quinta-feira, 25 de junho de 2020

Oposição firme à interferência dos EUA nos assuntos internos da China


Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) por PG*

No dia 17 de junho, horário local, os EUA assinaram e aprovaram o projeto de lei “Política dos Direitos Humanos Uigur 2020”, difamando a situação dos direitos humanos em Xinjiang e atacando a política chinesa sobre a administração da região. O projeto em questão consiste em sabotagem da lei internacional e das normas básicas das relações internacionais. O governo e o povo da China manifestam forte indignação e firme oposição.

Vale lembrar que a questão de Xinjiang não está relacionada com os direitos humanos, etnias e religiões, como alegam os EUA, mas com a luta contra o terrorismo e o separatismo. Desde a década de 1990, forças separatistas, extremistas e terroristas têm estado envolvidas em milhares de incidentes violentos, causando perdas humanas e materiais avultadas, e privando a população local de vários dos seus direitos legítimos.

Para manter a paz e a tranquilidade sociais em Xinjiang, o governo chinês adotou um conjunto de medidas para pôr termo ao extremismo na região. Essas medidas não só são consentâneas com as leis chinesas, como assumem também o compromisso selado com a comunidade na luta contra o terrorismo e o extremismo, em concordância com a missão da ONU de implementar a Estratégia Global contra o Terrorismo e o Plano de Ação para Prevenir o Extremismo Violento. O efeito das medidas adotas pela China é visível: não foi registada a ocorrência de nenhum caso de terrorismo violento nos últimos três anos na Região Autónoma Uigur de Xinjiang. Foram, sim, garantidos os direitos à vida, saúde e desenvolvimento da população de todos os grupos étnicos.

O projeto de lei aprovado por Washington não respeita a realidade. Hoje em dia, povos de todos os grupos étnicos de Xinjiang convivem pacificamente e tranquilamente, sem conflitos religiosos. Em 2019, Xinjiang recebeu mais de 200 milhões de visitantes, atingindo uma taxa de crescimento económico de 6,2%. Em 2020, Xinjiang deverá erradicar a miséria e indigência.

A população uigur em Xinjiang aumentou para 11,65 milhões, ocupando 46,8% da população total da região autónoma. Existem 24 mil mesquitas em Xinjiang, ou seja, para cada 530 muçulmanos há em média uma mesquita.

Na 43ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, os delegados de vários países elogiaram a China por conquistar resultados na luta contra o terrorismo e extremismo em Xinjiang, bem como louvaram o país por manter uma atitude transparente, ao receber mais de 1000 diplomatas, funcionários de organizações internacionais, jornalistas e religiosos de visita à região.

Em 2019, embaixadores de 50 países na sede da ONU em Genebra enviaram uma carta para o presidente do Conselho dos Direitos Humanos da ONU e o alto comissariado para os Direitos Humanos, declarando que a China respeita e garante os direitos humanos na luta contra o terrorismo e extremismo. Durante a reunião da Terceira Comissão da 74ª Assembleia Geral da ONU, mais de 60 países enalteceram a China por obter grandes progressos em relação aos direitos humanos e à administração de Xinjiang, se opondo à intervenção nos assuntos internos do país por razão dos direitos humanos.

O chamado projeto de lei relacionado com Xinjiang pretende vilipendiar as medidas chinesas na luta contra o terrorismo, o separatismo e o extremismo, consistindo num duplo padrão na abordagem ao combate ao terrorismo e à defesa dos direitos humanos. Como todos sabem, os EUA provocaram nos últimos anos conflitos nos países islâmicos como Iraque e Síria, causando a morte de milhões de cidadãos inocentes. Além disso, os EUA vincularam o terrorismo a certos países, regiões e religiões, lançando interdições de viagem a nações cuja maioria populacional é muçulmana.

As pesquisas demonstram que 75% dos muçulmanos adultos nos EUA consideram que existe o fenómeno de discriminação contra a sua religião na sociedade americana, enquanto 69% dos americanos pensam o mesmo. Alguns políticos americanos engendraram sempre farsas por interesses políticos, provando que, ao invés de “defensores dos direitos humanos”, não passam de exibicionistas que ignoram factos, inventam mentiras e renegam a justiça.

A questão de Xinjiang é um assunto interno da China, não prevendo a possibilidade de interferência estrangeira. Instamos que os EUA corrijam imediatamente os seus erros e parem de prejudicar os interesses chineses através da aprovação deste “projeto de lei”. O governo e o povo chineses têm a firme determinação de salvaguardar a soberania, segurança e desenvolvimento do país. A intenção americana de desfazer as relações entre etnias da China é fútil, tal como a ingerência na estabilidade de Xinjiang e a contenção do desenvolvimento do país.   

