domingo, 8 de março de 2020

Venezuela | CANDENTE MEMÓRIA DE VARGAS -- Martinho Júnior


Martinho Júnior, Luanda 

01- A 5 de Março de 2018, na deslocação que fiz à Venezuela num inesperado convite da República Bolivariana, tive a oportunidade de integrar a coluna de progressistas de todo o mundo que visitou o pequeno estado de Vargas (1496 km2), onde se assistiu a um dos actos que assinalaram então o 5º aniversário do desaparecimento físico do heroico Comandante Hugo Chávez, há precisamente 2 anos…

Naquele dia, de acordo com o programa, várias caravanas de visitantes saíram pela manhã cedo do Hotel Gran Mellia Caracas em díspares direcções, Caracas, Miranda e Vargas, a fim de assistir em suas emblemáticas praças evocativas a Simon Bolivar e a Hugo Chávez, aos actos memoriais das figuras mais determinantes para a emergência de toda a humanidade no dealbar do século XXI.

Amanheceu chuvoso aquele dia, a chuva inscrita na estação húmida de Março, mas o que ia no mais recôndito da alma de cada um, de cada um proveniente dos mais díspares lugares de todo o mundo, era uma perene chama, suave e alentadora, que além da história nos elevava até ao patamar secreto da própria vida, no que de mais sensível e colectivo ela poderia protagonizar num caudal sagrado de confluentes emoções!...

02- Desde Caracas pela autoestrada, rapidamente o autocarro alcançou Maiquetia, virou para oeste, à esquerda e alcançou Catia la Mar, estacionando num lugar reservado da placa do moderno terminal rodoviário recém-inaugurado.

Os visitantes desembarcaram e foram conduzidos para dentro da multicolorida gare rodoviária, espaçosa, arejada e luminosa.

Em Catia la Mar, a localidade mais operária, mais povoada e mais formativa nas artes do mar de Vargas, nesse complexo à beira do Caribe, foi o próprio Governador do Estado, o General em Chefe Jorge Luis García Carneiro, que recebeu a caravana dando-nos o abraço de boas vindas, ao som de um pequeno grupo local intérprete de carnaval.

Teve-se aí conhecimento da rota que se iria seguir, percorrendo sucessivamente Catia la Mar, um bairro recém-inaugurado no âmbito da Gran Mision Vivienda Venezuela próximo da cabeceira ocidental das pistas do Aeroporto Internacional Simon Bolivar em Maiquetia (bem visível no Google Earth), a própria localidade de Maiquetia e, seguindo para leste na rota à beira Caribe, finalmente a 4 vezes secular La Guaira!...

Portugal | As PPP e o PS: regresso ao passado?


Voltar ao lançamento de PPP na Saúde e abrir caminho à exploração privada de urgências e de outros serviços é regressar ao passado. É ressuscitar a entrega do SNS aos privados que figurava na Lei de Bases do PSD e do CDS. Não foi esse o caminho que se fez na anterior legislatura.

Moisés Ferreira | Público | opinião

O Governo do PS parece estar cheio de pressa para anunciar o lançamento de novas parcerias público-privadas (PPP) na área da Saúde. Em pouco tempo anunciou as de Cascais e de Loures e a ministra da Saúde abriu a porta à entrega a privados das Urgências Pediátricas do Hospital Garcia de Orta.

A pressa destes anúncios contrasta com a lentidão do Governo a regulamentar a Lei de Bases da Saúde, em particular os aspetos sobre a gestão pública dos estabelecimentos do SNS.

Sabendo que as decisões que está a tomar sobre novas PPP entram em choque com a nova Lei de Bases, estará o Governo a protelar a regulamentação para, no entretanto, contornar a lei? Parece que sim.

Por que razão não quer fazer o debate sobre essas novas PPP já num novo enquadramento legal em que o recurso a privados é supletivo e só em casos de necessidade fundamentada? A razão é simples: porque não há fundamentação para a entrega destes hospitais a privados.

COVID-19 | 30 casos em Portugal. Presidente em isolamento voluntário


Dois novos casos surgiram nas últimas horas, um em Portimão

Número de casos em Portugal sobe para 30

Estão confirmados mais dois casos em Portugal de pessoas infetadas com o novo coronavírus.

De acordo com a RTP, um dos casos é o de uma adolescente de Portimão que esteve de férias em Itália com a família (os pais e duas irmãs). A mãe é professora também em Portimão.

