sábado, 4 de abril de 2020

Covid-19 | EUA são acusados de açambarcar material médico destinado a outros países


De europeus a brasileiros, Washington deixa aliados na mão ao superar valor de compra de contratos já assinados ou apreender remessas de produtos, como máscaras e respiradores. "Pirataria moderna", diz político alemão.

Da Europa ao Brasil, aliados dos Estados Unidos têm condenado o que chamam de táticas de "velho oeste" implementadas pelo governo americano, acusado de superar o valor de compra ou bloquear a entrega de cargas a regiões que já assinaram contratos para adquirir suprimentos médicos vitais.

Autoridades da França e da Alemanha, por exemplo, afirmaram que os EUA estão pagando valores muito acima do preço do mercado para comprar máscaras médicas da China, maior produtora desses itens no mundo.

Em alguns casos, eles estariam "roubando" contratos ao oferecer valores mais altos, mesmo depois de compradores europeus acreditarem que a compra já estava acertada, ou inclusive já terem pago por ela. Casos semelhantes ocorreram no Brasil nesta semana.

O SIGNIFICADO DO BREXIT PARA A UCRÂNIA


Anselmo Heidrich | CEIRI

Muito se especulou sobre as consequências para a União Europeia após a saída do Reino Unido, o chamado Brexit[1], mas seus reflexos vão além desse Bloco económico, em especial para países vizinhos como a Ucrânia. Além disso, o distanciamento do Reino Unido tem uma dimensão que não é meramente económica, afetando a Segurança e a Defesa do continente.

A combinação de crise com o crescente euroceticismo[2], e a necessidade de maior rigor na proteção às fronteiras devido aos fluxos de pessoas e mercadorias, reacende e fortalece movimentos nacionalistas com uma base xenofóbica na Europa. Nesse contexto, países da chamada “periferia europeia”, o que inclui economias menos prósperas do Mediterrâneo, além da Europa Oriental, e fatores de stress geopolítico – como a guerra na Síria – obrigam Bruxelas a identificar prioridades para manter a integridade da União Europeia.

Em termos globais, as disputas comerciais entre Estados Unidos e China, as crises de pandemias por conta de novas doenças que surgem, como o atual Covid-19, e conflitos nas bordas do continente europeu, tornam a situação muito complexa para sugerir quaisquer previsões futuras. Para a Ucrânia, a necessidade de tecer acordos com novos parceiros globais, como o Reino Unido, agora separado do bloco europeu, é urgente. Com a considerada ameaça russa no leste do país, aliada às instabilidades da União Europeia, dividida entre se expandir criando um ambiente de integração e harmonia vs. sua necessidade de segurança e protecionismo, não é criada uma visão segura para a política externa ucraniana. Embora o Brexit seja um afastamento radical de uma organização de longa data e história, a União Europeia, os políticos ucranianos podem usá-lo a seu favor para desenvolver ainda mais as relações britânico-ucranianas, sobretudo para atração de mais investimentos ao país.

EUA | A FEMA está a gastar milhões para proteger as propriedades de Trump


Apesar da escassez crítica de suprimentos de proteção e tratamento de covid-19

Alex Emmons | The Intercept

A Agência Federal de Administração de Emergências (FEMA) forneceu menos de 10% das máscaras N95 solicitadas por autoridades em cinco estados e no Distrito de Colúmbia, de acordo com documentos divulgados quinta-feira pelo Comité de Supervisão da Câmara. A FEMA também disse ao comité que o Estoque Nacional Estratégico tinha apenas 9.500 ventiladores restantes - muito aquém do que provavelmente será necessário para tratar um número crescente de pacientes com coronavírus.

Embora as autoridades federais conheçam a falta há meses, elas não foram sanadas. No entanto, todos os anos desde 2017, o Congresso ordena que a FEMA reserve 41 milhões de dólares de seu orçamento para compensar os custos extraordinários de fornecer segurança às propriedades do presidente Donald Trump. As “Bolsas de Proteção para Auxiliares de Residência Presidencial” foram financiadas mais recentemente pelo Congresso em um pacote de apropriações em dezembro.

