sexta-feira, 24 de abril de 2020

Portugal | 25 de Abril – o derrube da ditadura, o primeiro dia de liberdade


46 ANOS - Revolução de 25 de Abril de 1974

Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos ou Revolução de Abril,[1] refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[2] vigente desde 1933,[3] e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.[4][5][6]

Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães[7] que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1][8] Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas,[9] acabando por atingir o regime político em vigor.[10] Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a reação do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas quatro civis mortos e quarenta e cinco feridos em Lisboa, atingidos pelas balas da DGS.[11]

O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.[12] A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.[13] Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações[14] e confrontos militares que terminaram com o 25 de novembro de 1975.[15][16]

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

GRÂNDOLA VILA MORENA - 25 de Abril


A música que em 25 de Abril de 1974 lançou os Militares Portugueses para a rua. Era o inicio do golpe de Estado. "Acabava" a Ditadura...

The music on April 25, 1974 launched the Portuguese Military on the street. It was the beginning of the coup. "I had just" Dictatorship ...

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A BANALIZAÇÃO DA EXCEÇÃO


José Goulão | AbrilAbril | opinião

Não é necessário ser futurólogo para prever que a «recuperação económica» dos efeitos da pandemia na perspectiva neoliberal exigirá ainda menos direitos civis, sociais e humanos, e mais austeridade.

Se há domínio onde a futurologia está avançada, tocando mesmo o nível zero de erro, é o das pandemias virais. O Event 201, realizado em Outubro de 2019 em Nova York, antecipou apenas em dois meses o terrível mergulho no desconhecido que estamos a viver. É certo que a vocação assassina do coronavírus parece pecar por escassa em relação às previsões dos adivinhos – 65 milhões de mortos – mas já iremos perceber que a componente de pânico tem papel reservado nestas matérias. Porém, ao cabo de uma década de sucessivas «antecipações científicas», de que o Event 201 foi a etapa mais recente, há que dar relevo ao acontecimento fundador destes exercícios visionários, datado de 2010 e que revela um realismo gritante. Sobretudo na vertente que começa a ganhar forma à escala global: a imposição do autoritarismo ou a vulgarização do excepcionalismo.

Corria o ano de 2010, como já se disse, quando a Fundação Rockefeller, em colaboração com a Global Business Network do futurólogo Peter Schwartz, publicou uma espécie de livro branco com «Cenários para o Futuro da Tecnologia e do Desenvolvimento Internacional».

A Fundação Rockefeller, abra-se aqui um parêntesis, é um ícone do neoliberalismo globalista – actualmente em rivalidade cega com o neoliberalismo populista – a par de outras entidades como o Fórum Económico Mundial, que se realiza anualmente em Davos, o «filantropo» George Soros e a sua «Fundação Sociedade Aberta» especializada em «revoluções coloridas», a Fundação John Hopkins e a Fundação Bill e Melinda Gates, todas elas associadas às continuadas projecções de pandemias virais – e não é certamente por coincidência.

Um dos capítulos do livro branco da Fundação Rockefeller intitula-se Lock Step e antecipa, então para 2012, uma pandemia provocada por uma «nova estirpe de gripe extremamente virulenta e mortal». Neste caso as previsões são de oito milhões de mortes em sete meses, além de um «efeito nefasto na economia: a mobilidade internacional de pessoas e bens é suspensa debilitando indústrias como o turismo, interrompendo as redes de abastecimento global (…), encerrando lojas e escritórios durante vários meses, sem trabalhadores nem clientes».

Portugal | Assim se fez uma revolução... com alguns PIDES em cuecas


A polícia política da ditadura Salazar/Caetano (PIDE/DGS), inspirada na Gestapo de Hitler, também caiu em 25 de Abril de 1974. As instalações da Rua António Maria Cardoso, no Chiado, em Lisboa, foram cercadas pelos militares de Abril e por populares. A primeira reação dos PIDES foi disparar através das janelas do edifício-sede contra portugueses que se encontravam a alguma distância mas ao alcance do poder de fogo das armas que possuíam. 

