quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Boris Johnson e o “arco da crise nuclear” contra a China

# Publicado em português do Brasil

Germán Gorráiz López, Reino Unido | Katehon

Shakespeare, pela boca do assustado Henrique IV, expressa o medo e a impotência do homem diante da ausência de certezas diante do caos do movimento: “Meu Deus, se tivéssemos a opção de ler no livro do destino e ver o tempo as revoluções, ver como a ocasião zomba e como a mudança enche o copo em movimento de cores diferentes”.

Por caos (Khaos ou "vazio que ocupa um buraco no nada") entendemos algo imprevisível e que escapa da visão míope que só nossos olhos podem delinear diante de eventos que escapam dos parâmetros conhecidos porque nossa mente é capaz de sequenciar apenas fragmentos do total sequência do imenso genoma do caos, com a qual recorremos inevitavelmente ao termo "efeito borboleta" para tentar explicar a conjunção estonteante de forças centrípetas e centrífugas que devem configurar o quebra-cabeça desconectado do caos ordenado que se desenvolve. O referido "efeito borboleta" transferido para sistemas complexos como o Demoscopy teria como efeito colateral a impossibilidade de detectar antecipadamente um futuro mediato, uma vez que os modelos quânticos que utilizam seriam apenas simulações baseadas em modelos anteriores.

A Europa e o Ocidente rumo ao código QR sem liberdade

A Europa e o mundo ocidental estão rumo a uma sociedade com código QR sem liberdade

# Publicado em português do Brasil

Sonjavan den Ende* | OneWorld

A China foi o primeiro país, ou continente, a introduzir o código QR, agora a Europa e o mundo ocidental estão seguindo essa loucura onde a liberdade é limitada e um novo regime ditatorial tecnocrático global é instalado. Em outras palavras, a Inteligência Artificial (IA) assumiu o controle dos humanos e pode acabar muito mal para a raça humana. Foto: Uma criança chinesa em um túnel QR, no sul da China, 2017!

Como um artigo afirmado no South China Morning Post de 2017:

“Está sendo usado (2017) para incentivar gorjetas em restaurantes, receber presentes em dinheiro em casamentos ... até os mendigos estão usando para arrecadar esmolas. O pequeno código de barras está conduzindo a rápida mudança da China em direção a uma sociedade sem dinheiro ”.

Se os europeus, ou ocidentais, tivessem prestado atenção a isso, talvez não estaríamos onde estamos agora com a implementação da sociedade QR Code, ou como eu a chamaria, uma sociedade dirigida, não por humanos, mas por máquinas chamado de Inteligência Artificial (IA). A chamada pandemia é utilizada para implementar esta sociedade QR, ou este novo Sistema de Crédito Social, a partir da experiência dos chineses. A raça humana será apenas como um rebanho de gado, os governos, ou melhor, a IA decidirá o que você pode fazer, como você pode fazer, se você tem permissão para viver ou obter comida. Uma conspiração, não, está acontecendo agora em muitos lugares ao seu redor.

Abecê do racismo

# Publicado em português do Brasil

Ynaê Lopes dos Santos*

Polêmica envolvendo o livro infantil "Abecê da Liberdade" evidencia como o racismo atravessa o cotidiano brasileiro, sendo ensinado para nossas crianças de modo perverso e naturalizado.

O universo infantil é um mundo à parte. Um mundo que foi construído ao longo da experiência humana. E, justamente por isso, é um mundo do qual temos que cuidar para que possa ser vivido em toda a sua extensão, intensidade e pulsão. 

No entanto, existem questões que tentam driblar esse cuidado, essa preservação da infância: o racismo é uma delas.

Na última semana, um livro infantil causou indignação. A obra em questão se chama Abecê da Liberdade: a história de Luiz Gama, o menino que quebrou correntes com palavras. Uma iniciativa que poderia ser comemorada, já que se propunha a narrar para o público infantil a vida de um dos maiores abolicionistas do país; um homem que, sozinho, libertou mais de 300 pessoas ilegalmente escravizadas.

Mas no meio do caminho, ou melhor dito, no meio do livro, havia o racismo.

Uma das passagens narra a viagem de crianças africanas escravizadas dentro de um navio negreiro utilizado no tráfico interprovincial do Brasil. Esse tráfico foi responsável pela manutenção da escravidão brasileira, num momento em que boa parte dos africanos escravizados no país estavam nessa condição de forma ilegal – já que, em 1831, o tráfico transatlântico havia sido formalmente abolido no país.

É importante dizer que, assim como o tráfico transatlântico, que escravizou mais de 12 milhões de africanos, o tráfico interprovincial foi responsável pela separação de inúmeras famílias de escravizados. Um medo que atravessava boa parte da vida dos homens, mulheres e crianças que trabalhavam nas províncias do Norte e Nordeste do Império do Brasil.

O novo normal do jornalista-uberizado

# Publicado em português do Brasil

“A vida acabou virando o trabalho”: jornadas de trabalho chegam a 14 horas, vínculo de trabalho foi precarizado e despesas domésticas do home office corroeram salários. E a exploração tende a continuar mesmo após a pandemia…

Daniel Giovanaz*, no Brasil de Fato | em Outras Palavras

“Nunca me senti tão cansada quanto agora. A vida acabou virando o trabalho, e vice-versa. Acho que, presencialmente, isso não acontecia tanto: existia a hora de ir para o trabalho e a hora de voltar. O Whatsapp não piscava o tempo inteiro. A redação não ficava no meu quarto. Não existia essa sensação de que todos os dias são iguais. Mentalmente, eu sinto que nunca desligo.”

O relato é de uma repórter que trabalha em São Paulo (SP) há quase dois anos com a carteira assinada em um dos maiores jornais do Brasil.

Os profissionais que aparecem nesta reportagem foram ouvidos sob condição de anonimato. Os nomes dos veículos em que atuam também foram ocultados a pedido, para evitar identificação.

Doutora em Ciências da Comunicação e pesquisadora do Centro de Pesquisas em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Universidade de São Paulo (USP), Janaína Visibeli afirma que a pandemia acelerou uma tendência de precarização que se verifica desde a migração para a internet.

“A gente já vem observando há um tempo a expulsão de trabalhadores do vínculo formal das organizações midiáticas. Entre 2010 e 2020, tivemos os chamados ‘passaralhos’, que são exatamente resultado disso”, lembra.

“Foi uma crise do modelo de negócio, só que o resultado recaiu sobre o trabalho. Esse enxugamento gera pressão para quem fica, e precarização para quem sai.”

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

O ABISMO, OS BÁRBAROS E NÓS -- Martinho Júnior

Martinho Júnior, Luanda 

A RECUSA DO "HEGEMON" EM ADERIR AOS PROJECTOS DE INFRAESTRUTURAS NA EURÁSIA E ONDE QUER QUE SEJA, PREFERINDO A UTILIZAÇÃO DA FORÇA DAS ARMAS PARA IMPOR UMA VONTADE DE DOMÍNIO SEM ÉTICA, NEM MORAL, É SIMULTANEAMENTE, NO MOMENTO EM QUE UM ENCADEADO DE CRISES ATINGE A HUMANIDADE E O PRÓPRIO PLANETA, UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE E DE DESRESPEITO PARA COM A MÃE TERRA!

