segunda-feira, 2 de março de 2020

Guiné-Bissau: Conflito de interesses


A Guiné-Bissau parece insanavelmente dividida, a começar uma nova era sem legitimidade constitucional. Resta saber se os líderes regionais foram cúmplices da quebra da ordem constitucional no país.

António Rodrigues | Público | opinião

São muitos os interesses em luta na Guiné-Bissau e, aparentemente, nenhum deles está relacionado com o povo guineense. Temos os interesses do PAIGC, que governa o país desde a independência e agora se comporta como a virgem enganada da política porque a sua hegemonia está cada vez mais posta em causa. Temos os interesses do ex-Presidente José Mário Vaz (conhecido por Jomav), sempre disponível para contrariar Domingos Simões Pereira e o PAIGC com encenações à margem da Constituição, do Governo e do Parlamento. Temos os interesses de Umaro Sissoco Embaló que já tinha demonstrado por gestos e palavras os seus tiques autoritários e que inaugura uma nova era, indo para além da cartilha do seu antecessor — já não se trata de uma interpretação diferente da Constituição, mas um completo desrespeito pela sua aplicação e pelas regras do Estado de direito. Temos os interesses do narcotráfico e de quem no país ganha muito dinheiro com ele, a quem só serve comprar os dirigentes ou minar as instituições, para seguir utilizando o país como plataforma giratória entre a América do Sul e a Europa.

Temos ainda os interesses dos militares que, a julgar pela presença das suas chefias na cerimónia de posse de Nuno Nabiam como primeiro-ministro, acham que estão melhor salvaguardados com Embaló no poder. Temos ainda os interesses dos países da região, a maioria preferiu não se envolver directamente na tomada de posse encenada por Embaló, só a Gâmbia e o Senegal mostraram estar com o candidato do Madem-G15. E o interesse do petróleo, que está por explorar, mas cuja renegociação do contrato de exploração com o Senegal está em discussão.

Com tantos interesses em jogo, muitos antagónicos, não admira que o conflito esteja instalado, os problemas se multipliquem e a Guiné-Bissau esteja insanavelmente dividida. O caos tornou-se quotidiano, uma outra forma de vida para a classe dirigente do país.

Bissau | Supremo Tribunal e tribunais da Relação e Regional ocupados por militares


O Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais da Relação e Regional de Bissau foram ocupados por militares e estão impedidos de funcionar, denunciou hoje, em comunicado, o gabinete da maior instância judicial da Guiné-Bissau.

"O Supremo Tribunal de Justiça vem informar a opinião pública nacional e internacional que por razões desconhecidas as instalações do Supremo Tribunal de Justiça, do Tribunal da Relação e o Tribunal Regional de Bissau foram ocupadas por forças de defesa e segurança, facto que impede o normal funcionamento destes tribunais", refere, em comunicado divulgado à imprensa, o gabinete do presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

As instalações do Supremo Tribunal de Justiça estão ocupadas por militares desde sexta-feira, depois de o autoproclamado Presidente Umaro Sissoco Embaló ter demitido Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeado Nuno Nabian.

Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor da segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente como Presidente guineense na quinta-feira, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Após estas decisões, registaram-se movimentações militares, com os militares a ocuparem várias instituições de Estado, incluindo a rádio e a televisão públicas, de onde os funcionários foram retirados e cujas emissões foram suspensas.

Militares retiram funcionários da rádio e da televisão públicas de Bissau


Os militares ordenaram a suspensão das emissões, disse à Lusa um jornalista. O primeiro-ministro demitido alertou nas redes sociais para um pretenso "golpe de Estado"

Esta ação dos militares acontece depois de o autoproclamado Presidente ter demitido Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e de ter nomeado Nuno Nabian para o substituir.

A situação na capital guineense é calma, verificando-se apenas a presença de alguns militares junto a algumas instituições do Estado como o Palácio do Governo, o Supremo Tribunal de Justiça ou os os ministérios das Finanças, da Justiça e Pescas, estes três na mesma avenida no centro de Bissau.

No parlamento não há presença de militares.

O trânsito na cidade é o habitual para esta hora e as pessoas estão a circular normalmente.

