sábado, 4 de janeiro de 2020

À beira da recessão: economia dos EUA deve desacelerar em 2020, dizem analistas


Mais de metade dos diretores de grandes bancos de investimentos ouvidos pela Universidade de Duke apostaram que a economia norte-americana deve desacelerar em 2020.

Pesquisa da Universidade de Duke (EUA) sobre o ambiente de negócios mundial em 2020 aponta que a maioria dos líderes de bancos de investimentos globais estão pessimistas acerca do crescimento da economia dos EUA.

"Diretores financeiros dos EUA estão preparando suas empresas para a recessão. Eles estão cortando gastos, acumulando dinheiro em espécie, reforçando a situação financeira e tomando outras medidas para se preparar para a queda", disse o coordenador da pesquisa, John Grem.

Em 2019 revelaram-se os primeiros sinais de desaceleração, decorrentes da guerra comercial com a China iniciada por Washington. De acordo com o especialista do Centro Internacional de Finanças Vladimir Rozhankovsky, a agricultura e as empresas norte-americanas foram quem saiu mais prejudicado do embate:

"Uma ampla gama de empresas norte-americanas emblemáticas estão sofrendo prejuízo em função da guerra fiscal. Elas são, por exemplo, a FedEx, Cisco, Caterpillar ou General Motors. Além disso, os fazendeiros norte-americanos estão sempre entre a cruz e a espada", disse.

A China reduziu drasticamente a compra de soja norte-americana, preferindo fornecedores sul-americanos como o Brasil e a Argentina.

Economista chefe do Saxo Bank, Stin Jacobsen, em entrevista à RT, declarou que a economia dos EUA deve não somente desacelerar, como entrar em recessão:

"Uma recessão nos EUA é bastante provável. No quarto trimestre de 2019, o crescimento do PIB dos EUA ficou entre 0,2 e 0,3%, e podia mesmo ser negativo. No início de 2020 o país deve ficar muito próximo disso. Um sinal claro do início de uma queda económica foi a situação com a variação da taxa de juros, que prevê recessão com uma probabilidade de sete em oito", observou Jacobsen.

Os analistas não descartam a hipótese de uma eventual recessão nos EUA afetar as eleições presidenciais de 2020.

Segundo previsão do Saxo Bank, Donald Trump e o Partido Republicano correm o risco de entregar o Senado aos Democratas, que já detêm o controle da câmara baixa do Congresso.

Sputnik | Imagem: © AP Photo / Richard Drew

'EUA já começaram uma guerra', diz embaixador iraniano na ONU


O embaixador iraniano na ONU, Majid Takht Ravanchi, comentou a tensão que se instaurou entre o Irão e os EUA após o assassinato do general Qasem Soleimani.

Ao falar sobre as declarações do secretário de Estado, Mike Pompeo, sobre o suposto ataque iminente planeado por Soleimani contra os norte-americanos, em entrevista ao canal CNN, o diplomata considerou as alegações infundadas.

"Definitivamente rechaçada [a acusação]. Se eles têm alguma evidência, devem mostrá-la. Eles devem fornecer a evidência", disse Ravanchi.

O embaixador também comentou as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que os EUA não buscam mudar o sistema político do Irão.

"O que importa são as ações de Washington, não suas palavras. Mas o que elas estão realmente fazendo é pressionar bastante o povo iraniano", disse.

Ao ser questionado sobre as ações de resposta prometidas pelo governo iraniano após a morte de Soleimani,o embaixador afirmou que os EUA já "começaram uma guerra".

"EUA já começaram uma guerra, não apenas em termos económicos, mas em algo a mais matando um de nossos generais mais importantes, cuja perda é lamentada não apenas pelos iranianos, mas também por outros povos da região. Portanto, não podemos simplesmente fechar os olhos para o que aconteceu ontem à noite: definitivamente haverá uma vingança dura", disse Ravanchi.

Sputnik | Imagem: © AP Photo / Carlos Barria

Trump arrisca uma guerra no Médio Oriente


Com a morte do general iraniano Qassim Soleimani, o presidente americano instiga um surto incontrolável de violência e enfraquece as forças democráticas no Irão e na região, opina Rainer Sollich.

Após a morte do general iraniano Qassim Soleimani em Bagdade, durante um ataque-surpresa dos Estados Unidos, todos os sinais apontam para uma escalada da violência. A situação é altamente perigosa. Juras de vingança já foram proferidas pelo regime em Teerão e seus aliados, e temem-se ações violentas. A situação pode sair de controle rapidamente.

Aliados dos EUA, como Israel e Arábia Saudita, mas também o Líbano e sobretudo o próprio Iraque, poderiam eventualmente sofrer graves consequências. Desde atentados sangrentos contra pessoas, lugares ou instituições, passando por ataques a petroleiros ou oleodutos, até o disparo de mísseis contra aliados dos EUA – nada pode ser seriamente descartado no momento, pois Teerão só pode ver a morte de Soleimani como humilhação e uma declaração de guerra de fato. Por razões de política interna, Teerão dificilmente pode se permitir deixar a morte sem resposta.

UE "SUFOCA" A FERROVIA PORTUGUESA


Herr Tomás*

Mais uma vez o governo apresenta um OE que não contempla as verbas necessárias à ferrovia portuguesa. Costa e Centeno dizem que são orientações da UE. Uma UE que a Alemanha comanda e que, no seu país, não aplica as regras que manda aplicar aos outros. Aí, investe. Na expectativa de que, mais dia menos dia, se aproprie do que resta em Portugal, onde já controla 33% da Fertagus.


