sábado, 27 de novembro de 2021

RELAÇÕES SINO-RUSSAS SÃO O MODELO PARA A INTERAÇÃO INTERESTADUAL

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

O estado de suas relações bilaterais é agora de fato um modelo de interação interestatal eficaz no século 21, exatamente como o presidente Putin os descreveu. Eles confiam uns nos outros, tratam-se como iguais e priorizam as soluções políticas em vez de espalhar o sabre e espalhar boatos. Isso é exatamente o oposto das relações dos EUA com o resto do mundo.

O presidente Putin disse no início deste mês que “Alguns parceiros ocidentais estão descaradamente tentando abrir uma barreira entre Moscou e Pequim, mas isso é óbvio para nós e junto com nossos amigos chineses vamos responder ainda mais expandindo a cooperação na política, na economia e em outras áreas e coordenará as etapas na arena internacional. ” Isso ocorre porque chinês-russo relações “são um modelo de interação efetiva inter-estatal na 21 st século.” Essas observações serão agora elaboradas.

Com relação ao aviso do presidente Putin, está cada vez mais claro que os EUA estão tentando “ triangular ” entre si próprios, a China e a Rússia. Afinal, a mídia americana e grupos de reflexão falaram abertamente sobre isso antes da cúpula de junho passado entre os presidentes Putin e o presidente dos EUA, Joe Biden, em Genebra. Eles se basearam em narrativas de notícias falsas anteriores para especular descontroladamente que a Rússia poderia de alguma forma ser tentada a ir contra a China em troca de alívio limitado da pressão ocidental liderada pelos EUA sobre ela.

Generais de EUA e Rússia realizam conversas críticas gerando tensões perigosas

# Publicado em português do Brasil

Os chefes do Pentágono podem reivindicar a politização da Intel que está incitando a guerra?

Strategic Culture Foundation | editorial

Cabe ao chefe do Pentágono e seus assessores examinar a suposta inteligência dos EUA e pesar os jogos políticos de quem está jogando contra quem.

Os dois comandantes militares mais graduados dos Estados Unidos e da Rússia se envolveram em conversas por telefone nesta semana, enquanto as tensões perigosas entre as superpotências nucleares aumentavam.

Um cessar-fogo instável na Ucrânia entre as forças do regime de Kiev apoiadas pelos EUA e os separatistas apoiados pela Rússia está terrivelmente perto de um colapso total, enquanto os navios de guerra e aviões de guerra da OTAN aumentam as manobras agressivas no Mar Negro, no flanco sul da Rússia.

Nas negociações de alto nível do lado americano estava o presidente do Estado-Maior Conjunto, General Mark Milley, enquanto o lado russo era representado por seu oficial militar, general Valery Gerasimov. Por acordo mútuo , a conversa foi privada, sem divulgação pública do que foi discutido. Mas é seguro presumir que o explosivo conflito na Ucrânia teve prioridade.

A reunião por telefone ocorre no momento em que elementos dentro do governo dos Estados Unidos, amplificados pelos meios de comunicação, acusam imprudentemente a Rússia de planejar uma invasão militar à Ucrânia. Há semanas, o Departamento de Estado dos Estados Unidos vem informando à mídia e aos aliados europeus da Otan que a Rússia está reunindo tropas e artilharia perto de sua fronteira com a Ucrânia. O Secretário de Estado Antony Blinken assumiu um papel pessoal na liderança das acusações. Uma faceta interessante é que as alegações dependem ostensivamente de dados comerciais de satélite. Os meios de comunicação como o New York Times e a CNN deram destaque às advertências.

CÚPULA EUA PARA A DEMOCRACIA INTENTA PROVOCAR A RÚSSIA E A CHINA

# Publicado em português do Brasil

O plano de Washington de organizar uma cúpula global de democracias liberais gera uma escalada de tensões entre o Ocidente e seus rivais geopolíticos.

Lucas Leiroz* | South Front | opinião

Um evento a ser realizado em dezembro já está causando uma grande escalada de tensões no cenário geopolítico global. O plano de Washington de organizar uma cúpula internacional entre governos “democráticos” recebeu críticas generalizadas em todo o mundo. De fato, o objetivo do evento de fortalecer democracias e combater ditaduras parece ser uma verdadeira desculpa para boicotar e impor medidas coercitivas contra nações rivais dos Estados Unidos - comumente classificadas como “ditaduras”, principalmente Rússia e China.