“Estou aqui para soar o alarme: o mundo precisa acordar. Estamos à beira de um abismo – e nos movendo na direção errada. Nosso mundo nunca foi tão ameaçado. Ou tão dividido. Enfrentamos a maior escalada de crises em nossas vidas.” - Discurso do secretário-geral da ONU à Assembleia Geral – 21 de setembro de 2021.

Este alerta, ocorre 29 anos depois do discurso do Comandante Fidel na cidade do Rio de Janeiro, a 12 de Junho de 1992 – … “Cuando las supuestas amenazas del comunismo han desaparecido y no quedan ya pretextos para guerras frías, carreras armamentistas y gastos militares, ¿qué es lo que impide dedicar de inmediato esos recursos a promover el desarrollo del Tercer Mundo y combatir la amenaza de destrucción ecológica del planeta? Cesen los egoísmos, cesen los hegemonismos, cesen la insensibilidad, la irresponsabilidad y el engaño. Mañana será demasiado tarde para hacer lo que debimos haber hecho hace mucho tiempo.!

Poderíamos estar tentados em dizer que agora o abismo é à escolha: prefere-se o do aquecimento climático, com todas as profundas alterações que existem no ambiente e na natureza, ou prefere-se o da barbaridade da IIIª Guerra Mundial onde a aristocracia financeira mundial domina pela obstinada difusão de caos, de terrorismo e de desagregação por todo o Sul Global (até começaram a aparecer os mesmos sintomas na “homeland”), ou preferem-se o das ameaças pandémicas, de que ainda só se vai nas primeiras... todavia na verdade todos esses “fenómenos” estão interligados e influenciam-se uns aos outros num nauseante encadeado e são estimulados em função das causas profundas geradas na capitalismo, desde particularmente o período da revolução industrial!

Então e nós?...

Nós, principalmente os do Sul Global, seríamos literalmente o alvo e as vítimas, o corpo inerte onde de uma forma ou de outra, ou de todas elas conjugadas, cada abutre viria impunemente depenicar o seu pedaço, não fora a legítima esperança que a EurÁsia expande até à “península ocidental” e transmite ao resto do mundo!

Emitido mandado de captura internacional para João Rendeiro

PORTUGAL

Juíza manda emitir mandado captura internacional para Rendeiro

De acordo com a SIC, a juíza que condenou o ex-banqueiro a dez anos de prisão fez um despacho com caráter de urgência, na sequência da recusa de João Rendeiro regressar a Portugal.

A juíza do processo que resultou da condenação de João Rendeiro a dez anos de prisão mandou emitir mandados de captura internacional para prender o ex-banqueiro, noticiou esta quarta-feira a SIC, acrescentando que o despacho tem caráter de urgência e seguirá para várias polícias, nomeadamente Europol, Interpol, PSP e Polícia Judiciária.

Esta decisão surge na sequência das declarações de João Rendeiro, no seu blogue "Arma Crítica", no qual diz sentir-se injustiçado com a pena que lhe foi aplicada e que não tenciona regressar a Portugal.

Os portugueses famosos que fugiram à justiça

João Rendeiro não é o primeiro famoso a escapar às malhas da justiça portuguesa. Pedro Caldeira, Padre Frederico, Fátima Felgueiras e Vale Azevedo são algumas personagens que nos últimos anos conseguiram passar a perna às autoridades judiciais nacionais.

Pedro Caldeira

Chamavam-lhe o mago da bolsa de Lisboa, mas em 1992, a sua corretora ruiu como um castelo de cartas deixando prejuízos de milhões de contos e arruinando dezenas e dezenas de investidores.

Após o colapso da sua firma, Caldeira fugiu para os Estados Unidos. Seria preso pelo FBI num quarto de hotel em Miami com a mulher e os dois filhos. Em 2000 acabaria absolvido dos 65 crimes de burla agravada e 17 de abuso de confiança de que tinha sido acusado.

Seis presidentes reeleitos estão a contas com a justiça

PORTUGAL

Entre os principais casos judiciais, está o "caso Selminho" que Rui Moreira, reeleito presidente da Câmara do Porto, embora tenha perdido a maioria absoluta.

Pelo menos seis presidentes de câmara eleitos no domingo estão envolvidos em processos judiciais ou a ser investigados por acusações de corrupção, negócios imobiliários duvidosos e aceitação de vantagens, entre outros crimes.

Entre os principais casos judiciais, está o "caso Selminho", que atingiu o reeleito presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira (independente), acusado de prevaricação por, segundo o Ministério Público (MP), ter favorecido a imobiliária da família num litígio judicial com a autarquia sobre a propriedade de um terreno.

O início do julgamento do presidente da Câmara do Porto, que corre o risco de perda de mandato, está agendado para 16 de novembro.

António Anselmo foi reeleito presidente da Câmara de Borba (Évora) pelo MUB - Movimento Unidos por Borba, cargo que desempenha desde 2013, e vai ser julgado por cinco crimes de homicídio no caso do deslizamento na pedreira que arrastou a Estrada Municipal 255, em 19 de novembro de 2018, tirando a vida a cinco pessoas: dois operários de uma empresa de extração de mármore na pedreira e três homens que seguiam em dois carros na estrada que colapsou.

Teriam os EUA planeado a morte de Julian Assange?

# Publicado em português do Brasil

Em reportagem, mais de 30 ex-funcionários da CIA sustentam que Trump tinha plano secreto para matar o fundador do Wikileaks, em 2017. Mike Pompeo seria um dos idealizadores, enfurecido após vazamentos sobre vigilância do império

 Brasil de Fato | em Outras Palavras

Como vingança pela publicação de documentos secretos da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) pelo WikiLeaks, os Estados Unidos consideraram e fizeram planos para assassinar ou sequestrar Julian Assange em 2017. A informação foi revelada por longa reportagem no Yahoo News, que afirma ter realizado entrevistas com mais de 30 ex-funcionários da inteligência dos EUA.

De acordo com a publicação, o então diretor da CIA, Mike Pompeo, era um dos promotores da ideia porque ficou enfurecido com a publicação pelo WikiLeaks de uma série de documentos secretos da inteligência estadunidense conhecido como “Vault 7”.

As ações foram discutidas no então governo de Donald Trump, sendo que parte dos funcionários da Casa Branca levantou questões sobre a legalidade de tal medida. Um dos empecilhos levantados era que, em 2017, Assange estava na embaixada do Equador em Londres — e o Reino Unido é um dos mais importantes aliados geopolíticos dos EUA.

O que deve substituir a UE

# Publicado em português do Brasil

Eric Zuesse* | Strategic Culture Foundation

As eleições deste ano em países possivelmente neutros da UE, como Alemanha e França, serão de importância crucial para determinar se a Europa será novamente o campo de batalha de uma guerra mundial, escreve Eric Zuesse.

O que deve substituir a UE é o resultado das razões pelas quais ela precisa ser substituída . Resulta da história da UE , e isso será explicado aqui:

Como será documentado a seguir, a UE foi criada pelos governos dos EUA e do Reino Unido após a Segunda Guerra Mundial para executar o plano que Cecil Rhodes havia concebido em 1877 para o Reino Unido, primeiro, retomar (por meio de agentes) os EUA e, então, o império conjunto Reino Unido-EUA para dominar o mundo inteiro, começando pela Europa. Em última análise, a Rússia, que foi e é, de longe, o maior país do mundo, era o maior e principal alvo. Após a Segunda Guerra Mundial, o plano dos rodesistas para dominar o mundo era produzir a aliança militar da OTAN e a aliança diplomática da UE, a fim de consolidar o controle rodesista sobre a Europa, para que então a União Soviética (originalmente a Rússia) pudesse ser finalmente conquistada. Mas precisava começarcom aquele Reino Unido / EUA, Rhodesist, vínculo de “Relações Especiais” entre o Reino Unido e os EUA (que nunca foi publicamente, nem mesmo mencionado até que Churchill finalmente anunciou a “Relação Especial” em um discurso na presença de aprovação do Presidente Truman dos EUA no dia 5 Março de 1946) com o objetivo de conquistar a União Soviética. (Tudo isso será documentado por meio dos links fornecidos aqui .)