Diário do Povo Online | Renato Lu, editor


*Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) por PG

Alívio da dívida à China ajuda Angola e Moçambique, diz Fitch Ratings


O jornal económico angolano Expansão noticiou que Angola tinha já acordado com a China um diferimento nos pagamentos de dívida no valor de 21,7 mil milhões de dólares (19,3 mil milhões de euros).

A agência de notação financeira Fitch Ratings considerou esta quinta-feira que o alívio financeiro prometido pela China, na semana passada, a países como Angola e Moçambique, vai aliviar a pressão de liquidez, mas deverá variar consoante o país.

“Os esforços de alívio da dívida à China têm o potencial de aumentar o apoio a vários países emergentes pressionados pelo choque da pandemia da Covid-19”, lê-se num comentário às declarações do Presidente da China, na semana passada, durante o encontro com dirigentes africanos.

O alívio da dívida pode aliviar as pressões de liquidez de curto prazo, particularmente para os países que têm um dívida substancial ligada a entidades chinesas e para as quais há pagamentos este ano”, lê-se na nota a que a Lusa teve acesso, na qual se alerta que “os termos e o impacto do alívio da dívida pela China deverão variar consoante os países”.

Na segunda-feira, o jornal económico angolano Expansão noticiou que Angola tinha já acordado com a China um diferimento nos pagamentos de dívida no valor de 21,7 mil milhões de dólares (19,3 mil milhões de euros), mas não há confirmação oficial por parte do Governo liderado por João Lourenço.

“Em linha com a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), o presidente chinês, Xi Jinping, num discurso no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), indicou que as instituições financeiras chinesas devem reunir-se com os países africanos para delinear acordos sobre empréstimos com garantias soberanas, que a Fitch vê como dívida oficial bilateral”, acrescenta-se no comentário.

A ONGNIZAÇÃO DAS PERIFERIAS


De Rui Peralta, nosso colaborador - atualmente não ativo - vamos recuperar algumas das suas participações no Página Global até ao ano de 2016. É o caso da que apresentamos em seguida, subordinada ao título acima exposto. Afinal, um texto sempre atual: as ONG. (PG)

Rui Peralta, Luanda 

Com a imposição, por parte do FMI, do “Ajustamento Estrutural”, os governos cortaram despesas públicas nos sectores da saúde, educação, assistência a crianças, etc., abrindo as portas para as ONG`s entraram. A privatização da vida económica também significou a ONGnização da economia e da política social. Os empregos e meios de subsistência desapareceram? Eis as ONG`s, uma importante fonte de emprego!

Certamente que nem todas se regem pela mesma bitola. Dos milhões de ONG`s existentes na economia-mundo, algumas fazem um trabalho notável e seria caricato e irrealista pintá-las todas com o mesmo pincel e da mesma cor, ou com ligeiras variações. No entanto, é bom não esquecer e ignorar, que muitas ONG`s são um instrumento para desestabilizar, comprar e infiltrar os movimentos de resistência, exactamente da mesma forma que os accionistas compram acções de empresas, e em seguida tentam controlá-las a partir de dentro. Funcionam como nódulos do sistema nervoso central, os caminhos ao longo dos quais fluem as finanças globais. São transmissores, receptores e amortecedores, um alerta para cada impulso, cuidadosas e suficientemente diplomáticas para não irritar os governos dos seus países de acolhimento (não é por acaso que a Fundação Ford, por exemplo, exige que as organizações que financia assinem um compromisso com essa finalidade).

Servindo como postos de escuta, produzindo relatórios, workshops e outros dados de alimentação de actividade, movimentando-se num elaborado sistema de vigilância, as ONG`s operam no terreno de forma mais ou menos discreta, conforme a sua actividade seja consciente da sua função ou inadvertida (infiltrada). O seu numero numera determinada área é determinado pela conturbação, ou seja, quanto mais conturbada uma área for, maior será a quantidade de ONG`s. 

Um dos focos principais da sua actividade (um dos seus nichos de mercado) é o da “indústria dos direitos humanos”, um discurso cujo objectivo é a utilização dos direitos humanos para actividades de desestabilização politica, recrutamento, vigilância, propaganda e contra-informação, além de permitir uma análise baseada em atrocidades, onde o factor principal é bloqueado. Focam as atrocidades e as violações primárias com o objectivo não de denunciar mas de encobrir as causas. Desta forma contam-se estórias que nos põem com uma lágrima no canto do olho e afastam-nos da História e da realidade do presente.

