quinta-feira, 1 de outubro de 2020

As Nações Unidas resistem às pressões dos EUA

Apesar das tentativas de descredibilização, a ONU é a única organização que desfruta da representação universal da humanidade e pode dar uma liderança global sem perda da soberania dos seus membros.

António Abreu | AbrilAbril | opinião

Há 75 anos foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), a partir de uma coligação muito ampla de forças que derrotara o nazi-fascismo. No último dia 22 de Setembro, o tema proposto para a Assembleia das Nações reafirmava o «compromisso colectivo com o multilateralismo». Registaram-se intervenções do secretário-geral António Guterres e de representantes de vários países a favor da cooperação internacional, face a um cenário adverso. O aniversário da ONU ocorreu perante o deliberado ataque norte-americano contra o multilateralismo, também expresso na assembleia pelas palavras arrogantes de Donald Trump.

Os EUA abandonam agências da ONU, acordos e tratados internacionais

Os EUA anunciaram a saída este ano da Organização Mundial da Saúde (OMS) em termos grosseiros, acusando-a de estar ao serviço da China.

No ano passado pretenderam paralisar, na Organização Mundial do Comércio (OMC), o respectivo órgão de recurso da organização. Este, também conhecido como Supremo Tribunal do Comércio, regula os conflitos comerciais na OMC e deve deixar de funcionar, após os EUA terem bloqueado a nomeação de novos juízes e a falta de quórum estar a impedir o julgamento dos recursos interpostos.

Em 2018 os EUA abandonaram o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, por estes acolherem resoluções anti-Israel.

Já anteriormente, em 12 de Outubro de 2017, os EUA tinham anunciado a saída da UNESCO, na companhia de Israel, com base em alegado «sentimento anti-Israel» da organização. Depois de já terem abandonado esta agência especializada em 1984-2003 e de em 2011 terem suspendido a sua quotização para a organização, argumentando dificuldades financeiras mas, de facto, por a UNESCO ter aceite como seu membro a Autoridade Nacional Palestiniana.

A estas ameaças à ONU por parte dos EUA somam-se outras desregulações nas relações internacionais, como foi, em 2018, o rasgar do tratado INF (Intermediate range Nuclear Forces, em inglês), firmado em 1987 entre os EUA e a União Soviética.

Depois do Irão e as potências mundiais finalmente alcançarem, em 2015, o Plano de Acção Integral Conjunto (JCPOA, em inglês), conhecido como o acordo nuclear com o Irão, os EUA declararam agora, em 2020, não o quererem renovar.

Em Junho de 2017 os Estados Unidos anunciaram a sua decisão de sair do Acordo de Paris de 2015 sobre o clima, que adoptou medidas para tentar conter alterações climáticas e que conta com a adesão de 195 países.

Tais atitudes reflectem a vontade de Trump, e das multinacionais norte-americanas que o apoiam, de desregular as relações internacionais e de montar um sistema caótico de domínio do velho império que, atendendo ao declínio do poder real dos EUA e à ascensão de novas grandes potências, passaria a por pôr em causa o multilateralismo, com consequências imprevisíveis quer para os EUA quer para o resto do mundo.

Porém, Trump nunca abandonou nem a ONU, em termos gerais, nem a sua Assembleia Geral (AG) – apesar de várias vezes a AG ter criticado os EUA, sem deliberação vinculativa – nem o Conselho de Segurança, onde muitas vezes usou o direito de veto, sendo interessante consultar este uso ao longo dos anos. As multinacionais norte-americanas jogam em diferentes tabuleiros.

Trump: monstro do pântano

Joana Mortágua | jornal i | opinião

É duvidoso que algum eleitor indeciso tenha ficado esclarecido ou sido arrebatado por algum dos candidatos e, no entanto, parece que ficou tudo dito. Porque entre tanto ruído o mais perigoso é o que Trump quis que fosse audível, e nisso ele não se engana...

“That was a shit show”, resumiu a editora de política da CNN no final do primeiro debate presidencial entre Donald Trump e Joe Biden. O triste espetáculo a que assistimos na madrugada de terça-feira foi classificado unanimemente como o pior debate entre candidatos presidenciais de sempre e um doloroso momento de televisão.

Embora se possa alegar que Biden não fez grande figura, a culpa pelo desastre é claramente de Trump, o mais impreparado e mentiroso dos presidentes dos Estados Unidos da América. A estratégia de tornar o debate num autêntico caos serve bem o estilo de quem é monstro de pântano, quanto maior confusão melhor.

No meio da cacofonia é duvidoso que algum eleitor indeciso tenha ficado esclarecido ou sido arrebatado por algum dos candidatos e, no entanto, parece que ficou tudo dito. Porque entre tanto ruído o mais perigoso é o que Trump quis que fosse audível, e nisso ele não se engana. A recusa em condenar movimentos ultra nacionalistas e a violência de gangs de supremacistas brancos não é casual e deixa um sinal assustador sobre o que seria um segundo mandato de Trump num país que precisa de ser entendido e pacificado.