Para além dos assassinatos cometidos durante a ditadura pela PIDE, ainda mais seis cidadãos portugueses foram ali assassinados naquele dia por energumenos agentes daquela polícia repressora que apesar de cercada, a saber que o regime fascista havia caído, não tiveram o discernimento de se renderem aos militares de Abril, preferindo derramarem mais sangue de patriotas que simplesmente ali se deslocaram a exigirem a sua prisão e apuramento das responsabilidades dos seus crimes.

Pelas traseiras do edifício sede da PIDE alguns elementos conseguiram fugir. Outros foram intercetados, Na revolução esses passaram a ser identificados por PIDES EM CUECAS - revistados para ser segura a convicção de que não possuíam armamento. 


A complacência errónea dos militares da revolução para com os carrascos da PIDE,  torturadores e assassinos de tantos portugueses, permitiu que muitos deles escapassem sem julgamento. Alguns foram detidos mas a maioria conseguiu fugir para a vizinha Espanha, Brasil e outros países. Nem mesmo os assassinos do general Humberto Delgado sofreram os efeitos justos pelo crime de que foram protagonistas. Afinal, como muito ainda assim consideram, foi uma revolução de cravos e de bananas.

Também os autores dos disparos mortais sobre as derradeiras vítimas da PIDE, na António Maria Cardoso (atrás citado) foram esquecidos, com total ausência de empenho em os identificarem. Até hoje.

A esses, aos seis portugueses que foram ali assassinados, o esquecimento contempla a impunidade assinalada numa placa alusiva numa das paredes do local em que seus corpos caíram baleados, sem vida. Essa mesma placa foi posteriormente roubada e desaparecida nas poeiras da luta contra a repressão daqueles algozes da ditadura salazar/caetano. Da luta contra o fascismo.

Foi implementada, logo em Abril de 1974, a teoria dos bons e dos maus PIDE's (Polícia Internacional e Defesa do Estado), para passado poucos meses todos eles se transformarem em boas pessoas, imensos escriturários "inocentes" ou "inocentes" agentes de fronteiras... A impunidade floresceu e nem a história bem elaborada sobre a hedionda PIDE foi passada às gerações do pós-25 de Abril de 1974. O branqueamento de um dos mais longos períodos  de crimes do estado fascista continua a vigorar.

E assim aconteceu uma revolução florida, dos cravos.

Redação PG | Imagens: Eduardo Gageiro

MULHERES DE ABRIL – antes e depois da revolução


Mulheres de Abril
somos
mãos unidas
juntas formamos
fileiras
decididas
ninguém calará
a nossa
voz 
Maria Teresa Horta

A trilogia fascista: Deus, Pátria e Família guiou a sociedade portuguesa até ao 25 de Abril de 1974

Este desígnio guiava o Estado português, a família portuguesa, os valores e a sociedade de então.

A maioria da população portuguesa era analfabeta, elemento essencial para a submissão e opressão; os direitos eram diminutos para a esmagadora maioria da população, mas para as mulheres eram inexistentes. A fome e a miséria eram generalizadas.

O trabalho fora de casa, era entendido como uma ameaça ao modelo familiar vigente. A independência económica das mulheres era considerada uma ameaça à continuidade da sua subalternidade perante a sociedade e perante a família.

À família cabia, como ainda hoje, um papel importantíssimo de reprodução do modelo vigente e de disseminação dos códigos sociais e de valores da sociedade portuguesa.

O papel da mulher resumia-se a procriar e a respeitar a autoridade máxima exercida pelos homens. Foi um tempo de escuridão, de silenciamentos terríveis, de profundas humilhações.

Durante a ditadura fascista, predominava a ausência de direitos que, no caso das mulheres era total.

As mulheres no trabalho

As mulheres ganhavam menos cerca de 40% que os homens.

A lei do contrato individual do trabalho permitia que o marido pudesse proibir a mulher de trabalhar fora de casa.

Se a mulher exercesse actividades lucrativas sem o consentimento do marido, este podia rescindir o contrato.

A mulher não podia exercer o comércio sem autorização do marido.

As mulheres não tinham acesso às seguintes carreiras: magistratura, diplomática, militar e polícia.