De acordo com memorandos publicados em seu site, a FEMA identificou anteriormente propriedades de Trump em Nova York, Nova Jersey e Flórida como "residências qualificadas" e pagou milhões de dólares ao Departamento de Polícia de Nova York e ao Gabinete do Xerife do Condado de Palm Beach, entre outros. O programa de subsídios limita-se ao reembolso de “horas extras operacionais e horas extras de aterro” para aplicação da lei e não pode ser usado para subscrever salários ou adquirir equipamentos policiais.

O programa de doações não compõe grande parte do orçamento anual da FEMA ou de seu fundo de auxílio a desastres, que acabou de receber uma infusão de US $ 45 bilhões da conta de estímulo do mês passado. Mas, no momento em que todo dólar federal conta, alguns questionam se o pagamento para garantir propriedades de Trump é um bom uso dos recursos do governo.

Rússia acusa Ocidente de «egoísmo político» face à pandemia de Covid-19


Num comunicado emitido na quinta-feira (2/4), a missão permanente da Rússia junto da ONU questiona a razão pela qual Ucrânia, Geórgia, União Europeia (UE), Reino Unido e EUA bloquearam a sua proposta, defendendo que estes países «se recusaram a pôr de lado os seus interesses e abordagens politizadas», e sublinhando que a sua decisão poderá afectar de forma negativa «um grande número de pessoas» – sobretudo países em desenvolvimento que sofrem actualmente a imposição de sanções, refere a RT.

No comunicado, a que agência TASS teve acesso, a missão diplomática russa explica que o projecto de resolução rejeitado na Assembleia Geral das Nações Unidas solicitava o «reconhecimento» da liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia, pedia uma mais ampla cooperação internacional na luta contra a propagação do coronavírus SARS CoV-2, que causa a Covid-19, bem como «a rejeição de guerras económicas e de sanções unilaterais impostas sem o mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de modo a garantir um acesso imediato a alimentação e medicamentos».

O texto da moção também pedia aos estados-membros que rejeitassem «a estigmatização de estados, povos e indivíduos no que respeita à pandemia» e destacava a «necessidade de veicular apenas informação de confiança e com base científica sobre ela».

Portugal | COM DINHEIRO A FUNDO PERDIDO TAMBÉM EU!


Grande lata. Diz a CIP que com dinheiro a fundo perdido não há despedimentos. Ora, com o dinheiro do Estado, a fundo perdido, não faltam empresários de sucesso, criadores de emprego e riqueza.

AbrilAbril | editorial

Já conhecíamos o sentido patriótico dos nossos empresários, nomeadamente durante o período da troika, quando as empresas portuguesas de maior dimensão e a esmagadora maioria das que estão cotadas na bolsa de Lisboa transferiram a sede das suas holdings para a Holanda, para fugirem ao pagamento de impostos em Portugal.

Mas, a «filantropia» dos nossos empreendedores, como gostam de ser chamados, não pára de nos surpreender.

Não, não estamos a falar das muitas situações em que o surto epidémico tem servido de pretexto para despedimentos, cortes de salários, ataques a direitos dos trabalhadores e as mais diversas arbitrariedades, nomeadamente a imposição de férias antecipadas, as alterações unilaterais de horários de trabalho, o corte de prémios e subsídios, incluindo o subsídio de refeição, ou a recusa de exercício de direitos parentais.

Não, também não estamos a falar da especulação que os grupos económicos promovem, a pretexto da situação de crise que atravessamos, decidindo como entendem sobre os preços que praticam em relação a bens e produtos essenciais.

Estamos a falar da afirmação que o Expresso tem hoje na primeira página, quando nos dá conta da posição «altruísta» da fina-flor do grande capital nacional: anuncia a CIP que «com dinheiro a fundo perdido não há despedimentos».

Como diz o povo, com as calças do meu pai também sou um homem!

Na imagem: António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal / Miguel A. Lopes / Agência Lusa

Portugal | Podemos criar e produzir


Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Até na maior adversidade existem notícias positivas

As carências com que nos deparamos para dar respostas aos problemas gerados pela pandemia estão a colocar em evidência que dispomos de conhecimento e de capacidades que, devidamente mobilizadas e orientadas, podem ser postas ao serviço da produção de bens e serviços essenciais.

