quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Outra Hiroshima aproxima-se — se não a travarmos já

#Publicado em português do Brasil
Hiroshima e Nagasaki foram actos de assassínio em massa premeditados que deram início a uma arma de criminalidade intrínseca. Foram justificados por mentiras que constituem o fundamento da propaganda de guerra dos EUA no século XXI, lançando um novo inimigo e alvo – a China.

John Pilger [*]

Quando em 1967 fui pela primeira vez a Hiroshima, a sombra sobre os degraus ainda estava ali. Era uma impressão quase perfeita de um ser humano em descanso: pernas estendidas, cabeça inclinada, uma mão ao seu lado enquanto aguardava a abertura de um banco.

Às oito e um quarto na manhã de 6 de Agosto de 1945, ela e a sua silhueta foram queimadas no granito.

Olhei para a sombra durante uma hora ou mais, depois desci até ao rio onde os sobreviventes ainda viviam em barracas.

Encontrei um homem chamado Yukio, cujo tórax fora gravado com o padrão da camisa que estava a usar quando a bomba atómica foi lançada.

Ele descreveu um enorme clarão sobre a cidade, "uma luz azulada, algo como um curto-circuito eléctrico", após o qual o vento soprou como um tornado e caiu chuva negra. "Fui atirado ao chão e reparei que apenas os caules das minhas flores tinham ficado. Tudo estava parado e silencioso e, quando me levantei, havia pessoas nuas, sem nada dizer. Algumas delas não tinham pele nem cabelo. Eu tinha a certeza de estar morto".

Nove anos mais tarde, voltei a procurá-lo e ele havia morrido de leucemia.

Só um repórter, Wilfred Burchett, um australiano, enfrentou a perigosa jornada até Hiroshima no rescaldo imediato do bombardeio atómico, desafiando as autoridades de ocupação Aliadas, as quais controlavam o "pacote da imprensa".

"Escrevo isto como uma advertência ao mundo", relatou Burchett no London Daily Express de Londres em 5 de Setembro de 1945. Sentado nos escombros com a sua máquina de escrever Baby Hermes, descreveu as enfermarias do hospital cheias de pessoas sem lesões visíveis que estavam a morrer do que ele denominou "uma praga atómica".

Por isso, a sua acreditação de imprensa foi retirada, ele foi posto no pelourinho e enlameado. O seu testemunho da verdade nunca foi perdoado.

O bombardeamento atómico de Hiroshima e Nagasaki foi um acto de assassínio em massa premeditado em massa que desencadeou uma arma de criminalidade intrínseca. Ela foi justificada pelas mentiras que constituem a base da propaganda de guerra da América no século XXI, lançando um novo inimigo e alvo – a China.

Investigação sobre o fim do “sonho americano”


#Escrito e publicado em português do Brasil

Dois economistas sondam o empobrecimento e depressão dos operários, na antiga potência industrial do mundo. Em sua tragédia, as ciladas da racionalidade neoliberal, num sistema em que a grande realização é o consumo

Eleutério F. S. Prado* | Outras Palavras | Imagem: Lesley Oldaker

Eis como, os autores – por meio do pensamento positivo – se consolam diante de um presente que se afigura como bem desconsolado: “mantemos o otimismo; acreditamos no capitalismo; continuamos a crer que a globalização e a mudança tecnológica podem ser orientadas em benefício de todos”. A situação social que descrevem em Mortos pela desesperança e o futuro do capitalismo1 se apresenta como desastrosa e mesmo indignante, mas ao invés de fazer uma crítica radical do sistema que, aliás, chamam pelo seu verdadeiro nome, preferem vê-lo apenas como mal administrado. Anne Case e Angus Deaton, dois economistas consagrados da Universidade de Princeton (EUA), documentam nesse livro, de certo modo corajoso, os infortúnios, os abatimentos e os bloqueios sociais que os trabalhadores brancos menos instruídos (classe operária) vêm enfrentando na sociedade norte-americana.

O quadro deprimente que pintam está sintetizado na figura abaixo que apresenta estatísticas históricas de mortalidade nos EUA e em três outros países desenvolvidos (para pessoas entre 45 e 54 anos). Mas antes de poder analisá-lo melhor, ou seja, com maior extensão e profundidade, é preciso apresentar um contexto, uma rodada de contribuições analíticas em dois campos do conhecimento científico.

Quem escolherá o próximo presidente dos EUA - o povo americano ou o Facebook?