O primeiro-ministro agora indigitado é o líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que fazia parte da coligação do Governo, mas que apoiou Sissoco Embaló na segunda volta das presidenciais.

Nabian é também primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e foi nessa qualidade que indigitou simbolicamente Sissoco Embaló como Presidente na quinta-feira, numa cerimónia realizada num hotel da capital guineense, qualificada como "golpe de Estado" pelo Governo guineense.

Embaló demitiu hoje Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro, justificou a demissão de Aristides Gomes com a sua "atuação grave e inapropriada" por convocar o corpo diplomático presente no país, induzindo-o a não comparecer na tomada de posse e a "apelar à guerra e sublevação em caso da investidura do chefe de Estado, que considera um golpe de Estado".

Versão em indonésio de livro sobre influência portuguesa na Indonésia lançado em Jacarta


Díli, 02 fev 2020 (Lusa) -- A edição em indonésio do livro "Mar das Especiarias", que detalha a influência portuguesa no vasto arquipélago indonésio é lançado terça-feira na embaixada de Portugal em Jacarta, disse hoje à Lusa o seu autor.

uma tradução para indonésio do livro editado em 2008 em português, mas com acréscimos substanciais. A revisão do conteúdo, mais capítulos, algumas mudanças e muitos acrescentos", contou à Lusa Joaquim Magalhães de Castro.

O investigador e historiador, que vive atualmente entre Portugal, Macau e Indonésia, continua a investigar uma influência que, explicou, se espalha por todo o arquipélago, com sinais no património, mas também na sociedade e na cultura, incluindo musical.

"Tenho continuado a fazer trabalho de investigação. A indonésia é um arquipélago muito vasto e a nível de património de origem portuguesa tem muito para descobrir", referiu.

"Quando publiquei o livro em 2008, ficou muito trabalho por fazer. Na prática peguei só no fio da meada. Agora, que vivo parte do meu tempo aqui, estou a continuar esse trabalho", referiu.

Magalhães de Castro refere que na Indonésia, como ocorre em Marrocos, há uma tendência para "tudo o que é antigo ser atribuído aos portugueses", com a tradição oral, ainda que a carecer de comprovação por outros métodos, a ser um dos canais para chegar à origem real.

"Há sempre que ter algum cuidado com essa tradição oral, mas eu sou adepto do mote de que não há fumo sem fogo. E por isso há que estar atento a essa tradição oral, porque muito do que foi escrito perdeu-se e muito nunca foi sequer escrito", explicou.

Silêncio da PR timorense sobre demissão de primeiro-ministro mantém-se


Díli, 02 mar 2020 (Lusa) - A Presidência da República timorense mantém-se em silêncio sobre quando será anunciada uma decisão relativamente ao pedido de demissão do primeiro-ministro, há uma semana, ou sobre a data do encontro com uma nova coligação parlamentar anunciada.

Fonte da Presidência da República disse à Lusa que o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, continua a analisar o pedido de demissão apresentado por Taur Matan Ruak na passada segunda-feira.

Por clarificar está igualmente a data de um eventual encontro pedido por uma nova coligação de maioria parlamentar anunciada pelo líder histórico timorense Xanana Gusmão.

A carta com o pedido de audiência foi entregue pela coligação na Presidência da República na tarde de quinta-feira passada e inicialmente chegou a estar prevista a reunião para esta quarta-feira, continuando porém sem data marcada.

Moçambique | Polícia investiga suposto ataque em Pemba


Trata-se da morte de dois jovens cujos corpos foram encontrados decapitados há uma semana nos arredores de Pemba, Cabo Delgado. Segundo fontes, as vítimas terão recusado o recrutamento jihadista.

A polícia está a investigar a morte de dois jovens nos arredores da cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, avançou no sábado (29.02) a agência de notícias France Press (AFP).

Segundo informações da AFP, citando moradores locais, os dois corpos foram encontrados decapitados no domingo passado (23.02) numa estrada nos arredores da cidade.

"Os dois jovens foram baleados e decapitados perto da prisão onde estão detidas pessoas acusadas de insurgência", afirmou um morador local, sob condição de anonimato, acrescentando que "pela maneira como foram assassinados, achamos que é um ataque do [grupo jihadista] a al-Shabaab".

