quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

China regista queda no número diário de pacientes com febre


A China registou uma queda no número diário de pacientes com febre nas clínicas em todo o país devido às medidas rigorosas para combater o surto do novo coronavírus, anunciou nesta terça-feira (4) a Comissão Nacional de Saúde (CNS).

Os dados nacionais mostram que as clínicas da China receberam 220.865 pacientes com febre na segunda-feira, 7% a menos que no dia anterior, revelou Jiao Yahui, funcionária da CNS, em uma conferência de imprensa.

O número vem caindo há dias, disse Jiao, acrescentando que a carga para os profissionais médicos que trabalham em clínicas de febre está diminuindo gradualmente.

Xi Jinping presidiu reunião do Partido sobre epidemia

No dia anterior à divulgação pelo CNS da diminuição do número de casos, o Comité Permanente do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) realizou uma reunião sobre a prevenção e controle da epidemia de pneumonia causada pelo novo coronavírus.

Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do PCC, presidiu a reunião. Em nome do Comité Central do PCC, Xi expressou respeito aos que lutam na linha de frente da batalha contra a epidemia e estendeu os cumprimentos aos pacientes e suas famílias.

Xi disse que, desde o início do surto da epidemia, o Comité Central do PCC dá grande importância ao assunto e organiza os esforços de todos os setores para promover o trabalho de prevenção e controle em pleno andamento.

Bolívia | Governo contrata lobby “limpa-golpes”


Jeanine Añes, presidente autodeclarada, disputará eleições de março, num país de liberdades restritas. Sua última medida: contratar mesma empresa norte-americana de “assessoria de imagem” que tentou “legitimar” golpe em Honduras

Lee Fang, no The Intercept Brasil | em Outras Palavras

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, que assumiu o poder em novembro, rejeita as alegações de que seu antecessor, Evo Morales, tenha sido removido por um golpe – ao mesmo tempo em que reprime as vozes dissidentes e convoca novas eleições para cristalizar o poder das forças de oposição conservadora que tomaram o controle do governo na ausência de Morales.

Muitos críticos vêm apontando que o ciclo possui uma semelhança espantosa com o golpe de estado que derrubou o presidente hondurenho Manuel “Mel” Zelaya há uma década. O líder de esquerda foi afastado do cargo pelos militares e substituído por um governo interino liderado por forças oposicionistas de direita, que rapidamente consolidaram seu poder com um processo eleitoral controverso.

Aparentemente, os novos governantes da Bolívia não deixaram de perceber o paralelo. O governo de Áñez contratou os serviços dos mesmos consultores de Washington, D.C. que o governo interino de Honduras empregou para obter apoio nos EUA.

Em dezembro, a Bolívia fechou um contrato com a empresa CLS Strategies para a prestação de “consultoria estratégica de comunicação” nas novas eleições deste ano, e para outras interações com o governo norte-americano. Depois da derrubada de Zelaya, o escritório de lobby, anteriormente conhecido como Chlopak, Leonard, Schechter & Associados, prestou serviços incrivelmente semelhantes, auxiliando o governo interino de Honduras a obter apoio das autoridades e dos veículos de mídia dos EUA para a realização das novas eleições no país.

A CLS Strategies, procurada, não se manifestou.

EUA | "Declínio Económico acabou", diz Trump em discurso do Estado da União


Em pronunciamento anual, presidente americano lista conquistas económicas e mira base conservadora de apoiantes. Líder democrata Nancy Pelosi rasga discurso diante de Congresso polarizado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reivindicou ser o responsável por uma "grande retomada americana" durante o discurso anual do Estado da União, na noite de terça-feira (04/02) em Washington.

Diante de um Congresso dividido, Trump aproveitou para se concentrar em assuntos ligados à economia num pronunciamento que deverá impactar sua campanha pela reeleição.

Enquanto Trump subia ao palanque da mesma Casa em que uma maioria de democratas votou pelo seu impeachment, em dezembro, congressistas republicanos entoaram gritos de "mais quatro anos!".

