quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

A RÚSSIA QUER OBRIGAR OS EUA A RESPEITAR A CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS

Thierry Meyssan*

A Rússia e a China acabam de pedir pedir por escrito aos Estados Unidos para respeitar a Carta das Nações Unidas e as promessas que fizeram. Esta iniciativa, desprovida de qualquer agressividade, põe em questão não apenas o funcionamento da ONU, da OTAN e da União Europeia, mas quase todas os avanços dos EUA desde a dissolução da URSS. Esta é evidentemente inaceitável para Washington. Mas a hiper-potência EUA já não é aquilo que era, e vai ter que iniciar a sua retirada.

O mundo actual é dirigido pelos Estados Unidos da América e pela OTAN que se apresentam como as únicas potências globais quando a Federação da Rússia e a República Popular da China são já mais poderosas que eles, tanto no plano económico como no plano militar.

Em 17 de Dezembro de 2021, Moscovo (Moscou-br) tornou público um rascunho de de Tratado bilateral com Washington estabelecendo garantias de paz [1], assim como uma proposta de acordo para o pôr em prática [2]. Estes documentos não são dirigidos contra os Estados Unidos, visam unicamente levá-los a aplicar a Carta das Nações Unidas e a respeitar os seus próprios compromissos.

Em 23 de Dezembro, durante a conferência de imprensa anual do Presidente Putin, uma pergunta da jornalista Diana Magnay, da Sky News, deu origem a uma discussão. Vladimir Putin respondeu-lhe secamente que os comentários da Rússia sobre o comportamento dos EUA datavam de 1990 e que Washington não somente não os havia levado em conta, como persistia em ir para diante. Agora, as armas da OTAN estavam a ponto de ser instaladas na Ucrânia, o que constituiria um facto inaceitável para Moscovo [3]. Jamais um dirigente russo se havia expressado assim. É preciso não ter dúvidas que instalar misseis a quatro minutos de voo de Moscovo coloca uma ameaça extrema e constitui uma causa de guerra.

Em 30 de Dezembro, foi organizada uma conversa telefónica entre os Presidentes Biden e Putin. A parte norte-americana fez propostas para resolver a questão ucraniana, enquanto a parte russa trouxe a discussão para o campo das violações pelos EUA quanto à Carta das Nações Unidas e da palavra dada.

Os Estados Unidos pensam mostrar boa-fé ao não acolher a Ucrânia no seio da OTAN. É uma maneira de ver que só marginalmente responde à questão colocada e que não é susceptível de prevenir a guerra se não for acompanhada por medidas de recuo.

Como parece claro, entramos num período de confronto extremo que durará vários anos e poderá a todo o instante degenerar em Guerra Mundial.

Neste artigo, iremos examinar este conflito sobre o qual nada sabemos no Ocidente.

PORQUE DEVEMOS DEFENDER JULIAN ASSANGE

– Julian Assange é um dos prisioneiros políticos que os EUA afirmam não ter. O Reino Unido é novamente o bom vassalo, mantendo-o preso até que o governo Biden encontre um momento oportuno para despachá-lo para um tribunal canguru. Todo aquele que acredita na liberdade de imprensa e se opõe ao imperialismo deve ser um defensor convicto de Assange

Margaret Kimberley [*]

10 de dezembro é o Dia Internacional dos Direitos Humanos. É sempre um feriado fictício para os Estados Unidos, que aprisionam o seu próprio povo a taxas superiores às de todos os outros países e fazem guerra rotineiramente contra o resto do mundo. Em 2021, a data foi tratada ainda mais como uma zombaria do que no passado. Joe Biden convocou uma cúpula bizarra sobre a democracia, na qual declarou outras nações boas ou más com base no facto de seguirem os ditames do império dos Estados Unidos. Embora tenha sido em Londres que os EUA se comportaram de maneira particularmente vergonhosa, trabalhando com o Reino Unido para garantir o direito de extraditar Julian Assange.