A polícia confirmou as duas mortes, mas não avançou detalhes. "Coletamos os corpos para o necrotério. Estamos trabalhando com medicina forense para esclarecer o caso", disse à AFP o porta-voz da polícia local Augusto Guta.

No entanto, uma fonte policial disse que as vítimas foram mortas por se recusarem a se juntar às fileiras dos jihadistas. "Temos informações de que insurgentes estão a perseguir pessoas que receberam dinheiro para participar dos ataques, mas depois fugiram", disse a fonte à AFP.

Insegurança alimentar severa no Sul de Moçambique e no Norte de Cabo Delgado


Os residentes dos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia, Palma, Nangade e Quissanga continuam a enfrentar falta de alimentos, devido a situação militar no Norte da Província de Cabo Delgado, enquanto a seca mantém famintos milhões de moçambicanos nas províncias de Gaza e Inhambane alerta a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome (FEWS) que prevê que a insegurança alimentar vai tornar-se mais crítica até Abril.

“Muitas áreas de Moçambique continuam em stress alimentar, a assistência humanitária está a minimizar situações alimentares mais severas no Centro e Sul do país. Em algumas regiões da Província de Cabo Delgado a situação de crise alimentar deverá agravar-se até Abril. Depois do mês de Março, altura em que a assistência humanitária de comida deverá terminar, a situação de insegurança alimentar deverá manter-se e possivelmente no Centro do país. No Sul, onde registou-se fraca produção de alimentos, é expectável uma situação de crise alimentar”, reporta a FEWS publicado no último dia de Fevereiro.

O documento assinala também que o preço do milho está alto 25 a 75 por cento comparativamente a 2019 e 25 a 55 por cento acima da média comparativamente a outras altura de baixa oferta. “No geral, os preços dos alimentos básicos anormalmente altos reduzirão o poder de compra entre as famílias pobres, gerando aguda insegurança alimentar nas áreas em que as famílias dependem fortemente dos mercados, incluindo a Região Sul”, indica a publicação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), recebido pelo @Verdade.

De acordo com a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome, citando uma pesquisa do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, foi registada uma prevalência de 6,5 por cento de Desnutrição Aguda no Distrito do Ibo e 2,1 por cento no Distrito de Namuni, na Província de Cabo Delgado.

A publicação refere ainda o aumento para 3,767 dos casos de pelagra, doença causada por uma deficiência nutricional, nos distritos da Beira, Buzi, Dondo e Nhamatanda, na Província de Sofala.

Tendo em conta que o Governo ainda está a preparar os seus instrumentos de política que só deverão ser aprovados em Abril é muito provável que estes milhão e pouco de moçambicanos continue com fome.

Adérito Caldeira | @Verdade

Angola | Corruptos de vários níveis


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

O descaramento da ladroagem de “colarinho branco”, a impunidade na qual se escudou durante anos, motivou o alastramento do sentimento de ser possível viver à custa da vigarice, como comprovam descobertas crescentes de marimbondos de várias classes sociais.

A corrupção, que, em Angola, quase chegou a ser institucionalizada, sinal de elevado estatuto social, por isso, pavoneada pelos militantes da causa, que passaram a ser olhados com admiração, tal e qual estrelas de cinema ou do desporto, como era de prever, levou ao surgimento de seguidores em todas as classes sociais e profissionais, em grande parte, como é sabido, graças ao nepotismo, que encharcou o sector público. Mas, como epidemia sem controlo, atingiu outros campos, inclusive os mais modestos. Quase sempre, estes candidatos a marimbondos são a mão-de-obra de gente bem colocada, como sucede com as kinguilas, embora também haja os que se aventuram a “trabalhar” por conta própria.

A falsificação de moeda é, porventura, nos últimos tempos, o crime contra a economia nacional que mais tem crescido, talvez por ser dos mais fáceis de implementar, ter investimentos de menor custo e lucros rápidos.

Na nossa edição de sábado, noticiamos a detenção - mais uma - de um falsificador de moeda, interrompido em casa, no Bairro das Tendas, município de Belas, por agentes do SIC, em plena laboração. Se trabalhava por conta própria ou às ordens de alguém é o que as autoridades hão-de apurar. De qualquer modo, é novo exemplo de que o combate à corrupção e impunidade está para durar.

