domingo, 29 de novembro de 2020

ERDOGAN ADIANTOU A AGENDA DE JOE BIDEN…

EM SOCORRO DO IMPÉRIO DA HEGEMONIA UNIPOLAR, TECIDO PELO “ESTADO PROFUNDO”!

Martinho Júnior, Luanda

01- Se houve algum poder que se constituiu antecipador à retomada da Casa Branca pelos Democratas, esse poder foi o do “Irmão Muçulmano” Erdogan… (https://www.voltairenet.org/article206954.html).

O Presidente turco mentor da “neo-otomania” já deu provas face ao proteccionismo da administração republicana de Donald Trump, quer no Médio Oriente Alargado quer em África.

No Médio Oriente Alargado, ainda com Trump no poder, aproveitou-se de espaços vazios gerados com a anunciada retirada militar dos Estados Unidos e da esteira nefasta da sucessão de “revoluções coloridas” a sul dos Balcãs (Geórgia e Arménia), para além de trazer soluções extra na Síria, explorando o manancial da bolsa de Idlib e do rescaldo de Rojava… (https://www.resistir.info/moriente/armenia_09mai18.html).

Em África, após instalar dezenas de embaixadas cobrindo praticamente todo o continente e entrar na corrida de construção de mesquitas e de escolas da irmandada, a Turquia está “a tomar conta” da Somália e do Governo Líbio, procurando implicar-se mais no Magrebe, no Sahel e, à medida da progressão do radicalismo wahabita avança em direcção a sul, em outras plataformas apontadas à África Austral…

O “estado profundo” ganha com a administração democrata de Joe Biden e vai redimensionar as “inspiradas” políticas cuja origem remontam à doutrina Reagan, relativamente aos “freedom fighters”, da qual são também “emanação” os “Irmãos Muçulmanos” e os engenhos e artes de quem segue a trilha neocolonial de Savimbi no século XXI… (https://www.businessinsider.com/reagan-freedom-fighters-taliban-foreign-policy-2013-2https://www.americanforeignrelations.com/A-D/Cold-War-Termination-The-reagan-doctrine-freedom-fighters-and-central-america.htmlhttps://www.youtube.com/watch?v=Tg7XfCqnZzw).

… Assim sendo os democratas em torno de Joe Biden, vão colectar a  muitas opções que vêm detrás, podendo até em muitos casos provocar a junção de “revoluções coloridas” e “primaveras árabes” às geoestratégias de “Irmãos Muçulmanos” como Erdogan!... (https://oglobo.globo.com/mundo/no-cairo-hillary-se-reune-com-mursi-pede-dialogo-5479522).

Morgan Freeman reviu conceitos e mudou de ideia sobre racismo

Alberto Castro, Londres 

Em 2012, Morgan Freeman esteve no prestigiado programa “60 minutes”. Ao ser perguntado sobre “como acabar com a racismo”, Freeman disse que bastava apenas pararmos de falarmos nele. Para Freeman, bastava que “nós parássemos de dividir as pessoas por cores, preto, branco, amarelo…”. Imediatamente a esquerda ficou enfurecida. E a direita comemorou. Para a esquerda, há raça, há racismo, e “vidas negras importam”. Para a direita, não há raça não há racismo, e “todas as vidas importam”. Enquanto a definitiva maioria das pessoas assassinadas no mundo ocidental é de negros. Em junho último, 2020, Freeman mudou de ideia. Aderiu ao movimento Black Lives Matter e começou a usar suas redes sociais para dar corpo a um projeto. Que seus seguidores negros contassem suas histórias de racismo sofrido. Foi imediatamente cancelado pela direita. “Traidor! Vendido! Globalista! Seguidor de George Soros!”, está escrito nos comentários de suas postagens. Ainda mais tosca e desinformada do que a estadunidense, a direita supremacista brasileira ainda não descobriu a mudança de opinião de Morgan Freeman, motivada por… fatos.  

https://www.youtube.com/watch?v=eMi1cdNlLnA

https://quadronegro.blogfolha.uol.com.br/2020/11/20/a-direita-no-brasil-nao-sabe-mas-morgan-freeman-mudou-de-ideia-a-respeito-do-racismo/


