segunda-feira, 5 de outubro de 2020

As crianças esquecidas vítimas do nazismo em Hamburgo

#Publicado em português do Brasil

Centenas de mulheres foram obrigadas a trabalhar para o regime nazista. Muitas deram à luz em campos de concentração e tiveram os bebês mortos. Psicóloga se dedicou a resgatar essa história e homenagear essas vítimas.

Na cidade de Hamburgo, numa calçada no bairro de Langenhorn, 49 Stolpersteine ("pedras de tropeço"), paralelepípedos que lembram vítimas do regime nazista, trazem os nomes de 49 crianças que morreram na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua maioria, são crianças de origem eslava cujas mães foram obrigadas a trabalhar para o regime nazista.

Foi somente há cerca de dez anos que, por acaso, a psicóloga Margot Löhr descobriu a história desses menores. Ao conferir o registro de óbitos de Hamburgo, ela encontrou vários arquivos de crianças e bebês que tinham como local de residência um antigo campo de trabalhos forçados na cidade. Löhr decidiu então investigar a fundo esse tema.

No final, ela contou 418 crianças – incluindo muitos bebês – vítimas do regime nazista. Muitas mulheres e seus filhos, a maioria deles com idades entre 10 e 14 anos, foram forçados pelos nazistas a trabalhar em diferentes fábricas.

Havia, por exemplo, a jovem Nadeshda, que foi para o campo Hohenzollernring quando tinha 4 anos. Em suas memórias, ela lembra que seus pais e seu irmão de 14 anos tiveram que trabalhar duro na fábrica e que o irmão foi espancado pelos vigias. Aparentemente, ele havia deixado um barril muito pesado cair sem querer.

O império atingiu os seus limites

Daniel Vaz de Carvalho

O problema económico fundamental sem cujo estudo é impossível compreender alguma coisa quando se trata de emitir uma opinião sobre a política atual:   o problema económico do imperialismo.
V.I. Lenine, O imperialismo fase superior do capitalismo (Prólogo)

1 - Do arco de Kursk à Bielorússia

Entre o designado "arco de Kursk" em 1943 na URSS e a Bielorrússia atual há evidentes semelhanças estratégicas: ambas se tornaram como que enclaves rodeados de forças hostis, pelo que o próximo ataque se desencadearia naqueles salientes. À URSS só restava uma alternativa: vencer essa batalha. Mesmo um "empate", as forças acabarem nas posições iniciais ou próximo disso, equivalia a que as vitórias até ali obtidas (Moscovo, Estalinegrado) seriam postas em causa.

Na Europa
a "guerra fria" intensifica-se na Bielorrússia, um país cercado por países ligados à NATO, com políticas fascizantes ou assumidamente fascistas, aos quais é concedido o título de democracias, pontas de lança da estratégia contra a Rússia. Líderes das hordas nazis locais ao serviço das SS, agora são celebrados como patriotas. Nos países Bálticos a libertação da ocupação nazi pelo Exército Vermelho é tratada como "invasão pela Rússia em 1944".

Há alguns meses Mike Pompeo visitou estes países e também a Bielorrússia. Aqui foi-lhe dito pelo Presidente desejar manter boas relações com os EUA, mas que não alteraria as relações com a Rússia dado os tratados e relações económicas que mantinha com esse país. O império não aceita posições deste tipo, como se comprovou com Iakanovitch (Ucrânia). Os seus princípios são: ou estás por nós ou contra nós. A Bielorrússia ia assim ser palco da próxima "revolução colorida", facilitada com as concessões feitas aos EUA, os 34 projetos de ONG existentes no país, a infiltração da CIA nos serviços secretos bielorrussos.

A contestação das eleições ganhas por Lukashenco – 80% dos votos – serviu de base para desencadear uma série de manifestações, apropriadas pelos países da NATO para uma "mudança de regime". É o habitual quando as eleições não dão o resultado desejado pelo império. Sem dúvida que os 80% são dificilmente credíveis, porém não foram apresentadas provas de fraude e ainda menos de que a oposição teria ganho as eleições. Algo que os políticos e os media do sistema se dispensam. Entretanto foi promovida uma "presidente" que segue o guião dado a Guaidó para a Venezuela.

