terça-feira, 9 de março de 2021

EUA: Desintegração ou "colapso de espectro total"

#Publicado em português do Brasil

The Saker, para Unz Review, em The Vineyard of the Saker

- primeiro, resenhei Perdendo a Supremacia Militar: Miopia do Planejamento Estratégico dos EUA (ing. 5/7/2018, in Unz Review, resenha traduzida no Blog do Alok);

- segundo, resenhei A Verdadeira Revolução nos Assuntos Militares (ing., 10/12/2019 traduzido em Saker Latino-america)"; e

- entrevistei Andrei sobre seu segundo livro (ing.), aqui.

Hoje resenho o terceiro livro de Martyanov, "Disintegration: Indicators of the Coming American Collapse" (no prelo, com lançamento previsto para 1º de maio e que pode ser encomendado, ing. aqui diretamente à editora Clarity Press, e em Amazon, aqui).

Se os dois primeiros volumes focaram-se principalmente em questões de planejamento de forças e poder militar, esse terceiro volume examina o contexto mais amplo e mostra, exemplo após exemplo, que os EUA não apenas têm fracassado nos esforços para manter a própria hegemonia mas, mais que isso, estão em processo que se pode chamar de "colapso de espectro total". Ou, como Martyanov, simplesmente, de "desintegração". Especificamente, o livro examina a manifestação do processo desintegração nas seguintes esferas:

1.      Consumo

2.     Mobilidade social [ing. affluence(?)]

3.     Geoeconomia

4.     Energia

5.     Produzir coisas

6.     Elites ocidentais

7.     Fracasso na corrida armamentista

8.    Império Über Alles [al. "acima de tudo/todos"] (inclusive dos norte-americanos)

9.     Ser ou Não Ser

10. Conclusão: Nem Excepcional, Nem Livre, nem Próspero... Nem EUA??

São títulos enlouquecedores, que não explicarei, porque realmente quero que a maior quantidade possível de pessoas leia o livro. Por quê?**

Morte de George Floyd precisa transformar a Justiça americana

# Publicado em português do Brasil

Processo contra o policial que matou afro-americano em Mineápolis é um dos mais importantes da história recente dos EUA. Condenação seria uma forte mensagem contra violência policial e racismo, opina Carla Bleiker.

Começou nesta segunda-feira (08/03) a seleção dos jurados para o processo contra Derek Chauvin. Em 25 de maio de 2020, ele fincou o joelho no pescoço do afro-americano George Floyd até que este morresse: ao todo, 8 minutos e 46 segundos.

Mais tarde revelou-se que antes dessa data já haviam sido apresentadas contra o policial branco pelo menos 17 queixas por comportamento inapropriado em serviço. Até agora, elas não haviam prejudicado sua carreira, só lhe valendo advertências.

É preciso acabar com essa impunidade que custou a vida de Floyd. O réu é passível de pena de até 40 anos de prisão, caso seja condenado por homicídio em segundo grau. Tal sentença seria um sinal claro de que também nos Estados Unidos os policiais não estão acima da lei. E esse sinal é urgentemente necessário.

Brasil | Nova inelegibilidade de Lula até 2022 é improvável, apontam especialistas

# Publicado em português do Brasil

Ao anular condenações, Fachin permitiu que provas sejam aproveitadas por novo juiz. Mas possibilidade de prescrição e tempo de tramitação tornam chance de que petista seja impedido de disputar eleições remota.

anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da operação Lava Jato causou enorme frisson no cenário político brasileiro. Lula recobrou seus direitos políticos e está elegível para o pleito de 2022.

O movimento que colocou o petista de volta no páreo também abriu o caminho para que novos processos contra ele tramitem com rapidez. Todavia, é improvável que o ex-presidente seja novamente impedido de estar nas urnas, apontam especialistas ouvidos pela DW Brasil.

Segundo haviam sinalizado ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), era esperado que o ex-presidente recuperasse os direitos políticos ainda neste semestre, quando deveria ser concluído o julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos casos em que condenou o ex-presidente.

Porém, nesta segunda-feira (08/03), o ministro do STF Edson Fachin surpreendeu os colegas de toga e declarou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar as acusações contra Lula. A decisão monocrática atendeu a um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do petista em novembro do ano passado.