Em 2018, Assange foi indiciado no Tribunal Distrital Oriental da Virgínia, um tribunal onde as absolvições são raras. A sua ofensa é aquela que o sistema não tolera. Ao longo de alguns anos, a sua organização, o Wikileaks, revelou crimes norte-americanos cometidos em todo o mundo.

Assange entrou em conflito com quatro presidentes americanos diferentes, republicanos e democratas. O Wikileaks revelou crimes de guerra cometidos durante a administração de George W. Bush nos seus registos de guerra do Iraque e registos de guerra do Afeganistão. A recruta Chelsea Manning divulgou o vídeo do Assassinato Colateral, que mostra as mortes de civis, incluindo dois repórteres da [agência] Reuters, quando foram baleados por uma equipe de helicóptero do exército dos EUA, em 2007.

Preparando-se para a guerra, a OTAN mantém a propaganda em andamento

# Publicado em português do Brasil

Brian Cloughley* | Strategic Culture Foundation

A aliança militar EUA-OTAN está se preparando para a guerra e a mídia ocidental está jogando seu jogo.

No relato direto das notícias, o jornal britânico Guardian é um dos poucos na mídia ocidental que mantém o equilíbrio e a objetividade. Afinal, seu lema centenário é "O comentário é gratuito, mas os fatos são sagrados", que "implica honestidade, limpeza, coragem, justiça, um senso de dever para com o leitor e a comunidade" e, em geral, adere a e segue esta máxima admirável.

Isso tornou surpreendente e perturbador ler uma manchete em 29 de dezembro informando-nos que " Biden deve falar com Putin em meio ao aumento da presença da Rússia perto da Ucrânia " porque, três dias antes, a França 24 , por exemplo, notou que 10.000 soldados russos haviam completado exercícios militares de inverno e estavam voltando para suas bases. Até a Fox News publicou um item mencionando o movimento de tropas, embora destacando uma aparição do ex-secretário de Estado Pompeo quando advertiu que "Vladimir Putin continuará pressionando os EUA como resultado de uma liderança fraca".

Não houve menção no Washington Post sobre o envio de tropas de rotina, embora em 28 de dezembro o relatório do New York Times sobre as negociações iminentes EUA-Rússia reconhecesse que "o anúncio veio logo após a Rússia declarar que 10.000 soldados de combate e das forças especiais conduzindo exercícios estavam retornando para seus quartéis. Mas essa mudança ocorreu a alguma distância da Ucrânia. . . ” No mesmo dia, o Daily Mail do Reino Unido relatou que “o Pentágono ordenou que o USS Harry S. Truman e seu grupo de porta-aviões permanecessem no Mar Mediterrâneo em meio a tensões crescentes na Ucrânia, enquanto as tropas russas permanecem em sua fronteira. . . A mudança de cronograma, aprovada pelo Secretário de Defesa Lloyd Austin, é para reassegurar os aliados europeus do compromisso dos EUA com a segurança regional, disse um oficial ao novo meio de comunicação, sem mencionar o contínuo aumento militar russo na fronteira oriental da Ucrânia.”

A DEMOCRACIA ESTÁ AMEAÇADA NOS EUA

Parece alarmista, mas é a realidade: o futuro da democracia está em jogo nos EUA. Invasão do Capitólio, um ano atrás, foi um sinal disso, e pouco mudou desde então, opina Ines Pohl*.

invasãodo Capitólio, em Washington, há exatamente um ano, não deveria ter sido uma surpresa.

Mesmo antes de os locais de votação na disputa presidencial terem sido abertos, o então presidente Donald Trump já havia anunciado que, se perdesse a corrida à Casa Branca, só poderia haver uma razão: fraude eleitoral. Ele e milhares de apoiadores não aceitariam uma derrota.

À beira de um golpe

Trump perdeu. E seus apoiadores radicais invadiram o Capitólio no dia em que o Congresso deveria confirmar formalmente a eleição do vencedor, o democrata Joe Biden. As imagens abalaram o mundo já na época. Mas somente há algumas semanas sabe-se quão perto os EUA estiveram de um verdadeiro golpe de Estado.