Durante o pronunciamento de 78 minutos, Trump não mencionou o julgamento do impeachment que deverá terminar nesta quarta-feira, com votação da sentença pelo Senado. É esperado que o presidente americano seja absolvido pela maioria republicana na Casa.

Democratas da oposição demonstraram visível e audivelmente estarem contrariados pela linguagem que consideraram extremamente partidária do discurso de Trump. Num aceno a seus apoiantes, o presidente republicano criticou assuntos como imigração, pediu restrições ao aborto e afirmou que defenderá o direito de posse de armas.

EUA | Trump entre meias-verdades e show desnecessário - opinião


Como ex-estrela da reality TV, Trump esteve bem à vontade em seu discurso sobre o Estado da União. Mas elementos de show no programa não conseguiram esconder afirmações gritantemente questionáveis, diz Carla Bleiker.

Para o presidente dos Estados Unidos, trata-se de uma das apresentações televisivas mais importantes do ano: o discurso sobre o Estado da União. Raramente o chefe de Estado tem a oportunidade de se dirigir tão diretamente a seu povo. Ele fala por mais de uma hora, e cada palavra é transmitida ao vivo pela TV. Para Donald Trump, que nada mais ama que um público entusiasmado, é um sonho que se torna realidade.

Logo no início de seu pronunciamento, ele falou longamente da economia dos EUA, dizendo que ela nunca esteve melhor. A taxa de desemprego estaria mais baixa do que nunca e, desde que assumiu o cargo, o número de cidadãos que recebem senhas de alimentação diminuído em 7 milhões.

No entanto tais observações arrogantes devem ser tratadas com cautela. A taxa de desemprego vem caindo constantemente desde o governo Obama. E ativistas apontaram que muitos 7 milhões não recebem mais senhas de alimentação porque Trump cortou os relativos programas de ajuda assistencial. Não se trata de um sucesso impressionante, mas de fria política social.

No total, Trump falou por uma hora e 18 minutos – ou seja, menos que no ano passado. Seu pronunciamento sobre o Estado da União em 2019 foi o terceiro mais longo em mais de 50 anos, com uma hora e 22 minutos. Somente o presidente Bill Clinton falou por mais tempo, em 1995 e 2000.

Itália | Com Guerini ficamos ainda mais ligados ao Pentágono


Manlio Dinucci | Global Research, | in ilmanifesto.it

“Relação historicamente privilegiada, que é necessário reforçar  o mais possível”: assim, na sua visita a Washington (29-31 de Janeiro), o Ministro da Defesa, Lorenzo Guerini (PD) definiu a ligação da Itália com os Estados Unidos.

O Secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, definiu a Itália como “um sólido aliado NATO” que, albergando mais de 34.000 militares e outros funcionários do Pentágono, “desempenha um papel vital na nossa projecção de força na Europa, no Mediterrâneo e no norte da África”.

O papel da Itália é mais importante de tudo quanto diga o mesmo Esper. O Pentágono pode lançar do nosso território, através dos comandos e das bases dos USA/NATO, operações militares numa área que, do Atlântico se estende à Rússia e, ao sul, a toda a África e ao Médio Oriente. Sempre com o consentimento e com a colaboração do Estado italiano.

“Ambos os países – sublinha o comunicado oficial do Pentágono  – reconhecem a influência desestabilizadora do Irão no Médio Oriente e concordam em continuar a trabalhar juntos para conter as actividades iranianas, cada vez mais perturbadoras”. É assim cancelada a posição formal assumida pelo Governo italiano (e, portanto, pelo próprio Guerini) que, após o assassínio de Soleimani ordenado por Trump e a reacção iraniana, tinha sublinhado a necessidade de “evitar uma escalada posterior e favorecer uma redução da tensão através da diplomacia”. Confirmando que a decidir é Washington e não Roma, Guerini declarou, na conferência de imprensa no Pentágono, que “a Itália decidiu permanecer no Iraque após uma conversa telefónica com o Secretário Esper”.