Marcolino Moco: "João Lourenço tem que ser ele próprio"


Em entrevista exclusiva à DW em Lisboa, o ex-primeiro-ministro angolano Marcolino Moco considera que o combate à corrupção em Angola tem de ser abrangente e institucional. Mas lamenta contradições ainda existentes.

Marcolino Moco diverge da "ideia obsessiva" de que o combate à corrupção é, na atual conjuntura, o principal desafio para Angola. Em entrevista exclusiva à DW África em Lisboa, o ex-primeiro-ministro angolano evita apontar nomes como Isabel dos Santos e Manuel Vicente envolvidos em casos de corrupção, nem tão pouco fala do escândalo "Luanda Leaks", desencadeado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Moco avisa que, mesmo estando mais próximo de João Lourenço, não se sente inibido em continuar a ser uma figura crítica do Presidente assim como o foi em relação ao regime de José Eduardo dos Santos.

A corrupção, não só em Angola, é uma consequência e não deve ser considerada causa dos males que afetam o desenvolvimento do continente africano. Fica-se com a impressão, segundo Marcolino Moco, que o combate à corrupção é o foco principal do programa dos governos africanos, nomeadamente do Executivo dirigido pelo Presidente João Lourenço.

"Eu penso que, na medida em que nós resolvermos os problemas fundamentais, em demovermos as causas dos conflitos africanos, não só angolanos, nós também aliviaremos problemas como o da corrupção, entre outros, como o problema da fome, de uma educação deficiente, da saúde, entre outros", diz Moco.

Bissau | CEDEAO preocupada com interferência militar pede fim da anarquia


A CEDEAO pede que se aguarde pela decisão judicial sobre as presidenciais e diz que não reconhece ninguém que atue fora da Constituição. Critica a intervenção dos militares, apelando ao fim da "anarquia" na Guiné-Bissau.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) regista com preocupação a interferência das forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau na crise política e pede que se abstenham do jogo político.

"Que se mantenham fora da arena política e observem uma posição de absoluta neutralidade em relação a todos os atores políticos", lê-se no comunicado datado de 1 de março, enviado à DW África nesta segunda-feira (02.03).

Para a CEDEAO, a crise agravou-se na Guiné-Bissau com a investidura de dois chefes de Estado fora do quadro legal e constitucional, numa altura em que a disputa sobre as eleições presidenciais está pendente no Supremo Tribunal da Justiça. A organização diz que a coexistência de dois primeiros-ministros está a minar os esforços em curso para tirar o país da crise política.

ISRAEL E OUTROS ESTUPORES


E vão três… atos eleitorais para as legislativas, desde Abril do ano passado. Onde? Em Israel! É esse o tema dedicado no Expresso Curto por Pedro Cordeiro. Israel, uma babilónia de abusos, ocupações, mortandade, crimes contra a humanidade, subjugadora dos palestinianos. Tudo isso é incompreensível se atentarmos que foi um povo vítima do holocauto. E como podem agora, depois de tantas amarguras e de terem sido vítimas do holocausto nazi, comportarem-se como irrascÍveis assassinos e repressores dos palestinianos? Mas é o que sabemos fruto das mais e horripilantes descrições com acesso na comunicação social. Até nas entre linhas de prosas manipuladas percebemos o terrorismo exercido pelo estado de Israel.

Novo coronavírus. Novo porque foi manipulado?

Trata o Curto sobre o coronavírus e um comboio parado no Entroncamento… Só podia ser ali? Não. A terra dos fenómenos sobre isso não carrega esse atual trauma global. Aconteceu ali, no Entroncamento, como podia ter acontecido noutra terra situada paredes-meias com o percurso do comboio. É caso no Curto o comboio parado tempo prolongado devido a passageira com aparentes sintomas do vírus… Mas provavelmente não passam de medos de um vírus que já ceifou largas centenas de seres humanos. Um vírus que pode muito bem ter sido manipulado em laboratório, inserido na guerra biológica que possibilita o bioterrorismo. Talvez que depois de passados muitos anos a verdade seja revelada nesse sentido. Como este mundo e as elites avançam atualmente e se munem de ganância e desumanidade em nome de “interesses económicos, geoestratégicos, etc.” a manipulação de vírus – corona e outros – e aparecimento do surto na China, estrategicamente no centro do país (assinalado a vermelho no mapa Google), onde abrange em redor áreas mais populosas, dá que pensar, desconfiar e admitir que não aconteceu por acaso, nem por via de morcegos ou de outros inocentes animais. Soam vozes credíveis.