Covid-19: Portugal contabiliza 6 mortes e 854 contágios nas últimas 24 h

Número de casos ativos da doença continua a aumentar no país, assim como os internamentos

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais seis mortes associadas à Covid-19 (um aumento de 0,30% face a ontem) e mais 854 contágios  pelo novo coronavírus (um aumento de 1,13%), revela o boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde (DGS) desta quinta-feira. No total, desde o início da pandemia, o país contabiliza 76.396 infeções e 1.977 óbitos. 

De acordo com os dados da DGS, nas últimas 24 horas foram consideradas recuperadas mais 407 pessoas, o que faz aumentar o total para 48.937. Assim, o número de casos ativos é hoje de 25.482, mais 441 face ao dia anterior. 

O número de doentes internados continua a subir. No total, estão 682 pacientes internados, mais 16 do que ontem, sendo que 107 estão em unidades de cuidados intensivos, mais dois do que na véspera. 

Das seis mortes hoje reportadas, cinco registaram em Lisboa e Vale do Tejo e uma no Norte

Relativamente à distribuição dos novos contágios, a maioria concentra-se em LVT (415), região que totaliza, desde o início da pandemia, 39.107 infeções. Segue-se, com 340 novos casos da doença, a região Norte, onde 27.369 já testou positivo para a Covid-19 desde março. No Centro foram reportadas, nas últimas 24 horas, mais 54 infeções, sendo o total da região de 6.212. No Algarve foram detectados mais 28 infetados, fixando-se o total em 1.693. No Alentejo foram reportados 10 novos casos da doença (o total é de 1.510). Nas regiões autónomas, foi detectado uma nova infeção nos Açores (total é de 275) e na Madeira seis novos contágios. 

Apesar de LVT ter vindo a concentrar a maioria das mortes por Covid-19 nesta fase (sendo o total de 770), o Norte continua a ser a região com mais óbitos (887). Na região Centro morreram 263 pessoas vítimas do novo coronavírus, no Alentejo 23, no Algarve 19 e nos Açores 15. A Madeira permanece sem qualquer óbito relacionado com a Covid-19. 

O boletim de quarta-feira, recorde-se, dava conta de oito mortes e de 825 novas infeções, seguindo a tendência de agravamento da pandemia que se regista em toda a Europa.

Portugal prolongou ontem, até ao dia 14 de outubro, a situação de contingência devido ao aumento do número de casos da doença. 

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto

Portugal | André Ventura já foi corrupto

Carlos Rodrigues Lima | Sábado | opinião

Enquanto inspetor tributário, André Ventura contribuiu para que uma empresa de Paulo Lalanda de Castro não pagasse mais de 1 milhão de euros em IVA ao Estado. Esta é uma breve história de “podridão” e “vergonha” nas Finanças

Cavaleiro andante da moralidade pública, homem íntegro e com uma folha, melhor, quatro folhas de serviço limpo, André Ventura já foi tão corrupto como aqueles que – ainda que sempre em generalizações – ataca. 

O passado do líder do Chega como inspetor tributário deixa muito a desejar, sobretudo no papel que desempenhou na Autoridade Tributária para ilibar a empresa Intelligent Life Solutions (ILS), do senhor Paulo Lalanda de Castro, de pagar mais de 1 milhão de euros em IVA. A história está toda nos autos do processo Vistos Gold.

Ler completo em Sábado

Portugal | PAN apoia a candidatura de Ana Gomes à Presidência

O partido considera que a socialista "é a única candidata que se apresenta como progressista, humanista, europeísta" e que é capaz de levar a eleição a uma segunda volta e vencê-la, num contexto em que as "instituições são postas em causa" e os "populismos crescem"

OPAN declarou formalmente apoio à candidatura de Ana Gomes à Presidência, anunciou esta quinta-feira o partido, explicando que o país e o mundo "está perante uma série de desafios" ditados pela crise sanitária, económica e social que estamos a viver devido à Covid-19, mas também pela emergência climática que "corre o risco de se agravar".

Além disso, justificou a deputada do PAN, "vivemos um contexto em que as instituições democráticas são postas em causa", tendo sido "demonstrado muito pouco interesse no combate em áreas tão importantes para o país como a corrupção", que "tantas vezes vemos enredadas em situações de conflitos de interesses, compadrio político, promiscuidade, subserviência para com certos interesses instalados, sejam eles no futebol, da banca, do agronegócio, o setor energético e a indústria do petróleo". 

Numa declaração feita na sede do partido, Inês Sousa Real apontou o dedo aos partidos do sistema, nomeadamente aqueles "que têm oscilado no eixo do poder e da governação, PS e PSD".

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