No Dia da Consciência Negra, na sexta-feira 20 de novembro, o Rei do Futebol, Pelé, se manifestou nas redes sociais. O maior artilheiro do futebol celebrou as conquistas dos negros, mas ressaltou a importância do combate ao racismo.  

https://www.terra.com.br/esportes/lance/pele-se-manifesta-no-dia-da-consciencia-negra-celebraremos-mas-nunca-esqueceremos-da-longa-jornada-pela-frente,cb69996ea4b82789f7d36b91e807be57o6vug7lk.html

Jair Bolsonaro ignorou, até o momento, o Dia da Consciência Negra, mas publicou em suas redes sociais uma foto em que Pelé, ex-jogador do Santos e da seleção brasileira, o homenageia com uma camisa autografada do Santos.  

https://revistaforum.com.br/politica/bolsonaro/bolsonaro-publica-foto-de-homenagem-feita-por-pele-e-ignora-dia-da-consciencia-negra/

Portugal com mais 64 mortos e 4093 casos de covid-19

Este domingo, registam-se mais 64 óbitos associados à covid-19 e 4093 novas infeções pelo novo coronavírus, mais de metade confirmadas na região Norte. O número de doentes internados nos cuidados intensivos continua a subir e volta a bater recorde: são agora 536, mais sete do que no sábado.

O número de casos deste domingo (4093) é mais baixo do que aquele registado no sábado, em que foram notificados 4868 novos infetados. A região Norte continua acima dos dois mil casos diários e contabiliza este domingo 2490 novas infeções (menos seis do que no sábado). Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com mais 979 casos, o Centro com mais 444, o Alentejo com mais 84, o Algarve com mais 49, os Açores com mais 37 e a Madeira com mais dez.

O número de óbitos, 64 no total, baixou em relação a sábado, em que foram registadas 87 vítimas mortais. O Norte regista mais 31 mortes (tem 2097 no total), Lisboa e Vale do Tejo com mais 22 (1584), Centro com mais oito (564), Alentejo com mais duas (114) e Algarve com mais uma (49). Os Açores (17) e a Madeira (duas) não registaram qualquer vítima nas últimas 24 horas. Dos 64 óbitos, 34 são homens (2302 no total) e 30 são mulheres (2125). Um dos homens tinha entre 40 e 49 anos e três tinham entre 50 e 59 anos. As restantes vítimas tinham mais de 60 anos.

Até agora, 16 de novembro foi o dia com maior registo de óbitos diários (91) e 19 de novembro tem o recorde de novas infeções em 24 horas (6994).

Quanto aos internamentos, há mais 90 doentes internados (são agora 3245) e mais sete nas unidades de cuidados intensivos, aumentando o número total para 536, um novo recorde. Há também mais 3259 recuperados (209534), número inferior aos 6829 de sábado.

Há mais 770 casos ativos, num total de 80838, mas menos 197 contactos em vigilância, de 80288.

Jornal de Notícias

Bom trabalho, camaradas

Paulo Baldaia | TSF | opinião (27.11.20)

Infelizmente, esta crónica tem de começar com um ponto prévio, muito por causa do nível a que chegou o debate político no espaço público em Portugal, com claques organizadas e a ideia firme de que quem não está do nosso lado, está contra nós. O ponto prévio é muito simples: eu não sou simpatizante e, menos ainda, militante do Partido Comunista Português.

Mas acho muito bem que o PCP organize o XXI congresso, em Loures, este fim-de-semana. A Democracia não está suspensa, Portugal não vive num regime de partido único e importa, por isso, que se mantenha viva a pluralidade de opiniões. Até para evitar que se instale a ideia de que, sendo todos iguais, uns são mais iguais que outros. Tipo: enchente no santuário de Fátima no 13 de Setembro, sem que Cristo tivesse de descer à terra para repor o bom senso. Ou então, a Convenção do Chega em que até foi necessário chamar a GNR, tal era a frequência com que os delegados circulavam de um lado para o outro sem a obrigatória máscara. Sempre que o PCP se predispõe a mostrar que Portugal está vivo, uma parte desse Portugal insurge-se, exigindo que o PCP faça de morto.