Por dentro dos acontecimentos na Bielorrússia estão forças de cariz fascista, mantidas por fundos estrangeiros com o objetivo de integrar o país no quadro da NATO. O facto da oposição ter dito que deseja relações equilibradas tanto com o "ocidente" como com a Rússia, é apenas uma fase de transição. Para a Bielorrússia as perspetivas não seriam muito diferentes das da Ucrânia, um país dividido, entregue ao desvario de fascistas e corruptos, base para ataques à Rússia. Embora aparentemente dividida quanto à via a seguir, é isto que a UE promove propondo para o prémio Sakarov a "oposição bielorrussa".

A Rússia não pode permitir-se perder o último aliado na Europa, que de caminho se tornaria uma base hostil. Uma vitória do império através de outra "revolução colorida" representaria uma derrota da Rússia colocando o seu território muito mais vulnerável militarmente e não só.

A "guerra fria" na Bielorrússia prossegue. A Rússia conseguiu suster o ataque não parecendo disposta a ceder. Porém, esta espécie de "empate" está longe de ser uma vitória. Uma vitória seria a integração na Rússia como republica federada, em que a situação estratégica se tornaria nitidamente favorável à Rússia.

Kursk representou uma derrota decisiva para a coligação nazifascista, muitos milhões iriam ainda até a besta fascista ser aniquilada. Uma derrota do imperialismo na Bielorrússia não irá terminar a política de guerra contra a Rússia, o que só acontecerá com o desmembramento e total submissão deste país (o caminho encetado pelos "democratas" de Ieltsin e "perestroikos") ou com o fim do imperialismo.

Não, senhor embaixador

O não dos portugueses à grosseria do senhor embaixador dos Estados Unidos ficou abafado numa espécie de surdina. Será que fazer respeitar a dignidade nacional é uma atitude «nacionalista»?

José Goulão| AbrilAbril | opinião

Uma nota prévia: o semanário Expresso escolheu o embaixador dos Estados Unidos, um genuíno porta-voz de duas figuras comprovadamente irracionais como são Donald Trump e Michael Pompeo, para abrilhantar uma edição virilmente propagandeada como «histórica». A comunicação corporativa que se autointitula «de referência» explicada assim por um dos seus expoentes à escala doméstica lusitana.

E o senhor embaixador, George E. Glass, oriundo dos grandes negócios imobiliários tal como o seu estimado presidente, não se fez rogado: leu a cartilha de recomendações de Washington para os tempos que correm, tal como os seus antecessores no cargo e os parceiros actuais espalhados pela Europa comunitária, designadamente na Alemanha – provando-se assim que a contundência da voz de comando em relação aos «aliados» não depende do peso específico internacional do país e da docilidade dos seus dirigentes.

A crónica das interferências de diplomatas norte-americanos nos assuntos nacionais é pesada para os portugueses. Nunca será demais lembrar como um chefe da CIA, Frank Carlucci, moldou Portugal durante e na sequência do golpe de 25 de Novembro de 1975, amarrando o país à democracia monopolizada pelo Bloco Central e cujos nós só foram um pouco aliviados muito recentemente – não sem que o embaixador norte-americano de turno tivesse activado a sua panóplia de instrumentos de intervenção contra a solução governamental à esquerda conhecida como «geringonça».

Portugal regista mais 734 casos de covid e 13 mortes em 24 horas

O boletim epidemiológico da DGS de hoje refere ainda que estão hospitalizados 701 doentes (mais 19 do que ontem), 106 destes encontram-se nos cuidados intensivos (mais um).

Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais 13 pessoas e foram confirmados mais 734 casos de covid-19. Segundo o boletim epidemiológico da DGS desta segunda-feira (5 de outubro), no total, desde que a pandemia começou, registaram-se 79 885 infetados, 50 454 recuperados (mais 247) e​ 2 018 vítimas mortais no país.

Há, neste momento, 27 413 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde, mais 474 do que ontem.