Recentemente, o governo dos Estados Unidos anunciou que organizará um evento internacional denominado Summit for Democracy, que reunirá países com governos supostamente “democráticos” para estabelecer um diálogo estratégico conjunto em prol do fortalecimento das instituições democráticas e do isolamento das ditaduras. O evento está programado para ocorrer entre os dias 9 e 10 de dezembro, em formato virtual.

São três os principais temas a serem discutidos na ocasião: a defesa da democracia contra o autoritarismo, o combate à corrupção e a promoção do respeito aos direitos humanos. Oficialmente , o principal objetivo do evento, segundo o governo americano, é “renovar a democracia em casa e enfrentar as autocracias no exterior”. O governo dos Estados Unidos afirma ainda que “também mostrará um dos pontos fortes da democracia: a capacidade de reconhecer suas imperfeições e enfrentá-las de forma aberta e transparente, para que possamos, como afirma a Constituição dos Estados Unidos, 'formar uma união mais perfeita' “.

O novo velho continente e suas contradições: A infâmia como estilo de governo

# Publicado em português do Brasil

O mundo testemunha mais uma vez uma história sinistra onde se jogam partidas de poder com o sacrifício de vidas humanas. A desumanidade com toda a sordidez da sua face inconfundível e sempre repetida nos infelizes espaços da Europa

Celso Japiassu | Carta Maior

A Europa assiste neste momento a mais um capítulo da infindável tragédia dos refugiados que tentam escapar da fome e da miséria das guerras no Oriente Médio. Eles são o triste legado das intervenções estadunidenses para o sequestro do petróleo daquela região. Desta vez na fronteira da Bielorrússia com a Polônia, depois de eles terem enfrentado, não faz muitos anos, a violência da Hungria e a chantagem turca. A Bielorrússia - Belarus, para alguns - é acusada com razão de gangsterismo depois de a sua companhia aérea estatal ter começado a transportar para a capital Minsk imigrantes do Iraque, da Síria, da Jordânia e do Líbano com a promessa de fazê-los entrar legalmente no território europeu. Trata-se de uma mentira repugnante. O consulado bielorrusso no Líbano entrega aos migrantes um falso documento com um visto falso para a Europa.

O que pretende o Governo de Aleksandr Lukashenko, o eternizado presidente daquele país? Aglomerar milhares de refugiados em sua fronteira com a Polônia e ameaçar a Europa com uma chegada maciça de migrantes, maior ainda do que aquela de 2015, que provocou uma crise sem precedentes em quase todos os países atingidos pelas ondas migratórias. Foi quando três mil pessoas morreram na travessia do Mediterrâneo tentando chegar à Europa. O objetivo é forçar a retirada de sanções econômicas que foram impostas pela União Europeia depois da comprovação de fraudes nas eleições do próprio Lukashenko.

EUA: A “GRANDE DEMISSÃO” CONTRA OS EMPREGOS DE MERDA

# Publicado em português do Brasil

Greves e autodemissões multiplicam-se por todo o país. Fóruns antitrabalho reaproximam sindicatos e trabalhadores. Em debate, a precarização da vida, as lógicas predatórias das corporações e a luta por direitos e proteções laborais básicas

Mariana Sanches, na BBC Brasil | Outras Palavras

Na última segunda-feira, (22/11), Kit Stoll, de 21 anos, se demitiu do posto de barista em um café em Nova Jersey, Estados Unidos. A crescente insatisfação de Stoll com o emprego, no qual permaneceu por cerca de um ano, as frequentes broncas aos gritos da chefia e o baixo custo-benefício entre muito trabalho e pouco salário poderiam ter sido uma experiência quase solitária, mas nos últimos meses foram acompanhadas praticamente em tempo real por centenas de milhares de pessoas.

Stoll postou sua história – inclusive a demissão – em um fórum da plataforma Reddit batizado de Antiwork Movement (ou movimento anti-trabalho, em português). “Tirei meu avental e saí. Assustador no início, libertador depois”, escreveu Stoll apenas horas após sua demissão, em mensagem que recebeu centenas de comentários e milhares de likes em minutos.

“Muito obrigado a vocês por todo o amor e apoio em meio ao momento mais estressante que já vivi”, acrescentou Stoll.

Relatos como o de Kit Stoll, de demissões ou episódios de abusos no trabalho, se acumulam aos milhares neste fórum. São casos de pessoas que foram convocadas a trabalhar no dia do próprio casamento ou na hora do velório da bisavó. Trabalhadores que receberam advertências por irem duas vezes ao banheiro em cinco horas de turno ou que foram demitidos por chegarem atrasados após uma sessão de hemodiálise ou de quimioterapia. E gente que, mesmo precisando do dinheiro – como Stoll, que vive com os pais e reduziu seus gastos ao mínimo – resolveu usar parte das economias e ficar fora do mercado de trabalho por ao menos um tempo.