Se o problema é a percepção que se cria por causa da Covid-19, então o que deveríamos valorizar é a capacidade dos comunistas portugueses levarem a vida para a frente com uma organização que diminui em muito o risco de contágio. Arrisco a dizer, aliás, que este fim-de-semana será muito mais perigoso fazer compras numa grande superfície que participar no congresso do PCP em Loures. Adiante! Por mais que se fale do receio de aparecer um surto saído daquele pavilhão de Loures, a quase totalidade dos portugueses sabe, porque viu como se fez a Festa do Avante, que dali não vem perigo nenhum. Já não há partidos que comam criancinhas ao pequeno almoço.

Há urgência em ouvir os dirigentes comunistas explicarem aos portugueses por que é que viabilizaram este Orçamento do Estado. De preferência, dando espaço de debate aos comunistas que são contra esta estratégia do comité central, para que digam de sua justiça.

O PCP está a fazer um favor à Democracia, demonstrando que ela funciona, permitindo que a actividade política aconteça cumprindo as regras sanitárias que se aplicam a todas a todas as actividades. Nos momentos difíceis não se recua. Faço votos que os comunistas portugueses tenham um bom congresso.

#Ouça "A Opinião" de Paulo Baldaia, na íntegra - TSF

Portugal | Nazi escondido com proposta de fora. Já Chega!

Ventura quer proibir imagens ou vídeos de atuação policial sobre minorias

Proposta integra o projeto de lei, a que a agência Lusa teve acesso e que André Ventura pretende entregar no parlamento até segunda-feira. O líder do Chega referiu tratar-se de uma peça jurídica "inspirada na recente legislação francesa nesta matéria".

O presidente do Chega quer proibir, punindo com pena de prisão, a captura e difusão de imagens ou vídeos de atuação policial, especialmente sobre "grupos étnicos ou raciais minoritários", através de uma proposta para alterar o Código Penal.

O projeto de lei, a que a agência Lusa teve acesso e que André Ventura pretende entregar no parlamento até segunda-feira, tem por objetivo desencorajar a "captura de imagens ou vídeo de agentes policiais e forças de segurança no exercício de funções, mesmo no quadro de uso da força legítima".

"É muito raro os polícias cometerem crimes. É muito frequente haver crimes contra polícias. Temos de proteger a atuação das polícias, sobretudo em contexto de operações com grupos minoritários, onde o tema do racismo e da xenofobia vem à baila. É uma novidade no Código Penal português, uma inovação que vai ajudar à manutenção da ordem e à luta contra a violência nas ruas", defendeu o deputado único do partido da extrema-direita parlamentar, em declarações à Lusa.

Portugal | Acordo nacional entre PSD e Chega?

Maioria rejeita, mas social democratas dividem-se

Rui Rio é apontado como principal figura da oposição na sondagem TSF/JN onde primeiro-ministro, Governo e oposição sobem a nota. Marcelo recupera para os 74%.

Os eleitores do PSD surgem divididos, inclinam-se para o chumbo de um acordo nacional com o Chega, mas a diferença entre o "sim" e o "não" é de 13pp. Metade dos inquiridos do PSD considera que o partido não deve seguir esse caminho, contra os 37% que o apoiam.

Mas quando se analisam as respostas globais, é claramente maioritária (57%) a opinião de que não deve ser considerada a hipótese de um acordo nacional entre o PSD e o Chega, apenas 25% admitem a possibilidade e 18% não sabem ou não respondem.

Questionados sobre quem sairia beneficiado com tal acordo nacional, 41% das respostas indicam o Chega, 22% pensam que o PSD saía a ganhar e 13% apontam o PS. Cerca de um quinto dos inquiridos não sabem ou não respondem.

Se um acordo nacional entre PSD e Chega é ainda apenas um cenário, nos Açores é já uma realidade e a maior parte das respostas a esta sondagem indicam que quem ganhou mais com a negociação foi o Chega (45%). 18% consideram que foi o PSD, 16% não encontram benefícios para qualquer um dos lados e para 15% dos inquiridos tanto PSD como Chega saem a ganhar.

Nesta sondagem foi introduzida uma nova pergunta sobre quem é a principal figura da oposição e Rui Rio é o mais referido (35%). Segue-se um empate entre André Ventura e Catarina Martins nos 20% e em terceiro, mas afastado, surge Jerónimo de Sousa com 4%. 21% não sabem ou não respondem a esta questão.