*Traduzido e publicado em português do Brasil

Os titãs das mídias sociais são mais poderosos que os políticos. Mas não precisava ser assim

Jonathan Freedland | Carta Maior

Na semana passada, em uma audiência no Congresso americano, foi possível contemplar os homens com o poder de definir as eleições presidenciais de novembro e o futuro da democracia americana – mas os homens em questão não eram políticos. Eram os quatro titãs da tecnologia, convocados a falar a um comitê do congresso. Mesmo via link de vídeo, era possível observar o poder que irradiavam: os patrões do Facebook, Google, Amazon e Apple surgiam nos monitores como verdadeiros mestres do universo diante de seus inquiridores eleitos, meros terráqueos.

Não se trata de exagerar seu poder. Juntos, com bilhões de usuários, o Facebook e o Google determinam boa parte do que a raça humana vê, lê e sabe. A autoridade de Mark Zuckerberg está espalhada pelo planeta, nenhum governo sendo capaz de constrangê-lo: ele é o imperador do conhecimento, o ministro da informação do mundo inteiro. Um mero ajuste de um algoritmo do Facebook pode decidir se discursos de ódio, mentiras e teorias da conspiração serão espalhadas ou extintas.

Já é assim há algum tempo, mas em 2020 o tema ganhou urgência extra. Sabemos o impacto que as mídias sociais tiveram nas eleições americanas em 2016 – quando proliferaram mentiras e fantasias cada vez mais loucas sobre Hillary Clinton e quando, segundo o pesquisador de Oxford Philip Howard afirmou em um novo livro, Lie Machines (Máquinas de Mentiras, ainda sem tradução em português): “A proporção de notícias falsas para notícias verdadeiras compartilhadas pelos eleitores pelo Twitter foi de um para um”. Em menos de 100 dias, os americanos escolherão um presidente e nada garante que o mesmo cenário não vá se repetir.

Portugal | Liberdade sob ameaça



Paula Ferreira | Jornal de Notícias | opinião

"Foi transportado num autocarro, escoltado por um carro policial com os rotativos ligados, para o hotel, ali chegado foi encaminhado para a zona do check-in, tendo-lhe sido atribuído o quarto, altura em que foi informado que não podia sair do quarto, onde teria de permanecer durante os próximos 14 dias. Foi informado que as refeições seriam fornecidas pelo hotel em três momentos definidos do dia, havendo duas alturas em que podia solicitar refeições/snacks adicionais. Acatou o que lhe foi indicado, verificando que havia um agente da PSP à porta de entrada do hotel".

Que crime cometeu este homem? Nenhum. E foi vítima de procedimentos próprios de um estado totalitário. A descrição, atrás citada, plasmada no acórdão do Tribunal Constitucional que declarou inconstitucional a quarentena obrigatória à chegada ao Açores, decretada pelo Governo regional, devia fazer-nos arrepiar e motivar ampla reflexão. Ela prova como o medo ganha terreno, tolhe-nos, aceitamos que nos privem da mais básica liberdade sem protesto. A reboque do vírus institucionaliza-se o controlo e a repressão. É bom lembrar que da parte do Governo de Lisboa não se ouviu uma palavra em relação à decisão do executivo liderado pelo socialista Vasco Cordeiro.

Em nome do vírus, e do medo de ser contagiado e de contagiar, estamos a soçobrar a uma tirania. Um tirania a transformar cada um de nós no polícia do outro, a deixar que o Mundo se feche, a viver virado para o interior de si próprio, da sua casa, da sua família mais restrita. Em suma, a aceitar docilmente que nos vigiem, que acompanhem os nossos passos, como se isso nos pudesse salvar.

Ao contrário do apregoado por muitos, não sairemos melhores desta crise de saúde pública. Pelo contrário. Se nada fizermos, acordaremos num Mundo perigoso e totalitário. Já aconteceu outras vezes.

*Editora-executiva-adjunta

Portugal | Caso das golas antifumo já tem 18 arguidos



O processo sobre alegada corrupção no negócio das golas antifumo tem 18 arguidos, entre os quais o ex-secretário de Estado Artur Neves e o presidente da Proteção Civil Mourato Nunes.

A informação foi prestada à agência Lusa pela Procuradoria-Geral da República que não avançou mais pormenores, nomeadamente sobre as 10 buscas realizadas na quarta-feira nem quando os arguidos foram constituídos, alegando que o processo está em segredo de justiça.

Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) adiantava que as quatro buscas domiciliárias e seis não domiciliárias decorreram em diversos locais do país e estavam relacionadas com o inquérito "que investiga factos suscetíveis de integrarem fraude na obtenção de subsídio, corrupção passiva, participação económica em negócio ou abuso de poderes e branqueamento de capitais".

"Em causa estão práticas levadas a cabo no contexto de uma operação cofinanciada pelo Fundo de Coesão da União Europeia e pelo Orçamento do Estado, de que é beneficiária a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e que envolve a Secretaria de Estado da Proteção Civil", referia a nota.

