terça-feira, 30 de junho de 2020

“Nova” forma de exploração da América Latina


Como a revolução tecnológica economiza trabalho, já não interessa a países imperialistas industrializar a periferia. Nessa lógica, cabe a Brasil, Argentina e México reduzir-se a fornecedores agrícolas e minerais. É deste destino que precisamos escapar

José Raimundo Trindade, no A Terra é Redonda | em Outras Palavras

A economia mundial capitalista tem o caráter de desenvolvimento desigual e combinado[i], o que se materializa em um padrão internacional de divisão do trabalho na qual a economia mundial se divide em três grandes zonas de soberania e de arranjos tecnológicos, geopolíticos e de controle financeiro: o centro, a semiperiferia e a periferia, sendo que essa divisão aparece funcional para garantir a apropriação de mais-valor pelos centros e novos-centros, permitindo o acumulo do poder econômico nas regiões de liderança tecnológica, militar e financeira e o subdesenvolvimento (em condições de dependência) nas regiões de menor progresso tecnológico, subordinação geopolítica e financeira.

A expansão mundial do capital e a configuração do capitalismo enquanto economia-mundo se processa desigualmente em termos territoriais, não havendo “convergência” como processo econômico, mas o estabelecimento de diferentes hierarquias geoeconômicas, em conformidade a referida dinâmica de desenvolvimento desigual e combinado. A economia mundial se estabelece, portanto enquanto diversos circuitos reprodutivos de capital superpostos e integrados, sendo que essa relação é o que constitui a lógica imperialista, por um lado, e de dependência por outro. O que se denomina de soberania nacional deve ser entendido como o maior ou menor grau de autonomia nacional em relação a quatro eixos centrais: tecnológico, financeiro, geopolítico e de reprodução social das populações.

A América Latina está na região espacial periférica de proximidade dos EUA, sendo que em função disso a soberania dos Estados nacionais latino-americanos é extremamente frágil nos quatro pontos centrais que constituem ou determinam a soberania nacional enquanto ordem de poder na divisão internacional do trabalho:

i) Quanto a capacidade de domínio tecnológico e de controle sobre os principais segmentos da reprodução técnica do capital. Neste aspecto, tanto a dependência de plantas industriais transplantadas, quanto pelo fato da não neutralidade da tecnologia e de sua razão antropocêntrica, observa-se uma série de consequências negativas às sociedades latino-americanas, inclusive os aspectos de formação de uma gigantesca superpopulação relativa e as consequências de bolsões de pobreza, desocupação e informalidade[ii].

ii) A maior ou menor influência sobre o circuito financeiro internacional, e como se estabelecem as condições de controle nacional sobre seu sistema de crédito e base monetária, componente de soberania financeira. Este fator implica a capacidade, em termos de moeda nacional, de conseguir fazer tanto as trocas comerciais internacionais tendo como base sua moeda nacional, como também o controle sobre os fluxos de capitais (Investimento Externo Direto) e as consequentes transferências de rendas (lucros e juros) para os países centrais, no caso da América Latina centralmente para os EUA[iii].

iii) O controle geopolítico do território e a capacidade de intervenção extraterritorial. Aqui três elementos se integram: de um lado o poder militar autônomo que apresenta maior ou menor capacidade de dissuasão de ofensivas de outros Estados beligerantes, o uso autônomo e soberano do território em conformidade aos interesses de um projeto nacional e, por fim, a capacidade de arbítrio e influência na ordem de decisão multilateral internacional. A América Latina apresenta enorme dependência e subordinação neste aspecto, seja pela incapacidade de se colocar nos acordos multilaterais internacionais, seja pela própria gestão dos seus territórios, em grande medida sujeitos a intervenção do poder imperial estadunidense [iv].

iv) Por fim, mais central e de grande consequência, os fatores de ordenamento social considerando a qualidade econômica, educacional e de saúde da população, o exercício da cidadania enquanto poder de organização e convívio coletivo, o poder de exercício de interação democrática nas decisões do Estado.

Maduro anuncia expulsão da embaixadora da UE na Venezuela


O presidente da Venezuela deu um prazo de 72 horas à embaixadora da UE, Isabel Brilhante, para abandonar o país, tendo em conta aquilo que classificou como «acções intervencionistas» do organismo europeu.

Durante a entrega, esta segunda-feira, do Prémio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, no Palácio de Miraflores (sede do governo), o chefe de Estado exigiu aos funcionários da União Europeia (UE) que se livrem da tradição colonial e supremacista com que pretendem agredir os povos livres e soberanos.