A estação de televisão estatal adianta que a escola frequentada pela jovem, a Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes de Portimão, vai ser encerrada.

O outro caso foi identificado no Hospital de São João, no Porto, elevando para 18 o número de pessoas internadas nesta unidade hospitalar.

Presidente da República suspende agenda e fica de quarentena em casa

O Presidente da República decidiu suspender toda a agenda oficial durante duas semanas e vai manter-se em isolamento voluntário depois de ter sido confirmado que uma turma que visitou o Palácio de Belém na última terça-feira é da mesma escola de Felgueiras que foi entretanto encerrada devido ao internamento de um aluno infetado com o novo coronavírus.

Segundo a Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa "não apresenta qualquer sintoma virótico. Ainda assim decidiu cancelar toda a sua atividade pública, que compreendia várias presenças com número elevado de portugueses, assim como a própria ida a Belém, durante as próximas duas semanas. O mesmo fará com deslocações previstas ao estrangeiro. Será monitorizado durante esse período em casa".

Foram registados mais três casos, desta vez no Hospital de Santo António, no Porto. São seis os doentes internados nesta unidade hospitalar.
Poucas horas antes já eram 28 os números de casos em Portugal

Depois de estabilização dos 25 casos hoje de manhã foram registados mais três casos no Hospital de Santo António, no Porto. Somados horas depois  a mais dois casos os números subiram para 30 afetados com o coronavírus em Portugal.

Já morreram 17 "aqui ao lado"

Espanha com mais sete mortos, todos idosos com patologias prévias

Espanha registou nas últimas horas sete novos mortos por infeção pelo novo coronavírus, todos idosos com patologias prévias, o que elevou para 17 o número de vítimas mortais no país devido à epidemia.

Três dos mortos tiveram origem na Comunidade de Madrid, três no País Basco e um em Aragão, e todos tinham patologias prévias e idades compreendidas entre os 73 e os 92 anos, de acordo com a agência espanhola Efe.

No total, as autoridades de Saúde espanholas registaram hoje um aumento de 159 casos de infeção por Covid-19, o que eleva o número total de casos para 589 pessoas infetadas.

Na Comunidade de Madrid, uma das vítimas mortais foi um homem de 77 anos, que deu entrada na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital de Torrejón, em Madrid, com pneumonia, e era um dos primeiros casos de coronavírus não importado.

Os outros dois mortos na região da capital espanhola correspondem a um idoso de 88 anos e a outro de 73 anos.

No País Basco, as mortes associadas ao surto Covid-10 foram três mulheres de 99, 88 e 87 anos.

Em Saragoça, na comunidade de Aragão, a morte ligada ao novo coronavírus foi de um homem de 85 anos, numa região que registou dez novos casos, a maioria em lares de idosos.

Numa conferência de imprensa, o ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, disse que o nível de alerta se mantém igual ao previamente anunciado, que corresponde à "fase de contenção".

Com TSF

Guiné-Bissau | Aristides Gomes lança apelo às Forças Armadas


O primeiro-ministro deposto por Umaro Sissoco Embaló pediu às forças de defesa que restaurem a legalidade constitucional, depois de o porta-voz das Forças Armadas afirmar que não estão a intervir na crise política.

Numa carta enviada ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, general Biaguê Na Ntan, Aristides Gomes congratula-se com as afirmações do porta-voz das forças de defesa e "solicita o apoio das Forças Armadas para em conjunto com as forças da Ecomib" (força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) promoverem uma série de ações para a "restauração da legalidade constitucional e democrática".

Entre as várias ações, Aristides Gomes propõe a desocupação do Supremo Tribunal de Justiça, do Palácio do Governo e de vários edifícios onde estão instalados ministérios e secretarias de Estado, que considera estarem "ocupados por quadros estranhos às previsões constitucionais".

Aristides Gomes pede também a "proteção física ao Presidente interino Cipriano Cassamá e aos demais quadros da política que cumprem a Constituição da Guiné-Bissau" e que a operação seja iniciada segunda-feira para o país voltar à "normalidade constitucional e democrática". 

O porta-voz das Forças Armadas guineenses, coronel Ussumane Conaté, disse na sexta-feira (06.03) que a instituição não tem qualquer intervenção na crise política no país e desmentiu que tenha existido alguma ordem no sentido de desalojar os membros do Governo demitido.

Desde há uma semana que o primeiro-ministro do Governo deposto, Aristides Gomes, tem feito relatos de membros da sua equipa a serem desalojados à força ou impedidos de aceder aos seus gabinetes por militares.