Laboratórios do Estado, centros de investigação que não dependem só do Estado, empresas de dimensão diversa estão, no seu espaço especializado ou agindo em cooperação quando é caso disso, a deitar mão dos saberes de cientistas e do saber fazer criativo de outros trabalhadores. Assim se colmatam dependências externas e se asseguram respostas a necessidades prementes. Aceleram-se investigações, readaptam-se linhas de produção e prova-se que, num contexto de normalidade, também será possível, com políticas e motivações adequadas, produzir nacional muito do que se dava como inevitável ter de ser feito no exterior.

Este tempo de emergências, de condicionalismos e sacrifícios que afetam todos (não de forma igual) esbate divergências e faz-nos convergir no que é fundamental. Isso é bom no imediato, logo é de valorizar as convergências que se têm observado na ação do Governo e de outras instituições, nos posicionamentos das forças políticas e no comportamento das pessoas. Contudo, é preciso começar a pôr a nu que a resposta aos problemas que estamos a enfrentar e, acima de tudo, àqueles com que nos vamos deparar, exige o reavivar das ideologias e não a supressão das diferenças, ou o absolutismo do pragmatismo. As respostas a uma crise social profunda e a recuperação da estrutura e capacidades da economia reclamam evidência clara de posições ideológicas sobre, por exemplo, o papel do Estado e dos setores privado e social, sobre a afirmação e gestão da nossa soberania.

Portugal com 10524 infetados e 266 vítimas mortais. Há 75 casos recuperados


Taxa de novos infetados continua a abrandar. Número de doentes em cuidados intensivos sobe ligeiramente. Existem, ainda assim, mais 20 mortos a registar, o que denota um crescimento de 8,1% face a ontem.

Existem neste momento 10524 pessoas infetadas com o novo coronavírus. São mais 638 casos do que os registados na sexta-feira, o que representa um aumento de quase 7%. Na véspera, esse aumento tinha sido de 9%.

Há ainda 266 vítimas mortais a lamentar, mais 20 do que no dia anterior, o que representa um aumento de 8%. É uma taxa de letalidade de 2,5%.

Destaque também para o número de doentes em cuidados intensivos: são agora 251. Na sexta-feira eram 245.

No total, são agora 1075 as pessoas internadas. Mais 17 pessoas em relação a sexta-feira quando se registavam 1058 internamentos. Aguardam resultados laboratoriais 5518 pessoas.

Dados mais positivos: existem 75 casos dados como oficialmente recuperados números, mais sete do que existiam na véspera.

O grupo etário mais afetado é aquele que se encontra entre os 40 e os 49 anos (1928), logo seguido pelos que têm entre 50 e 59 (1908) e os que têm entre 60 e 69 anos (1396). É entre as mulheres que há maior incidência doença.

A evolução da doença em Portugal vem confirmar a dinâmica registada noutros países: é entre os mais velhos que o vírus é ainda mais perigoso. Das 266 vítimas mortais, 170 tinham 80 anos ou mais.

A região Norte continua a ser, de longe, a mais afetada com 6280 infetados. E é também a região Norte que regista mais vítimas mortais (141), seguida da região Centro (66), da região de Lisboa e Vale do Tejo (54) e do Algarve (5).

Miguel Santos Carrapatoso | Expresso | Imagem: Mário Cruz / Lusa

Portugal dos despedimentos e banqueiros coçam-para-dentro em Belém


Expresso Curto ao sábado. Diferente. No original contém mais imagens, para as ver terá de ir ao original da responsabilidade de Martim Silva, da chafarica do dr. Balsemão/Impresa. Além disso tem outros temas que até apetece ler e ficar a saber… Adiante.

Hoje é sábado. A sério? Ficar em casa tem por resultado já nem dar por que é sábado, domingo ou outro dia qualquer da semana, nem do mês… Afinal em que ano estamos. Ena pá! Já em 2020? Credo!