«Nós, na Venezuela, falamos-lhes de forma clara e dura. Já basta de colonialismo europeu contra o nosso país», afirmou Nicolás Maduro, sublinhando que a UE fracassou na tentativa de manter uma ingerência permanente nos assuntos internos do país sul-americano, informa a VTV.

Maduro disse que funcionários da UE se reuniram esta segunda-feira para analisar a situação no país sul-americano e decretar sanções contra diversos cidadãos venezulanos, de algumas instituições. «Vamos pôr as nossas coisas com a UE em ordem; se não nos querem, vão-se embora; se não respeitam a Venezuela, vão-se embora», sublinhou o chefe de Estado.

Anunciou ainda que irá adoptar acções diplomáticas contra o embaixador espanhol em Caracas pela sua participação na incursão terrorista contra o país caribenho. «A Embaixada de Espanha na Venezuela foi cúmplice do terrorista Leopoldo López na organização do plano de uma incursão armada para me assassinar», denunciou.

Nicolás Maduro referiu também que, «se os governos supremacistas pudessem mandar os seus barcos de guerra para conquistar a Venezuela e evitar as eleições, fá-lo-iam. «Mas não podem porque este mundo multipolar não os deixaria», frisou.

Descolonização mental é prova de vida e de amor pela humanidade!



A IIIª Guerra Mundial a todo o transe procura fazer subsistir a barbárie colonial!... Instrumentalizar mentalmente essa barbárie é um sustentáculo da afirmação da essência do império da hegemonia unipolar!

Por essa razão os parâmetros de guerra psicológica “soft power”, de “baixa intensidade” e com fluxos “transversais” que têm tudo a ver com os processos capitalistas de estratificação social, são mantidos numa tónica neoliberal constante, sempre sobre a mesa mental dos povos e promovendo a obediente reinterpretação da história segundo os cânones e os padrões do domínio, desde o dia 9 de Maio de 1945, precisamente desde a mesma data em que terminou a IIª Guerra Mundial e se iniciou a instalação do ECHELON!

A aristocracia financeira mundial nessa vocação, providenciou reaproveitamentos por que precisava de multiplicar as “correias de transmissão” avassaladas que garantem a contínua expansão capitalista global e por isso agenciou classes sociais (como por exemplo as oligarquias nacional-colonialistas da América) e apropriadas instituições inerentes ao “estado profundo” como o Pentágono, a CIA, a NATO, o ECHELON, o UKUSA, entre outros similares, assim como a panóplia de suas tentaculares conexões na base sociocultural típica das correntes anglo-saxónicas, em função do propositadamente desaparecido império colonial britânico! (https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Seguran%C3%A7a_UK-USA).

O Google, o Facebook e outros que foram surgindo após a instalação do ECHELON, exploram essas raízes na superestrutura comunicacional e os poderes de infraestrutura têm sido ampliados desde logo via Pentágono, em todos os continentes, graças às novas tecnologias à mão dos expedientes dominantes e a ele filiados!…

Aproveitando a pandemia em curso, o Facebook assalta agora África com o manancial dos seus estímulos condicionados de natureza emocional, em reforço naturalmente do papel do AFRICOM!... (https://www.voltairenet.org/article210246.html).

Em África, o AFRICOM tem preenchido uma rede de discretas iniciativas comunicacionais para além da tradicionalmente presente USAID, de forma a estabelecer pontes que são autênticas amarras na direcção de todos os estados do continente!

No outro lado do Atlântico, entre essas tentaculares conexões, ainda a título de exemplo, existe um “serviço” que “penetra”, com todo o impacto de consequências, na Presidência do Brasil (um ds els mais fágeis que, a par da África do Sul compõem os BRICS), por via da Agência Brasileira de Inteligência, ABIN: o Sistema de Vigilância da Amazónia, SIVAM, o que prova que os exercícios de Lula e Dilma, ao manterem “a raposa no galinheiro”, acabaram também por ser cúmplices do seu próprio derrube, como da “apropriada” instalação do Bolsonaro fascista-colonial no poder!... (https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_Vigil%C3%A2ncia_da_Amaz%C3%B4nia).

A coisa foi de tal ordem, que a Raytheon, a empresa estado-unidense que forneceu todos s equipamentos (“TECHINT”) para o SIVAM, tem simultaneamente a ver, a partir do nó de Miami, com alguns dos financiamentos, vínculos, acções e obras da Odebrecht! (https://www.odebrecht.com/pt-br/comunicacao/releases/odebrecht-consolida-sua-atuacao-nos-estados-unidoshttps://www.odebrecht.com/en/businesses).