Ao adotar esse entendimento, o ministro também declarou "perda do objeto" de 14 processos que questionavam, no Supremo, se Sergio Moro agiu com parcialidade ao condenar Lula. Dessa forma, encaminhou o arquivamento dos pedidos.

Descartada a suspeição, as provas produzidas sob a supervisão do ex-juiz — ou mesmo com sua participação, como apontaram as revelações da "Vaza Jato" — podem ser aproveitadas pelo tribunal do Distrito Federal (DF) que irá julgar as denúncias contra Lula.

Um sorteio entre as duas varas especializadas em lavagem de dinheiro sediadas em Brasília, a 10ª e a 12ª, irá definir o novo juiz que receberá as ações da Lava Jato contra o petista. A possibilidade de utilizar o material que Moro teve em mãos para condenar o ex-presidente pode ser decisiva para o futuro político de Lula. Mas apenas em um cenário muito pessimista para o ex-presidente.

Portugal | Confinamento e percepção do risco: a moral no lugar da ciência

Daniel Oliveira* | TSF | opinião

"As pessoas respeitaram menos este segundo confinamento - que está finalmente a chegar ao fim - do que o primeiro, em 2020." Daniel Oliveira suporta a afirmação com dados: menos 30%, segundo a Escola Nacional de Saúde Pública. Na última sexta-feira - detalha o jornalista - quase 60% dos portugueses saíram à rua, só 17 pontos percentuais dos níveis pré-pandemia. No fim de semana anterior, quase quatro milhões de portugueses aproveitaram o sol, reforça o jornalista. "Os portugueses saíram mais nas primeiras semanas de fevereiro do que em janeiro, quando o confinamento foi decretado. Todas as semanas sai mais gente de casa."

O cronista lembra que um anúncio de alívio só colocará mais pessoas a circular. "Se as pessoas mantiverem a devida distância e usarem máscara, nem sequer é mau para a sua saúde", ironiza, criticando: "Os portugueses são irresponsáveis, não compreendem a gravidade da situação, são insensíveis ao esforço enorme dos profissionais de saúde, nada disso."

"Está a acontecer o que os especialistas em comportamento sabiam que aconteceria nestas circunstâncias", assinala Daniel Oliveira. O início da pandemia em Portugal, em março de 2020, foi o "susto, o desconhecido". Seguiram-se "as imagens de Itália", num momento em que, em território nacional, ainda se vivia "alguma normalidade".

O cronista aponta que agora se sente um "cansaço pandémico", com "pessoas psicologicamente exaustas" e situações económicas, sociais e familiares "insustentáveis", mas trata-se de "mais do que isso", tal como explicaram especialistas de Saúde Pública. "Estamos expostos ao risco há muito tempo. Habituámo-nos a ele, e adaptámo-nos. Ninguém consegue viver com medo durante um ano."

Portugal | O estranho caso dos resultados das eleições no Chega

André Ventura foi reeleito com 97,3% dos votos ou, pelo menos, assim foi anunciado no sábado. Mas três dias depois, o partido ainda não comunicou o universo de eleitores, delegando a responsabilidade da contagem a uma empresa cujo nome também não foi revelado.

Quantos dias são precisos para se saber o universo de votantes numas eleições internas de um partido? No caso do Chega, pelo menos três e continuam a somar dias ao calendário. André Ventura foi reeleito, disso não há dúvidas porque era candidato único, mas passados três dias das eleições, o partido ainda não revelou os dados sobre o sufrágio.

Ainda no sábado, o presidente da Mesa da Convenção, Luís Graça, dirigiu-se à imprensa para comunicar que "a candidatura de André Ventura ganhou com cerca de 97,3% dos votos entrados em urna, sendo eleito presidente do partido e escolhendo a sua direção nacional na terceira Convenção do partido Chega".

E "97,3%" era mesmo o único número possível para ser comunicado nesta conferência de imprensa. A TSF questionou Luís Graça, mas as respostas não foram claras:

"Qual é o universo de eleitores?

Não tenho esses dados ainda porque estou a receber o total disso, não tenho esses números

Portugal | Menos 30 doentes graves em dia com 847 casos e 30 mortes por covid

Portugal reporta 30 mortes por covid-19 e mais 847 casos associados à doença. Número de internado recua para valores de outubro de 2020.