Certas profissões (por ex., enfermeira, hospedeira do ar) implicavam a limitação de direitos, como o direito de casar.

As mulheres na família

O único modelo de família aceite era através do casamento.

A idade mínima do casamento era aos 16 anos para o homem e 14 anos para a mulher;

A mulher, face ao Código Civil, podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento.

O casamento católico era indissolúvel.

Existia a figura do Chefe de Família, ocupado pelo homem que detém o poder marital e paternal. Salvo casos excepcionais, o chefe de família era o administrador dos bens comuns do casal, dos bens próprios da mulher e bens dos filhos menores.

O Código Civil determinava que «pertence à mulher durante a vida em comum, o governo doméstico».

Não eram reconhecidos os filhos fora do casamento (considerados ilegítimos) e não possuíam os mesmos direitos que os filhos nascidos dentro do casamento.

Mães solteiras não tinham qualquer protecção legal.

A mulher tinha legalmente o domicílio do marido e era obrigada a residir com ele.

O marido tinha o direito de abrir a correspondência da mulher.

O Código Penal permitia ao marido matar a mulher em flagrante adultério (e a filha em flagrante corrupção), sofrendo apenas um desterro de seis meses;

Até 1969, a mulher não podia viajar para o estrangeiro sem autorização do marido.

Saúde sexual e reprodutiva

Os médicos da Previdência não estavam autorizados a receitar contraceptivos orais, a não ser a título terapêutico. A mulher não tinha o direito de tomar contraceptivos contra a vontade do marido, pois este podia invocar o facto para fundamentar o pedido de divórcio ou separação judicial.

A publicidade dos contraceptivos era proibida.

O aborto era punido em qualquer circunstância, com pena de prisão de 2 a 8 anos. Estimavam-se os abortos clandestinos em 100 mil/ano, sendo a terceira causa de morte materna.

Cerca de 43% dos partos ocorriam em casa, 17% dos quais sem assistência médica; muitos distritos não tinham maternidade.

Segurança social e equipamentos sociais

O regime de previdência e de assistência social caracterizava-se por fraca cobertura de riscos e prestações sociais e um baixo nível de protecção social. Não existia pensão social, nem subsídio de desemprego.

A pensão paga aos trabalhadores rurais era muito baixa e com diferenciação para mulheres e homens.

Não existia pensão mínima.

As mulheres, particularmente as idosas, tinham uma situação bastante desfavorável.

Em 1973, havia 16 creches oficiais e a totalidade, incluindo as particulares, que cobravam elevadas mensalidades, abrangia apenas 0,8% das crianças até aos 3 anos de idade.

Não existiam escolas pré-primárias públicas e as privadas cobriam apenas 35% das crianças dos 3 aos 6 anos de idade.

Direitos cívicos e políticos

Até final da década de 60, as mulheres só podiam votar quando fossem chefes de família e possuíssem curso médio ou superior.

Em 1968, a lei estabeleceu a igualdade de voto para a Assembleia Nacional de todos os cidadãos que soubessem ler e escrever. O facto de existir uma elevada percentagem de analfabetismo em Portugal, que atingia sobretudo as mulheres, determinava que, em 1973, apenas houvesse 24% dos eleitores recenseados.

No caso de serem chefes de família (por viuvez), as mulheres apenas podiam votar para as Juntas de Freguesia, tendo de apresentar atestado de idoneidade moral.


As portas que Abril abriu... | 25 de Abril de 1974
  
E eis que surge «O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio»
(Sophia de Mello Breyner)

A revolução de Abril de 1974 representou para a população portuguesa, e para as mulheres em Portugal, uma gigantesca transformação social, económica, política e cultural que imprimiu um novo modelo socioeconómico. A consagração de direitos sociais, económicos e políticos imprimiu uma profunda alteração sistémica na sociedade portuguesa: abriram-se as portas, às mulheres, para um lugar digno na sociedade, em igualdade.

Uma revolução na vida das mulheres

O processo revolucionário, a conquista de importantes direitos, a participação, desde o primeiro momento, das mulheres, lado a lado com os homens, na transformação de Portugal, provocou mudanças na sociedade e nos valores.