CDS/PP: CHICÃO “MATOU” ABEL, O MONSTRO?


Eis a imagem para mais tarde recordar: Abel à nossa esquerda, Chicão à nossa direita. Falta Caim... Ou será que a história acaba aqui? Viva mais uns tempos para saber qual o desenlaçe.

Por portas e travessas, não por Portas nem por Cristas, sabe-se que Chicão, o novo presidente do CDS, se ajoelhou numa das salas do Largo do Caldas, sede do CDS, e pediu encarecidamente que Abel se demitisse do cargo diretivo que ocupava. A razão é por quase todos conhecida: porque Abel é um comprovado nazifascista muito descarado, com saudades do ditador Salazar e da PIDE/DGS (polícia política atroz e assassina), além de odiar que salvassem as vidas dos judeus quando os seus destinos se cruzaram com a fatal extinção preconizada pelos nazifascistas, caso de Hitler e de subordinados votados a essas pretensões, como vimos ter acontecido ao longo dos dias e das noites nazifascistas que ensombraram os países da Europa e ainda mais além. Domínio do III Reich (reichkuspartam) nos anos 30/40 do século que já lá vai.

Para o presidente do CDS/PP, recém-eleito num congresso impregnado de bolor, Francisco Rodrigues dos Santos (e outros), ainda era  de bom tom ladearem-se na compincha do adorador de Salazar e amante do extermínio dos judeus no holocausto, esse tal Abel Matos Santos. Vai daí acabou por Abel assumir um cargo diretivo e ambos posarem com os vês de vitória e punhos quase cerrados na foto, para recordarem prazenteiramente mais tarde. Mas foi sol de pouca dura. Depois Chicão "matou" Abel" sem se sentir ou ser Caim.

A comunicação social, como sete cães a um osso saboroso de roer, levou Abel a figura não grata nem recomendável devido às suas vestes e dizeres nazi-fascistas (por escrito ou da boca para fora). Francisco, o Chicão presidente, rosnou mas aquiesceu, tentando transportar o seu (deles) comparsa Abel a bom-porto. Qual quê. Nódoa assim só sai nunca, nem há o que a tire.

Dizem, os que propalam por tudo e nada, que Chicão é outro que tal Abel… mas contido e armado com estratégia de “engana os que podes o mais possível”. Aliás, há muitos no CDS que assim consideram e esperam extremos vindos das artes do presidente recém-eleito. Se assim acontecerá ou não mais à frente no tempo veremos da razão dos que juram a pés juntos que tal acontecerá. São esses os que estão 'piursos' com a eleição de Chicão e garantem que “o CDS sempre foi um partido democrático, nunca tendo pactuado com extremismos. Não? Sim? Nim. A chamada "Rede Bombista" e etc. (1974/75) foi o quê?

A abertura do Curto do Expresso traz mais sobre o Abel e o CDS/PP. Vá ler, apesar de em nada estar configurado nesta história um Caim. Ou será que esse é o próprio Abel? Chicão não?

Leia a seguir, descubra por si. Ou espere que no futuro possa vislumbrar algo nefasto naquele novo presidente do novo CDS.

Avancem e guardem para vós um bom dia. Saúde.

MM | PG

Portugal | Fim dos Vistos Gold em Lisboa e Porto foi aprovado


A limitação da concessão dos Vistos Gold aos investimentos imobiliários em municípios do interior ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira foi hoje aprovada, na discussão na especialidade do Orçamento do Estado 2020.

Em causa está uma proposta de autorização legislativa sobre o Regime das Autorizações de Residência para Investimento (habitualmente designado de Vistos Gold) apresentada pelo PS, que reuniu os votos a favor do PS e PSD e os votos contra do BE e PAN que viram as respetivas propostas sobre o fim dos 'vistos gold' serem chumbadas.