Adiante, que isto para agora em nada interessa.

Neste Curto vai desembocar em despedimentos e etc. Que o Presidente Marcelo falou (vai falar?) com os banqueiros – nem sei porque é que ele se acha no direito de andar a perder tempo. Se os convocasse para lhes dar uns milhões nossos para engordá-los o sucesso seria garantido. Assim, eles alargarem os cordões às bolsas offshores até os fará chorar às escondidas. Os tipos, salafrários, não largam o osso dos milhares e milhões sem contrapartidas que dupliquem e tripliquem o que já sonegaram e mandaram para os paraísos fiscais, aliás, paraísos de ladrões, de vigaristas, de criminosos (porque lavar dinheiro é crime). E eles lavam… Pelo menos é o que o povinho sabe e diz… Mas isso… Ora, é tabu.

Fim-de-semana para ganhar coragem, canta o Sérgio Godinho. Está bem. Sim. Porque é preciso muita coragem para ficarmos em casa dias e dias sem já os contar. Estamos em prisão sanitária. Tem de ser. Para bem de todos nós.

Vá ao Curto já a seguir. Fazer aqui esta conversa mole é fácil. Difícil é fazer o Curto e o que alimenta o Expresso para sua informação. Aproveite, pague e agradeça. Os jornalistas e o pessoal dos vários órgãos de comunicação social agradecem. É que eles, como todos nós, têm de levar ordenado para casa… É evidente.

Adeusinho. Sorria e olhe-se ao espelho. Pergunte: estou a sorrir porquê? Encontre a resposta dentro de si.

O Curto, já.

AV | PG

UE | Centeno no “El País”: “Não podemos depender dos EUA ou de outros países”


“Temos de ser o nosso próprio Plano Marshall”

Em entrevista ao “El País”, Mário Centeno adiantou que na próxima reunião dos ministros das Finanças da zona euro, marcada para terça-feira, será discutida a criação de uma linha de crédito de até 240 milhões de euros, entre outras medidas de apoio aos cidadãos e às empresas

ntre as propostas que vão ser discutidas na próxima reunião dos ministros das Finanças da zona euro, marcada para terça-feira, está a criação de uma linha de crédito de até 240 milhões de euros, adiantou, em entrevista ao "El País", Mário Centeno. Segundo ele, há também "uma proposta do Banco Europeu de Investimento com uma garantia pan-europeia de até 200 mil milhões de euros".

O importante, referiu, é que a União Europeia "não dependa dos EUA, nem de qualquer outro país". "Ao contrário do que aconteceu na Segunda Guerra Mundial, não podemos confiar nos outros para a recuperação. Há quem fale num Plano Marshall, mas o plano desta vez deve ser financiado pelos países europeus. Somos a nossa melhor e única linha de defesa". A mensagem do ministro das Finanças português é clara: "devemos ser o nosso próprio Plano Marshall".

Durante a entrevista ao jornal espanhol, Centeno lembrou ainda que a Comissão Europeia apresentou, na quinta-feira, uma proposta, no valor de 100 milhões de euros, para a criação de uma rede de segurança para os sistemas de proteção ao emprego dos vários países europeus.

"Há um amplo apoio a este pacote de medidas", garantiu Centeno, admitindo, contudo, "que é necessário um maior compromisso por parte dos Estados-membros da UE", até para garantir que "não se cria um estigma em relação a certos países e que se respeita o sofrimento dos cidadãos", tanto pelas mortes já ocorridas, como por causa da crise económica e social. "Se não o fizermos, não estaremos a honrar os princípios basilares da Europa dos últimos 70 anos. E isso será um grande erro."

Helena Bento | Expresso | Imagem: Francois Swalschaerts / Getty Images

Leia em Expresso:

AOS POVOS DO MUNDO -- Nicolás Maduro dirige-se a todos os povos do mundo


Aos Povos do Mundo

Ao cumprimentá-los com carinho, gostaria de dirigir-me a vocês na oportunidade de denunciar os graves eventos que estão a ocorrer contra a paz e a estabilidade da Venezuela, numa época em que a preocupação dos Estados e dos Governos deve se concentrar na protecção da vida e a saúde de seus habitantes, devido à aceleração da pandemia da COVID19.