Uma revolução que construiu um património de direitos transversais que permitiu liquidar discriminações e quebrar séculos de subalternização das mulheres.

As mulheres tomaram nas suas mãos uma vida melhor

Pela primeira vez, as mulheres foram protagonistas da história e contribuíram para a transformação.

Nunca a liberdade foi tão ampla para as mulheres, nunca a sua participação cívica foi tão grande, nunca a igualdade entre mulheres e homens foi tão fecunda, como durante o processo revolucionário, em 1974/75.

Foi a primeira vez que as mulheres tomaram nas suas mãos a construção de uma vida melhor, de um país mais justo, mais igual. E fizeram-no, não numa posição subalterna, mas em igualdade, verdadeira igualdade.

Algumas das principais conquistas

Fixação do salário mínimo nacional (DL 212/74, de 27.05).

Aumento generalizado de salários, garantia de emprego, férias, subsídio de férias e de Natal; diminuição das diferenças salariais, supressão do tratamento legal ou convencional claramente discriminatório.

Abertura às mulheres das carreiras da magistratura judicial e do ministério público e dos quadros de funcionários da justiça (DL 251/74,12.06), carreira diplomática (DL 308/74, de 6.07), a todos os cargos da carreira administrativa local (DL 251/74, de 22.06).

Abolidas todas as restrições baseadas no sexo quanto à capacidade eleitoral dos cidadãos (DL 621-A/74, de 15.11).

Alteração do artigo XXIV da Concordata, passando os casamentos católicos a poder obter o divórcio civil (DL 187/75, de 4.04).

Abolido o direito de o marido abrir a correspondência da mulher (DL 474/76, de 16.06).

Revogadas disposições penais que reduziam penas ou isentavam de crimes os homens, em virtude de as vítimas desses delitos serem as suas mulheres ou filhas (DL 262/75, de 27.05).

Ampliação do período de licença de maternidade para 90 dias (DL 112/76, de 7.02), 60 dos quais teriam de ser gozados após o parto, estando abrangidas todas as trabalhadoras.

Criação das consultas de planeamento familiar nos centros de saúde materno-infantil (Despacho do Secretário de Estado de Saúde, 16.03.76).

Movimento Democrático de Mulheres – MDM | Imagem de topo: Eduardo Gageiro

CANTARES DE ANDARILHO - José Afonso




Com este disco, José Afonso inicia uma fase de transição no percurso estético-musical, encerrado em 1970 com Traz Outro Amigo também. Acompanhado por Rui Pato à viola, Zeca recupera antigas formas musicais e poéticas tradicionais.


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Portugal | 24 HORAS


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Hoje seria uma curiosa data de encerramento. A divisão artificialmente criada à volta da realização da cerimónia do 25 de Abril no Parlamento fez desta data uma arma de arremesso e de viral joguete político.

Compreendamos este triste serviço à democracia no contexto do vírus do cansaço e da inércia. Apesar de diplomas a fio votados em interminável sequência-linha-bingo como se de sortido húngaro se tratasse, a pandemia teve o condão de aliviar clivagens entre partidos, entre Governo e Oposição, moderando os habituais arremessos retóricos entre deputados. Entretanto, neste esforço colectivo para o bem comum, instalou-se o nervosismo da perfídia e da avidez. Como fazer oposição quando o país exige moderação, união reforçada, sentido crítico com confiança nos decisores e os maiores consensos?

Ao contrário do exemplo de responsabilidade da maioria dos partidos com assento parlamentar, alguns encontraram a oportunidade para marcar território em tempos de confinamento e de contenção partidária, admitindo que a Oposição se pode fazer com todas as armas, como se marchassem sem senha para o 24. É difícil compreender como é possível exigir que o mesmo Parlamento que sempre esteve limitado mas aberto com contenção, especiais cuidados e rigor para debater e aprovar as medidas do estado de emergência, deva encerrar categoricamente no momento em que lembramos, com a mesma contenção, especiais cuidados e rigor, o dia da Liberdade. Um puro, mas perigoso, exercício de demagogia.