A medida pretende "favorecer a promoção do investimento nas regiões de baixa densidade, bem como o investimento na requalificação urbana, no património cultural, nas atividades de alto valor ambiental ou social, no investimento produtivo e na criação de emprego", propondo, para tal, restringir ao território das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Interior e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira os investimentos em imobiliário com vista à obtenção de uma autorização de residência, e aumentar o valor mínimo dos investimentos e do número de postos de trabalho a criar.

Em simultâneo pretende-se aliviar a pressão do mercado imobiliário em zonas como Lisboa e Porto, acabando com a possibilidade de obtenção de um "visto Gold" através de investimento em imobiliário nestas zonas e nas CIM do Litoral.

PAIGC vai pedir nulidade das presidenciais na Guiné-Bissau


CNE realizou a "verificação da consolidação nacional dos dados eleitorais", pedida pela CEDEAO, que reconfirmou a vitória de Sissoco Embaló nas presidenciais. Mas PAIGC insiste que leis do país não foram respeitadas.

Os advogados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), pela voz de Carlos Pinto Pereira, garantiram, na tarde desta terça-feira (04.02), que vão pedir ao Supremo Tribunal de Justiça a nulidade da segunda volta das eleições, porque, segundo alegam, "o processo está ferido de legalidade e não é credível".

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) confrontou as atas de apuramento regional na presença de um perito designado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), organização que, na semana passada, apelou ao organismo que realizasse a "verificação da consolidação nacional dos dados eleitorais", para pôr fim à crise pós-eleitoral.

Os dados reconfirmados pela CNE mantêm Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), como vencedor das presidenciais guineenses, com 53,55% dos votos, contra 46,45% de Domingos Simões Pereira, apoiado pelo PAIGC.

Angela Merkel inicia visita oficial à África do Sul e Angola


A chanceler da Alemanha inicia hoje uma visita oficial à África do Sul e a Angola e, pela primeira vez, a migração não será o principal tema na agenda. Em Luanda, Angela Merkel espera reforçar os laços económicos.

Tradicionalmente, a África do Sul é o parceiro mais importante da Alemanha em África. Mas as relações azedaram durante a presidência de Jacob Zuma, que governou a África do Sul de 2009 a 2018. Desde a saída de Jacob Zuma da presidência, os dois países estão a desfrutar de uma segunda lua de mel.

"As relações entre a Alemanha e a África do Sul melhoraram consideravelmente desde que Cyril Ramaphosa se tornou Presidente. O número crescente de visitas mostra claramente isso", afirma a analista Melanie Müller, do Instituto Alemão de Política Internacional e de Segurança (SWP).

Cyril Ramaphosa veio a Berlim para uma visita de Estado em 2018 e o Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, foi ao país um mês depois. "A visita de Angela Merkel à África do Sul também é um reconhecimento de que o relacionamento melhorou", diz a especialista.

Coronavírus | Nenhum moçambicano na China está contaminado


O ministro da Saúde de Moçambique, Armindo Tiago, garante que nenhum moçambicano residente na China foi infetado pelo novo coronavírus. Três casos suspeitos de contaminação no território moçambicano deram negativo.

"A informação que existe, através da embaixada moçambicana na China, indica que, até agora, não há [nenhum] moçambicano que tenha sido diagnosticado ou confirmado com coronavírus", afirmou Armindo Tiago.

O governante falava em conferência de imprensa no final da sessão semanal do Conselho de Ministros, na qual fez um ponto de situação sobre o grau de preparação de Moçambique face ao surto.

Mesmo entre os moçambicanos residentes na cidade que é o epicentro do novo coronavírus, Wuhan, não foi diagnosticada a doença, acrescentou Armindo Tiago.

O ministro da Saúde avançou que o Governo moçambicano não vê uma "necessidade imperiosa de repatriar os moçambicanos" residentes na China, até porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomendou essa medida.

O governante assinalou que as autoridades moçambicanas estão a fazer o levantamento de cidadãos do país que vivem na China.