Para Ussumane Conaté, a existir alguma ação do género, poderá ser através do batalhão afeto ao Palácio da Presidência, ocupado desde 27 de fevereiro por Umaro Sissoco Embaló, que se autoproclamou Presidente da Guiné-Bissau.

Deutsche Welle | Agência Lusa

Guiné-Bissau | PAIGC apreensivo com missão da CEDEAO


Secretário nacional do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde admitiu estar "muito apreensivo" com a missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental por desconhecer os objetivos.

Uma missão de alto nível composta por peritos constitucionais da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental chega esta segunda-feira (09.03) a Bissau para uma resolução do contencioso eleitoral, criado após a segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau.

"Eu estou muito apreensivo, particularmente, e acredito que toda a direção superior do partido também deve estar neste momento com essa apreensão e começamos a pensar o que é que eles vão fazer. Mudar as leis, não podem", afirmou aos jornalistas Ali Hijazi, falando após uma reunião entre a direção do partido, veteranos e antigos combatentes. 

"Talvez venham tentar negociar, mediar. Não sei, porque, até este momento, não estamos na agenda deles", afirmou.

Ali Hijazi disse também que na Guiné-Bissau a "candidatura começa e termina no Supremo Tribunal de Justiça". "É o Supremo Tribunal que vai avalizar o trabalho final da CNE (Comissão Nacional de Eleições) e dizer, sim senhor, este candidato é o vencedor das eleições. A partir daí é que publica no Boletim Oficial e a partir daí é que se marca o empossamento do candidato e isso não aconteceu", referiu. 

O que desequilibra o poder local em Angola?


Constituição reconhece autarquias, poder tradicional e estruturas de participação - incluindo conselhos e associações - como partes integrantes do poder local em Angola. Associações são a ponta frágil nesta estrutura.

No ano em que está prevista a realização das primeiras eleições autárquicas da História de Angola, muitas questões têm sido levantadas e mesmo contestações têm acontecido nas grandes cidades como Luanda. Em janeiro, por exemplo, o movimento "Jovens pelas Autarquias" manifestou-se diante do Parlamento para exigir a aprovação do pacote eleitoral autárquico até março e a realização das eleições em todo o território nacional.

Este tipo de postura proativa da juventude é vista com uma "novidade" pelo coordenador de Governação do instituto norueguês Christian Michelsen, Aslak Orre.

Segundo o cientista político, há uma movimentação visível da sociedade civil urbana para a realização das eleições, e os jovens parecem comprometidos com um espírito de cidadania e civismo em vez de militância partidária.

"Chamo a atenção para os movimentos juvenis que estão a surgir um pouco por todas as cidades mais importantes. Muitos jovens dizem estar comprometidos com a ideia de democracia e, em contraste com tempos anteriores, já não parecem estar tão apegados a um ou outro partido", explica Orre.

A ponta frágil

Autarquias locais, associações locais e poder tradicional compõem o poder local em Angola. Muitos questionam se haverá coabitação possível entre os poderes tradicional e autárquico, mas as associações são consideradas o elo mais fraco desse trio.

O coordenador do Observatório Eleitoral Angolano (ObEA), Luís Jimbo, alerta que as associações praticamente não têm qualquer expressão. Jimbo lembra que esta fragilidade que atinge frontalmente a sociedade civil não contribuirá para o equilíbrio na gestão das autarquias após as eleições.

Para o observador, essa característica poderá ser prejudicial para o alcance de resultados satisfatórios na governação. Quanto às formas de participação do cidadão, um desafio, segundo Jimbo, está no facto de não existir legislação, nem experiência em organizar as associações locais.

"Temos, sim, as experiências das organizações comunitárias de base, das auscultações nos municípios, mas não há um quadro legal no qual as pessoas se sintam protegidas a nível do município, do bairro, da embala, para participarem na esfera pública. Aqui as associações são nacionais, regionais...", diz o coordenador do ObEA.

Economist prevê mais um ano de recessão económica em Angola


A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando agora uma recessão de 1,2% este ano devido à queda da produção de petróleo no país.

"As perspetivas económicas imediatas de Angola continuam fracas, com a recessão de quatro anos a prolongar-se por mais um ano em 2020", lê-se na análise periódica feita à economia angolana pela Economist Intelligence Unit.