A demagogia que se aproveita das fragilidades é crime sem castigo mas que deixa marcas. Divisora pelo aproveitamento, tantas vezes joga com o que de mais íntimo mantém as pessoas unidas, sólidas de esperança e com convicções para resistir, viver o presente e fazer futuro. Comparar a cerimónia de homenagem ao 25 de Abril com a impossibilidade colectiva de ver e abraçar familiares e amigos ou com a tristeza ilimitada de alguns por não se terem podido despedir condignamente dos seus entes queridos no momento da morte, é um exercício sabujo que parece querer fotografar a cerimónia da liberdade na Assembleia da República como se de uma festa com bar aberto se tratasse.

O espírito não é de comemoração, muito menos neste tempo. Trata-se de honrar a memória, mais do que nunca, um imperativo dos dias. Apesar de vermos algumas máscaras cirúrgicas a cair, ser contra ou a favor da cerimónia da Revolução no Parlamento não acantona, neste contexto, fascistas e democratas em lados opostos. Não entrincheira ninguém, nem dá lições fáceis de democracia. Mas há uma falta de pudor ilimitado na argumentação de quem pretende encerrar o Parlamento, apelando ao sabor das circunstâncias trágicas individuais para ganhar território político e disso retirar dividendos.

O autor escreve segundo a antiga ortografia

*Músico e jurista

Portugal com mais de 30 mortes por Covid-19 pelo segundo dia seguido


854 o número total de vítimas desde o início da pandemia

O número de mortos por Covid-19 manteve-se acima dos 30, pelo segundo dia consecutivo. Os casos de infetados aumentaram.

Portugal registou 34 mortos por Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 854 o número total de vítimas desde o início da pandemia. Com mais 444 casos detetados, são agora 22797, os doentes afetados pela pandemia em Portugal, segundo os números constantes do boletim da DGS, enviado esta sexta-feira às redações.

Depois de uma semana com um total de mortos diários registados nos 30 ou menos por 24 horas, Portugal voltou, nos últimos dois dias, a números mais elevados, contabilizando 69 vítimas mortais em 48 horas - 35 na quinta-feira e 34 esta sexta-feira.

O número de doentes internados voltou a descer, são agora 1068, menos 27 que os 1095 de quinta-feira, enquanto o número de pessoas nos Cuidados Intensivos, caiu de 204 para 188 (menos 16).

Morreram mais mulheres (428) do que homens (426) e a maioria tinha mais de 80 anos (574), o que equivale a 75,3 % do total de vítimas mortais. A faixa etária imediatamente anterior concentra 22,8% do número de vítimas mortais (174), enquanto entre os 60-69 anos há 75 mortos (9,8%).

Sem qualquer vítima com menos de 39 anos, há nove mortos no escalão entre os 40 e os 49 anos e 22 na faixa etária dos 50 aos 59 (2,89% do total).

A maioria dos 854 mortos de Covid-19 em Portugal ocorreu na região Norte (491 óbitos, mais 16), seguindo-se a região Centro (183, mais quatro) e a região de Lisboa e Vale do Tejo (146, mais 14). O Algarve regista 11 mortos, e os Açores mais dois, para um total de oito, enquanto no Alentejo há uma vítima mortal.

Os dados da DGS precisam que o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus (1271), seguido de Vila Nova de Gaia (1163), Porto (1103), Braga (950), Matosinhos (934), Gondomar (894), Maia (763), Valongo (655), Ovar (534), Sintra (515) e Coimbra, com 368 casos.

Desde o dia 1 de janeiro, registaram-se 227.393 casos suspeitos, dos quais 4.377 aguardam resultado dos testes.

Pandemia já causou cerca de 190 mil mortos a nível mundial

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (quase 50 mil) e mais casos de infeção confirmados (mais de 860 mil).

Seguem-se Itália (25.549 mortos, em quase 190 mil casos), Espanha (22.157 mortos, mais de 213 mil casos), França (21.856 mortos, mais de 158 mil casos) e Reino Unido (18.738 mortos, mais de 138 mil casos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Jornal de Notícias

Portugal "toma boa nota" de reconhecimento de vitória de Sissoco Embaló


O Governo português disse hoje que "toma boa nota" da decisão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de reconhecer Umaro Sissoco Embaló como vencedor das presidenciais da Guiné-Bissau.