Coronavírus | Timorenses repatriados ficam de quarentena na Nova Zelândia


Dezassete estudantes timorenses que estavam na cidade chinesa de Wuhan, centro do surto do novo coronavírus, vão ficar de quarentena na Nova Zelândia para onde estão a viajar, disseram hoje fontes do Governo.

Fonte do executivo explicou que as autoridades neozelandesas aceitaram um pedido do Governo timorense para acolher durante o período de quarentena os 17 jovens que estavam em Wuhan, dada a falta de instalações para os receber em Timor-Leste.

Os 17 timorenses fazem parte de um grupo de 193 passageiros de várias nacionalidades que saiu hoje de Wuhan num voo com destino a Auckland, onde é esperado ao final da tarde (hora local).

A bordo seguem 54 neozelandeses, 44 residentes permanentes na Nova Zelândia com passaportes chineses, 35 australianos, 12 residentes permanentes na Austrália com passaportes chineses e vários cidadãos de nações do Pacífico.

Estão ainda a bordo do Boeing 777-200 da Air New Zeland um cidadão holandês e um uzbeque.

Número de mortos do coronavírus sobe para 490 na China


Nas últimas 20 horas morreram mais 65 pacientes na província de Hubei, no centro da China.

As autoridades de Saúde regionais chinesas reportaram esta terça-feira mais 65 mortes em resultado da infeção do novo coronavírus na província de Hubei, elevando o número total de vítimas mortais em território chinês para 490.

Este número poderá ser revisto nas próximas horas, uma vez que apenas contabiliza as novas mortes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan, epicentro do novo coronavírus.

De acordo com o mais recente relatório da Comissão de Saúde de Hubei, desde as 4h00 da manhã até às 24h00 desta terça-feira (horas locais) foram registados mais 3156 novos casos de infeção e mais 65  mortes. Na mesma região, contam-se 12,627 hospitalizados.

O último balanço das autoridades chinesas colocava o número global de mortes em 426 e dava conta de mais de 20 mil infetados em todo o mundo, em resultado do surto viral, semelhante à pneumonia atípica, que foi detetado em dezembro passado.

As Filipinas anunciaram no domingo a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, a primeira vítima fatal fora da China.

Esta terça-feira, a direção-geral de Saúde deu conta de dois casos suspeitos de coronavírus em Portugal. Ambos são do sexo masculino, de 40 e 44 anos de idade, e estão internados no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

A OMS declarou na quinta-feira da semana passada uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional por causa do surto do novo coronavírus (2019-nCoV).

Anabela Sousa Dantas | Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

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Coronavírus | Nem oito nem oitenta


Jorge Rocha* | opinião

Por estes dias os noticiários televisivos têm, inevitavelmente, o coronavírus como tema de abertura. À falta de um caso positivo em Portugal, que leve ao paroxismo as ansiedades das audiências, repetem-se as escassas atualizações oriundas das lonjuras asiáticas, tantas vezes quantas as necessárias.

O sobressalto coletivo vai sendo alimentado por muito que a Organização Mundial de Saúde racionalize a situação com a evidência de não estarmos perante uma pandemia, que justifique tamanhos receios, entretanto traduzidos em formas mais ou menos óbvias de um estúpido racismo antichinês.

Com uma média de 2% de mortalidade no universo dos contaminados, o coronavírus está muito longe da perigosidade do Ébola que, regularmente, causa um número bem mais significativo de vítimas mortais no continente africano sem que os grandes laboratórios farmacêuticos invistam recursos suficientes para lhe encontrarem a cura. Este coronavírus acaba por revelar-se elucidativo quanto à desigual importância atribuída a ameaças à saúde pública, consoante se perspetivam maiores ou menores riscos para as populações do próspero Ocidente. Com os vírus, que provocam razias em África, mas não encontram condições de propagação nas latitudes situadas fora dos limites tropicais, a preocupação mingua-se.