No relatório enviado aos clientes, os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist escrevem: "A produção de petróleo, estimada pelo Governo em 1,389 milhões de barris por dia em 2019, abaixo do limite estipulado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo de 1,481 milhões de barris diários, continua a cair devido à maturação dos campos e à falta de investimento dos últimos anos".

"Esperamos que a produção de petróleo continue a cair este ano furto da manutenção desta dinâmica, por isso projetamos que o PIB real se vá contrair em 1,2%, furto da queda das exportações e das baixas receitas petrolíferas, que pesam na despesa pública ao mesmo tempo que as condições restritivas de crédito limitam o investimento e o consumo das famílias", acrescentam.

Mulheres ao poder nos PALOP


A participação das mulheres na política tem vindo a crescer nos últimos anos no mundo. A DW África analisa a presença feminina nos parlamentos e na vida política dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

A percentagem de mulheres nos parlamentos de todo o mundo dobrou nos últimos 25 anos, passando de 11.3% em 1995 para 24,8% em 2020, segundo a União Interparlamentar. A mesma organização refere que em 1995 nenhum país havia atingido a paridade de género e, este ano, quatro países têm representação de 50% de mulheres, com o Ruanda a liderar com mais de 60%.

Moçambique tem o melhor desempenho dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) em matéria de representatividade da mulher no Parlamento, com cerca de 42% de mulheres na Assembleia da República, na atual legislatura, figurando como um dos 20 países melhor colocados no mundo. A tendência do país é crescente desde o primeiro ano de atividade parlamentar, em 1977,quando tinha 12,3% de mulheres.

Angola é o segundo país melhor representado nos PALOP. O pico de maior presença das mulheres na Assembleia Nacional verificou-se em 2009, quando o país alcançou os 38.6%. A sua menor representatividade deu-se em 1980, quando apenas 8,3% de mulheres eram deputadas.

Cabo Verde alcançou o maior nível de representatividade em 2019, correspondente a 25% de mulheres na Assembleia Nacional, um salto significativo atendendo que em 1975 existia cerca de 2% no Parlamento.

Coronavírus chega a África do Sul; fronteiras de Moçambique sem controle médico


As autoridades sul-africanas anunciaram na quinta-feira (05) a existência de um doente com o coronavírus, a epidemia que começou na China e alastrou-se pelo mundo causando a morte de 3.198 pessoas, 214 registados fora do país asiático. “Vamos colocar nos aeroportos números de telefone de médicos chefe e de directores clínicos de hospitais para evitar que as pessoas com sintomas leves possam ir as unidades sanitárias e possam ser fonte de contaminação” anunciou o ministro Armindo Tiago que não sabe quantos profissionais de saúde deveriam estar em cada fronteira terrestre e nem quantos viajantes provenientes da África do Sul foram rastreados. O @Verdade testemunhou dezenas de cidadãos que cruzaram a fronteira de Ressano Garcia sem terem sido abordados pelo único nenhum profissional de saúde que estava entretido no seu telemóvel.

O ministro da Saúde da África do Sul, Zweli Mkhize, anunciou o registo do primeiro caso de Covid-19, a doença causada pelo coronavírus, num cidadão de 38 anos de idade. “Ele, a esposa e dois filhos eram parte de um grupo de dez pessoas, que voltaram para a África do Sul a 1 de Março. O paciente consultou um clínico geral a 3 de Março, com sintomas de febre, dor de cabeça, mal-estar, dor de garganta e tosse", detalhou em conferência de imprensa.

Com o coronavírus tão próximo de Maputo, o paciente reside na província sul-africana do KwaZulu-Natal que faz fronteira com o nosso país na região da Ponta do Ouro, o Governo anunciou, através do ministro da Saúde, “a criação de um Comité Técnico que vai fazer a análise da tendência de casos da epidemia a nível global e vai, numa base diária, actualizar a lista de países sujeitos a quarentena domiciliar, sobretudo, mas os critérios de quarentena hospitalar só serão difundidos se houver, eventualmente, algum caso”.

Embora a Organização Mundial da Saúde a 28 de Fevereiro último tenha actualizado o nível de risco do Covid-19 para “muito alto” em todo o mundo só agora Moçambique anunciou o reforço do rastreio “particularmente nos postos terrestres da Ponta de Ouro, Goba e de Namaacha”, afirmou o ministro Armindo Tiago, em conferência de imprensa no início da noite desta quinta-feira (05).