Numa nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português instou Umaro Sissoco Embaló a nomear um novo Governo "tendo em conta os resultados das eleições legislativas".

No documento, o executivo português destacou o papel da CEDEAO "nos esforços regionais e internacionais no sentido de uma solução pacífica e inclusiva, promovendo a estabilidade na Guiné-Bissau".

Da mesma forma, o ministério liderado por Augusto Santos Silva exortou os órgãos de soberania guineenses, como o Presidente da República, a Assembleia Nacional Popular, o Governo e os tribunais a "colaborarem para a estabilidade institucional no uso das competências que lhes estão cometidas pela Constituição e no respeito dos princípios e valores do Estado de Direito".

O MNE apontou que Portugal e a Guiné-Bissau têm "uma relação de estreita amizade, solidariedade e cooperação" e que pretende "incrementar esses laços, como uma verdadeira parceria estratégica".

Covid-19: Brasil vive o pior dia e regista mais de 400 mortes


Pandemia já infetou um total de 49.492 pessoas e matou 3.313 no país

O Brasil registou, de quarta para quinta-feira, aquele que foi, até à data, o pior dia no que ao número de mortes provocadas pela pandemia de Covid-19 diz respeito. Houve a lamentar 407 vítimas mortais, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O número é em muito superior ao anterior ao máximo diário (217, fixado no passado dia 17 de abril), e faz com que o registo global de óbitos no país ascenda a 3.313.

Nas últimas 24 horas foram, ainda, detetados 3.735 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, o que também representa um novo recorde diário, e que eleva o número total para 49.492.

Neste momento, 17.533 pessoas permanecem hospitalizadas. Quanto ao número de cidadãos dados como recuperados em território brasileiro é de 25.318.

São Paulo continua, de resto, a ser o estado mais afetado do país, com 16.740 casos confirmados e 1.345 mortes, seguido do Rio de Janeiro, que soma 6.172 casos e 530 mortes.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

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Indonésia suspende todas rotas aéreas e marítimas até início de Junho


Dados oficiais registam 647 mortos e 7.775 infetados pela covid-19

A Indonésia, o país do sudeste asiático com o maior número de mortes por covid-19, suspendeu hoje e até o início de junho todas as rotas aéreas e marítimas, sejam movimentos domésticos ou internacionais.

Aproibição de voos vai permanecer em vigor até 01 de junho, à exceção das viagens especiais destinadas a repatriar indonésios ou permitir que estrangeiros regressem aos seus países, disse a diretora geral da autoridade de aviação, Novie Riyanto Rahardjo.

Em relação ao transporte marítimo, as rotas estão suspensas até 08 de junho.

O Governo indonésio, cujos dados oficiais registam 647 mortos e 7.775 infetados pela covid-19, impôs uma quarentena parcial nos bairros mais afetados de Jacarta e proibiu as tradicionais viagens dos muçulmanos no país durante a celebração do Ramadão, que começou hoje.

Por seu lado, o Governo da vizinha Malásia anunciou a extensão das medidas de contenção em todo o país até 12 de maio, onde 5.603 casos foram detetados, dos quais 95 morreram.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France-Presse, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Reuters

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Casos covid-19 em Timor-Leste aumentam para 24, dos quais dois recuperados


As autoridades de saúde timorenses anunciaram hoje um novo caso da covid-19, o que eleva para 24 o número total de infetados no país desde o início do surto, incluindo dois já recuperados.

Os dados atualizados foram divulgados pelo porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) Sérgio Lobo na conferência de imprensa diária da Sala de Situação, instalada no Centro de Convenções de Díli.

"Temos mais um caso novo confirmado e dois pacientes recuperados", disse, explicando que o novo caso positivo é de um profissional de saúde, está sem sintomas e encontra-se já em isolamento na Clínica de Vera Cruz.

"A família do profissional de saúde está já a ter seguimento pela equipa de vigilância epidemiológica", sublinhou Sérgio Lobo.