No entanto, a União Soviética se desfez em 1991 e encerrou sua aliança militar do Pacto de Varsóvia, e também encerrou seu comunismo, naquela época; e, portanto, as 'justificativas' anti-soviéticas para continuar a OTAN e a UE haviam desaparecido. Apesar disso, tanto a OTAN quanto a UE continuaram, desde então, mas em vez disso como anti-russos, não mais como anticomunistas, e o público nos países controlados por rodesistas nem piscaram sobre isso, nem perceberam, mas simplesmente continuaram gastando, por meio de seus impostos, trilhões de dólares em armamentos (etc.) que agora não tinham mais nenhum propósito não imperialista. O objetivo real dos rodesistas é - e tem sido - conquista global, e o anticomunismo na verdade tinha sido apenas a desculpapara a Guerra Fria. Portanto, novas desculpas agora tinham que ser inventadas, para as invasões e ocupações militares dos Estados Unidos e seus aliados ainda em andamento. Em 24 de fevereiro de 1990, o presidente dos EUA GHW Bush secretamente começou a informar os aliados estrangeiros da América sobre este fato - que, embora a União Soviética logo acabasse e seu comunismo acabasse logo, e sua aliança militar do Pacto de Varsóvia que havia sido organizada pela URSS em A resposta à aliança militar da América com a OTAN terminaria muito em breve, a própria Guerra Fria continuaria secretamente do lado dos EUA e de seus aliados, até que o mundo inteiro fosse controlado pelo governo dos EUA. Agora estava claro que o realobjetivo sempre foi a conquista global. O gato estava fora da bolsa com este fato (porque a União Soviética e seu comunismo haviam desaparecido), mas a mídia de 'notícias' não percebeu que a América agora tinha militares em fuga, e o público também não percebeu isso - talvez em grande parte porque a mídia 'noticiosa' (que, por exemplo, relatou durante 2002 e 2003 incessantemente sobre ficções como "ADM de Saddam") ignorou as realidades cruciais (como nuncarelatando que GHW Bush deu esta instrução a Helmut Kohl em 24 de fevereiro de 1990), e agindo como se fossem propriedade das mesmas pessoas que possuem empresas como Lockheed Martin e BAE, que precisam aumentar a produção de armas para serem capaz de crescer, em tudo. Tudo se encaixa nessa realidade sistêmica de um exército norte-americano em fuga, canceroso, controlado por seus fabricantes de armas, que controlam o governo, embora o público nem saiba o que realmente controla "seu" governo. (E isto é suposto ser uma 'democracia'? É que uma democracia?)

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O AUKUS prepara uma guerra nuclear para apoiar Taiwan

Thierry Meyssan*

As reacções oficiais ao anuncio do Pacto australo-britano-EUA (AUKUS) apenas se referem à rescisão do contrato de armamento australo-francês. Por mais terrível que isso seja para os estaleiros navais, não é mais do que uma consequência colateral da reviravolta de alianças visando preparar uma guerra contra a China.

O anúncio do Pacto australo-britano-EUA (A-UK-US) [1] teve o efeito de um tremor de terra na região do Indo-Pacífico.

Sem qualquer dúvida, Washington prepara a longo prazo um confronto militar contra a China.

Até agora, o dispositivo ocidental visando conter política e militarmente a China envolvia os Estados Unidos e o Reino Unido, bem como a França e a Alemanha. Agora, os Europeus foram postos de lado. E amanhã a área será controlada pelos Quad + (EUA e Reino Unido, assim como a Austrália, a Índia e o Japão). Washington prepara uma guerra numa ou duas décadas.

Enquanto a França e a Alemanha não foram consultadas sobre esta estratégia, nem sequer prevenidas do seu anúncio público (mas outros países como a Indonésia tinham sido avisados), o novo dispositivo deverá publicitado durante a próxima semana em Washington.

Se é lógico que Londres e Washington se apoiem em Camberra mais do que em Paris, já que a Austrália é membro dos « Cinco Olhos», dos quais a França é apenas associada, a entrada em jogo do Japão e sobretudo da Índia põe fim a um longo período de incerteza. Mais preocupante é o papel atribuído à Alemanha, que poderia juntar-se aos « Cinco Olhos » [2], mas não aos Quad, quer dizer à espionagem das telecomunicações, mas não à acção militar.

Reino Unido em crise também por um Brexit rígido e estúpido

A crise da gasolina no Reino Unido é apenas uma amostra de um futuro mais tenso e incerto

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Gaby Hinsliff* | The Guardian | opinião

A escassez de motoristas de petroleiros provocou uma corrida nas bombas - e a única questão agora é o que vamos ficar sem a próxima

No sábado, uma amiga que passa a maior parte dos fins de semana viajando pela metade do país para verificar seus pais cada vez mais frágeis passou uma manhã ansiosa vasculhando garagens vazias em busca de gasolina. Ela não pode ter estado sozinha.

As tensões do estoque de um fim de semana estão começando a aparecer: alguns professores não conseguem encher para ir à escola, as enfermeiras são reduzidas a caronas para o hospital e os prestadores de cuidados que dependem de seus carros para chegar às pessoas vulneráveis ​​em áreas isoladas estão lutando. E então existem os dilemas puramente humanos. Imagine estar grávida, bolsa toda embalada para a enfermaria de parto e a luz do combustível está piscando.

Quanto mais isso durar - e medidas de emergência como convocar reservistas do exército não podem produzir resultados da noite para o dia - mais lacunas podem surgir em coisas que antes eram tidas como certas. Compromissos serão cancelados, entregas atrasadas, serviços indisponíveis repentinamente. Começamos a mudar de uma sociedade “just in time”, rodando livremente pela vida alegremente, supondo que as coisas sempre estarão lá, para uma “apenas no caso”, imaginando nervosamente o que poderíamos nos esgotar a seguir. (Provavelmente será algo que a maioria de nós nunca percebeu que importava, semelhante à escassez de dióxido de carbono que abalou os ministros neste mês.)

Verdes crescem e se tornam terceira maior força política

# Publicado em português do Brasil

ELEIÇÕES - ALEMANHA

Com proteção do clima no topo das preocupações dos alemães, legenda ambientalista obtém maior resultado de sua história, segundo resultado preliminar, e dificilmente não fará parte do futuro governo em Berlim.

Enquanto outros partidos encolheram ou apenas mantiveram seus resultados de 2017, o Partido Verde alemão ampliou significativamente sua votação em relação ao último pleito. De 8,9% há quatro anos, o partido deve saltou para 14,8% neste domingo (26/09), segundo o resultado oficial preliminar.

Com as mudanças climáticas aparecendo no topo das principais preocupações dos eleitores alemães e uma campanha que foi marcada pelas enchentes devastadoras no oeste do país, os verdes receberam um aumento expressivo de votos.