Adiante, que se faz tarde.

“Tragédia Humana”. Curto sobre a Turquia e a chantagem de um ditador asqueroso (como todos) de nome Erdogan. Joga com a vida de migrantes empurrando-os para a Grécia. Por lá é o caos e a pressão à União Europeia. Turquia menbro da NATO, essa associação de malfazer, comandada pelo império norte-americano, os EUA de Trump e de outros como ele.

Muito curtinho: A Guiné-Bissau vai indo de golpe em golpe, de Estado. Uns quantos bandidos das elites e da droga fazem do povo guineense gato-sapato. Como de costume a comunidade internacional reage com pezinhos de lã. Afinal as enormes verbas que os barões da droga movimentam interessam sobremaneira ao ocidente, ao capitalismo, aos 1% ou um pouco mais de percentagem. Pois é. Estamos à mercê de criminosos estuporados de alto gabarito que põem e dispõem por todo o mundo, cometendo crimes hediondos. Exemplo de vítima é também a Guiné-Bissau, como imensos outros países e povos a nível global.

Basta. Hoje o Curto fica por aqui. Já está longo. Mas muito mais longa é a lista de estupores chamados líderes e/ou nata da economia e finanças. Nata para ilusão, estupores de esgoto na realidade. Provavelmente ou decerto criminosos. Não todos, mas demasiados. Certezas e suspeições não faltam. Até na chamada Justiça. Irra, que é demais!

Bom almoço, se tiver o que almoçar. Se não tiver… Alimente-se desta falsa democracia que nos rodeia e da justiça injusta e copiosamente desacreditada.

Leia o Curto, longo e recomendável. A seguir.

Bom dia.

MM | PG

Portugal | Insensibilidade social e económica


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Imagine o leitor ou a leitora que, de um momento para o outro, deixa de ter uma casa para viver com os seus filhos, menores, e que se vê obrigado(a) a dormir com eles numa pensão esconsa, sem quarto de banho privado e onde os quartos ao lado são utilizados para prostituição. Quarto onde os seus filhos não podem brincar nem estudar por falta de espaço ou condições. E, como não pode cozinhar, vê-se forçado(a) a comer em restaurantes ou em casa de familiares. Todos imaginamos o dramatismo desta situação, mas apenas quem passa por ela vive, de facto, esse angustiante dramatismo...

Por isso, a situação que se viveu sexta-feira na Ribeira do Porto, em que uma mãe com dois filhos menores foi despejada pela Câmara do Porto da casa municipal onde vivia, magoa profundamente. Porque, ainda por cima, as razões desse despejo denotam uma profunda insensibilidade social. De facto, Paula (esse é o seu nome e é público) tinha vivido naquela casa com os pais. Como é normal, constituiu família e autonomizou-se. Mas, em 2017, com o falecimento da mãe, regressou a casa para tomar conta do pai, que tinha 89 anos. Desde essa altura, procurou regularizar a situação, solicitando à Câmara para ser reinscrita no agregado familiar. Infelizmente, o pai faleceu em 2018, tendo Paula continuado a pagar a renda e tendo, inclusive, a autarquia passado alguns recibos em seu nome. Não obstante isto, e o facto de Paula estar integrada na comunidade - como o provam as comoventes manifestações de solidariedade das vizinhas -, a Câmara procedeu ao despejo, destruindo a vivência desta família.

Estamos perante uma total falta de sensibilidade social. E caímos neste paradoxo: Paula estava a viver na casa do pai, mas não estava autorizada. Mas como estava a viver numa casa, o seu caso não é considerado para efeitos de atribuição de habitação municipal. Só agora que foi despejada é que pode fazer esse pedido, sabendo que, no mínimo, terá de esperar três anos! Entretanto, com o custo das habitações na cidade, irá engrossar o rol dos filhos do Porto, e particularmente do seu centro histórico, desterrados para municípios vizinhos ainda não atingidos pela especulação imobiliária.