No total, as autoridades realizaram já 392 testes, com 347 negativos, entre os quais quatro pacientes que eram considerados suspeitos, mas cujos novos resultados vieram negativos.

Estão atualmente em quarentena um total de 409 pessoas, a maior parte em Díli, entre os quais 23 profissionais de saúde.

Um total de 1695 pessoas terminaram já o período de quarentena.

Notícias ao Minuto | Lusa

África regista 1.298 mortos e 27.427 infetados por Covid-19


O número de mortos provocados pela covid-19 em África subiu para 1.298 nas últimas horas, com 27.427 casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos registados subiu de 1.242 para 1.298 enquanto as infeções aumentaram de 25.937 para 27.427.

O número total de doentes recuperados subiu de 6.534 para 7.474, um aumento superior ao registado nos últimos dias.

O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença com 11.442 casos, 889 mortos e 3.029 doentes recuperados.

Na África Ocidental, há registo de 6.525 infeções, 171 mortos e 1.948 doentes recuperados.

A África Austral contabiliza 89 mortos em 4.234 casos de covid-19 e 1.130 doentes recuperados.

A pandemia afeta 52 dos 55 países e territórios de África, com cinco países -- África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos e Camarões - a concentrarem quase metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

O Egito regista 3.891 infetados e 287 mortos, a África do Sul conta 3.953 doentes infetados e 75 mortos, enquanto Marrocos totaliza 3.568 casos e 155 vítimas mortais e os Camarões contabilizam 49 mortos em 1.401 infetados.

O maior número de vítimas mortais regista-se na Argélia, que contabiliza 407 mortos em 3.007 doentes infetados.

Entre os países africanos lusófonos, Cabo Verde lidera em número de infeções, com 82 casos e um morto.

A Guiné-Bissau contabiliza 52 pessoas infetadas pelo novo coronavírus e Moçambique tem 46 casos declarados da doença.

Angola soma 25 casos confirmados de covid-19 e dois mortos e São Tomé e Príncipe, o último país africano de língua portuguesa a detetar a doença no seu território, regista três casos positivos.

Na Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão confirmados 84 casos positivos de infeção e um morto, segundo o África CDC.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

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Números em Espanha registam quebra com 367 mortos nas últimas 24 horas


Espanha tem já mais de 213 mil infetados

Após quatro dias, o número de mortes diárias em Espanha volta a cair. Nas últimas 24 horas, registaram-se 367 mortes por Covid-19.

Segundo dados do Ministério da Saúde espanhol, o país regista um total de 22.524 de vítimas mortais.

O número total de doentes que recuperaram da doença , esta sexta-feira, é de 92.355., mais 3.105 do que ontem. 

Já o número de infetados é de 219.764,  mais 6.764.

Madrid com 59.199 casos e 7.765 mortos, continua a ser a região mais afetada do país, seguida da Catalunha e de Castela-Mancha.

Consulte aqui  (Notícias ao Minuto) informação mais detalhada sobre a pandemia pelo mundo. 

 Notícias ao Minuto | Imagem:  © Reuters

Covid-19 faz mais de três mil mortos nos EUA nas últimas 24 horas


Os Estados Unidos registaram 3.176 mortos nas últimas 24 horas devido à pandemia da covid-19, um dos piores registos diários no país, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

No total, quase 50 mil pessoas morreram nos Estados Unidos. O número de infetados subiu para mais de 860 mil, depois de terem sido identificados 26.971 novos casos.

No final da semana passada, os Estados Unidos registaram os dois piores balanços diários: mais de 3.800 e de 4.500 mortos. Uma situação que foi justificada em parte devido à adição de mortes "provavelmente ligadas" à covid-19 e que anteriormente não tinham sido levadas em consideração.

O último balanço diário realizado na noite de quinta-feira (madrugada de hoje em Lisboa) é a terceira mais mortal registada num país desde o início da pandemia.

Apesar desta contabilidade, vários estados norte-americanos, como Texas, Vermont e Geórgia, decidiram aliviar as restrições e autorizaram certas empresas a reabrir portas.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 190 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

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