O carácter endémico da própria Organização das Nações Unidas, sucessora da Sociedade das Nações (https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_das_Na%C3%A7%C3%B5es), tem sido mantido praticamente imutável, apesar das muitas vozes que se têm levantado na tentativa, até agora vã, de alterar a sua estrutura em proveito de toda a humanidade, ao invés de ficar presa ao labirinto próprio da barbárie do império da hegemonia unipolar!...

As alienações de toda a ordem (desde logo com impactos antropológico-culturais), as premeditadas ilusões (entre elas a visão dos Estados Unidos como se duma exclusivista “terra-prometida” se tratasse), a mentira (quantas vezes tocando as raias da vulgaridade para que mentalmente os cérebros permaneçam em estado de prostração-formatação-hibernação), o consumismo (que prende os recursos-migalhas da multidão aos pressupostos industriais e das novas tecnologias geradas pelo sistema de poder dominante do império), são recursos inestimáveis para o modelo da globalização imperial!

Em pleno século XXI, nada melhor que Franz Fanon para que alguma vez, ou duma vez por todas, haja civilização com descolonização mental enquanto prova de vida e de amor pela humanidade!

Outros se lhe podem seguir, a partir do seu exemplo mental!…

Angola | Papistas democratas

Víctor Silva | Jornal de Angola | opinião

O exercício da liberdade de expressão, além de outras liberdades, tem sido uma marca do actual ciclo político, respeitando-se principios básicos de um Estado de Direito Democrático, cujos alicercers estão a ser consolidados entre o emaranhar de problemas financeiros, económicos e sociais que o país conhece.

São problemas reais, que afectam as pessoas, as familias, as empresas e que, em alguns casos, levantam a incredibilidade pela diferença entre o potencial de riqueza e a vida dificil que a maioria dos angolanos leva.

Problemas que merecem a máxima atenção de todos, independentemente das opções políticas ou quaisquer outras, porque só unidos conseguir-se-á encontrar a sua solução, mesmo que os recursos não abundem, como é o caso.

A pandemia do novo coronavírus veio acentuar uma crise que já se estava a reflectir ao nível da economia e das finanças, retraindo uma série de iniciativas e medidas que estavam em marcha para lhes fazer face num horizonte de tempo definido, apesar das variáveis fora do controlo interno. Com a crise sanitária aberta com a Covid-19 muitos planos estão congelados dada a imprevisibilidade do avanço entre nós da peste e das medidas que entretanto tiveram de ser adoptadas para impedir males maiores, como as cercas sanitárias nacionais e a Luanda e as limitações impostas pelo Estado de calamidade pública
.

Nota-se, e disso tem-se dado estampa, um esforço assinalável da parte de muitos empresários, nos mais variados ramos e sectores, em manter acesa a esperança da possibilidade da produção nacional ir substituindo as importações, o que, como é evidente, não passa apenas pelo aumento da produção, para o qual são necessários estímulos que nem sempre chegam no momento certo, aos beneficiários certos e nas quantidades ajustadas. O excesso de burocracia e outros males herdados do passado recente impedem que os prometidos apoios cheguem efectivamente a quem deles precisa, impondo-lhes obstáculos que geralmente acabam no condicionamento ao suborno e a partilha do que ainda nem se produziu.

Jovens propõem soluções para a Angola pós-Covid


A juventude angolana debate-se com muitas dificuldades, desde o desemprego à habitação. Associações e jovens ouvidos pela DW África apontam caminhos para a resolução dos seus problemas.

Manter os jovens ocupados é uma questão essencial para Mauro Mendes, secretário-executivo provincial de Luanda do Grémio Juvenil de Angola (GREJA), no planeamento do contexto pós-Covid-19 no país.

"Criaremos estratégias para satisfazer as necessidades dos jovens, criando encontros de reflexão e a materialização de projetos sociais para manter os jovens ocupados", afirma.

Este é o caminho que as organizações terão de percorrer para ajudar na resolução dos problemas da juventude, considera Mauro Mendes.

A juventude é a maior franja da sociedade angolana. Segundo os últimos dados do Censo Geral de Habitação e População, realizado em 2014, mais de 60% da população em Angola é jovem.

Fazer cumprir as leis para a Educação

A faixa etária debate-se com vários problemas, como o acesso ao sistema de ensino. Este ano, houve mais de 30 mil candidatos para cerca de 5 mil vagas disponíveis da Universidade Agostinho Neto, uma das instituições do ensino superior público do país.