Tal ganho ocorreu mesmo com os problemas registrados pela candidata do partido a chanceler federal, Annalena Baerbock, que chegou a aparecer brevemente no topo das pesquisas em maio, mas logo perdeu pontos por causa de controvérsias envolvendo acusações de plágio e imprecisões no seu currículo. 

Scholz salva social-democratas, mas pode não suceder Merkel


# Publicado em português do Brasil

Olaf Scholz salvou o SPD, levando o partido de volta ao topo com tenacidade e persistência, apesar de enfrentar desdém da própria legenda. Após sucesso nas urnas, ele ainda terá que lutar pelo cargo de chanceler federal.

O clima na central do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha, em Berlim, na noite deste domingo (26/09), era de grande festa. Seu candidato ao cargo de chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, conseguiu nas eleições federais algo que ninguém considerava possível há apenas alguns meses: resgatar a legenda de seus anos de baixa performance nas pesquisas e ainda melhorar o desempenho dela significativamente em relação ao último pleito, de 2017. No início deste ano, os social-democratas ainda apareciam com 15% das intenções de voto, mais de dez pontos atrás dos 25,7% conquistados nas urnas neste domingo, segundo o resultado oficial preliminar.

No entanto, a porta para a sucessão de Angela Merkel no cargo de chanceler federal ainda não está aberta. Só ficará claro quem assumirá a chefia de governo após as negociações para a formação de uma coalizão, que devem se desenrolar nas próximas semanas ou meses. Não apenas o SPD, mas também os conservadores das uniões Democrata Cristã e Social Cristã (CDU/CSU) poderiam formar uma aliança com o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP). Mas os social-democratas vão para as conversações de cabeça erguida, impulsionados pelo sentimento de que alcançaram muito neste domingo.

Portugal | O DEVER CÍVICO

Henrique Monteiro, em HenriCartoon (26.05.19)

Que democracia?

Nas eleições autárquicas 2021, realizadas ontem, 26.09.21, pelo menos metade dos portugueses não votaram, se contabilizarmos em percentagem de número de eleitores inscritos: a abstenção (46.3), os votos em branco (2.5) e os votos nulos (1,6). -- PG

Portugal | A liberdade de muletas

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

O Estado partiu-lhe uma perna, de seguida ofereceu-lhe uma muleta e ainda espera a sua gratidão? O governo devolveu aos cidadãos uma parte dos seus direitos, liberdades e garantias, restituiu uma fatia daquilo que nos subtraiu (fora danos e mortes irreversíveis) e ainda é suposto sentirmo-nos abençoados? A gestão da Covid em Portugal foi sempre política, deixou 18 mil mortos, uma epidemia de patologias psicológicas, uma economia arruinada, enfim, um caos na saúde pública e o presente momento não é excepção. Desde logo, a palermia prossegue: se antes tínhamos um vírus de pontualidade britânica que atacava só após as 13 horas ou apenas aos fins de semana, agora o vírus tem calendário e abranda em Outubro. Se a máscara na rua nunca foi obrigatória e em Setembro terminámos com essa obrigação que nunca foi obrigatória, agora no décimo mês acabamos com o terminus da obrigação do que jamais foi obrigatório. Obrigada, executivo. Cristalino. Agora para entrar num estádio ao ar livre preciso de certificado ou teste mas num restaurante nada será necessário.

Teria graça se não fosse trágico. Para trás ficaram três prioridades. Em primeiro, os lares - ainda nem sequer há relatórios que permitam compreender o que sucedeu nestes anos e acautelar o futuro. Ou seja, no que concerne o principal grupo de risco persiste a nebulosa. Em segundo, as crianças. Estas já tiveram dois anos escolares destruídos (menos aulas e apoios do que a média da OCDE) mas continuam sujeitas a máscaras - com quase todo o pessoal vacinado - e a quarentenas cegas. Por fim, aquela que devia ser outra prioridade, a análise rigorosa aos números, persiste pantanosa. Não se muda aquilo que não se pode medir e as bases de dados mostram enormes contradições, não levam ao cruzamento e não revelam os brutos. Portanto, desconhece-se a situação epidemiológica - mau prognóstico para futuras decisões.

De resto, este momento é de liberdade falsete (há libertação quando temos que revelar os nossos dados pessoais de saúde para entrar numa discoteca?). E, por fim, talvez seja também uma cantiga da cigarra ou até uma canção do cisne. Afinal, mesmo com 80% da população vacinada, por exemplo Israel (população semelhante à nossa) assistiu a surtos com um número de casos quase tão elevado como o de Janeiro, quando não tinham vacinas e eram (empatados com Portugal) o país do Mundo com maior incidência. De resto, por cá em agosto e setembro, a percentagem de cuidados intensivos (0,4%) ou mortes (0,04%) é igual ou pior do que em período homólogo. No verão de 2020 sem vacinas, tínhamos em UCI 0,3% dos casos activos e 0,008% de mortos. Portanto, neste inverno, ainda por cima com o sazonal aumento das infecções respiratórias, que ditará o primeiro-ministro? Mais doses? Mais confinamentos? Vacinação de recém -nascidos? Guetização dos não vacinados? Tudo isto quando se sabe que a imunização maciça pode originar variantes resistentes e fenómenos imunológicos que comprometam a resposta a futuras epidemias por coronavírus?

Fundamental é finalmente admitir que a maioria das medidas adoptadas até agora foi inútil ou até prejudicial, que estamos perante uma inescapável doença respiratória viral, que nunca alcançaremos covid zero e que urge atender às tais prioridades, reforçar o sns e os seus profissionais. Quando?!

*Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a anterior ortografia

Autárquicas 2021 | Sem nevoeiro: Regresso à Figueira da Foz

Portugal | Santana: "Cair e reerguer, é a vida"

Foi regressar e vencer. "Uma proeza sem igual", diz Santana. Candidato do PSD não fica como vereador e o mesmo deve fazer o atual presidente socialista da autarquia.

O que CDS, CDU e BE diziam aconteceu: Santana Lopes ia "roubar" votos a todos os partidos. Socialistas e sociais-democratas saem derrotados. O "pacto PS/PSD", as "solidariedades e fraternidades" denunciados pelo antigo primeiro-ministro, não foram suficientes para evitar a "vitória extraordinária" - palavras de Santana Lopes - na Figueira da Foz.

Os indicadores socialistas de "uma apreciação muito positiva do trabalho desenvolvido pelo Carlos Monteiro [candidato do PS] e pela sua equipa, que tiveram de fazer face a uma dívida gigante que aqui ficou", como vaticinava José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, esbarraram nos votos que deram a maioria pretendida por Santana Lopes.

"Ganhar nestas circunstâncias é uma proeza sem igual, porque é contra todas as tropelias, todas as armadilhas, todas as impugnações e contra os partidos grandes, médios e pequenos", afirmou o ex-primeiro-ministro.

"Estas eleições provaram para muita gente a razão pela qual tomei essa opção de sair da força política em que militei durante décadas", afirmou ainda. A frase serve na perfeição para responder a Pedro Machado, presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal e candidato PSD que garantiu só ser "candidato a presidente de câmara" e que acusou Santana de "traidor".

"É uma emoção especial, 24 anos depois, voltar a ter a confiança dos figueirenses (...) estamos a fazer história e a contribuir para a democracia", diz o novo presidente da Câmara da Figueira da Foz.