Para além da insensibilidade social, estamos perante um problema de má gestão dos dinheiros públicos. A Câmara recebia uma renda. A partir de agora, e até à atribuição da casa a uma nova família (o que normalmente implica obras com os correspondentes custos), essa renda não existirá. E a Segurança Social passará a pagar a uma pensão o aluguer de um quarto. Sabendo nós que o IHRU - o organismo do Estado que gere a habitação social - tem casas devolutas, tal como a Câmara que, só no local onde vivo, tem, há anos, uma dezena de casas devolutas.

*Engenheiro

Portugal | Dois casos positivos de coronavírus no Porto - os primeiros


Os dois primeiros casos de infeção do novo coronavírus, Covid-19, em Portugal serão dois pacientes internados em hospitais do Porto.

As primeiras análises a um paciente internado no Hospital de Santo António, no Porto, deram resultado positivo, apurou o JN.

O mesmo aconteceu com outro paciente que está internado no Hospital de São João.
Ambos os casos estão dependentes de contra-análise.

A ministra da Saúde, Marta Temido, dá uma conferência de imprensa esta manhã sobre o assunto, que contará com a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

No sábado, a Direção-Geral de Saúde (DGS) revelou que Portugal teve 70 casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais 67 deram negativo e os restantes três aguardavam resultados laboratoriais.

Covid-19 | Portugal sem casos confirmados. Morre segunda pessoa nos EUA


AO MINUTO

O número de mortos provocados pelo vírus supera os três mil a nível global

A epidemia de Covid-19 continua a ser uma fonte preocupação a nível mundial. O novo coronavírus continua a propagar-se e a fazer mais vítimas. Segundo os dados mais recentes, o Covid-19 já causou a morte a mais de três mil pessoas e foram infetadas quase 90 mil. 

Nesta altura, o vírus está a registar um crescimento maior fora da China do que dentro do país onde teve origem o surto de Covid-19. 

Em Itália,  morreram pelo menos 34 pessoas e o número de infeções duplicou nas últimas 48 horas. No Irão, os dados do governo dão conta de 54 mortos. Na Coreia do Sul - a maior fonte de infeções fora da China - verificaram-se 476 novos casos. Morreu uma segunda pessoa nos Estados Unidos.  

Portugal mantém-se sem casos confirmados do novo coronavírus. Nos Açores há um segundo caso suspeito, o que aumenta para 13 o número de  casos suspeitos em análise. 

9h04 - Um dos membros do conselho do líder supremo iraniano, o Ayatollah Ali Khamenei, morreu devido ao novo coronavírus, adianta a rádio estatal do Irão. Mohammad Mirmohammadi morreu no hospital de Teerão. Tinha 71 anos.

8h58 - Depois de uma semana negra, as bolsas europeias iniciam esta semana com indicadores positivos e a recuperar. De acordo com a CNBC, esta recuperação está relacionada com a esperança de que os bancos centrais possam introduzir medidas de estímulo para limitar o impacto do Covid-19 na economia mundial. 

8h07 - A Indonésia registou os primeiros dois casos de Covid-19, anunciou esta segunda-feira o presidente Joko Widodo. Os dois pacientes foram internados, mas o líder indonésio não detalhou a sua situação. A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo. 

8h05 - Há mais uma prova do MotoGP adiada. Depois da corrida inaugural no Qatar, agendada para este domingo, o ministério da Saúde da Tailândia decidiu adiar a realização do Grande Prémio no país e que estava marcado para o dia 22 de março

8h01 - Os serviços públicos devem elaborar planos de contingência para o surto de Covid- 19, que vão permitir colocar trabalhadores em teletrabalho ou, quando se justificar, em isolamento profilático, sem perda de retribuição salarial, de acordo com um despacho da ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, que será publicado esta segunda-feira em Diário da República. 

7h57 - Nos Estados Unidos há mais uma vítima mortal do Covid-19. Trata-se da segunda vítima do novo coronavírus no país e foi anunciada um dia depois da primeira morte. Os números mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) indicaram a existência de 23 infetados pelo novo coronavírus nos Estados Unidos. 