No mês em que o Governo e o primeiro-ministro recuperam na avaliação positiva, é a oposição quem dá um salto nas opiniões favoráveis (47%): sobe 20pp e regista, pela primeira vez nesta sondagem, mais notas positivas do que negativas.

Se o Governo (51%) e o primeiro-ministro (56%) estão em terreno positivo, o Presidente da República mantém-se no topo da avaliação favorável com 74% (mais 14pp do que em outubro).

Questionados sobre a confiança nos dois mais altos responsáveis políticos, 47% escolhem o Presidente, 31% repartem a confiança entre os dois e 16% indicam o primeiro-ministro.

Continua elevado (71%) o número de respostas que defendem uma maior exigência de Marcelo face ao executivo, contra os 23% que defendem que não é necessário.

Judith Menezes e Sousa | TSF

#Com imagens e gráficos e ficha técnica no original - TSF

O PCP apagou a Coreia do Norte?


 Pedro Tadeu | Diário de Notícias | opinião

A discussão à volta do XXI Congresso do PCP tem três grandes matérias: a realização da iniciativa durante o estado de emergência, a eleição das pessoas que vão dirigir o partido e o texto da Resolução Política. Ao fim de um dia de trabalhos, constato que o primeiro assunto parece que só interessa a quem está fora do PCP. Para os comunistas é apenas um bom pretexto para reclamar independência nas ideias e na ação e apontar motivos de perseguição política.

O segundo assunto interessa a quem está fora e a quem está dentro do PCP, mas quem está fora foca-se quase exclusivamente em perceber se Jerónimo de Sousa fica, sai ou nomeia sucessor. Para os militantes comunistas também é fulcral a eleição do Comité Central e dos seus organismos executivos.

O terceiro tema parece que só interessa aos militantes do PCP e a mais ninguém: é o documento que define a estratégia deste partido para os próximos quatro anos. Talvez por ser militante do PCP, li as 107 páginas em causa e notei nelas três coisas que, como jornalista, acho que são notícia, mas que não vi terem relevância séria na comunicação social. Passo a listá-las, sugerindo um título adequado:

1 - "PCP está a dar prejuízo"
O PCP anuncia que tem um prejuízo anual de 310 mil euros. Na Resolução Política do congresso anterior anunciava um acumulado positivo, em quatro anos, de um milhão e 261 mil euros.

2 - "PCP ataca nas redes sociais"
O PCP pretende usar as redes sociais para "multiplicar a agitação, adequando a mensagem, com justeza e eficácia, para esclarecer, lutar e alargar a influência do Partido", mas, ao mesmo tempo, lembra que os militantes que usem essas redes devem "manter uma postura ética, manter reservado ao funcionamento do Partido o que só ao Partido diz respeito".

3 - "PCP apaga Coreia do Norte"
A República Popular Democrática da Coreia, Cuba, Laos e Vietname desapareceram do texto deste documento. A China só aparece referenciada no contexto da análise das tensões internacionais com os Estados Unidos, a União Europeia, o Japão, a Rússia, etc., e, nesse âmbito, há uma referência "à revolução cubana".

Há quatro anos, na Resolução Política do XX Congresso, aqueles países eram identificados como tendo "orientação e objetivo a construção de sociedades socialistas" e, por isso, mereciam a solidariedade do PCP.

Agora mantém-se a solidariedade com países que prossigam esse objetivo - sem identificar quais são - e junta-se essa solidariedade a países "dirigidos por forças progressistas" e aos que não tendo forças progressistas no governo "confrontam objetivamente intentos do imperialismo".

Que mudança!

Vamos lá ver se hoje os militantes do PCP, que são delegados ao Congresso, não dão cabo destas minhas "manchetes" e alteram tudo...

Portugal | O líder-operário que sorri e assinou um acordo à esquerda

PCP elege Jerónimo pela 5.ª vez

Jerónimo de Sousa foi eleito secretário-geral do PCP pela quinta vez, com um voto contra, pelo comité central reunido no XXI congresso nacional do partido, em Loures, foi anunciado este domingo.