“Também vamos fazer um reforço acentuado no segmento dos passageiros provenientes das áreas de transmissão local activa e elevada (são 72 os países com transmissão local activa e a Argélia é um deles), vamos colocar nos aeroportos números de telefone de médicos chefe e de directores clínicos de hospitais para garantirem que qualquer individuo que esteja em situação de quarentena domiciliar possa ligar para esses números se tiver sintomas e rapidamente vai ser direccionado para a unidade sanitária. Este fenómeno da distribuição de números de telefone é para evitar que as pessoas com sintomas leves possam ir as unidades sanitárias e possam ser fonte, eventual, de contaminação de outras pessoas”, explicou Tiago.

Os sintomas do Covid-19 são similares com os da gripe tais como tosse seca, febre, dificuldade de respirar e, em casos mais agudos, podem resultar em pneumonia. O contágio acontece pelo ar ou por contato com objetos contaminados por gotículas de saliva ou catarro – por causa de tosse e espirros. As similaridades com a gripe terminam aí, a doença provocada pelo novo coronavírus é muito mais contagiosa e por ser um vírus novo o sistema imunológico dos cidadãos ainda não desenvolveu qualquer tipo de imunidade contra ele.

Covid-19 | Autoridades timorenses monitorizam caso suspeito de cidadão italiano


Díli, 07 mar 2020 (Lusa) -- As autoridades de saúde timorenses em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS) estão a investigar o caso de um cidadão italiano suspeito de poder ter o novo coronavírus.

um caso suspeito. A sua situação médica é estável e ele está sob observação médica e a ser monitorizado", disse à Lusa o responsável da OMS em Timor-Leste, Rajesh Pandav.

"Foi recolhida uma amostra e enviada para Melbourne para ser testada", referiu.

Pandav escusou-se, para já, a revelar informação adicional sobre o caso.

Numa curta mensagem na sua página no Facebook o Ministério da Saúde timorense diz apenas que um "cidadão italiano está a ser investigado para Covid-19", notando que a sua situação é "estável" e a ser acompanhada pelo Ministério da Saúde com apoio técnico da OMS.

As autoridades pedem que se monitorize as redes sociais para informação adicional que possa surgir e apelam para que não se divulguem notícias falsas ou informação não verificada.

CNRT confirma em conferência nacional coligação de maioria parlamentar em Timor-Leste


Díli, 07 mar 2020 (Lusa) -- O Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), segunda força política no parlamento timorense, confirmou hoje numa curta conferência nacional a sua participação numa renovada coligação de maioria parlamentar.

A decisão foi tomada por unanimidade e aclamação no encontro que decorreu na sede do CNRT onde participaram o presidente do partido, Xanana Gusmão, o secretário-geral, Francisco Kalbuadi Lay, entre outros dirigentes do partido.

O texto da declaração final explica que o partido delibera que a nova aliança tem como base a coligação que apoia o atual Governo, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), mas apenas com dois dos seus elementos, o próprio CNRT e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

De fora fica o Partido Libertação Popular (PLP), do atual primeiro-ministro, já que, como explica o texto final, o próprio Taur Matan Ruak apresentou já a sua demissão como primeiro-ministro, depois de afirmar que a AMP "já não existe".

Somam-se quatro outros partidos para um total de 34 dos 65 deputados do parlamento.

Macau anuncia quarentena de 14 dias para quem vier de Alemanha, Espanha, França e Japão


Macau, China, 08 mar 2020 (Lusa) - Macau vai impor uma quarentena de 14 dias, a partir de terça-feira, para quem "tenha estado na Alemanha, na Espanha, na França ou no Japão nos 14 dias anteriores à entrada" no território, foi hoje anunciado.

Até lá e a partir das 12:00 de hoje (04:00 em Lisboa), as autoridades vão realizar um exame médico a quem entre no território proveniente daqueles quatro países, devido ao surto do novo coronavírus, indicou um anúncio publicado na página eletrónica dos Serviços de Saúde.

O período de 14 dias de "observação médica de isolamento" [quarentena] entra em vigor às das 12:00 (04:00 em Lisboa) de terça-feira, "nos locais indicados em Macau", acrescentou o mesmo anúncio.

Esta medida, tomada ao abrigo da legislação local, vigora já para as pessoas provenientes da Coreia do Sul (desde 26 de fevereiro) de Itália e do Irão (29 de fevereiro).

Há 33 dias sem novos casos de Covid-19, Macau registou dez pacientes, que já receberam alta hospitalar.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China, já provocou mais de 3.500 mortos e mais de 105 mil infetados em pelo menos 95 países.