Mais uma vez, o Orçamento do Estado não contempla as verbas necessárias à ferrovia portuguesa. O Governo justifica essa falta de investimento com as orientações recebidas da UE, ou seja, da Alemanha. Mas essas orientações que o Governo português segue tão obedientemente são as mesmas que essa Alemanha olimpicamente ignora.

O Governo português continua a recusar a contratação de trabalhadores para a CP e para a EMEF, empurrando-as para a subcontratação, originando sucessivas supressões, degradando a oferta. Noutra União Europeia, a Alemanha anunciou a contratação, até ao final de 2020, de 50 mil (sim, cinquenta mil) trabalhadores para a Deutsche Bahn (DB), a empresa ferroviária pública alemã.

Portugal | Boa gestão, precisa-se!


Manuel Carvalho Da Silva | Jornal de Notícias | opinião

A existência de défices na qualidade da gestão privada e pública em Portugal é uma realidade há muito reconhecida. Os portugueses têm muito a ganhar se este tema for debatido com persistência a partir de conteúdos objetivos, identificado: i) o entendimento que temos quanto ao que qualificamos de boa gestão, que não é, por certo, a que foi praticada pela elite de gestores que exauriram a banca, depauperaram grandes empresas como a PT ou os CTT e montaram as PPP para sacar milhões ao Estado; ii) as causas políticas, éticas e outras que estão na origem de falta de rigor no exercício da gestão; iii) o significado do conceito empresa, o seu papel e responsabilidades na sociedade; iv) as missões atribuídas ao Estado e à Administração Pública perante os cidadãos, as empresas e as organizações; v) as conexões entre a qualidade da gestão, a matriz de desenvolvimento, os condicionalismos e exigências que decorrem do lugar ocupado pelo país no contexto internacional.

Neste debate é preciso fugir de apreciações generalistas porque, por um lado, são injustas para grande parte dos gestores privados e públicos e, por outro, a generalização propicia comentários oportunistas como muitos dos que, na última semana, se produziram a propósito de afirmações do ministro Santos Silva no 8.º Fórum Anual de Graduados Portugueses no Estrangeiro.

Portugal | Corrupção, delação premiada e megaprocessos deverão dominar ano judicial


O combate à corrupção, delação premiada, megaprocessos, morosidade e falta de funcionários nos tribunais e na Polícia Judiciária deverão ser os temas dominantes nas intervenções da sessão de abertura do ano judicial na segunda-feira.

A cerimónia deste ano assinala, por outro lado, a "despedida" do ainda bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Guilherme Figueiredo, que, após recentes eleições vai ser substituído por Luís Menezes Leitão.

O evento, que conta com intervenções da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem; da Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago; do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), António Joaquim Piçarra e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ocorre numa altura em que importantes investigações - caso BES/GES, operação Lex, caso TAP, processo EDP (que envolve o ex-ministro Manuel Pinho e o presidente da EDP, António Mexia) - ainda não saíram da fase de inquérito, e em que processos como o do BPN se prolongam e arrastam em recursos sem trânsito em julgado à vista.

A cerimónia, sobretudo de caráter simbólico e que este ano coincide com o fim das férias de Natal dos magistrados, assinala também o arranque de um ano em que são aguardados o fim da instrução do processo Operação Marquês, que determinará se o antigo primeiro-ministro José Sócrates, o seu amigo e empresário Carlos Santos Silva e o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, entre outros arguidos, vão ou não a julgamento.

"Grande incógnita" é saber qual é "a vingança terrível" que Irão anuncia


O coronel Nuno Lemos Pires disse hoje que mais ataques no Médio Oriente e tentativas de raptos de norte-americanos são consequências prováveis da morte do general iraniano Qassem Soleimani de madrugada em Bagdad num ataque norte-americano.

O sub-diretor-geral de Política de Defesa Nacional considerou em declarações à agência Lusa que "uma guerra aberta entre o Irão e os Estados Unidos não é provável", mas apontou como um dos "efeitos diretos" a "desestabilização no local".

"As consequências podem ser várias: obviamente vamos assistir a um maior número de ataques na região, mais indiretos mais diretos; pode haver assassínios de americanos, raptos, tentativas pelo menos", indicou.

O especialista em assuntos de segurança e defesa adiantou que outras das consequências podem ser o "aproveitamento do [grupo 'jihadista] Estado Islâmico para poder ganhar alguma base de apoio (...) o aumento do preço do petróleo (...) e o extravasar da situação" para países como a Síria e o Iémen.

EUA vão sofrer "consequências" da morte do general nos "próximos anos"


O Presidente iraniano, Hassan Rohani, alertou hoje que os Estados Unidos vão sofrer "as consequências" do assassínio do general Qassem Soleimani "não apenas hoje, mas ao longo dos próximos anos".

"Os norte-americanos não perceberam o grande erro que cometeram (...). Sem dúvida, os Estados Unidos são muito mais odiados hoje (do que antes) entre o povo do Irão e do Iraque", disse Rohani, durante uma reunião com a família do general.

O Presidente iraniano disse que "os jovens iranianos seguem e amam o caminho" traçado pelo comandante da força de elite iraniana Al-Quds e, portanto, no Irão "serão criados, se Deus quiser, dezenas de generais Soleimani".

"A vingança do sangue do mártir Soleimani ocorrerá no dia em que virmos que, com a continuidade da luta, será cortada para sempre a mão maligna dos EUA na região", afirmou ainda Rohani, segundo um comunicado da Presidência iraniana.

Segundo Rohani, o ataque realizado em Bagdad pelos Estados Unidos "permanecerá na história dos seus maiores crimes inesquecíveis contra a nação do Irão".

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