Na reunião do comité central, no sábado à noite, Jerónimo de Sousa entendeu "não votar na sua própria candidatura", tendo sido eleito "por maioria, com um voto contra", de acordo com uma informação distribuída aos delegados e aos jornalistas, no congresso, em Loures, distrito de Lisboa.

Jerónimo de Sousa, o antigo operário que sorri e gosta de ditados populares, assinou o primeiro acordo político à esquerda em Portugal, e é o secretário-geral do PCP há mais tempo na liderança depois do histórico Álvaro Cunhal.

Aos 73 anos, Jerónimo de Sousa, reeleito secretário-geral para um quinto mandato, passou os últimos 16 anos à frente dos comunistas portugueses (só superado pelos 31 de Cunhal), viu vitórias e derrotas nas eleições e protagonizou um feito único na história do partido em Portugal -- um acordo à esquerda, com PS, BE e PEV, que permitiu afastar a direita (PSD/CDS) do governo e apoiar, com base em "posições conjuntas", um governo minoritário liderado pelo socialista António Costa.

Nesta história, coube a Jerónimo uma declaração-chave da noite eleitoral de 06 de outubro de 2015, quando PSD e CDS ganharam as eleições, mas a esquerda ficou em maioria no parlamento, ao dizer: "Com este quadro, o PS tem condições para formar Governo, mas têm de perguntar ao PS."

Dos trabalhadores ao SNS. João Ferreira aponta 10 falhanços a Marcelo

Deputado comunista, candidato às presidenciais de janeiro, falou do "mal" sem nunca mencionar o nome do presidente.

João Ferreira, candidato presidencial apoiado pelo PCP, apontou este sábado dez falhas ao atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e alertou que as eleições de janeiro vão influenciar a vida dos portugueses, "para o bem ou para o mal".

Num discurso ouvido em silêncio no segundo dia do XII congresso do PCP, em Loures, Lisboa, o eurodeputado comunista falou apenas do "mal" de Marcelo durante os últimos cinco anos, sem nunca mencionar o seu nome.

Há "valores de Abril" na Constituição que o atual Presidente ignorou e teve, acusou, "uma ação que contribuiu, direta ou indiretamente, para degradar as condições de vida dos trabalhadores.

Esta foi a primeira falha, seguindo-se o que fez para "conter e nunca para promover a evolução dos salários, num país em que muitos empobrecem a trabalhar", para "pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde, caucionando o desvio de recursos públicos para alimentar o negócio da doença".

Os outros falhanços, na leitura de Ferreira, foi tomar partido pelos "interesses dos grupos económicos e financeiros", lembrar-se apenas do "interior abandonado", mas "depois da catástrofe" dos incêndios e não valorizar "a Cultura e quem nela trabalha".

Por fim, Marcelo Rebelo de Sousa, "num momento crítico", ajudou a "fragilizar direitos, liberdades e garantias, intrínsecos ao regime democrático, algo que a emergência sanitária não justifica".

Ao invés, um Presidente da República deve "mobilizar o povo português" na defesa da "valorização do trabalho e dos portugueses", no reforço dos serviços público e do SNS ou ainda no "aprofundamento da democracia e no fortalecimento das suas raízes na sociedade portuguesa".

Estes são valores inscritos "nas páginas na Constituição" e não podem ser "letra morta como alguns querem", disse.

João Ferreira fez ainda um ataque aos partidos de direita, com uma referência implícita à extrema-direita e ao Chega, que não nomeou.

"Os problemas estruturais que Portugal arrasta não serão resolvidos com a política de direita que os criou, nem obviamente com as variantes demagógicas, populistas e assumidamente antidemocráticas dessa política.

Pelo contrário, os problemas "resolvem-se com a ação determinada" do povo, acrescentou.

"Um povo que aclamou o Mestre de Avis, resgatou do domínio espanhol a independência nacional, derrubou uma monarquia decrépita e instaurou a República, combateu o fascismo e forjou esse tempo luminoso de Abril, saberá encontrar e percorrer os caminhos do desenvolvimento e do progresso, que concretizem as suas mais fundas aspirações", disse.

Aplaudido de pé no início e no final, João Ferreira disse ser necessário "abrir um horizonte de esperança na vida deste país" nestas eleições.