A maior parte dos casos diagnosticados no último dia encontram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (mais 356 - 48,5% do total diário) e no Norte (mais 298 - 40,6%).

Seguem-se a região do Centro (mais 45 casos), a do Algarve (mais 25), o Alentejo (mais seis), a Madeira (mais três) e os Açores (mais um).

Desde agosto que o número de casos diários de covid-19 tem estado a aumentar, sendo que o fim de semana que passou foi o pior desde que a pandemia chegou a Portugal, em março: foram diagnosticadas 1867 infeções. Também nunca tinha acontecido haver dois dias seguidos com mais de 900 casos.

Sobre este crescimento "previsível", o primeiro-ministro alertou, este domingo à noite, que "estamos exclusivamente nas nossas próprias mãos". António Costa continua a descartar a possibilidade de um novo período de confinamento tal como aconteceu durante o estado de emergência, na primeira fase da pandemia em Portugal. "As famílias e as empresas não aguentariam". Portanto, "se não cumprirmos [as regras] teremos situações dramáticas", continuou o governante.

12 das 13 vítimas mortais tinham mais de 80 anos

Quanto aos 13 óbitos registados, estes distribuem-se por Lisboa e Vale do Tejo (sete), pelo Norte (três) e pelo Alentejo (um).

As vítimas mortais são seis homens (cinco com mais de 80 anos e um entre os 70 e os 79) e sete mulheres (todas com mais de 80).

A taxa de letalidade global do país é hoje de 2,53%, subindo aos 13,14% no caso das pessoas com mais de 70 anos - as principais vítimas mortais.

Mais 19 pessoas hospitalizadas

Estão internados 701 doentes, ou seja, mais 19 do que no dia anterior.

Já nos cuidados intensivos há agora 106 pessoas - mais uma do que na véspera.

O boletim da DGS de hoje indica ainda que as autoridades de saúde estão a vigiar 46 272 contactos de pessoas infetadas (menos 76 do que ontem).

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

IMAGEM DO DIA | É só uma questão de fazerem as contas...


Agências funerárias e coveiros andam assoberbados de trabalho e decerto planificam ter de fazer horas extraordinárias se as mortes de idosos continuarem a crescer. O mesmo já não se poderá dizer acerca do trabalho na Segurança Social, terão menos trabalho no departamento das pensões/reformas. Menos trabalho e menos despesa durante os próximos anos, se tomarmos em consideração os idosos que já morreram nos lares e afins (próximo de dois mil). Quem fez as contas estima que a poupança anual rondará próximo dos  12 milhões por ano, um milhão por mês. Talvez mais. Isso sem contabilizar os custos inerentes a se estivessem vivos por mais uns anos mas precisassem de cuidados de saúde. Afinal quantos milhões de poupança apurará a Segurança Social nesta oportunidade proporcionada pelo covid-19? Em Portugal e noutros países. Mas as contas são acerca de Portugal. Os idosos morrerem como tordos dá jeito ao SNS ou não? Os entendidos saberão? Confirmarão? Bem, é só uma questão de fazerem as contas. (PG)

Sindicato dos Médicos considera inqualificável o que se passa nos lares

PORTUGAL

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reclama um médico e um enfermeiro para cada lar, pois considera que o que se está a passar nestas instituições que acolhem idosos é inqualificável.

Desde março, data do início da pandemia de covid-19 em Portugal, que todos sabem que existe "um grande fator de risco" nos lares, que são "bombas relógio", afirma Jorge Roque da Cunha em entrevista à agência Lusa.

"Aquilo que está a acontecer em relação aos lares é perfeitamente inqualificável, politicamente é um crime que não tem qualquer explicação", acusou o líder do SIM.

"Temos um Ministério da Segurança Social (...) que se recusa a olhar para este problema de uma forma séria e obrigar que cada lar tenha um médico e um enfermeiro", nota, defendendo que, para tal, bastaria que "o suporte da Segurança Social aumentasse um euro por dia para cada utente".

Critica também as Brigadas de Intervenção Rápida, criadas pelo Governo para apoiar os lares com surtos por não terem médicos em permanência. "Não sei qual é o objetivo, mas com certeza que são necessários", atirou, questionando quem vai tratar desses doentes.