Com base no número mundial de infetados, a taxa de letalidade é de 3,4%, sendo que até ao momento a maioria já recuperou.

EJ // MIM

China com mais 27 mortes

Pequim, 08 mar 2020 (Lusa) A China registou hoje mais 27 mortes devido do Covid-19, elevando o número total de mortes para 3.097, informou a Comissão Nacional de Saúde do país.

O número de novas infeções, nas últimas 24 horas, foi de 44, quase todos identificados na província chinesa de Hubei (41), epicentro do surto do novo coronavírus.

Os três casos fora de Hubei são todos importados do exterior, numa altura em que Itália, Irão e Coreia do Sul registaram na última semana um rápido aumento no número de casos.

MIM // MIM

Portugal | Depois não se queixem!

Mocidade Portuguesa, a manipulação salazar-fascista desde crianças
A seguir aos inúmeros casos de corrupção a envolver titulares de cargos públicos ao mais alto nível, é agora a própria justiça que é posta em causa.

António Luís Marinho* | Jornal i | opinião

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto” -- Ruy Barbosa, ilustre político brasileiro

Um a um, os pilares do Estado democrático abanam e ameaçam ruir.

A seguir aos inúmeros casos de corrupção a envolver titulares de cargos públicos ao mais alto nível - julgados, nuns casos; em vias disso, noutros -, é agora a própria justiça que é posta em causa, por via de acusações de “abuso de poder” e de “corrupção” a juízes que ocupam ou ocuparam cargos importantes.

O caso do roubo das armas de Tancos enlameou as Forças Armadas e atingiu um ex-ministro da Defesa.

Na Assembleia da República, o chumbo de candidaturas para o Tribunal Constitucional por via da votação dos deputados eleitos leva a que a chefe de bancada socialista acuse a mesma assembleia de “bloquear” outras instituições. Isto é, se o jogo democrático não nos convém, acabe-se com ele. 

Quanto ao Governo, perante o veto de uma câmara municipal - previsto na lei - ao projeto do aeroporto do Montijo, o que faz? Ameaça mudar a lei.

Todos sabemos que a democracia é difícil, complexa, mas não se conhece, até à data, outro regime que melhor defenda a liberdade. 

Caberia aos responsáveis políticos e aos órgãos de soberania zelar por ela, defendê-la a todo o custo dos ataques dos seus inimigos. Só que essa defesa começa a ser difícil quando são esses mesmos órgãos de soberania que prevaricam sob diversas formas.

Sócrates, o filósofo grego, disse aquilo que hoje, infelizmente, nos parece uma evidência: “É muito mais fácil corromper do que persuadir”.

Os casos, com maior ou menor grau de gravidade, sucedem-se a um ritmo alucinante. Os cidadãos, depois da indiferença expressa na crescente taxa de abstenção, podem optar pelo voto de protesto, caso encontrem uma força política que encarne e represente esse protesto, mesmo que tudo isso seja apenas fachada.

O descrédito leva, muitas vezes, ao desespero.

Percebem certamente do que estou a falar.

*Jornalista

Mais quatro infetados com o coronavírus. São 25 casos em Portugal


Há mais quatro casos de infeção pelo Covid-19 em Portugal. São três mulheres e um homem e estão todos internados no Hospital de S. João, no Porto, com ligação a outro doente.

O número total de casos sobe para 25. A notícia é avançada pela RTP, que afirma que os quatro novos casos têm todos ligação ao mesmo homem que visitou a MICAM, uma feira internacional de calçado, em Milão. O anterior balanço era de 21 casos.

A Direção-Geral da Saúde confirmou, no sábado à noite, que o número de infetados por Covid-19 em Portugal tinha subido para 21. Entre os novos doentes, três têm menos de 20 anos.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado no sábado pela DGS, registaram-se, desde janeiro, 224 suspeitos, além dos casos confirmados que incluem, pela primeira vez, quatro pessoas com menos de 30 anos, das quais três têm entre 10 e 19. A aguardar resultados laboratoriais estão 47 pessoas.

Tiago Rodrigues | Jornal de Notícias

Portugal | E de aldrabice não chega, André Ventura?


Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

Em entrevista ao Observador, o deputado do Chega demonstra não saber explicar o programa do partido, ter mentido sobre a exclusividade e ser um exemplo anedótico de promiscuidade ao manter vínculo à Inspeção Tributária enquanto ganha dinheiro a ajudar privados a pagar menos impostos. Vergonha mesmo.