Só falta agora perceber se o ainda presidente e candidato socialista, Carlos Monteiro, assumirá um lugar de vereador. Tudo depende de um fator: se a derrota é demasiado pesada ou não, mas a saída é praticamente certa.

Artur Cassiano | Diário de Notícias

CUIDADO COM OS PRECIPÍCIOS

Dia seguinte de eleições. Autárquicas em Portugal… Resultados que não foram surpresa, afinal tudo na mesma como a lesma. Andamos devagar, devagarinho e parados. Os mesmos de sempre continuam com aval dos eleitores para continuarem na mesma ‘desbunda’, com base nas promessas que não cumprem. Os portugueses parecem continuar a ser masoquistas, vai daí optam pelo mesmo de sempre: mudam as moscas (as que mudam) mas os fedores e as trampas continuam a ser os mesmos. Disso nos dá conta Martim Silva no Curto que se segue. Vá ler, apesar de a prosa não parecer que tenha a mesma opinião acima inscrita. Essa é a diferença entre nós e eles. Ainda bem. É que ter os olhos bem abertos e pensar nada custa… Olhar para trás e olhar ao longe faz doer o pescoço? Pois. Mas é assim que devemos de ver… bem.

Na Alemanha senhora Merkel sai de cena. Nem por isso a fossa naquele país e na UE vai perder os odores costumeiros. Se há os que julgam que algo vai mudar substancialmente, que a miséria escondida existente nos países da UE (Portugal incluído) vai desaparecer ou ao menos diminuir desenganem-se. Adeus UE, cada vez pior. A subserviência ao neocolonialismo, ao neoliberalismo com vista ao neofascismo “democrático” prossegue. Saliente-se que tem gente que não quer ver, nem ouvir, nem ler ou pensar e prefere recorrer ao optimismo com que a política e as ações vigentes se mascaram e garantem a continuidade do mar que quando bate nas rochas lixa sobremaneira o mexilhão… Deixem-se andar e aprendam a nadar.

De outras matérias trata o Curto de hoje. Inteirem-se, se acaso tiverem interesse. Ler é sempre bom, útil. Aprender, aprender, sempre!

Boa semana… Se conseguirem. Saúde e força nos pedais da BTT, que é a vida de esforço de todos os povos. Cuidado com precipícios.

SC | PG

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Arranca testagem em creches; Certificado nos restaurantes cai?

Os mais recentes desenvolvimentos sobre a Covid-19 em Portugal e no Mundo

O primeiro-ministro prepara-se para anunciar esta quinta-feira, depois do Conselho de Ministros, o levantamento de um conjunto de restrições que vigoraram por causa da Covid-19, mas com efeitos a partir de 1 de outubro para evitar "confusão" com as eleições autárquicas de domingo. "Estamos em vias de um momento de viragem, não porque a Covid-19 desapareça, mas porque graças à vacinação pode considerar-se a pandemia controlada", declarou António Costa na noite passada. 

Este "passo" rumo à meta final do plano de desconfinamento - a terceira fase - acontece num momento em que Portugal se aproxima de ter 85% da população vacinada, regista uma trajetória sólida de descida da taxa de incidência de infeções (atualmente em 137,4 casos por 100 mil habitantes) e em que a taxa de transmissão se encontra abaixo de 1, mais precisamente em 0,82.

Pode consultar nestes mapas interativos a evolução da pandemia de coronavírus em Portugal e no Mundo

Acompanhe aqui AO MINUTO os mais recentes desenvolvimentos sobre a Covid-19 em Portugal e no Mundo:

12h24 - Os funcionários das creches, do pré-escolar e a rede nacional de amas começaram hoje a ser testados à covid-19, numa ação que até 3 de outubro abrangerá 35 mil pessoas em todo o país.

11h30 - O certificado Covid-19 vai deixar de ser obrigatório na restauração  às sextas-feiras ao jantar e aos fins-de-semana a partir do dia 1 de outubro, segundo noticia o Público.  A medida fará parte do alívio previsto para a terceira fase de desconfinamento que o Governo vai aprovar hoje no Conselho de Ministros. O certificado de vacinação ou teste negativo vão continuar a ser necessários nas fronteiras e nos bares e discotecas. 

9h50 - África registou 424 mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 207.594 o total de óbitos desde o início da pandemia, e 11.235 novos infetados, de acordo com os dados oficiais mais recentes.

8h50 - Vacinação dos 12 aos 17 retomada no Brasil. O Ministério da Saúde brasileiro recuou e voltou a aprovar a vacinação dos adolescentes dos 12 aos 17 anos, dá conta o G1. A imunização nesta faixa etária foi retomada uma semana depois de o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticar campanha antecipada dos estados, frisando que existem "eventos adversos a serem investigados".

7h45 - O que esperar do Conselho de Ministros de hoje?

Na fase três do plano de desconfinamento, que o Governo deverá anunciar hoje, mas com efeitos só a partir de 1 de outubro, deixam de existir limites máximos para o número de pessoas em grupo no interior dos restaurantes, cafés, pastelarias e em esplanadas, bem como são levantados os limites de lotação para estabelecimentos, espetáculos culturais e eventos familiares.

Outra mudança quase certa passará pela reabertura dos bares e discotecas, embora os clientes apenas possam entrar caso apresentem um certificado de vacinação ou um teste Covid-19 com resultado negativo.

7h40- Atualização na Alemanha

A Alemanha diagnosticou, no último dia, 10.696 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando para 4171.666 o número total de contágios desde o início da pandemia. De acordo com os dados atualizados esta quinta-feira pelo Instituto Robert Koch, nas últimas 24 horas, morreram vítimas da Covid-19 mais 115 pessoas.

No total, desde que a pandemia começou, morreram 93.238 pessoas devido à doença

7h30 - EUA aprova terceira dose para maiores de 65 anos e grupos de risco

O organismo que regula a comercialização de medicamentos nos Estados Unidos, autorizou uma terceira dose de vacina Pfizer para pessoas com mais de 65 anos e também para idosos em risco de saúde ou especialmente expostos à Covid-19.

7h00 - Bom dia! Iniciamos aqui um novo acompanhamento dos acontecimentos relacionados com a pandemia. Recorde as incidências da véspera aqui.

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto

Veja atualizações do Notícias ao Minuto

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Portugal | Políticos no palco errado


Vítor Santos* | Jornal de Notícias | opinião

Com a entrada em força dos líderes partidários nacionais na campanha corre-se o risco de subalternizar aquilo que está verdadeiramente em causa nas eleições autárquicas, ao colocar na ordem do dia temas de âmbito nacional e até de política europeia, o que não é propriamente benéfico para o esclarecimento das populações e, no limite, até poderá causar danos na afluência dos eleitores às urnas.

A questão não é nova. Movidos por outras batalhas, os políticos nacionais sobem ao palco nas eleições locais, onde esgrimem assuntos que desviam a discussão do essencial. Mas a culpa não é só deles. Quando o combate é renhido, são os próprios aspirantes aos mandatos municipais que procuram conquistar votos à boleia das mais altas figuras dos partidos. O problema é que quando devíamos estar a discutir a forma como está a ser feita a transferência de competências ou a descer à terra para perceber as propostas e as respostas para a resolução de problemas nos microcosmos concelhios, levamos com a luta pela sobrevivência de Rui Rio à frente do PSD, ou com o braço de ferro velado entre António Costa e as forças da Esquerda, procurando, um e outros, marcar terreno para a aprovação do Orçamento do Estado, antecipando uma discussão que marcará a agenda, mais à frente, na Assembleia da República.