As comparticipações financeiras europeia e do Orçamento do Estado investigadas destinavam-se à realização de "Ações de Sensibilização e Implementação de Sistemas de Aviso às Populações para Prevenção do Risco de Incêndios Florestais", enquadradas nos Programas "Aldeia Segura, Pessoas Seguras" e "Rede Automática de Avisos à População".

As cerca de 70 mil golas antifumo faziam parte do kit distribuído à população no âmbito do programa "Aldeia Segura, Pessoas seguras", que custou cerca de 125 mil euros. O caso foi denunciado a 26 de julho de 2019 pelo Jornal de Notícias.

O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mourato Nunes, e o ex-secretário de Estado da Proteção Civil Artur Neves foram constituídos arguidos em setembro de 2019 na investigação ao negócio das golas antifumo.

oucos dias depois, o adjunto do secretário de Estado, Francisco Ferreira, demitiu-se do cargo, após ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas que produziram os kits de emergência que incluíam as golas.

Jornal de Notícias com agências

Bombas, explosões, estupidez, cogumelos e milhões de vítimas


De forma serena o Curto aborda o que aproveitamos para título acima. A violência abraçada em texto por Ricardo Costa, diretor de informação da SIC com lugar no Expresso da Impresa do senhor-tio Balsemão. Bom dia para eles, lá do burgo balsemado.

Um companheiro/amigo da escrita dizia, entre umas caracoletas assadas caprichadas na tasca ao lado da editora Forja, no lisboeta Largo da Misericórdia: “Mais vale ser balsamado do que embalsamado”. Daí se sentir “razoável” a trabalhar para o Expresso de então.

Para embalsamar e jamais esquecermos temos Hiroxima e Nagazaki, capitais das bombas nucleares servidas aos japoneses pelos EUA. Pereceram milhões num arrasto de leva-vidas durante décadas. Os sofrimentos dos que sobraram estão por contabilizar. Um imperador japonês maluco-desumano e um crescente império do terror foram os obreiros principais da hecatombe nuclear que saiu na rifa aos nipónicos. Hitler, o nazismo, esteve na charneira de tudo que de mal ocorreu naqueles anos de tão más recordações. Por isso mesmo não devemos esquecê-los mas sim aproveitá-los como lição da desumanidade extrema que queremos abolida deste planeta. Compete aos povos controlar os políticos e os militares, a democracia é valiosa principalmente por isso. Não só, mas também. Principalmente também. Pano para mangas, é o que daria esta 'converseta' exposta. Adiante.

Outra explosão: Beirute. Como naquela região do mundo não faltam, ontem aconteceu mais uma, enorme. Foi assim como que uma homenagem à estupidez – no caso, libanesa. O menu foi preparado com o armazenamento de toneladas de nitrato de amónio junto ao porto de Beirute. Sem consciência do perigo que representava tal acumulação do produto, ainda mais por falta das condições em que o acondicionaram… Estupidez da grossa que levou mais de uma centena de seres humanos inconscientes de que estavam a obedecer a chefes estúpidos. Os trabalhadores são assim (nem todos), não contestam os chefes, têm medo de ser óbvios e inteligentes ou, ao menos, esclarecidos. Devido a isso é que deparamos com tantos ditadores, tantos fascistas, tantos que sob a capa de democratas vão minando a democracia, deturpando-a e vigarizando os povos. Daí às explosões que vitimam esses mesmos trabalhadores, esses mesmos povos, vai um passo de passarinho. Acautelem-se, as democracias estão repletas de agentes políticos e outros preponderantes, mascarados de democratas e de humanistas, que afinal perseguem a obtenção de lucros hipersonicos, só lucros, sem humanidade. E cada vez mais, tornando-se um vício como a droga, indiferentes à miséria que causam, à mortandade que é inerente às suas atitudes desumanas…

Pano para mangas também haveria neste tema. Adiante.

Rumo ao final desta entrada  no Curto do Expresso. Com interesse, como quase sempre. Devemos agradecer.

Gratos, muito gratos, tio Balsemão e colaboradores – trabalhadores, os do topo… Mas, principalmente, os precários, iludidos e mal pagos. Isso.

O Curto, a seguir. Bom dia, se conseguirem.

MM | PG

Direitos da Criança: "Quantos Países da UE vão cumprir o objetivo? Nenhum!"

Eliminar a violência contra crianças até 2030: Quantos Países da União Europeia vão cumprir o objetivo? Nenhum!

Odete Severino Soares* | Expresso | opinião

Cinco anos depois da adoção da Agenda 2030 pelos 193 Países da ONU, nenhum dos 27 países da União Europeia (UE) está no bom caminho para alcançar, até 2030, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16.2 “acabar com o abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças”.