Há quem ache que não vale a pena apontar as incoerências e as desonestidades de André Ventura, que é tempo perdido porque, alegadamente, a sua base de apoio não quer saber. E não há dúvida de que o próprio pensa assim.

Tal fica claro na entrevista que a Rádio Observador lhe fez esta semana, e à qual eu daria, sem hesitar, um prémio de jornalismo - com menção honrosa para a capacidade dos dois entrevistadores, Rita Tavares e Miguel Pinheiro, de não rebentarem a rir ou darem um berro ao entrevistado pela forma pueril e patética, como um petiz apanhado em falta, com que tenta fugir às perguntas.

A sua prestação arrasa o mito do Ventura imbatível - aqui, não podendo falar por cima, como faz nos debates televisivos, exibe o desmazelo e a pobreza da sua retórica, além de uma quase inacreditável ignorância.

Mas o mais impressionante é mesmo o descaramento: já o tínhamos visto anunciar "uma clarificação inversa" do programa com que se candidatou quando percebeu que acabar com o SNS e a escola pública não caía bem no eleitorado; na entrevista vemo-lo simultaneamente negar ter falado dessa "clarificação inversa" e que algumas das propostas mais ridículas, como a de o Estado oferecer os estabelecimentos escolares "a quem os quiser" (quem pagaria aos professores, acautelaria a qualidade do ensino ou garantiria o acesso de todas as crianças não interessa), estejam sequer no programa.

Erdogan ordena que Guarda Costeira impeça migrantes de cruzar o Egeu


Decisão ocorre após presidente turco ser criticado por violar acordo e permitir passagem de migrantes com o objetivo de pressionar a União Europeia. Tensão continua na fronteira terrestre com a Grécia.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ordenou na noite de sexta-feira (06/03) que a Guarda Costeira do país impeça que os migrantes atravessem o mar Egeu, informou a imprensa turca.

A ordem ocorre poucos dias depois de um menino de seis anos morrer após o bote em que ele viajava com a família afundar nas proximidades da ilha grega de Lesbos.

O presidente turco vem sendo criticado por permitir e até mesmo incentivar o movimento de migrantes na última semana em direção à Grécia, como forma de pressionar a União Europeia.  

O Mar Egeu estende-se da Grécia até a Turquia e é umas das rotas de migração mais utilizadas na região.

"Por ordem do presidente [...] nenhum migrante será autorizado a atravessar o mar Egeu devido aos riscos implicados", afirmou o corpo de guardas costeiros citado pela agência de notícias Anadolu.

"A prática de não intervir contra migrantes que desejavam deixar a Turquia mantém-se, mas esta nova decisão se aplica aos que atravessam o mar, devido aos riscos de que isso representa", acrescentou.

Milhares protestam para que Alemanha acolha mais refugiados


Alemães saem às ruas de Hamburgo e outras cidades para exigir que governo aceite receber migrantes em meio à crise na fronteira grego-turca. Manifestantes denunciam violência estatal na região e clamam: "Há espaço aqui."

Milhares de pessoas saíram às ruas de cidades como Berlim e Hamburgo neste sábado (07/03) em protesto contra a atitude do governo alemão diante da crise migratória que se instalou na região fronteiriça entre a Grécia e a Turquia. "Abram as fronteiras", clamam os manifestantes.

Os protestos ocorrem em resposta à delicada situação provocada na divisa turca com a União Europeia (UE) depois que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que não mais impediria os migrantes de cruzarem o limite de seu país em direção à Europa.

O anúncio levou milhares de refugiados – muitos do Afeganistão, Irã e Síria – para a região fronteiriça, onde forças de segurança gregas tentam impedir a todo custo a entrada desses migrantes, fazendo uso inclusive de gás lacrimogêneo e canhões de água.

A Alemanha, juntamente com outros países da UE, insiste que não pode acolher mais requerentes de refúgio e que a fronteira para o continente permanece fechada.

"Se a Europa fecha oficialmente suas fronteiras e a violência estatal contra os refugiados aumenta, todas as pessoas que defendem a solidariedade e o direito de refúgio devem ir às ruas", disse Christoph Kleine, ativista do grupo Seebrücke, que organizou o ato em Hamburgo.