Como é do conhecimento público, em 26 de Março o Governo dos Estados Unidos anunciou uma acção muito séria contra um grupo de altos funcionários do Estado venezuelano, inclusive eu, como Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela.

A referida acção consistiu em registrar uma acusação formal perante o sistema judicial dos EUA, que não é apenas ilegal por si só, mas também busca apoiar uma acusação falaciosa de narcotráfico e terrorismo, com o único objectivo de simular a suposta judicialização das autoridades venezuelanas.

Essa pantomima americana inclui a oferta incomum de uma recompensa internacional a quem fornecer informações sobre o Presidente e altos funcionários venezuelanos, levando a um perigoso momento de tensão no continente, pelo qual considero necessário recontar os eventos, que revelam a trama perversa por trás das acusações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América.

Apenas um dia antes, em 25 de Março, a República Bolivariana da Venezuela denunciou perante a opinião pública nacional e internacional, o desenvolvimento no território colombiano de uma operação que visava atentar contra a vida do Presidente da República, seus familiares e altos funcionários do Estado; bem como atacar alvos civis e militares em nosso país; indicando o Sr. Clíver Alcalá, general na reforma da força armada venezuelana, como chefe militar da referida operação.

Essa denúncia foi feita com total responsabilidade, depois que uma operação de controlo na estrada ao norte da Colômbia, perto da fronteira com a Venezuela, foi lançada em 24 de Março, na qual a polícia daquele país capturou um conjunto de armas de guerra em um veículo civil.

As investigações revelaram que era um arsenal sofisticado cujo alvo era um grupo de ex-forças militares e paramilitares venezuelanas e colombianas, que treinam em campos localizados na Colômbia.

Em 26 de Março, o mencionado Clíver Alcalá, ofereceu uma declaração à mídia colombiana - desde sua residência na cidade de Barranquilla, Colômbia - na qual confirmou sua participação nos eventos denunciados, confessando ser o líder militar da operação e revelando que as armas foram adquiridas por ordem do Sr. Juan Guaidó, deputado nacional, que se autodenomina Presidente Interino da Venezuela e atua como operador de Washington no país.

Da mesma forma, ele confirmou que o armamento tinha como objectivo realizar uma operação militar para assassinar personalidades de alto nível do Estado e do Governo venezuelano e produzir um golpe de Estado na Venezuela.

O Sr. Alcalá esclareceu que as armas foram adquiridas através de um contrato assinado por sua pessoa, o Sr. Juan Guaidó, assessores dos EUA, e o Sr. Juan José Rendón, consultor político do Presidente Iván Duque, e realizado com o conhecimento das autoridades do governo colombiano.

Diante dessa confissão, a resposta incomum do governo dos Estados Unidos foi a publicação das acusações mencionadas no início desta carta, com a inclusão extravagante do nome de Alcalá, como se ele fizesse parte das autoridades venezuelanas e não um mercenário contratado pelos Estados Unidos para realizar uma operação terrorista contra o governo venezuelano.

Como demonstração desta declaração, não preciso de outra prova senão mencionar a suposta captura do Sr. Alcalá pelas forças de segurança colombianas e sua entrega imediata às autoridades do DEA dos EUA, em um curioso ato em que o preso, sem algemas, estava se despedindo apertando as mãos dos seus captores, bem no pé da escada do avião que o levaria em um voo VIP especial para os Estados Unidos, o que mostra que, na realidade, todo esse teatro é sobre o resgate de alguém que eles consideram um agente americano.

É preciso enfatizar que a operação armada frustrada foi originalmente projectada para ser executada no final deste mês, enquanto toda a Venezuela luta contra a pandemia da COVID19. E é precisamente que esta é a principal batalha que actualmente preocupa a humanidade.

Uma luta que nossa nação está travando com sucesso, tendo conseguido parar a curva de contágio, reforçando as previsões de saúde e mantendo a população em quarentena maciça, com um baixo número de casos positivos e mortes.