"Seja pelo conteúdo concreto dos poderes do Presidente da República, seja pela dinâmica que estas eleições comportam e induzem, elas não deixarão de influenciar significativamente, para o bem ou para o mal, o curso da vida nacional", alertou o candidato presidencial do PCP.

Diário de Notícias | Lusa

Imagem: João Ferreira no discurso no Congresso do PCP. © António Cotrim // Lusa

Frases com link

"Via muito bem Passos Coelho como presidente da Comissão Europeia"

Miguel Poiares Maduro, ex-ministro de Passos Coelho, em declarações ao Diário de Notícias

Etiópia inicia ataques à capital regional de Tigray

Apesar de diversos apelos da comunidade internacional e tentativa de mediação da União Africana pelo fim dos confrontos, militares etíopes iniciaram a sua ofensiva em Mekele, este sábado.

A emissora televisiva local de Tigray anunciou os bombardeamentos ao meio-dia deste sábado (28.11) em Mekele, capital regional de Tigray com uma população de meio milhão de pessoas.

Os militares da Etiópia "começaram a atingir com armamento pesado e artilharia o centro de Mekele", disse o Governo local à agência de notícias AFP. "O Estado regional de Tigray apela a todos os que têm a consciência tranquila, incluindo a comunidade internacional, a condenarem os ataques aéreos e massacres que estão a ser cometidos", lê-se numa declaração.

Debretsion Gebremichael, líder da Frente de Libertação do Povo do Tigray (TPLF), confirmou à agência Reuters, numa mensagem de texto, que Mekelle estava sob "bombardeamento pesado". Os militares etíopes estão a utilizar artilharia no ataque, acrescentou.

As explosões foram relatadas no norte da cidade, na zona de Hamidai.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, havia anunciado na quinta-feira (26.11) uma "terceira e última fase" na sua campanha contra os líderes da TPLF.

Conflito atinge vizinha Eritreia

Na noite de sexta-feira (27.11), pelo menos um míssil disparado a partir do norte de Tigray atingiu a vizinha Eritreia, disseram à AFP quatro diplomatas regionais.

Não houve confirmação imediata de quantos mísseis foram disparados, onde aterraram, nem de quaisquer baixas ou danos causados.

A TPLF acusou a Etiópia de ter obtido apoio militar da Eritreia nos combates, uma acusação que a Etiópia nega.

O grupo reivindicou a responsabilidade por ataques semelhantes contra a Eritreia há duas semanas, mas não houve nenhum comentário imediato dos seus líderes na sexta-feira.

Mediação africana

Abiy anunciou operações militares em Tigray a 4 de novembro, após meses de fricção entre o seu Governo e a TPLF.

O primeiro-ministro recusou-se a negociar com a TPLF e rejeitou os apelos ao diálogo como "interferência" nos assuntos internos da Etiópia.

Na sexta-feira, encontrou-se com três ex-líderes africanos - Joaquim Chissano de Moçambique, Ellen Johnson Sirleaf da Libéria e Kgalema Motlanthe da África do Sul - despachados esta semana pela União Africana (UA) como mediadores.

Numa declaração emitida após a reunião em Adis Abeba, Abiy disse apreciar "este gesto e... o empenho firme que este demonstra no princípio das soluções africanas para os problemas africanos".

Mesmo assim, o Governo tem uma "responsabilidade constitucionalmente mandatada para fazer cumprir o Estado de direito na região e em todo o país", disse o seu gabinete numa declaração.

"Não o fazer iria promover uma cultura de impunidade com custos devastadores para a sobrevivência do país", afirmou.

O secretário-geral da ONU saudou as conversações com os enviados da UA e exortou todas as partes a "resolverem pacificamente o conflito".

Antonio Guterres salientou também a necessidade de "assegurar a proteção dos civis, os direitos humanos e o acesso da assistência humanitária às áreas afectadas".

O Governo de Tigray, entretanto, disse na sexta-feira que o exército federal estava a bombardear cidades e aldeias e a infligir pesados danos.

"A nossa luta continuará de todas as direções até que a autodeterminação do Povo de Tigray esteja garantida e a força invasora seja expulsa", disseram as autoridades locais numa declaração lida na televisão regional.