7h48 - Os Açores registam o segundo caso suspeito de Covid-19. Trata-se de um homem de 24 anos que esteve em Itália, revelou hoje o Governo Regional. O paciente apresenta uma situação clínica "estável" e foi transportado para o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira. 

Em Portugal, e até às 19h00 de domingo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 85 casos suspeitos de infeção, 12 dos quais ainda estavam em estudo.

7h45 - Um comboio Sud Express parou às 23h30 deste domingo na estação do Entroncamento depois de uma passageira ter alegado estar com sintomas de infeção pelo novo coronavírus. O comboio voltou a arrancar pelas 2h11 desta segunda-feira. Os passageiros ficaram a aguardar no local por uma equipa especializada do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).  

7h39 - O número de mortos provocados pelo Covid-19 na China supera os 2.900. Nas últimas 24 horas verificaram-se mais 42 mortes, todas na província de Hubei, o epicentro do novo coronavírus. Nesta altura, o vírus está a crescer mais fora da China e a prioridade do governo chinês é "proteger contra a importação" de infeções oriundas de outros países. 

Fábio Nunes | Notícias ao Minuto

Leia em Notícias ao Minuto

Os britânicos vão passar a comer galinha lavada com cloro?


"Se os britânicos passarem a comer galinha lavada com cloro, a divergência entre o Reino Unido e a UE terá sido substantiva"

Entrevista a Bernardo Ivo Cruz, editor da The London Brexit Monthly Digest, sobre o estado das relações entre o Reino Unido e a União Europeia um mês depois da saída dos britânicos da organização que integravam desde 1973.

O The Guardian dava o exemplo do frango lavado com cloro para mostrar o quão complicado podem ser as negociações entre o Reino Unido e a União Europeia para definir a relação pós-Brexit. É um exagero?

O frango lavado com cloro é mais uma das expressões que entrou no léxico britânico com o Brexit, já que enquanto que os Estados Unidos permitem que frangos lavados com cloro entrem no mercado, a União Europeia proíbe-o por razões de saúde pública. A questão que se coloca até ao final das negociações (seja em julho, em dezembro, em 2021 ou mesmo em 2022) é saber qual o grau de divergência regulatória que o Reino Unido poderá introduzir nas regras da UE e continuar a ter acesso ao mercado Europeu. Se for longe de mais, deixará de poder vender para os 500 milhões de consumidores europeus mas se continuar muito alinhado não terá as vantagens competitivas que o Brexit prometeu. Se os britânicos passarem a comer galinha lavada com cloro, a divergência entre o Reino Unido e a União Europeia terá sido substantiva.

Tendo em conta as divisões entre os restantes 27 em temas como o orçamento plurianual, é de prever que o negociador-chefe Michel Barnier apresente linhas claras do que pretende a União Europeia ou vai estar sujeito à tentação de alguns países de reformularem por si sós a relação com o Reino Unido?

A história recente do Brexit mostrou que a UE unida tem um poder negocial muito relevante e consegue "levar a água ao seu moinho". Mas há sempre o risco de haver divisões entre os 27, principalmente agora que estaremos a negociar o futuro das relações com Londres e não a regular o passado. Temos que ter em atenção que há áreas de negociação que pertencem à UE, onde Bruxelas fala pelos 27 e há outras áreas onde cada Estado membro é livre de negociar os seus próprios acordos. É, portanto, possível que os 27 mantenham a unidade nas questões da UE e tenham posições individuais noutras áreas. Como também é possível que os interesses nacionais falem mais alto. Teremos que ver como o processo se desenrola.

Milhares de migrantes tentam cruzar fronteira da Turquia com a Grécia


Em meio a novos confrontos com policiais, Atenas diz ter bloqueado entrada de 10 mil pessoas, enquanto Ancara alega que 75 mil migrantes entraram na UE. Europa eleva alerta nas fronteiras para nível máximo.

Milhares de pessoas se encontram na fronteira ocidental da Turquia neste domingo (01/03), com objetivo de entrar na Grécia, depois de o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter anunciado que suas fronteiras estavam abertas para aqueles que pretendem seguir à Europa.

Neste domingo, o governo turco informou que deixou mais de 75 mil migrantes seguirem em direção à União Europeia (UE). Segundo o ministro do Interior do país, Süleyman Soylu, 76.358 pessoas cruzaram a fronteira para a Europa através da província de Edirne.