Também o movimento feminista foi objecto deste discurso. Na década de 60 estes movimentos revelaram incapacidades diversas em acompanhar a radicalização das mulheres no sentido das lutas anti-imperialistas e anticapitalistas. Uma forte corrente do movimento feminista caminhou neste sentido mas muitas outras tendências não o fizeram, deixando o movimento fragilizado e tendente a divisões, o que foi aproveitado, de forma genial, pelas fundações dos oligopólios e pelas ONG´s. A ONGnização do movimento das mulheres fez do feminismo liberal ocidental (a “marca” mais vendida) o porta-estandarte do feminismo. A batalha jogou-se sobre o corpo das mulheres, resumindo-se a posições de liderança, burcas e moda feminina. Para trás ficaram as mulheres trabalhadoras, a luta surda contra o patriarcado no seio da família patriarcal, os direitos no trabalho, o acesso ao mercado, a violência contra a mulher (abordada sempre de forma muito inconsequente e baseada na agressão física, nas marcas no corpo) e outras formas de exploração da mulher.

Para as ONG`s, através do seu discurso anódino, tudo é assunto particular, profissionalizado, de interesse especial. Neste âmbito, o desenvolvimento comunitário, liderança, direitos humanos, saúde, educação, direitos reprodutivos, AIDS, órfãos com AIDS é marcado e encerrado no seu próprio espaço, para melhor ser rentabilizado o financiamento atribuído. Questões sociais como a pobreza, a miséria, a precariedade, tornam-se - através do discurso insalubre do ONGnismo - um problema de identidade (a exemplo do feminismo), como se os pobres não fossem obra da injustiça, mas uma tribo perdida que só se limitou a existir e pode ser resgatada em pouco espaço de tempo por um sistema de alívio à injustiça (administrado pela ONG e pelo seu “activismo”), no âmbito da politicamente correcta “boa governação”.

ONGnizados, os pobres, as mulheres, os trabalhadores, as vítimas da guerra, da fome e da miséria, as vítimas do abuso, as vítimas do desrespeito pelos direitos humanos, assumem o seu lugar nos mercados periféricos da economia-mundo…

MEMÓRIA TRÊS, DUM SEMPRE ACTUAL


Martinho Júnior, Luanda 

Esta é uma série que recorda algumas intervenções de há 15 ou mais anos no ACTUAL, desaparecido semanário de Luanda que tinha como Director o meu companheiro Leopoldo Baio, comigo coautor no livro “Séculos de solidão – da longa noite colonial à democracia multipartidária”.

Naquela altura, Angola perfez 30 anos de independência e preenchiam-se 40 anos, desde a passagem do Che por África!

A saga de Argel ao Cabo da Boa Esperança já se tinha fechado, mesmo assim e até aos nossos dias, a colonização do Sahara mantém-se, como um anátema para a União Africana!

Em África isso significa que, enquanto houver resíduos da natureza do que acontece com a colonização do Sahara pelo Reino de Marrocos, de facto não haverá descolonização mental e a luta, por muito ténue que se possa fazer sentir, vai mesmo continuar, ou nã fosse a própria vida um fenómeno tão dialético! (MJ)

A um passo da grande crise do petróleo


Há dois séculos, ele é o emblema da industrialização e do capitalismo. Suas propriedades são notáveis, mas a lógica de infinitude associada a ele nos projetou em crise ambiental e civilizatória. Substituí-lo exigirá criar outra sociedade

#Escrito em português do Brasil

Juan Arellanes | na Foreign Affairs Latinoamérica | em Outras Palavras |Tradução: Simone Paz | Imagem: Sebastião Salgado

O petróleo bruto, convencional, tornou-se a substância mais decisiva e determinante na evolução da civilização humana. Não há outro recurso que possua a mesma densidade energética por unidade de massa e volume; nenhum é tão versátil e contínuo, nem tão fácil de transportar e armazenar: um litro de diesel contém a energia suficiente para fazer um caminhão de 40 toneladas andar ao longo de três quilômetros. Nenhuma bateria elétrica conseguiria fazer o mesmo.