Dizer que em política as coisas estão todas interligadas, não deixando de ser verdade, tresanda a desculpa, e o mesmo acontece quando é apontada à Comunicação Social a origem do problema. A responsabilidade é toda dos políticos à escala nacional, por estes dias capazes de prometer chuva e sol em simultâneo e no mesmo sítio, desafiando as leis da Natureza sem medo de serem penalizados nas urnas. O melhor é deixarem as promessas para os candidatos às autarquias, sob pena de ajudarem a engrossar o caudal de abstencionismo que afeta a democracia em Portugal.

*Chefe de redação 

Bazuca: Temos um saco cheio de massa para quem votar PS

Rosas avisa PS, o "partido da bazuca", que tem que negociar se quer OE

O fundador do BE Fernando Rosas apelidou, na segunda-feira, o PS de "partido da bazuca" e acusou o Governo de "tentar manipular a votação das eleições autárquicas", avisando os socialistas que têm que negociar se querem Orçamento do Estado.

Fernando Rosas juntou-se na noite de segunda-feira à campanha autárquica do BE e fez em Braga um discurso onde o alvo principal foi o PS, com críticas e avisos aos socialistas.

"O PS tem feito uma campanha eleitoral em que o Governo tenta manipular a votação das eleições autárquicas insinuando benefícios com os fundos da bazuca europeia para aqueles que se portarem, ou seja, para aqueles que escolherem votar no PS", criticou, apelidando o PS de "partido da bazuca".

Rosas puxou da ironia e disse: "votem no PS porque se votarem no PS nós temos aqui um saco cheio de massa e distribuímos a quem se portar bem e a quem votar em nós".

Greve: Lisboa e a outra margem do Tejo com menos barcos

Greve na Transtejo/Soflusa condiciona barcos entre Lisboa e Margem Sul

As ligações fluviais da Transtejo/Soflusa entre a Margem Sul e Lisboa vão estar condicionadas entre hoje e quinta-feira ao início da manhã e ao final do dia, devido à greve dos trabalhadores, não sendo possível garantir o serviço regular.

Na sua página da Internet, a Transtejo/Soflusa (TTSL) alerta para os constrangimentos provocados pela greve dos trabalhadores, que foi marcada em plenários realizados em 06 e 07 de setembro, alegando que a empresa mantém a sua posição de não negociar aumentos salariais.

Trabalhadores das duas empresas (com uma administração comum), que fazem as ligações fluviais entre a denominada Margem Sul (do Tejo) e Lisboa, estiveram em 20 de maio em greve de três e duas horas por turno, voltando a paralisar em junho e julho em greve parcial.

Segundo a informação disponibilizada pela empresa, e por se tratar de uma greve parcial por turnos, estão previstas as ligações do Barreiro para o Terreiro do Paço entre as 11:25 (primeiro barco) e as 17:35 (último barco) e, no período noturno, a partir das 22:00.

No sentido contrário, prevê-se a ligação entre o Terreiro do Paço e o Barreiro entre as 11:55 e as 18:00 e depois a partir das 22:30.

A SAÍDA DA FRANÇA DA OTAN?

# Publicado em português do Brasil

Germán Gorráiz López | Katehon

No caso de ser reeleito presidente nas eleições presidenciais da primavera de 2022, Macron tentará catalisar o chauvinismo dos franceses restaurando o atavismo de la Grandeur, uma doutrina que combinaria o culto à independência econômica, política e militar da França com a consolidação da missão da Nação e da cultura francesa no mundo. Assim, Macron assumirá o poder de decisão em Defesa e Negócios Estrangeiros que se tornará "domínio reservado do Presidente" e adotará uma abordagem "ativista" nos assuntos internacionais, envolvendo-se pessoalmente e tendo "o compromisso com a intervenção humanitária e aumentando o peso específico da França na Geopolítica Mundial como espinha dorsal de sua política externa ", com o qual a política interna ficará reduzida a um mero instrumento de política externa que funciona como um catalisador dos valores de La Grandeur. as estruturas militares da NATO e a revitalização da Francofonia como entidade política e económica na cena mundial no horizonte de 2025.

Distanciamento dos EUA

O acordo estratégico entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos conhecido como AUKUS, envolve a venda de submarinos nucleares norte-americanos para a Austrália, ao mesmo tempo em que ocorre um fiasco econômico para a França estimado em 50 bilhões de euros. Assim, a ruptura unilateral pelo Governo australiano de um mega-contrato com a França para 12 submarinos convencionais, teria provocado a ira do Governo francês e a convocação de consultas de seus embaixadores em Washington e Canberra, que junto com a possível paralisação da a venda dos caças Rafaele para a Índia poderia provocar o descontentamento da França em relação ao “outrora parceiro americano” e poderia traduzir-se na saída da França das estruturas da Aliança Atlântica no horizonte de 2023.

Por outro lado, assistimos a algumas declarações surpreendentes do ex-ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, recolhidas pelo jornal "The Telegrah" nas quais afirma que "Londres poderia hospedar mísseis nucleares americanos em solo britânico em meio a tensões com a Rússia", o que poderia ser entendida como o retorno a uma corrida armamentista como a mantida durante a Guerra Fria com a URSS (ressuscitando o projeto de Parceria entre os EUA e a Europa para fornecer ao Reino Unido os mísseis Polaris de julho de 1962). Nesse contexto, a informação do canal de televisão alemão ZDF deve ser colocada em seu programa noturno 'Frontal 21' de que “Os Estados Unidos planejam implantar 20 novas bombas nucleares B61-12, cada uma com potência equivalente a 80 vezes que foi lançado em Hiroshima "adicionando isso".

É CARO SER POBRE

Por que o sistema financeiro falha tanto - e como a fintech pode consertá-lo

# Publicado em português do Brasil

Junaid Wahedna* | Asia Times | opinião

Mesmo antes da pandemia de Covid-19, o aumento da desigualdade de renda era um dos principais desafios que as economias em todo o mundo enfrentavam.

Em 2018, o relatório da Oxfam “Uma Economia para 99%” revelou que o homem mais rico do Vietnã ganhava mais em um dia do que a pessoa mais pobre em uma década. Foi apenas uma das muitas afirmações surpreendentes, e o relatório reflete uma tendência mais ampla na Ásia - que, apesar de ter visto um crescimento recorde nos últimos 20 anos, tem lutado para distribuir a nova riqueza de maneira uniforme. 

Coletivamente, as seis maiores economias do Sudeste Asiático - Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Cingapura e Malásia, também conhecido como ASEAN-6 - têm um PIB de cerca de US $ 3 trilhões, que crescia 5 a 6% cada ano até 2020 , quando a pandemia varreu o globo e interrompeu o crescimento econômico em suas trilhas. 

Mas, embora a região tenha uma população de 670 milhões e tenha experimentado um crescimento econômico consistentemente acima das médias globais históricas, metade da população permanece sem conta bancária - sem acesso a produtos financeiros - e outro quinto (18%) não tem banco, sem acesso a qualquer outro do que uma conta bancária, de acordo com pesquisa da Fitch Ratings em 2020 . 