Portugal | URGÊNCIA NA DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Sou defensor convicto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pela evidência dos extraordinários ganhos para o conjunto dos portugueses, que a sua existência significa.

A universalidade no acesso em todas as áreas e patamares do exercício da medicina, desde logo, na saúde preventiva e no diagnóstico precoce, são um pressuposto confirmado de melhor saúde e, seguramente, de menor custo. Também é claro que as nossas escolas de medicina, de enfermagem e de outras profissões da saúde são de excelência, porque o SNS tem muita qualidade. Dessa qualidade têm-se apropriado os setores privado e social.

Pessoalmente, posso testemunhar que, se sou hoje uma pessoa ativa e saudável, o devo aos conhecimentos, às capacidades e multivalências acumuladas no SNS e aos saberes e dedicação excecional dos seus profissionais, que me resolveram três problemas muito delicados, um dos quais havia resultado da incapacidade de resposta de um hospital não plenamente público.

Recentemente, tenho acompanhado o bloqueio com que uma jovem, de 23 anos, se tem deparado no acesso a um diagnóstico e ao tratamento adequado. Esta jovem sentiu, ao descer umas escadas, a 6 de novembro, uma dor forte num joelho. Dirigiu-se à Urgência do hospital (região de Lisboa) onde, após a realização de um raio-x lhe foi comunicada a suspeita de uma rutura do menisco e marcada consulta para o dia 9. "Apesar de ter dificuldade em deslocar-se nesse dia ao hospital (não podia fazê-lo sozinha), compareceu. O médico apenas lhe entregou uma requisição de ressonância magnética para ela entregar no balcão. A ressonância é feita em clínica com a qual o hospital tem acordo. Esta jovem, porque tem formação e é muito ativa, já tentou desbloquear a situação via Centro de Saúde e através do site da Junta de Freguesia: sem êxito, em parte devido a condicionalismos resultantes das respostas à pandemia. No passado dia 15, do hospital foi-lhe transmitido que não vale a pena insistir no contacto, pois isto é mesmo assim. A clínica, quando receber o nosso pedido, contacta-a para marcar o exame".

Portugal-PSD: operação de branqueamento com vista às eleições legislativas

As eleições internas do PSD deste sábado, assumem-se como uma importante operação de projecção, aproveitamento mediático e, sobretudo, de desculpabilização das malfeitorias do governo PSD/CDS-PP.

A disputa entre Rui Rio e Paulo Rangel para liderança do Partido Social Democrata, não apaga o essencial das responsabilidades políticas do PSD e do seu governo nos cortes a direitos e rendimentos, entre 2011 e 2015, e o azedume demonstrado face a medidas aprovadas como o aumento extraordinário de pensões, a gratuitidade dos manuais escolares ou a reposição de salários e feriados, que resultaram da solução política encontrada após a derrota eleitoral da coligação PSD/CDS-PP.

Rio e Rangel, separados por aspectos acessórios e pouco relevantes, procuram, nesta imensa operação de charme, branquear a imagem do PSD e recriar alguns chavões no sentido de procurar fazer crer aos portugueses que as eleições legislativas de 30 de Janeiro são para eleger o primeiro-ministro, uma falsa ideia que a comunicação social dominante tem amplificado. Aliás, as eleições de 2015 e a solução política que se lhe seguiu tornou mais claro que as eleições não são para eleger primeiros-ministros, mas sim os 230 deputado que determinarão a futura solução de governo e a sua liderança.

PS QUER MAIORIA ABSOLUTA PARA “FAZER POLÍTICA DE DIREITA” -- Jerónimo

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que o PS quer a maioria absoluta nas eleições legislativas antecipadas para "fazer e realizar a política de direita", livrando-se da influência dos comunistas.

"Vamos para eleições porque o PS assim quis", afirmou, reforçando: "Quer ter uma maioria absoluta para fugir de responder aos problemas, quer ter as mãos livres para fazer e realizar a política de direita, para se livrar da ação do PCP."

Jerónimo de Sousa falava num jantar com cerca de 300 militantes e simpatizantes da CDU, no concelho da Ribeira Brava, ilha da Madeira, no qual discursaram também o coordenador regional, Edgar Silva, e a cabeça de lista pela região autónoma às eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, Herlanda Amado.