'Crime imperdoável' de Assange foi expor 'demasiadas verdades' sobre Ocidente

#Publicado em português do Brasil

Os políticos ocidentais se viraram contra o denunciante do WikiLeaks depois que ele se recusou a fazer parte de seu "clube conivente", razão pela qual foi julgado, opina jornalista australiano.

Julian Assange revelou "demasiadas verdades" sobre a hipocrisia ocidental, foi por isso que instauraram um processo de extradição contra ele como "vingança", afirmou John Pilger, jornalista, cineasta e apoiador australiano do trabalho do fundador do WikiLeaks, em entrevista à emissora RT.

Pilger diz que o WikiLeaks revelou demasiada informação que contradiz a narrativa do Ocidente de que seus políticos são geralmente honestos e mantidos sob controle por uma mídia independente.

"Ele fez com que aqueles que cometeram esses crimes de guerra, ele os obrigou a se olharem no espelho [...] Esse é seu crime imperdoável", apontou o defensor de direitos humanos.

Assim, o denunciante foi fortemente maltratado pela Justiça britânica, antes do julgamento em setembro no Tribunal Criminal Central, o histórico Old Bailey de Londres, e durante o mesmo, recebendo uma sentença sem precedentes por violar as condições de sua libertação provisória, sendo fechado em uma prisão de segurança máxima com terroristas e criminosos violentos, impedido de comunicar com sua equipe de defesa de forma razoável, e enfrentando muitas outras injustiças, diz o jornalista.

"A maneira como eles se voltaram contra sua fonte porque ele não faria parte de seu clube conivente tem sido uma vergonha. Eles sabem que tem sido uma vergonha", declarou Pilger.

Se Assange for extraditado para os EUA, onde pode enfrentar uma pena de prisão máxima de 175 anos, isso criará um precedente perigoso, adverte John Pilger, pois significará que Washington pode alcançar qualquer pessoa em qualquer país que se atreva a publicar algo que não seja do agrado de Washington.

Apesar disso, indica, a mídia ocidental tem ignorado o processo, incluindo os que decidiram relatar os procedimentos.

"Não houve um processo justo neste tribunal. Houve vingança", resumiu o jornalista.

Sputnik | Imagem: © Reuters / Henry Nicholls

NAGORNO KARABAKH

Em 1999 a NATO agrediu a Sérvia a ferro e fogo a fim de promover a secessão da sua província do Kosovo, instalando ali um governo mafioso e uma nova base militar dos EUA (Bondsteel). 

Mas agora, no caso de Nagorno Karabakh, os EUA mantem um prudente silêncio quanto à secessão desta província do Azerbaidjão. Dois pesos e duas medidas? Não, na verdade o objectivo permanente do imperialismo é criar o máximo de instabilidade possível nas proximidades Rússia (Ucrânia, Geórgia, Arménia, etc). 

Assim, a guerra actual desencadeada pelo Azerbaijão contra aquela província rebelde de 150 mil habitantes de etnia arménia serve perfeitamente aos interesses imperiais.

A Arménia tem cerca de 3 milhões de habitantes e o Azerbaijão 10 milhões. Este último é muito mais rico pois é exportador de petróleo. Assim, a defesa da população de Nagorno Karabakh depara-se com uma correlação de forças desfavorável à Arménia. O Azerbaijão pode comprar todo o armamento que quiser e conta com o apoio da Turquia. Esta por sua vez enviou para ali antigos mercenários do ISIS que actuavam na Síria.

Do ponto de vista da Rússia, a melhor solução será um acordo por via diplomática entre os dois países. Entretanto, o actual governo da Arménia tenta sentar-se em duas cadeiras ao mesmo tempo:   quer ficar benquisto com os EUA e com a Rússia. Isso, naturalmente, dificultará eventuais auxílios militares por parte da Rússia. Quanto a auxílios dos EUA, é melhor que a Arménia nem pense nisso – os States só querem atiçar as brasas.

Resistir.info

Leia em Página GlobalGuerra na periferia da Europa e da Rússia 

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