E a disparidade de renda tem sido um problema persistente nos últimos anos para a Indonésia, que tem a sexta pior desigualdade do mundo, de acordo com a Oxfam. Os quatro homens mais ricos da Indonésia têm mais riqueza do que 100 milhões das pessoas mais pobres do país.

DISPUTAS

Jorge Cadima* | opinião

«A agressividade do imperialismo não terminou. Está no ADN do sistema. Vão procurar novas vias» - como o revela o acordo EUA/GB/Austrália, visando nova e ainda mais irresponsável escalada na militarização do Pacífico, mas arrastando consigo novas clivagens inter-imperialistas -. «Mas o fracasso afegão foi um momento de viragem na consciência do planeta, e do próprio povo dos EUA, sobre a decadência da super-potência capitalista. Vai agravar a sua crise.»

A retirada dos EUA/NATO do Afeganistão lançou o pandemónio entre as classes dirigentes imperialistas. As recriminações multiplicam-se. O criminoso Blair, co-responsável pela invasão de 2001 e que, com Bush e Durão Barroso, mentiu descaradamente para «justificar» outra invasão, a do Iraque, lançou-se numa diatribe sem precedentes contra o presidente dos EUA. Classificou de «imbecil» a crítica de Biden às «guerras sem fim» (Newsweek, 22.8.21). Estes inusuais ataques revelam a ferocidade da guerra intestina que assola os centros de poder nos EUA, Reino Unido e UE.

Biden não é amante da paz. A sua longa carreira política tem servido o imperialismo norte-americano. Enquanto presidente, as suas políticas face à China, Cuba, Irão, Rússia, Venezuela, Bielorrússia e outros países evidenciam que não desistiu das agressões imperialistas. Mas algo tem de mudar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Democratize a pós-pandemia

# Publicado em português do Brasil

Pedro Brieger | Rebelión | opinião

A pandemia alterou quase todos os aspectos da vida diária, trabalho, relacionamento com o ambiente familiar, política, etc. No contexto de quarentenas estritas, numerosos processos eleitorais na América Latina entre 2020 e 2021 foram afetados; precauções deveriam ser tomadas para prevenir a disseminação de covid-19.

Paradoxalmente, as dificuldades causadas pela pandemia obrigaram o avanço na expansão dos aparelhos eletrônicos a serem mais conectados.

 Foi assim que a grande maioria das pessoas vacinadas o fez com informações que chegavam diretamente ao celular, embora ainda existam milhões que não estão conectadas a nenhuma rede e sofreram ainda mais desligamentos.

Posto isto, pode-se começar a pensar que a chamada “pós-pandemia”, que atingirá taxas desiguais em todos os países, pode servir também para expandir os poucos mecanismos democráticos existentes. Hoje existem duas maneiras básicas de influenciar os rumos de um país. Por um lado, o voto tradicional a cada dois, quatro ou seis anos e, por outro, a pressão das ruas das mobilizações de massa. 

Ninguém sabe que as pressões exercidas por grupos de poder por meio de reuniões secretas e da instalação de pautas pelos meios de comunicação relacionados podem influenciar muito mais do que um processo eleitoral.

Portugal | O triunfo da irracionalidade

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Antigamente, os malucos ficavam a falar sozinhos, hoje, abrem os telejornais. A extrema-direita agradece a atenção que damos aos seus malucos, sejam juizes, médicos, historiadores, candidatos autárquicos ou simples anónimos. Por ocuparem cada vez mais o nosso tempo, não significa que haja cada vez mais malucos, significa "apenas" (com muitas aspas) que o politicamente correcto alargou até ao infinito o conceito de liberdade de expressão e os malucos saíram das catacumbas.

Cá estamos todos, a contribuir para o triunfo da irracionalidade. Tão preocupante como a tranquilidade com que a comunicação social dá cada vez mais tempo de antena aos malucos é a desistência da justiça e das forças de segurança de fazer cumprir a lei. Deixou de haver limites e, assim, a irracionalidade vai em crescendo até ao dia em que as coisas correrem verdadeiramente mal e a desgraça não tiver culpados porque, está-se bem a ver, os malucos são inimputáveis.

Esta campanha das autárquicas, juntamente com a campanha dos negacionistas, vem comprovar que a extrema-direita, no recrutamento dos seus soldados e oficiais, privilegia a irracionalidade e a mentira. Perante candidatos que não conseguem articular uma simples frase no debate com os adversários ou os que deliram com "indianos vingativos", já ninguém pode alegar que é preciso dar uma oportunidade a quem pensa diferente. Quer dizer, poder, pode, mas há um momento a partir do qual se tem de começar a falar em cumplicidade.

PS "não toca" no "bife do lombo dos interesses do capital"

Jerónimo diz que PS "não toca" no "bife do lombo dos interesses do capital"

O secretário-geral do PCP criticou es domingo a postura do PS por 'chumbar' diplomas no parlamento como a redução do preço das botijas de gás, mas deixar intacto o "bife de lombo dos interesses do capital".

A precisamente uma semana das eleições, a campanha autárquica da CDU intensificou-se, assim como o tom das críticas ao PS, o principal adversário. Desta vez o local escolhido foi o antigo bairro da Icesa. Não houve passinho de dança, mas Jerónimo de Sousa bateu o pé ao som de "Venham mais cinco", de Zeca Afonso, interpretado pelo coletivo Sons da Liberdade.

Quando a música parou a cantiga foi outra e o dirigente comunista apontou o dedo ao PS pela permissividade com os grandes grupos económicos do país.

"No bife do lombo dos interesses do capital o PS não toca e alinha com PSD, CDS-PP e seus sucedâneos", pelo contrário, "prossegue uma política de favorecimento dos grupos económicos", considerou Jerónimo de Sousa, enquanto discursava neste bairro na freguesia de Vialonga, liderada pela CDU, no concelho de Vila Franca de Xira, governado pelos socialistas.

Portugal | Rui Rio: a derrota anunciada nas autárquicas

Simões Ilharco | Diário de Notícias | opinião

“Vai ser difícil ganharmos, por causa da distância que nos separa do PS", disse Rui Rio. Foi a derrota anunciada do PSD nestas eleições autárquicas. Rio andou sempre as zigue-zagues. Tinha dito que o seu sonho era governar a seguir às autárquicas e agora admite perdê-las. Mas a maior 'cambalhota' foi, sem dúvida, a de querer viabilizar Orçamentos do PS e depois aproximar-se do Chega. Não dá para entender.

Rio foi um líder de transição entre Passos Coelho e Paulo Rangel. Mesmo que consiga melhores resultados do que em 2017 não se aguentará na liderança do PSD. O affaire Rangel é irreversível. Eu posso não concordar, mas admito que a grande maioria dos sociais-democratas o quer. E há que respeitar esta vaga de fundo, digamos assim.

Moedas ainda foi hipótese, mas a sua má prestação no debate televisivo com Medina fê-lo perder a Câmara e a liderança do partido. Rangel terá de fazer oposição a Costa, coisa que Rio não fazia e que lhe custou caro. Muito caro, mesmo. Rio cometeu um erro de palmatória: quis ser estadista na oposição, o que, manifestamente, não dá.

Se chegar a primeiro-ministro, Paulo Rangel não poderá repetir os erros de Costa e que foram bastantes. O laissez faire, laissez passer do PS, e que é o expoente maximo do liberalismo económico, deverá acabar. Como social-democrata, Rangel terá de equacionar a intervenção do Estado nos sectores-chave da economia, sendo mais interventor do que Costa. Não pode deixar andar como este faz, deixando correr o marfim, se a expressão me é permitida. Não se intitulando socialista, Rangel terá, porém, para bem do país, de governar mais à esquerda do que António Costa. Nem pode consentir tudo à banca.