"Teremos de pressionar o Governo a fazer cumprir aquelas que são as recomendações do forúm internacional sobre educação realizado no Senegal", diz Francisco Teixeira, responsável do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA). No fórum, realizado em abril do ano 2000, "Angola assumiu que deveria atribuir dois dígitos para o sector da educação", lembra.

Além dos problemas de acesso às instituições de ensino, a juventude também tem dificuldades em deslocar-se para frequentar as aulas. Angola regista escassez de transportes públicos como autocarros e comboios. O MEA, explica Francisco, vai também pressionar o Estado, através do Ministério dos Transportes, a implementar o passe do estudante, uma luta que leva anos.

"A questão dos transportes públicos para os estudantes está na lei base da Educação. Depois da Covid-19, vamos voltar a fazer pressão para se fazer cumprir a lei", garante.

Jornalista da Carta de Moçambique libertado após detenção "humilhante"


Omardine Omar da Carta de Moçambique relata à DW a detenção "ilegal" e violenta a que foi submetido quando estava a exercer funções investigativas. O jornalista, libertado neste domingo, é acusado de desobediência civil.

O jornalista Omardine Omar, do jornal digital Carta de Moçambique, foi libertado no domingo (28.06), após ficar três dias detido, primeiro na sétima esquadra da PRM em Maputo e posteriormente na cadeia central de Maputo. Durante esse período esteve isolado de tudo, sem ser ouvido e sem direito a advogado.

A detenção ocorreu na avenida Emília Dausse, região do Alto Maé, área central da capital moçambicana quando estava a executar um trabalho jornalístico. À DW África, o jornalista diz ter sido agredido e depois detido, sem justificação.

Esta terça-feira (30.06), Omardine Omar vai a julgamento acusado de desobediência civil, supostamente por ter violado o estado de emergência. O jornalista diz que é provável que processe os policias envolvidos na detenção que chama de "ilegal” e exigir a reparação de danos morais e materiais.

Esta situação não é caso único. Moçambique apresenta um ambiente de considerável pressão para o exercício do jornalismo. Ainda neste mês, os jornalistas Paulino Vilankulo e Yassin Vilankulo, da estação online Vilankulo Televisão (VTV), foram detidos e tiveram material confiscado quando reportavam um acidente de viação naquele distrito.

FMI prevê maior recessão em todos os PALOP com exceção de Moçambique


O FMI piorou esta segunda-feira (29.06) as previsões de crescimento para todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, agravando a recessão em todos. Mas há uma exceção: Moçambique deverá crescer 1,2% este ano.

Moçambique deverá ser o único dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) a manter um crescimento positivo. Deverá crescer 1,2% este ano, apesar da pandemia da Covid-19.

A afirmação é do Fundo Monetário Internacional (FMI) e consta no relatório de atualização das Previsões Económicas para a África subsaariana, divulgadas esta segunda-feira (29.06) em Washington nos Estados Unidos.

Mas ainda assim a expansão da atividade económica foi revista em baixa: de 2,2% para 1,4% este ano, e de 4,7% para 4,2% em 2021. Segundo o relatório, os restantes países lusófonos estarão todos numa recessão mais profunda este ano do que se previa em abril.

Destaque para a Guiné Equatorial, que deverá enfrentar um crescimento negativo de 8,1%, mas recuperando para terreno positivo já no próximo ano, com uma expansão de 2,5%, segundo as previsões do FMI.

PM timorense mantém objetivo de criar 300 mil empregos na legislatura


Díli, 29 jun 2020 (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense mantém o objetivo de criar 300 mil empregos durante a atual legislatura, que termina em 2023, e o crescimento económico a 7% por ano, segundo as linhas orientadoras do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2020.

Esses dois objetivos fazem parte de um novo livro com as "linhas de orientação para elaboração da proposta do Orçamento 2020-2023", preparado pelo gabinete de Taur Matan Ruak este mês e que serve de guia à preparação das contas pública deste ano.

Timor-Leste está em duodécimos desde 01 de janeiro, registou uma contração económica em 2018 devido à crise política no país e uma ligeira recuperação no ano passado, devendo, devido à pandemia da covid-19, terminar 2020 com novo recuo do PIB nacional.

O Governo está agora a preparar uma nova proposta de OGE para este ano -- a primeira foi chumbada em janeiro no parlamento -, que deverá ser submetida ao parlamento, segundo o primeiro-ministro, em setembro.

Timor-Leste não deve 'cantar vitória' e tem que continuar vigilante -- PM


Díli, 30 jun 2020 (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense disse hoje que Timor-Leste não deve "cantar vitória" apesar de estar atualmente sem casos ativos da covid-19 e que é importante continuar vigilante e cumprir as regras das autoridades de saúde.