Preocupação internacional

A comunidade internacional tem manifestado grande preocupação com o conflito e o seu impacto humanitário, enquanto insiste nos apelos ao diálogo.

Na sexta-feira, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, disse por meio de comunicado, após o seu encontro com o vice-primeiro-ministro etíope, Demeke Mekonnen: "É claro para nós que ambos os lados devem pôr fim à violência. Todas as partes devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os civis e para conceder acesso à ajuda humanitária".

Também o Papa Francisco apelou ao fim da violência. "O santo padre (...) apela às partes em conflito para que cessem a violência e salvem vidas, especialmente as de civis, para que a população possa regressar à paz", disse o diretor do gabinete de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, num comunicado na sexta-feira.

Deutsche Welle | AP, AFP, Reuters

Além de Cabinda e Tigray há outros movimentos separatistas em África

A exemplo de Cabinda, vários movimentos separatistas estão em atividade em África. O conflito no Tigray, na Etiópia, é um exemplo. Analistas ouvidos pela DW dizem que a origem destes grupos remontam à era colonial.

Para Toyin Falola, o colonialismo é a raiz de todos os movimentos separatistas em África. O professor de História, da Universidade do Texas, refere-se à forma como as potências coloniais europeias dividiram o continente no período entre a Conferência de Berlim-Congo em 1884/85 e o fim da Primeira Guerra Mundial: "Eles enquadraram centenas de povos e nações que tinham existido antes em cerca de 50 países", opina Falola.

Isso ocorreu independentemente das estruturas existentes ou das filiações religiosas e étnicas. Os dois primeiros exemplos destacados neste artigo - Ambazónia e Togolândia Ocidental - são o resultado de tais demarcações arbitrárias.

No entanto, nem sempre é possível dizer exatamente quando é que uma área pertenceu a quem e se hoje em dia os territórios devem ou não ser entregues a outras partes interessadas, explica Lotje de Vries, professora assistente na Universidade de Wageningen, na Holanda. Zanzibar na Tanzânia ou Cabinda em Angola são exemplos disso.

De Vries é co-editora do livro "Secessão na Política Africana" e foi confrontada com o desafio de como categorizar os vários movimentos separatistas em África. No final, os editores não estavam interessados nas origens históricas, mas na forma como os movimentos se desenvolveram.

Manifestação em Cabinda termina com nove detidos

A marcha deste sábado não havia sido autorizada pelo Governo da província

Uma manifestação na província angolana de Cabinda terminou com a detenção de nove pessoas, disse à Lusa o advogado e ativista de direitos humanos Arão Bula Tempo. Entre os detidos encontram-se dois dos seus filhos, adiantou.

A marcha, convocada por um grupo de ativistas defensores dos direitos humanos e membros da sociedade civil de Cabinda, não foi autorizada pelo Governo da província,que invocou as medidas de contenção da pandemia de covid-19 para justificar a proibição.

Os promotores da manifestação, cujo objetivo era contestar a "degradação social, económica e da saúde pública" decidiram, no entanto, manter a iniciativa por ser "um direito consagrado na Constituição".

Apesar da chuva, os manifestantes "marcharam descalços" até o protesto ser "interrompido pela força repressiva da polícia", referiu Arão Tempo, indicando que dois dos manifestantes foram "torturados".

"Mantive contacto com o comandante, disse-lhes que não havia razões constitucionais que permitissem a detenção dos cidadãos indefesos e com direitos consagrados na Constituição", acrescentou, afirmando ter recebido garantias de que seriam soltos, com a obrigação de pagar uma multa de 15.000 kwanzas (19 euros) no prazo de 72 horas.

Numa carta dirigida ao governador da província de Cabinda, subscrita por 42 pessoas e divulgada na quarta-feira, os manifestantes referiram que a situação sobre a qual pretendem protestar "perdura há 45 anos", sem que o Governo tenha cumprido as suas garantias e promessas de intervenção.

O desemprego, a pobreza profunda, as mortes devido à fome, os constrangimentos ou impedimentos da liberdade de expressão, da cidadania, os julgamentos e condenações injustas e outros direitos fundamentais constam da lista de problemas que levaram ao protesto.

O documento exigia igualmente o diálogo "para a pacificação do território de Cabinda".

Deutsche Welle | Lusa

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