com palavras insultuosas contra a minha pessoa", afirmou.

Numa longa comunicação, o novo Presidente da Guiné-Bissau prometeu combater o tráfico de droga: "Todas as instituições da República devem congregar esforços para debelar os fenómenos do tráfico da droga, da corrupção que ocorrem na sociedade. As reformas institucionais que se acharem oportunas devem avançar para o reforço do nosso sistema democrático."

Umaro Sissoco Embaló também quer estreitar a cooperação com as organizações internacionais, nomeadamente A Comunidade Económica de Estados de África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a União Africana (UA), as Nações Unidas, a União Europeia (UE) e O Grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP), porque a Guiné-Bissau "ainda precisa desse apoio associado aos nossos esforços de relançamento do desenvolvimento do país."

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