Essa província faz divisa com dois Estados-membros da UE, a Grécia e a Bulgária. Até o momento, nenhum dos dois países reportou a chegada de um número tão grande de migrantes. O governo búlgaro disse que nenhum migrante cruzou a fronteira ilegalmente.

O governo da Grécia informou que, entre a manhã de sábado e a manhã deste domingo, bloqueou a entrada "ilegal" de 9.972 pessoas na divisa com a Turquia. O país também fortaleceu suas unidades de controle nas fronteiras. Segundo o governo grego, patrulhas nos estreitos entre as ilhas gregas e a costa turca no Mar Egeu também foram reforçadas.

Como uma galinha sem cabeça


Darío Herchhoren

O título deste artigo decorre do modo como antigamente se sacrificavam as galinhas, em que o matador utilizava uma faca pesada ou um machado para decepar as cabeças com um só golpe. Uma vez arrancadas as cabeças a galinhas ainda corriam alguns metros até caírem mortas.

A análise da política turca torna verosímil a utilização dessa expressão a fim de qualificá-la, pois zigzagueia de um lado para outro sem cabeça.

Vejamos algo da história da Turquia. Os chamados turcos otomanos tomaram o império romano do oriente – conhecido como Bizâncio, ou Império Bizantino – quando ocuparam a sua capital. Esta era conhecida como Constantinopla, para recordar o imperador romano Constantino que dividiu o velho império romano entre os seus filhos, Arcádio e Honório.

Os turcos provêm da região de Altai, na Ásia Central, onde ainda hoje existem populações de origem turca no que se conhece como Turquestão russo e Turquestão chinês. Na China esta população é conhecida como uigur e nela predomina a religião muçulmana. Na Rússia são conhecidos como tadjiques, os quais foram reconhecidos pela antiga URSS como República Socialista do Tadjiquistão.

A história da Turquia está a condicionar o presente turco e é preciso ter em conta que isto implica certas fidelidades à tradição, ainda que por vezes as mesmas se entrecruzem. Temos por um lado a origem asiático; por outro a criação do império otomano que abrangia grandes territórios no norte de África. Nestes, assentaram-se na Líbia os misratas de origem turca, em todo o Egipto e Sudão, na península arábica e no que se conhece como Oriente Próximo (Síria, Iraque, Líbano e Palestina).

Israel aprova a construção de mais 1800 casas nos colonatos da Cisjordânia


A comissão de planeamento da chamada Administração Civil (órgão das Forças Armadas de Israel para a administração dos territórios palestinianos ocupados) aprovou ontem a construção destas novas unidades habitacionais, na sequência de uma proposta apresentada pelo ministro da Defesa, Naftali Bennett, revela a PressTV.

Em declarações à imprensa israelita, o responsável pela pasta da Defesa – uma conhecida figura da extrema-direita sionista – afirmou que «não irá dar um centímetro de terra» aos palestinianos, acrescentando que o governo de que faz parte «autorizou [a construção de] muitas unidades nos colonatos e continuará a fazer o mesmo no futuro».

Entre as 1800 casas aprovadas contam-se 620 referentes ao colonato de Eli, na região central da Margem Ocidental ocupada. A construção neste colonato esteve suspensa durante décadas, uma vez que o Supremo Tribunal israelita deu provimento às queixas formuladas pelos palestinianos. Contudo, na semana passada o tribunal pôs-se do lado dos colonos, permitindo às autoridades israelitas avançar com o desenvolvimento do colonato.
Esta aprovação segue-se ao anúncio feito pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de promoção de uma plano de construção de 3500 casas no chamado «Corredor E1», criado por Israel no âmbito dos seus planos expansionistas e que visa ligar de forma contínua, com área construída, o grande colonato de Maale Adumim a uma Jerusalém Oriental anexada. Entretanto, devido à ampla condenação internacional, o governo de Telavive tinha parado com a construção nesta área.

Na semana passada, num vídeo publicado quinta-feira pelo seu gabinete de imprensa, Netanyahu disse que tinha «grandes notícias» para dar – a aprovação da construção de 5200 casas nos colonatos ilegais de Har Homa e Givat Hamatos, a sul de Jerusalém.

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