Movimentar navios porta-contêineres e aviões sem energias fósseis requer converter mais uma vez a eletricidade produzida por fontes renováveis em combustíveis líquidos, o que é ineficiente do ponto de vista energético. Não sabemos produzir eletricidade a partir de fontes renováveis em escala industrial, sem recorrer às máquinas movidas pela energia fóssil. [Na maior parte dos países,] as redes elétricas abastecidas por energias renováveis são intermitentes e não funcionam sem o suporte da eletricidade produzida de forma estável por fontes fósseis. A ideia de estarmos abandonando os combustíveis fósseis e em transição para um mundo de energias renováveis não passa de uma grande ilusão.

EUA podem transferir milhares de soldados da Alemanha para o Pacífico


Os milhares de militares norte-americanos que o governo dos EUA está planeando retirar da Alemanha poderão ser enviados para a região do Pacífico, sugeriu o assessor de Segurança Nacional Robert O’Brien.

No último dia 15, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a intenção de retirar cerca de 9.500 soldados atualmente em serviço na Alemanha, queixando -se das contribuições insatisfatórias de Berlim à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Devido ao país europeu não estar a contribuir financeiramente com o mínimo exigido pelos EUA, que defendem que os seus aliados devem investir pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos com defesa. 

Num artigo publicado no Wall Street Journal no último domingo (21), no entanto, o assessor de Segurança Nacional dos EUA afirmou que o principal motivo para reduzir a presença americana na Alemanha seria a necessidade de aumentar o contingente militar do país noutras regiões, para conter a China e a Rússia.

"Pode-se esperar milhares para se redistribuir para o Indo-Pacífico, onde os EUA mantêm uma presença militar em Guam, Havaí, Alasca e Japão, além de implantações em locais como a Austrália", escreveu o consultor. "Nesse teatro, americanos e aliados enfrentam o desafio geopolítico mais significativo desde o final da Guerra Fria", escreveu O’Brien.

Sputnik | Imagem: © AP Photo / Jens Meyer

*Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) por PG

EUA transferem parte das tropas retiradas da Alemanha para a Polónia, diz Trump


O presidente norte-americano reiterou as suas relações com um dos seus principais aliados na OTAN depois de ter ameaçado retirar parte das tropas dos EUA da Alemanha devido a insatisfações com a política de Berlim.

Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) por PG*

Donald Trump, disse que a Polónia está disposta a pagar pela presença de tropas adicionais dos EUA naquele país, e que os soldados destacados na Alemanha podem ser transferidos para lá.

"Eles [a Polónia] perguntaram-nos se poderíamos enviar mais tropas, e que vão pagar por essas tropas extra, provavelmente vamos transferi-las da Alemanha para a Polónia", disse o presidente na Casa Branca, durante uma entrevista coletiva com o seu homólogo polaco, Andrezj Duda.

Por sua vez, o presidente polaco afirmou que o seu país está preparado para receber mais militares dos EUA, acrescentando que pediu a Trump que não retirasse os seus soldados da Europa por questões de segurança.

UE "preocupada" com a ameaça norte-americana de novas taxas punitivas


A União Europeia manifestou-se hoje "preocupada" com a ameaça dos EUA de aplicar novas taxas punitivas a certos produtos europeus, no quadro do processo de subvenções às construtoras aeronáuticas europeia Airbus e norte-americana Boeing.

Segundo um documento oficial divulgado na noite de terça para quarta-feira, a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, indicou estar a analisar a imposição de taxas suplementares equivalentes a 3.100 milhões de dólares (2.744 milhões de euros) a produtos europeus.

"[A ameaça] cria incerteza às empresas e vai provocar prejuízos económicos inúteis para os dois lados do Atlântico", numa altura em que as corporações estão a tentar ultrapassar as dificuldades criadas pela pandemia de covid-19, explicou o porta-voz do executivo europeu, num comunicado.

"Estamos preocupados uma vez que [as novas taxas] vão além do que está autorizado pela OMC [Organização Mundial do Comércio]", acrescentou.

Que cesse a farsa da guerra contra o narcotráfico


Iván Márquez [*]

A maior fábrica de mentiras do mundo é a Casa Branca dos Estados Unidos. O "cartel de los soles" é só um nome chamativo para enganar incautos. Não existe. Qual é a sua estrutura? Quem são os integrantes do famoso cartel? Isso é uma invenção envenenada saída da poderosa fábrica de fakes new e de desinformação manipulada por Washington. A vinculação dos negociadores de paz das FARC-EP, Iván Márquez e Jesús Santrich a uma organização nebulosa, utilizada para justificar a injusta agressão dos Estados Unidos à Venezuela, deve ser classificada como infame. Rememora a injustiça contra Simón Trinidad. Que cartel de los soles nem que caralho! Deixem que a verdade pura e limpa abra suas asas e voe livre, para que o mundo possa ver a implosão de uma mentira lançada ao vento.