"Não é tempo de cantar vitória. Enquanto não houver cura ou vacina, temos que continuar vigilantes", afirmou Taur Matan Ruak.

"Temos que continuar a esperar o melhor, mas a preparar-nos para o pior e não se pode cantar vitória antes do tempo", afirmou.

Taur Matan Ruak falava na cerimónia de transferência para o Ministério da Saúde timorense das competências de coordenação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), criado para gerir a resposta à pandemia da covid-19 durante o estado de emergência, que terminou na sexta-feira.

Este encontro "não de festa nem a marcar o fim da doença", mas devolve ao Ministério da Saúde a responsabilidade da resposta à doença, especialmente no que toca aos preparativos do sistema de saúde.

Em relação "à sorte" de Timor-Leste ter registado poucos casos e estar agora livre de doentes infetados, Taur Matan Ruak referiu-se às "opiniões contrárias" sobre se o Governo devia ter estendido, ou não, o estado de emergência durante três meses.

Uma oportunidade para o Governo "preparar recursos e preparar medidas de prevenção e os próprios cidadãos", especialmente a pensar no momento atual, em que começa a haver algum regresso à normalidade, reiterou.

Mais de sete mil contratos não renovados ou cancelados em Macau em quatro meses


Macau, China, 30 jun 2020 (Lusa) - Mais de sete mil contratos foram cancelados ou não renovados em Macau desde fevereiro até maio, avançaram hoje à Lusa as autoridades.

Desde que se fez sentir o impacto económico em Macau, em especial com o encerramento temporário dos casinos em fevereiro, e até maio, foram "canceladas 2.141 permissões de emprego para trabalhadores não residentes", indicou a Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), em resposta à Lusa.

Por outro lado, avançou a DSAL, "um total de 5.064 permissões de emprego não foram renovadas", isto apesar de o Governo ter decidido utilizar 38,95 mil milhões de patacas (4,5 mil milhões de euros) da reserva especial para responder ao impacto económico originado pela pandemia da covid-19.

Entre fevereiro e maio, recordou a DSAL, segundo os dados divulgados na sexta-feira pela Polícia de Segurança Pública, houve uma redução de 2.103 trabalhadores não residentes no território.

A DSAL justificou ainda que "o princípio básico da política de importação de mão de obra do Governo é garantir que o emprego prioritário dos trabalhadores locais e os direitos do trabalho não sejam danificados".

A contratação de mão de obra não local "apenas complementa os recursos humanos locais", sublinhou.

Hong Kong | Ativistas abandonam partido associado à causa independentista


Hong Kong, China, 30 jun 2020 (Lusa) - Vários ativistas proeminentes de Hong Kong anunciaram hoje que abandonaram o partido Demosisto, associado à causa independentista do território, minutos depois de ter sido noticiado que Pequim ratificara a controversa lei de segurança nacional.

Demosisto é uma organização política fundada em 2016 por Wong, Chow e Law, líderes estudantis que desempenharam um papel fundamental na chamada "Revolução dos Guarda-Chuvas", os protestos pró-democracia que Hong Kong viveu durante quase 80 dias em 2014.

"Um destino fatídico é nos apresentado, dificuldades pessoais são imprevisíveis e temos de as enfrentar com coragem. Anuncio a minha renúncia como secretário-geral do Demosisto e a minha partida do Demosisto. Realizarei o meu protesto a título pessoal", garantiu nas redes sociais o ativista Joshua Wong, falando mesmo no início de um "reinado de terror".

Mensagens semelhantes a anunciar a saída foram publicadas também por Nathan Law e Agnes Chow, membros fundadores da mesma organização política.

China confirma aprovação de lei de segurança nacional de Hong Kong


Pequim, 30 jun 2020 (Lusa) - A China confirmou que aprovou hoje a controversa lei de segurança nacional que permitirá às autoridades chinesas combater atividade "subversiva e secessionista" em Hong Kong, provocando receios de que reduzirá as liberdades na região semiautónoma.

Tam Yiu-Chung, o único representante de Hong Kong no Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, confirmou hoje que a lei foi aprovada.

O responsável não avançou mais detalhes, limitando-se a dizer que a pena de morte não consta entre punições por "atos de secessão, subversão, terrorismo e conspiração com forças estrangeiras para comprometer a segurança nacional".
Não se sabe se a lei poderá ser aplicada retroativamente.

"Esperamos que a lei sirva como um obstáculo para impedir que as pessoas causem problemas e que não permita que Hong Kong seja usada como ferramenta para dividir o país", disse Tam, em conferência de imprensa.

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