Ademais, para as atuais linhas editoriais, influenciadas pelos tiques de Guerra Fria em que os chineses tomaram o lugar outrora conferido aos soviéticos, uma situação comprometedora para a grande potência económica emergente revela-se autêntico maná, alimentando - mesmo que por alguns dias! - a inconfessada esperança de se manter inalterada a relação de forças atual, com os Estados Unidos a manterem-se como farol de referência do capitalismo selvagem. Mesmo que adivinhemos a facilidade com que esses mesmos diretores de «informação se renderão novamente aos encantos dos capitalistas chineses, se forem eles a melhor lhes garantirem o adiamento do previsível dia em que nenhuma recauchutagem desesperada conseguirá remendar o que já, há muito, se afigura condenado pela dialética evolução das sociedades futuras...

Portugal | Aprovada proposta do PCP para mais 2500 elementos para PSP e GNR


O parlamento aprovou hoje uma proposta do PCP para a admissão em 2020 de 2.500 novos elementos na PSP e na GNR, de acordo com uma faseamento a propor pelo Governo, ouvidos os sindicatos e associações do setor.

A proposta do PCP foi aprovada com a abstenção do PSD e os votos a favor de todos os outros partidos, enquanto a proposta do Bloco de Esquerda com o mesmo objetivo foi rejeitada.

Os deputados também aprovaram uma proposta de lei do PSD, de alteração da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança tutelados pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

O diploma propõe, "para efeitos de acompanhamento pela Assembleia da República", que o Governo inclua no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) um capítulo contendo "a informação necessária ao controlo da execução das medidas previstas na atual lei, designadamente a pormenorização das dotações respeitantes a cada projeto, dos contratos efetuados no ano anterior e das responsabilidades futuras deles resultantes".

Numa nota justificativa junta à proposta de alteração do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), o PCP salienta que "as forças e serviços de segurança, e particularmente as de maior dimensão e com maiores responsabilidades no combate à criminalidade em geral e à garantia da segurança e tranquilidade das populações, têm vindo, desde há vários anos, a perder efetivos em termo reais".

"Para garantir as reposições do número de efetivos existentes há uma década, impõe-se um grande esforço de admissão de novos profissionais nestas forças de segurança" e, nesse sentido, "o PCP considera que, para 2020, se impõe um objetivo exigente de recrutamento que não se traduza do adiamento de uma reposição de efetivos que tem caráter urgente".

Portugal | Relação de Lisboa mantém prisão preventiva para Rui Pinto


O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu hoje "julgar improcedente" o recurso apresentado por Rui Pinto, criador do Football Leaks, e manteve o 'hacker' em prisão preventiva até ser julgado por 90 crimes.

"Nos termos e com os fundamentos indicados, julga-se improcedente o recurso apresentado pelo arguido Rui Pedro Gonçalves Pinto", pode ler-se no acórdão, a que a agência Lusa teve acesso, que mantém a medida de coação mais gravosa, da qual a defesa do arguido recorreu, aplicada por um juiz de instrução criminal, em março de 2019.

Em 17 de janeiro deste ano o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP), aguardando-se a marcação da data para início do julgamento.

No recurso interposto para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), a defesa de Rui Pinto argumentou que os perigos relacionados com a fuga, com a continuidade de atividade criminal e com a perturbação do inquérito se tinham esbatido, enquanto, na resposta, o MP sustentou que estes perigos se mantinham elevados.

Sobre o perigo de perturbação do processo, através da manipulação ou eliminação de provas, os juízes desembargadores sublinham que "é inegável que o mesmo se vai desvanecendo" à medida que o processo progride. "Só que em certas situações concretas, a leitura não pode ser assim tão simplista", salientam.

Orçamento de Estado no parlador… E mais


Voltamos ao Curto que há já alguns dias não trazemos ao PG, pegamos no Expresso Curto de que é costume nestas paragens blogueiras, o Curto de ontem, 4 de Fevereiro, por Elisabete Miranda, jornalista da chafarica do tio Balsemão Impresa e outras lides da comunicação dita social.