A guerra contra as drogas é um fracasso e uma fraude. Jesse Ventura, ex-governador de Minnesota, denunciou há anos que a DEA e a CIA financiam a desestabilização de governos democráticos e soberanos com dinheiros do narcotráfico. E fazem-no porque consideram improvável, por ser imoral, a aprovação pelo Congresso de recursos destinados a uma causa tão horrível quanto inapresentável. Essas agências sabem também que jamais obteriam a aprovação do povo dos Estados Unidos para propósitos tão sujos. Isso explica porque na grande nação do norte não existe uma perseguição coerente à máfia da distribuição de cocaína, que é o que finamente se revela com os exorbitantes lucros do negócio.

A postura do governo de Washington contra o narcotráfico é totalmente hipócrita. É cega ou finge sê-lo quando as condutas delituosas contribuem para reforçar sua ambição de predomínio.

Portugal | Orçamento suplementar para 2020, mais uma falácia do governo


O orçamento suplementar para 2020 nem promove o crescimento económico e o emprego nem reforça o Serviço Nacional de Saúde

Diz o governo que este Orçamento suplementar é um orçamento de fortalecimento do SNS e de recuperação da economia, e que não é um orçamento de austeridade. A realidade desmente essa afirmação.

A redução de receitas é à conta da quebra do IRC. Para os trabalhadores a austeridade fiscal continua apesar de uma quebra brutal nos rendimentos do trabalho.

O acréscimo no investimento público é insignificante, e uma parcela dele será cativado (João Leão é especialista nisso).

A despesa prevista para um SNS extremamente enfraquecido não permite a recuperação do enorme número de cirurgias, consultas, exames que se deixaram de se fazer porque os meios (profissionais e equipamentos) que dispunha o SNS já eram insuficientes, tendo sido mobilizados para enfrentar a crise de saúde pública causada pelo COVID 19, e parte deles ainda se encontram mobilizados para esse fim.


Portugal | A “funcionalização” dos militares


Independentemente da opinião de cada um sobre a função militar e os estatutos que a regulam, a realidade é que aos militares se aplica um regime de excepcionalidade que está vertido na legislação.

AbrilAbril | editorial

A Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes confirmou na Comissão Parlamentar de Defesa a penalização, nos respectivos vencimentos, dos militares que requeiram a aplicação da licença para «assistência inadiável a filho ou outro dependente a cargo menor de 12 anos». Questionada de novo pelo deputado António Filipe, a governante justificou a decisão invocando a aplicação aos militares das leis gerais, nomeadamente do Código do Trabalho, sublinhando fazer todo o sentido que assim seja.

Pelo contrário, faz todo o sentido que assim não seja. Isto é, independentemente da opinião de cada um sobre a função militar e os estatutos que a regulam, seja o da Condição Militar ou o EMFAR, a realidade é que aos militares se aplica um regime de excepcionalidade que está vertido na legislação. Sejamos claros: se querem aplicar aos militares o «estatuto de funcionário público», então têm de assumir a alteração da legislação.

As leis, nomeadamente a Constituição da República, por um lado, provocam restrições nos seus direitos, designadamente de cidadania, e, por outro, impõem-lhes a «permanente disponibilidade para o serviço, ainda que com sacrifício dos interesses pessoais» e «da própria vida».

O estatuto de militar não é comparável ao de outros trabalhadores, designadamente da administração pública, não usufruindo dos seus direitos, nomeadamente quanto a horário de trabalho, horas extraordinárias ou sindicalização.

Ora, do que se trata com esta decisão anunciada pela secretária de Estado é da aplicação, aos militares, de dois pesos e duas medidas: gozam dos deveres dos outros trabalhadores mas não dos seus direitos. E, porque as Forças Armadas perderam na última década cerca de 25% dos seus efectivos e estão hoje confrontadas com um problema de recrutamento e retenção dos seus profissionais, não é boa política andar a «vender gato por lebre».

De nada valerá ao Governo, na perspectiva de resolver o problema, por exemplo, alargar ao Exército e à Força Aérea o quadro permanente de praças já existente na Armada se não lhes quiser pagar, devidamente.