Por todas essas razões, o Governo da República Bolivariana da Venezuela alerta os nossos irmãos e irmãs das organizações políticas e movimentos sociais do Mundo, sobre os passos imprudentes e criminosos que a administração do Donald Trump está a tomar que, apesar da terrível aceleração do crescimento da COVID-19 que afecta o povo americano, parece determinado a aprofundar sua política de agressão contra Estados soberanos da região e, especialmente, contra o povo venezuelano. 

Durante a pandemia, o governo dos Estados Unidos, em vez de se concentrar nas políticas globais de cooperação em saúde e prevenção, aumentou as medidas coercitivas unilaterais, rejeitou os pedidos da comunidade internacional para suspender ou relaxar as sanções ilegais que impedem a Venezuela de ter acesso a medicamentos, equipamentos médicos e alimentos. 

Ao mesmo tempo, proibiu a implementação de voos humanitários dos Estados Unidos até a Venezuela para repatriar centenas de venezuelanos apanhados na crise económica e de saúde que o país do norte está a viver. A Venezuela, ao denunciar esses eventos graves, ratifica sua vontade inabalável de manter uma relação de respeito e cooperação com todas as nações, ainda mais nesta circunstância sem precedentes que obriga os governos responsáveis a trabalhar juntos e depor suas diferenças, como a pandemia da COVID-19. 

Em face de circunstâncias tão sérias, solicito – mais uma vez- seu apoio inestimável para denunciar esta perseguição incomum e arbitrária, realizada por meio de uma versão actualizada daquele velho Macarthismo desencadeado após a Segunda Guerra Mundial. Então, eles assinalavam seus adversários a prazer como "comunistas" para persegui-los, hoje o fazem através das categorias fantasiosas de "terroristas" ou "traficantes de drogas", sem provas de nenhum tipo. Condenar e neutralizar esses ataques injustificáveis contra a Venezuela hoje será muito útil para impedir que Washington realize campanhas semelhantes amanhã contra outros povos e governos do mundo.

Todos devemos aderir aos princípios da Carta das Nações Unidas, para evitar que o unilateralismo excessivo leve ao caos internacional.

Irmãos e irmãs do Mundo, tenham a absoluta certeza que a Venezuela permanecerá firme em sua luta pela paz e que, sob quaisquer circunstâncias, ela prevalecerá.

Nenhuma agressão imperialista, por mais feroz que seja, nos desviará do caminho soberano e independente que forjamos por 200 anos, nem nos afastará da sagrada obrigação de preservar a vida e a saúde de nosso povo diante da aterrorizante pandemia global da COVID19. 

Aproveito esta oportunidade para expressar minha solidariedade e a do Povo da Venezuela a todos os Povos que hoje também sofrem sérias consequências dos efeitos da pandemia. Se somos obrigados a tirar alguma lição de toda essa difícil experiência, é precisamente que somente juntos podemos avançar.

Os modelos políticos e económicos que defendem o egoísmo e o individualismo demonstraram seu total fracasso em enfrentar essa situação.

Avancemos firmemente em direcção a um novo mundo com justiça e igualdade social, em que a felicidade e a plenitude do ser humano sejam o centro de nossas acções.

Aprecio a solidariedade expressada permanentemente por vocês em relação ao meu país e ao meu povo, denunciando o bloqueio criminal ao qual nós e muitas outras nações estamos sujeitos.

Aproveito esta oportunidade para reiterar meu respeito e carinho e convidá-los a continuar unidos, arando um futuro de esperança e dignidade.

Atentamente,

Nicolás Maduro Moros

Caracas, 29 de Março de 2020

(Tradução de cortesia em PG)

PRIMEIROS PARÁGRAFOS DO DOCUMENTO

EUA ENVIAM MILITARES PARA A COSTA DA VENEZUELA


O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu na quarta-feira "duplicar" o número de navios militares nas zonas costeiras da América Latina para combater o narcotráfico, designadamente no oceano Pacífico e mar do Caribe, que inclui Venezuela e México.