A metáfora da bandeira que está em Lisboa: capítulo V de “Um Desastre Humanitário”


O Expresso tem publicado desde segunda-feira um conjunto de artigos sobre aquilo a que os Médicos Sem Fronteiras chamaram “um novo desastre humanitário”: a Turquia, país com quase quatro milhões de refugiados, abriu as suas fronteiras e muitos desses refugiados começaram a passar. Sobretudo rumo à Grécia, onde o Governo local chamou “invasão” ao que está a acontecer. Este é o capítulo V e parte dele passa-se em Lisboa

- Este não era o local onde havia uma bandeira da União Europeia feita de arames?
- Está aqui.
- Nem a vi - Miguel levanta a cabeça - olha, pois está.

Foi erguida por dois irmãos iranianos, foi a sua primeira intervenção artística e representa as barreiras que os migrantes enfrentam para tentarem chegar à Europa. Está ali, discreta, quase invisível. Aliás, quando começar a cair a noite, o escuro vai comer primeiro as estrelas dos 27 estados. Uma a uma. Depois tudo terá desaparecido. Ficará apenas um mastro de alguma coisa que não se percebe bem o que é.
Há algo de metafórico nesta discrição. Mas já lá vamos.

É na Praça Europa, em Lisboa, que a Humans Before Borders (HuBB) organiza aquele que é um protesto contra uma Europa que não querem. “Este não é o caminho que queremos seguir enquanto sociedade e estamos aqui para exigir, finalmente, o descongestionamento das ilhas do mar Egeu. É completamente incomportável e desumano”, explica Miguel Duarte, membro da HuBB e também voluntário. “Queremos uma Europa solidária, não queremos isto.” E em seguida enumera os vários acontecimentos nas fronteiras entre a Grécia e a Turquia: fala dos relatos de violência física, dos tiros disparados pelas autoridades gregos, do uso de gás lacrimogéneo para controlar os migrantes, dos ataques de grupos associados à extrema-direita. “Já para não falar da crescente criminalização do trabalho humanitário e da solidariedade.”

Miguel dirige-se para outro local da Praça e pega num microfone. É a vez dele de discursar para todos aqueles que escolheram passar o final da tarde de uma sexta-feira junto ao Tejo, em Lisboa, em silêncio. Estendidos no chão, os cartazes cobrem-lhes os corpos: “Stay human, take action!”, “Greek tragedies everyone’s responsibility”, “Shame on EU”, “Fortress of EU is killing”, “EU this is u?”.

“Está muito vento, não sei se me consigo deitar no chão”, diz uma jovem. “Anda, é por uma boa causa.” A jovem ainda não está certa. Está mesmo muito frio. “Vamos, eu deito-me do lado do vento e protejo-te.” E foram.

Só agora? | Itália fecha a Lombardia e põe 16 milhões de pessoas de quarentena


Medidas surgem depois de o país ter registado o maior aumento do número de infectados desde o início do surto: 1247 novos casos confirmados nas últimas 24 horas, um salto para um total de 5883.

A região mais rica e populosa de Itália vai ficar isolada do resto do país: o governo decidiu “fechar” a Lombardia, onde vivem cerca de 10 milhões de pessoas e onde se localiza a capital financeira do país, Milão, para tentar travar o surto de coronavírus, avança a agência Reuters.

As medidas draconianas aplicam-se ainda a outras 11 províncias de quatro regiões, abrangendo cerca de 16 milhões de pessoas, e surgem depois de o país ter registado o maior aumento do número de infectados desde o início do surto: 1247 novos casos confirmados nas últimas 24 horas, para um total de 5883. Depois de duas semanas de surto, o SARS-COV-2 espalhou-se pelas 20 regiões: todas registam casos e oito tiveram vítimas mortais.

Nas áreas abrangidas por estas novas medidas, todos os museus, centros culturais, ginásios, piscinas e estância de esqui serão encerrados. As escolas vão ficar fechadas até 3 de Abril.

São também suspensos os eventos culturais, recreativos, desportivos e religiosos, tanto em locais públicos como privados, ficando assim cancelados casamentos e funerais civis ou religiosos. Os cafés e os restaurantes podem ficar abertos desde que mantenham uma distância de um metro para os clientes.

O decreto, ao rascunho do qual a Reuters teve acesso, diz que todos devem “evitar completamente” entrar ou sair das regiões indicadas, e até deslocarem-se dentro das regiões, a não ser em caso de emergências ou “trabalho essencial”.

O surto de covid-19, detectado em Dezembro na China, já provocou mais de 3500 mortos entre mais de 101 mil pessoas infectadas em pelo menos 94 países. Com base no número mundial de infectados, a taxa de letalidade é de 3,4%, sendo que até ao momento a maioria já recuperou.

Público, com agências

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