A Agenda 2030 ao introduzir um objetivo específico que apela à eliminação de todas as formas de violência sobre as crianças fez um avanço histórico. Pretendia-se criar uma dinâmica única para um movimento à escala mundial para que os países colocassem termo a este fenómeno.

Segundo a edição de 2019 do "Relatório de acompanhamento do Eurostat sobre os progressos para alcançar os ODS no contexto da UE", a avaliação do ODS 16.2 não pode ser medida por falta de dados existentes na UE nos últimos cinco anos. Não foram aplicadas as metas e indicadores propostos para este ODS no espaço europeu.

À escala global, a situação também não é animadora. O que foi feito até agora não é suficiente e, por isso, é necessário aumentar o nível de ambição, apelando a um maior esforço e compromisso dos países. Para isso, foram adotadas 100 ações de aceleração dos ODS e uma declaração política na qual se apela a 10 anos de compromisso e entrega totais, uma Década inteira de Ação 2020-2030.
Recordo que a UE se comprometeu a implementar os 17 ODS, tanto nas suas políticas internas como externas, incluindo o ODS 16.2. relativo à violência sobre as crianças. É disso que dão conta as conclusões do Conselho dos Ministros da Justiça, de 8 outubro 2019, ao referir o “empenhamento da UE e dos seus Estados-membros em alcançar o objetivo de erradicar a exploração sexual de crianças tal como estabelecido na Agenda 2030”.

Os dados do primeiro relatório global conjunto de várias Agências das Nações Unidas, como a OMS e UNICEF sobre a prevenção da violência contra crianças, divulgado em junho deste ano, com uma abrangência de 155 países referem que metade das crianças do mundo, entre os 2 e 17 anos, sofre todos os anos violência física, sexual ou psicológica.

ONU alerta para lacunas nos processos judiciais de racismo em Portugal

Direitos Humanos

Comité de Direitos Humanos recomenda investigação de todas as queixas e punição proporcional. Está preocupada com uso excessivo da força pela polícia contra minorias étnico-raciais. Destaca necessidade de compensar vítimas. E volta a sugerir recolha de dados sobre composição da população.

O Comité de Direitos Humanos das Nações Unidas está preocupado com o uso excessivo da força pela polícia portuguesa contra pessoas de minorias étnico-raciais, sobretudo de origem cigana e afrodescendente. E aconselha o uso de câmaras no corpo dos agentes durante as operações policiais. 

É motivo de preocupação da ONU o facto de estes crimes, praticados pela polícia ou cidadãos, não estarem a ser “adequadamente investigados”, bem como o baixo número de condenações reportadasDe 2009 a 2018 o Ministério da Justiça não registou condenações por racismo, como noticiou o PÚBLICO em Fevereiro.

Na sua mais recente avaliação periódica, a quinta, concluída no final de Março, este órgão elenca também várias falhas nos mecanismos de punição da discriminação em Portugal: das disposições legais e queixas, da investigação à formação de pessoal e ao discurso de ódio. 

No documento, que foi produzido já depois de integradas as respostas de várias entidades oficiais portuguesas, a comissão alerta para “a persistência de casos de violência policial contra pessoas de minorias étnicas, em especial pessoas ciganas e afrodescendentes”. 

Escreve-se: “Apesar das explicações da delegação portuguesa, a comissão nota preocupação com o facto de os agentes policiais destacados para zonas habitadas por pessoas de minorias étnicas não serem suficientemente treinados”. 

Aconselha o país a assegurar que os mecanismos de queixa estejam a funcionar, que todas as queixas são sistematicamente investigadas devidamente e que quando forem confirmadas desencadeiem “uma punição proporcional”. 

Destacando o respeito pela privacidade, aconselha o uso de body cameras nos agentes, além de formação “para erradicar estereótipos e a discriminação de minorias étnicas”.

A preocupação da ONU com a violência racial entre polícias estende-se também ao uso excessivo da força por funcionários durante as detenções e interrogatórios nos espaços em que eles ocorrem. Este órgão lamenta o baixo número de processos e de condenações e sublinha a ausência de informação sobre as indemnizações atribuídas a vítimas  

Assegurar a prontidão, imparcialidade, profundidade e efectividade das investigações sobre alegados usos excessivos de força por agentes das forças de segurança é o que Portugal deveria fazer, aconselha. 

Do lado português, respondeu-se à ONU que todas as queixas contra agentes foram devidamente investigadas. Em 2018 e 2019 havia uma dezena de registos em que apenas cinco tiveram processo disciplinares mas foram depois fechados sem acção subsequente, vê-se numa das respostas. Também a GNR relatou três casos de discriminação entre os seus guardas em 2018 e 2019, referiu um representante.

Em dez anos, segundo o estudo COMBAT, da Universidade de Coimbra, nenhum polícia foi condenado por racismo. Este estudo analisou queixas e processos entre 2006 e 2016.

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