O problema dos efectivos militares resolve-se, sobretudo, com dinheiro e com verdade. Ao recrutar os jovens para a carreira militar, no quadro permanente ou em regime de contrato, tem de se lhes dizer que estatuto se aplica, o militar ou da função pública, e que função vão desempenhar: militar, polícia ou bombeiro. Todas as profissões são, obviamente, dignas, mas quem escolhe uma carreira tem o direito de saber ao que vai!

Imagem: Aos militares estão a ser aplicados dois pesos e duas medidas | João Relvas / Lusa

Protestos em Cochabamba contra detenção de jovens dirigentes bolivianos


Centenas de pessoas manifestaram-se na terça-feira (23) para exigir a libertação de 3 apoiantes do MAS e membros da Coordenadora Popular para a Defesa da Democracia e a Vida da Zona Sul de Cochabamba.

Os protestos ocorreram nos bairros populares e operários de Cochabamba, como K'ara K'ara, depois de a Polícia boliviana ter detido três dirigentes juvenis da Coordenadora Popular para a Defesa da Democracia e a Vida da Zona Sul de Cochabamba (cidade no Centro da Bolívia), informa a TeleSur.

Os jovens, identificados como Osvaldo Gareca, Remmy Fernández e Lucy Escobar – esta última candidata ao Senado pelo Movimento para o Socialismo (MAS) –, foram presos quando traziam um camião com comida e equipamento de bio-segurança para os habitantes do Trópico de Cochabamba, uma região localizada no Centro do país, entre os Andes e as planícies amazónicas, onde o MAS tem forte apoio e onde a população está a sofrer o impacto da pandemia de Covid-19, em parte devido ao abandono do governo golpista de Jeanine Áñez.

«Com as novas detenções, o governo de facto mostra que está mais preocupado com a política que com a vida. Os irmãos Lucy Sara Escobar, Remmy Fernández e Osvaldo Gareca levavam ajuda humanitária e material de bio-segurança para o Trópico para enfrentar a pandemia», escreveu na sua conta de Twitter o ex-presidente boliviano Evo Morales.

Nas ruas de Cochabamba, as pessoas insurgiram-se contra as detenções e exigiram às autoridades golpistas a sua libertação imediata. «Até quando vai existir perseguição? Os companheiros têm de ser libertados; vamos continuar a exigir os direitos», afirmou uma dirigente boliviana, não identificada, à TeleSur.

De acordo com a Kawsachun News, os três dirigentes de esquerda serão acusados de «terrorismo e sedição» por terem participado numa acção de protesto em que exigiram a demissão de Áñez.

A mesma fonte revela que os apoiantes do MAS e a candidata a senadora foram levados para La Paz para serem julgados. O seu advogado disse que deixou de ter contacto com eles.

Desde o que foi consumado o golpe de Estado na Bolívia, com o apoio dos Estados Unidos, o governo golpista de Jeanine Áñez tem sido frequentemente acusado de ameaçar e perseguir dirigentes e activistas de esquerda.

AbrilAbril | Imagem: La Razón

Trabalhadores organizados recuperam empresas em dificuldades na Venezuela


O Exército Produtivo Operário (EPO) é um movimento com 2270 membros a nível nacional e conta no seu currículo com a reactivação de 14 grandes empresas, num contexto marcado pelo cerco económico dos EUA.

O EPO é um movimento social, surgido em 2014, composto por trabalhadores venezuelanos que decidiram unir-se para recuperar, com o seu trabalho voluntário, diversas empresas em dificuldades ou paradas, numa conjuntura económica marcada pela falta de peças e materiais, como consequência do bloqueio norte-americano e dos vários processos de desestabilização política a nível interno – também com «ajuda» dos EUA, de países europeus e sul-americanos.

Uma reportagem da RT, da autoria da jornalista Jessica Dos Santos, revela que o grupo, com 2270 membros em todos os estados do país, se define como «um exército não convencional para vencer uma guerra não convencional».

Depois de os trabalhadores das empresas com problemas entrarem em contacto com o EPO, os membros mais indicados para a situação (dependendo da área a tratar e da localização geográfica) deslocam-se até à empresa para «fazer um levantamento dos pontos críticos».

O relatório é feito através de entrevistas aos gerentes e aos trabalhadores, «a par do diagnóstico do próprio Exército», aponta Sergio Requena, membro do movimento. Com um panorama claro e um acordo alcançado entre as partes, os especialistas do EPO põem mãos à obra, dando início às chamadas «Batalhas Produtivas Operárias», que duram de cinco dias a uma semana, embora tudo dependa do processo concreto e da entidade em que a intervenção decorre.

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