O acumulado de casos de covid-19 ascende a 811306, já contabilizando os 847 testes positivos reportados no boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta terça-feira. Desde o início da pandemia, morreram 16595 pessoas, das quais 30 nas últimas 24 horas, o número mais elevado após cinco dias consecutivos com menos de 30 vítimas mortais. Há um mês, foram 203 num só dia.

Nos hospitais, a tendência é também de descida, com o total de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) a cair pelo 25.º dia consecutivo - são agora 312 os doentes graves, menos 30 do que na segunda-feira. No total, há 1278 pessoas internadas nos hospitais portugueses, menos 125 do que ontem.

O total de doentes graves é o mais baixo desde 2 de novembro, quando havia 294 pessoas a lutar pela vida em unidades de cuidados intensivos em Portugal. Já ao nível de internamentos gerais, enfermaria e UCI, os números recuam a 21 de outubro, quando a covid-19 cingia às camas hospitalares 1272 pessoas.

O número de casos ativos caiu para 60493, menos 1055 do que na segunda-feira, e menos de metade dos 127867 doentes registados há um mês, a 9 de fevereiro.

Há 22096 pessoas sob vigilância das autoridades sanitárias, menos 1785 em relação aos dados de ontem. Uma vez mais, o número de recuperados é superior ao de novos casos, com mais 1872 pessoas a serem consideradas curadas da doença - 743218 desde o início da pandemia.

O total de casos registado esta terça-feira, 847, é fortemente inflacionado pelos números da Madeira, que reporta 344 casos (40% do total diário em Portugal), em virtude da correção dos valores, subvalorizados devido a uma traso de 48 horas no reporte de um laboratório. O total, na Região Autónoma madeirense, desde o início da pandemia, é, agora, de 7866 testes positivos e 63 óbitos.

Nos Açores, a correção dos dados retirou dois casos ao total, agora de 3806, mantendo o mesmo registo de 28 óbitos desde o início da pandemia.

GRÃO A GRÃO

Henrique Monteiro em HenriCartoon

Portugal | Marcelo no segundo mandato. Ferro responde ao Cavaco da "mordaça"


Marcelo Rebelo de Sousa tomou há momentos posse como Presidente da República, em segundo mandato. O que disse deixou sinais de que vai intervir e interferir mais ainda no controle do governo e ser mais presente e ativo nas iniciativas presidenciais durante este seu segundo e último mandato. Seguidamente podem ler a cobertura da Lusa sobre o evento. 

Também o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, discursou, como é da praxe. A sintonia com Marcelo foi evidente. Sem destoar foi oportuno na resposta a Cavaco Silva (ex-PR ressabiado), tal como Marcelo, não deixando passar em claro as suas declarações acerca de "democracia amordaçada" que se vive em Portugal.

Dislexo (transtorno que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem), e esquecido de monumentais momentos de prejuízo para Portugal e para os portugueses durante a sua governação enquanto primeiro-ministro (dois mandatos) e posterior cargo de presidente da República, referiu há poucos dias sobre a tal "democracia amordaçada" - ao que parece imposta pelo atual governo do Partido Socialista. Na realidade um golpe baixo de um visível perturbado mental que se recuasse no tempo e nos seus maus desempenhos em prejuízo da democracia e da transparência melhor faria estar calado e limitar-se a não se pronunciar de modo tão doentio e falso. Cavaco teve o seu tempo e oportunidades de servir Portugal sem as suas ligações a "amigos" de opacidades e ilegalidades e não o fez. É público e notório. Afirmou sempre e afirma, insistentemente, que é honesto... Pois, mas com ligações e amizades com envoltos em escândalos financeiros e operações que suscitaram muitas dúvidas... Algumas até foram declaradas crime por tribunais. Tudo isso durante o chamado "cavaquismo e poderes correspondentes". Sensatez será perguntar-lhe "porque não te calas". O tempo de Cavaco já passou. As múmias - mais ou menos mal cheirosas já passaram à história. Ainda bem.

Agora sim, seguidamente, leia sobre a tomada de posse, em segundo e último mandato, de Marcelo Rebelo de Sousa - até agora, que se saiba, homem português e honesto. Assim continue. Ao menos isso.

Mário Motta | Redação PG

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