O liberalismo do PS só acentuou as injustiças e desigualdades. Se não houver uma mão correctora no sistema, este torna-se mais desigual. Não podemos acreditar na mão invisível de Adam Smith, como Costa parece acreditar.

O PSD tem de ser mais humanista do que o PS e com maior espírito reformista. As grandes reformas ficaram todas por fazer. O Governo de Rangel não pode ser meramente de gestão como foi o de António Costa.

O pior que nos poderia acontecer - e o povo português, honrado e trabalhador, não o merecia - seria dar razão a Sá Carneiro, quando este nos diagnosticou: "Portugal, país provisório e sucessivamente adiado".

A BBC, OS OUTROS, E AS NOTÍCIAS FALSAS CONTRA A SÍRIA

A BBC admite ter difundido uma reportagem de propaganda contra a Síria

BBC admitiu ter realizado uma reportagem que «não correspondia aos seus critérios profissionais» a propósito da Síria.

Este documentário da Radio 4 fora transmitido em Novembro de 2020. Ele tentava desacreditar o inspector da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW-OPAQ), que tinha denunciado o relatório da sua própria organização como uma falsificação, acusando-o de ter sido corrompido pelo Wikileaks. Acusava igualmente um editorialista do Daily Mail, Peter Hitchens, que tinha relatado a manipulação da OPAQ, de ser um apoiante do «regime de Bashar».

A acusação segundo a qual a República Árabe Síria teria utilizado gás contra a sua própria população não assenta em nenhum argumento credível. No entanto, foi um dos mais utilizados elementos de propaganda contra ela.

Fonte: «Mayday: The Canister on the Bed, Radio 4, 20 November 2020», BBC Executive Complaints Unit, Septembre 2, 2021.

Voltairenet.org | Tradução: Alva

Eleições: Rússia Unida anuncia vitória nas legislativas

Poucos minutos antes do fecho das mesas eleitorais na parte europeia da Rússia, os comunistas denunciaram a ocorrência de fraude em várias regiões do país, desde a parte europeia à Sibéria e ao Extremo Oriente, e exigiram a perseguição criminal dos "falsificadores".

O partido do Kremlin, Rússia Unida, reivindicou este domingo a vitória nas eleições legislativas russas, mas a sua maioria constitucional na Duma, a câmara baixa do parlamento, está ainda por apurar, após a contagem de 21% dos votos.

"Permitam-me que vos felicite por uma clara e limpa vitória", declarou Andrei Turchak, secretário-geral do partido no poder, na sua sede, em Moscovo, perante vários dos cabeças de lista do partido presidencial, mas com algumas ausências notadas, como as dos ministros da Defesa, Sergei Shoigu, e dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

O presidente da câmara de Moscovo, Sergei Sobianin, afirmou que os resultados das eleições para a Duma determinarão "o destino do país, a sua estratégia de desenvolvimento, a sua soberania, a sua economia e a proteção social dos seus cidadãos".

Para entender o singular colonialismo israelita

# Publicado em português do Brasil

Há diversas características históricas e políticas que definem o regime de opressão aos palestinos, imposto ao longo das últimas décadas. Quais são eles? Qual o papel dos EUA e Europa? É possível chamar de apartheid? Há soluções para o conflito?

Gercyane Mylena* | Outras Palavras

Israelenses e Palestinos: Conflito e Solução

Como devemos pensar sobre o conflito entre Israel e a Palestina? Por favor, note que pergunto: como pensar sobre antes do quê pensar. Antes de chegarmos a quaisquer conclusões substanciais – certamente antes de tomarmos lados – temos de ser claros quanto à forma como a questão deve ser encarada.

Seria um erro começar apelando para uma moral. É realmente necessário fazer um juízo de valor moral e com certeza não defendo evitá-lo. Mas não devemos começar com juízos de valor moral. Atribuir culpas por atrocidades, por exemplo, não é um bom ponto de partida. Em qualquer guerra, ambos os lados podem – e recorrentemente cometem – atrocidades hediondas: matar e mutilar desarmados inocentes, destruir suas casas, privá-los da sua subsistência. E é claro que todas estas atrocidades devem ser condenadas.

Agora, é consideravelmente fácil perceber que Israel comete atrocidades em escala muito maior de magnitude do que seus opositores palestinos (ou outros árabes). Mas isto, por si só, não é base suficiente para tomar partido. Israel opera danos muito maiores e comete verdadeiras atrocidades, antes de tudo, porque pode: é muito mais forte. Tem uma enorme máquina de guerra, uma das maiores do mundo em termos absolutos, e de longe a mais formidável em relação à sua dimensão.

Além disso, perguntar “quem começou?” não é de grande utilidade. Cada lado afirma que “retalia” por conta de crimes perpetrados pelo outro. Os meios de comunicação social chamam-lhe o “ciclo de violência”; na realidade, não é realmente um ciclo, mas uma espiral em cadeia. Até que ponto se vai para trás? E mesmo se recuarmos tanto como “para trás”, e encontrarmos quem disparou o primeiro tiro – e depois? Talvez quem disparou o primeiro tiro se justificasse ao fazê-lo, não é?

Deveríamos primeiro abordar a questão em modo de descrição e análise. Devemos perguntar: qual é a natureza do conflito; de que é que se trata? A compreensão deve preceder o julgamento. Quando compreendermos do que se trata, cada um de nós pode aplicar os seus critérios morais e julgar. E só então, depois de compreendermos a natureza do conflito e de fazermos um juízo moral, podemos determinar o que constituiria uma possível resolução, e tentar descobrir o que seria necessário para alcançar essa solução.

França sente-se enganada perante a desonestidade da Austrália

# Publicado em português do Brasil

'Nós nos sentimos enganados': França ainda está furiosa depois que Austrália nega contrato de submarino de US $ 90 bilhões

'Talvez não sejamos amigos', lembra o embaixador, alegando que Scott Morrison 'nos manteve no escuro intencionalmente'

A raiva francesa com a decisão do governo de Morrison de descartar seu programa de submarinos de US $ 90 bilhões com a França continua a ferver, com o embaixador chamado de volta do país dizendo que se sentiu "enganado" pelo anúncio.

Jean-Pierre Thebault foi mandado de volta a Paris após o anúncio do Aukus , que fará com que a Austrália entre em uma “parceria permanente” estratégica com os EUA e o Reino Unido.

Parte do acordo ainda a ser determinado incluirá o compartilhamento de tecnologia de submarino com propulsão nuclear com a Austrália, levando o governo de Morrison a romper seu contrato existente com a França.

No domingo, Scott Morrison disse que seu governo informou ao presidente da França, Emmanuel Macron, que o acordo estava encerrado "por volta das 8h30" na noite anterior ao anúncio do acordo. Mas os detalhes já vazaram para a mídia e os franceses disseram que se sentiram “pegos de surpresa” com a decisão.

“Nós descobrimos através da imprensa que a pessoa mais importante deste governo australiano nos manteve no escuro intencionalmente até o último minuto”, disse Thebault à rádio ABC na segunda-feira. “Esta não é uma atitude correta australiana em relação à França. E talvez não sejamos amigos. ”

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