"O PS estava condicionado pelas suas próprias opções políticas, um PS amarrado à União Europeia, amarrado às decisões do grande capital, amarrado aos seus próprios auto-condicionalismos, não dando resposta às questões relacionadas com os trabalhadores, particularmente em relação à legislação laboral", afirmou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP justiçou, assim, o voto contra do partido ao Orçamento do Estado para 2022, sublinhando que os comunistas sempre estiveram "do lado certo", na reposição, defesa e conquista de direitos durante os anos em que apoiaram o executivo de António Costa.

Os manuais escolares gratuitos, a redução do preço dos transportes e várias medidas de proteção social foram apontados como "avanços significativos" obtidos por ação do PCP.

MAIS DE 400 BLOQUISTAS DISCUTEM E VOTAM HOJE PROGRAMA ELEITORAL

O programa eleitoral com o qual o BE se apresentará às legislativas de 30 de janeiro vai ser hoje debatido e votado ao longo de todo o dia, num encontro nacional que reunirá mais de 400 aderentes do partido.

O encontro nacional do BE para debate do programa eleitoral 2022 decorrerá no Fórum Lisboa, sendo a abertura, pelas 10:30, feita pela deputada e dirigente Mariana Mortágua.

O encerramento ficará a cargo da coordenadora bloquista, Catarina Martins, com hora prevista para as 17:00.

De acordo com fonte oficial do partido, inscreveram-se para participar neste encontro mais de 400 aderentes e foram enviados 66 contributos para incluir na proposta de programa eleitoral, que serão também votados.

Assim, depois das intervenções que os aderentes pretendam fazer, será tempo de os bloquistas votarem o documento programático na generalidade.

Para o dia seguinte, domingo, está marcada uma Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções, que fará a "discussão e votação do documento final de programa eleitoral", bem como a aprovação das listas de deputados às eleições legislativas antecipadas.

Rui Rio e Paulo Rangel disputam hoje liderança do PSD em eleições diretas

O atual líder do PSD, Rui Rio, e o eurodeputado Paulo Rangel disputam hoje a presidência do partido, em eleições diretas em que podem votar perto de 46.000 militantes.

De acordo com o site do PSD, o universo eleitoral para as décimas eleições diretas do partido é de 45.973 militantes, aqueles que têm as quotas em dia para poder votar.

A eleição decorre em todo o país entre as 14:00 e as 20:00 e, a partir do fecho das urnas, a secretaria-geral do PSD irá disponibilizar a evolução dos resultados das eleições em tempo real no site https://resultados.psd.pt, assim como o histórico das eleições anteriores.

Na sede nacional do partido, em Lisboa, uma equipa vai receber os resultados de todas as secções onde existem mesas de voto, que lançará no portal de resultados, sendo esta a segunda vez que o PSD disponibiliza os resultados das suas eleições diretas em tempo real.

Os dois candidatos votarão na mesma secção, na sede distrital do PSD-Porto, sendo Paulo Rangel o primeiro, pelas 14:00, com Rui Rio a exercer o direito de voto uma hora mais tarde, às 15:00.

OMICRON, O NOME E O NOVO MEDO DA NOVA VARIANTE COVID


 Omicron, ou B.1.1.529, a variante do SARS-CoV-2 que trouxe de novo o medo ao mundo

Uma nova variante do SARS-CoV-2 deixou o mundo em polvorosa em 24 horas. Já foi identificada pela OMS como "preocupante" e já tem nome: Omicron. Por agora, sabe-se que foi detetada a 9 de novembro na África do Sul e que já chegou a Botswana, Hong-Kong e Bélgica, mas pode estar em mais países. A UE proibiu voos de sete países africanos para o espaço comunitário. Em Portugal, não foi identificado qualquer caso. O INSA "está atento à situação".

E o mundo volta a ficar assustado com o poder do vírus que no final de 2019 invadiu o planeta e o deixou pandémico. O SARS-CoV-2 tem mais uma variante, que já foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "preocupante" e já tem nome: Omicron. A nova variante foi anunciada ao mundo pelas autoridades sul-africanas nesta quinta-feira, dia 25, depois de ter sido identificada, pela primeira vez, no dia 9 de novembro.

Assim que a apresentaram, os especialistas sul-africanos manifestaram-se preocupados com a sua transmissibilidade e resistência às vacinas e 24 horas depois a OMS não hesitou em catalogá-la como "preocupante", com base em provas preliminares que sugerem "um risco acrescido de reinfeção" comparativamente com as outras variantes já existentes, como Alpha, Beta, Gamma e Delta.