Bom dia. Sobre Portugal mira-se o OE, que é a abertura das laudas que se seguem. O Curto de hoje, 5 de Fevereiro, traremos aqui mais logo. Fique atento porque está a haver badana para toda a semana com este Orçamento a parirem brevemente na Assembleia da República com origem no parlador ou Parlamento. Avance e saiba o que vem a seguir anda noutros temas que são abordados.

Bom dia, saúde, sorte e dinheiro para gastos.

PG

Bom dia, este é o Expresso Curto

O quinto Orçamento da geringonça

Elisabete Miranda | Expresso

Bom dia. O Parlamento retoma esta manhã a maratona de discussão e votação do orçamento de Estado para 2020, e, a repetir-se o ritual extenuante do últimos anos, no final destes quatro dias, deputados, secretários de Estado e jornalistas fecharão este capítulo com a sensação de que ficaram a dever muitas horas à cama.

Para já, o primeiro terço da proposta orçamental foi votada com pequenas surpresas, mas sem sobressaltos de maior. O Governo aceitou a contragosto um aumento mínimo de 10 euros nas pensões mais baixas, já a partir de maio; o Chega proporcionou a primeira coligação negativa da sessão; o PCP amealhou aliados para outra, que diz que os rendimentos dos filhos deixam de contar para a atribuição do complemento solidário para idosos, em todas as situações; e Mário Centeno perdeu mais alguns poderes de controlo de despesa.

Nos próximos dias confirmar-se-á que alguns funcionários públicos vão receber mais uns pozinhos a somar à atualização de 0,3%, mas a maioria continuará sem recuperar o poder de compra que perdeu desde 2010. Que a generalidade dos impostos não mexe, reservando-se apenas pequenos brindes a famílias e empresas. E que a dramatização criada em torno da descida do IVA da eletricidade não terá passado disso mesmo.

Serão aprovadas medidas que parecem penalizações mas são tábuas de salvação, viabilizar-se-á uma mão cheia de promessas com destino ainda incerto e há dúvidas alimentadas por discursos contraditórios que permanecerão por clarificar. Tudo sem grandes desvios do guião que estava inicialmente traçado ou que entretanto foi negociado, sobretudo com o Bloco de Esquerda e o PCP, em troca de mais uma viabilização do documento.

Ao longo das últimas semanas, os relatórios de entidades independentes evidenciaram o que os partidos à esquerda não gostam de ouvir e confirmaram algumas conclusões que o Governo não gosta de admitir.

Segundo o Conselho de Finanças Públicas, este é um orçamento que deve mais à herança da geringonça do que a novas medidas deste Governo - só 15% das medidas com impacto orçamental são novas. E, segundo a UTAO, por muitos impostos que Centeno tenha aliviado, atingiremos mesmo uma carga fiscal recorde.

Já os muitos debates e conferências que se organizaram sinalizam que o orçamento, desagradando a poucos, parece não agradar verdadeiramente a ninguém. Para a esquerda não chega para as necessidades, para a direita não é reformista. Para as empresas, que nos últimos anos andaram a “flirtar” com António Costa, não arrefece mas também não aquece a relação – e está muito longe de justificar que embarquem num compromisso de aumentos sustentados de salários.

Do lado do Governo, não se regateiam elogios ao documento – foi um dos mais rápidos da história, é o melhor dos últimos cinco anos, e bate recordes no saldo orçamental e no saldo estrutural.

Mas ainda não foi desta que se produziu um documento legível, que o português médio consiga entender – sendo menos ambicioso do que isso, não há um documento que professores universitários, de Economia, consigam facilmente decifrar, como foi lamentado num debate recente no ISEG. E também não parece estar para breve o dia em que as opções de política virão acompanhadas de um estudo prévio sobre o seu impacto, e com a perspetiva de uma análise posterior aos seus efeitos, como um outro debate realizado no ISCTE evidenciou.

Mário Centeno bate vários recordes neste orçamento mas em matéria de transparência e de prestação de contas deixará tudo mais ou menos na mesma.

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