"Hoje, os EUA estão a fortalecer as operações antidroga na América Latina para proteger o povo norte-americano do flagelo mortal das drogas. Não permitiremos que os cartéis de drogas aproveitem esta pandemia para ameaçar a vida dos norte-americanos", anunciou Trump, em conferência de imprensa.

O anúncio desta operação militar antidroga foi feito na conferência de imprensa diária da Casa Branca sobre o novo coronavírus, que causou já mais de 4.700 mortos e infetou mais de 200 mil pessoas no país.

Na ocasião, o Presidente explicou que as operações militares já se iniciaram e têm o apoio de 22 outros países, que fornecerão informações de inteligência e de natureza militar.

"Estamos a colocar navios de guerra, helicópteros, aviões da força aérea para vigilância e patrulhas da Guarda Costeira, duplicando as nossas capacidades de intervenção na região", disse Trump, que apareceu ladeado pelos líderes militares do país.

Cepal prevê efeitos econômicos severos da Covid-19 na América Latina


Santiago do Chile, 3 abr (Prensa Latina) A Comissão Económica para América Latina e Caribe (Cepal) apresentará hoje um relatório sobre os efeitos económicos e sociais da Covid-19 para a região, e os cenários e projeções para 2030 com a presente crise.

Ainda antes de divulgar o conteúdo desse estudo, é possível calcular que a pandemia provocada pelo SARS-Cov-2 acarretará grandes problemas para uma região que já em 2019 apresentou um crescimento fraco e um aprofundamento dos problemas estruturais da maioria de suas economias.

A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, disse recentemente que as sérias dificuldades económicas e sociais para a América Latina e o Caribe devido à pandemia propõem com mais força a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento.

Numa coluna de opinião, a alta funcionária pública considerou que esta é a maior crise humana e de saúde que a Humanidade já encarou, com profundos envolvimentos económicos, mas na qual o centro das decisões políticas deve ser preservar a saúde e o bem-estar das pessoas.

Covid-19 | Mortes somam 359 e infectados são 9 mil no Brasil


Desde ontem, foram registados 1.146 pacientes infectados

O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no Brasil subiu de 7.910 para 9.056 entre ontem (2) e hoje (3), conforme a atualização do Ministério da Saúde.

O número de óbitos por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, saltou de 299 para 359. O índice de letalidade, que era de 3,5% no início da semana, foi para 3,8% ontem e chegou a 4% no balanço anunciado hoje.

As mortes ocorreram em São Paulo (219), Rio de Janeiro (47), Ceará (22), Pernambuco (10), Amazonas (7), Minas Gerais (6), Distrito Federal (5), Bahia (5), Rio Grande do Sul (5), Santa Catarina (5), Paraná (4), Piauí (4), Espírito Santo (4), Rio Grande do Norte (4), Sergipe (2), Alagoas (2), Goiás (2), Maranhão (1), Mato Grosso do Sul (1), Mato Grosso (1), Pará (1), Paraíba (1) e Rondônia (1).  

Os novos casos totalizaram 1.146. O resultado significou um aumento de 15% em relação ao total registrado antes. Foi o maior número de novos casos em um dia desde o início da série.

Brasil | Trump chuta seu vira-lata sarnento


Donald Trump prepara-se para chutar outra vez Bolsonaro, seu vira-lata sarnento. Ele já fala em suspender os voos do Brasil aos EUA para conter o coronavírus. “O Brasil não tinha problema até há pouco tempo. Agora os números estão subindo e, sim, estamos considerando um veto de viagens”, afirmou o ídolo do “capetão”.


Se Ernesto Araújo, o “chanceler idiota” – segundo definição da Band –, não fosse tão servil ao império, o Brasil é que deveria vetar voos dos EUA. Afinal, a insanidade de Trump transformou o país no epicentro da propagação do coronavírus. Já se fala na hipótese de mais de 100 mil mortes nos EUA.

Até o diário inglês Financial Times, considerado uma bíblia da cloaca burguesa internacional, já prevê o fim próximo do insano presidente do Brasil. O veículo estampou no título: “As palhaçadas de Bolsonaro durante surto de vírus põem em risco seu futuro político”.

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