Ontem mesmo, os 27 Estados membros da UE também concordaram acionar o travão de emergência, impondo a suspensão de voos de sete países da África Austral para o espaço comunitário, nomeadamente de Moçambique, Botswana, África do Sul, Lesoto, Eswatini, Namíbia e Zimbabué.

A informação, que foi divulgada pela presidência eslovena através da rede social Twitter, referia que os Estados membros, as instituições europeias e especialistas "concordaram na necessidade de ativar o mecanismo travão de emergência e impor restrições temporárias a todas as viagens para a UE a partir da África Austral". O comunicado apelava ainda aos Estados-membros para que "testem e coloquem em quarentena todos passageiros desses países".

Segundo a OMS, a primeira infeção foi detetada num indivíduo no dia 9 de novembro na África do Sul e está a alastrar "a um ritmo crescente" naquele país e em outras províncias da África Austral. Até agora, os estudos já realizados à B.1.1.529 indicam não se tratar de uma sublinhagem da Delta, predominante no mundo, e que tem como característica uma grande capacidade mutacional. Ou seja, já gerou "várias mutações e algumas delas preocupantes", refere a informação avançada pela OMS, sustentando que "as provas preliminares recolhidas sugerem um risco acrescido de reinfeção".

Moçambique reforça fiscalização nas fronteiras devido à nova variante da COVID-19

Face ao alerta da nova variante da COVID-19, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse que neste momento o país está em alerta máximo, uma vez que a nova cepa foi detectada num país vizinho.

Apesar da descoberta da variante não ser de todo uma novidade para os especialistas que sabem que o vírus precisa criar novas variantes para sobreviver, o Ministro da Saúde garantiu que o Governo já se organiza para lidar com o vírus e sobreviver a mais essa variante.

O reforço da fiscalização das fronteiras, com a obrigatoriedade de testagem da doença, é uma das principais medidas.

“Aperfeiçoar o controlo a nível das fronteiras, aí teremos que garantir que começamos a fazer testagem obrigatória a todos aqueles que não tiverem teste, essas medidas já estão ser preparadas pelo Ministério da Saúde e a partir das próximas semanas, mesmo sem termos aumento do número de casos iremos tomar essas medidas”, Armindo Tiago.

As fronteiras com maior movimento migratório, como a de Ressano Garcia, que prevê-se o aumento da entrada de cidadãos no país, nas próximas semanas por conta da quadra festiva, serão as mais vigiadas. “Maior movimento, maior número de brigadas de testagem”, sublinhou.

E porque as vacinas são ainda uma das formas de fazer frente à doença, o Governo pretende acelerar a capacidade de vacinação dos moçambicanos. Segundo Tiago, neste momento a terceira dose, que alguns países já começaram a administrar, não é prioridade do Governo. ” Primeiro devemos garantir que toda população-alvo esteja vacinada, depois iremos avançar para a vacina de reforço, que também é para certos grupos, como por exemplo os profissionais de saúde e os idosos”, explicou.

Covid-19: O que se sabe sobre a nova variante detetada na África do Sul

Nova variante detetada pela primeira vez na África do Sul tem um número elevado de mutações, mas desconhece-se se é mais perigosa. Países proíbem entrada de viajantes da África Austral, incluindo Moçambique.

A nova variante do coronavírus SARS-CoV-2, detetada pela primeira vez na África do Sul, é geneticamente diferente das outras, tem um número elevado de mutações, mas desconhece-se se é mais perigosa. 

Segundo os cientistas, a variante B.1.1.529, que, depois da África do Sul, já foi identificada na Bélgica, em Israel, Hong Kong (Região Administrativa da China) e Botswana, terá cerca de 30 mutações na proteína da espícula (a "chave" que permite ao vírus entrar nas células humanas). 

O virologista Lawrence Young, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, disse, citado pela agência noticiosa AP, que se trata da "versão do vírus com mais mutações" genéticas. O significado de muitas delas é ainda desconhecido.

Os cientistas sabem que a nova variante do SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, é geneticamente diferente das outras, incluindo a Delta, a mais contagiosa de todas as variantes do coronavírus em circulação e dominante no mundo.

Contudo, não sabem se as alterações genéticas que a variante apresenta a tornam mais transmissível ou perigosa, a ponto de escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a Covid-19. O coronavírus sofre mutações à medida que se espalha e muitas novas variantes, incluindo as que têm alterações genéticas preocupantes, desaparecem muitas vezes.

Mais lidas da semana