Foi somente graças à capacidade de reação de alguns poucos funcionários que um banho de sangue no prédio do Parlamento foi evitado. Poderíamos até mesmo ter visto a morte de um vice-presidente, assassinado por se ater às regras democráticas, e não às ordens do presidente. Foi por muito pouco.

O que deveria ter sido um sinal de alerta para todas as forças democráticas, independentemente da filiação partidária, tornou-se apenas mais uma peça no destrutivo espetáculo político americano. Até hoje, os republicanos tentam impedir que os acontecimentos daquele dia sejam esclarecidos.

Em vez de bom senso e de um retorno a uma disputa política pelo argumento mais convincente, na qual fatos e o respeito por uma opinião diferente desempenham um papel, a guerra de trincheiras se aprofundou.

Covid-19 a subir: MAIS 25 MORTOS E 39.074 CASOS EM PORTUGAL

O boletim da Direção-Geral da Saúde assinala, esta quinta-feira, 1311 internamentos (mais 60 do que na véspera), 158 dos quais estão em cuidados intensivos (mais 15)

O boletim da DGS assinala, esta quinta-feira, 1311 internamentos (mais 60 do que na véspera), 158 dos quais estão em cuidados intensivos (mais 15). Já as recuperações dispararam: 30.707 — é maior número de recuperados de sempre

14:08 6 Janeiro, 2022 | Mara Tribuna

O boletim da Direção-Geral da Saúde dá conta de mais 39.074 casos de covid-19, 25 mortes e 30.707 recuperados em Portugal, nas últimas 24 horas. Há esta quinta-feira 247.440 casos ativos, mais 30.707 do que ontem.

Pelo quinto dia consecutivo, os internamentos sobem: há mais 60 pessoas nos hospitais do país, com o total a ser agora de 1311 internados. É preciso recuar quase 10 meses para encontrar um número mais alto (1403 internados, no dia 8 de março).

A subida também se verifica nas unidades de cuidados intensivos — mais 15 doentes do que ontem —, num total de 158 internamentos em UCI (o valor mais alto desde agosto).

Os casos reportados esta quinta-feira (39.074) descem muito ligeiramente, depois de terem atingido o recorde máximo ontem (39.570). Já as mortes (25) aumentaram face à véspera (14), ficando já acima da média de óbitos dos últimos sete dias (16,7), bem como dos últimos 30 dias (16,1).

O número de recuperados disparou: 30.707 pessoas recuperaram da infeção nas últimas 24 horas, mais do dobro do dia anterior (14.207 recuperados). Na verdade, é o maior número de recuperações desde o início da pandemia em Portugal.

Na matriz de risco atualizada na quarta-feira (nova avaliação acontece amanhã), o R(t), ou índice de transmissibilidade, desceu de 1,43 para 1,41 na globalidade do território nacional e no continente, podendo indiciar um ponto de inversão na propagação do vírus. Já a incidência aumentou para 2104,7 casos por 100 mil habitantes no território nacional e 2114,3 no continente.

TRISTE, LÁ VAI RUI RIO PELA CONFUSÃO E NEGRITUDE...

Viva e saúde que não falte. Este é o seu Expresso Curto servido tarde e a más horas. Desculpem pelo atraso. Atraso que não cabe aos da casa do Expresso. Atraso nosso, PG, porque os piratas não incomodam e fazem trampa só aos “grandes” mas também a modestos blogues e etc. Selvagens do piorio.

Visto isso, preferimos ser rápidos e passar já a seguir para o Curto. Hoje pela pena de João Pedro Barros, da casa do tio Balsemão-Impresa-Expresso… e o que mais vier.

À laia de nota rápida: Então Rui Rio anda a reabilitar o Chega fascista, racista e xenófobo e a fazer-nos recordar as tristezas que o mostram a “dar a mão” a saudosos do antigamente salazarista, fascista e colonialista. Gente também do piorio. Pois. Que triste confusão e negritude. Que coisa. Que morcão... Apre!

Adiante e Curto a seguir.

Bom resto de dia e saibam cuidar-se.

Redação PG

“Sou católico, mas não sou crente” (ou como os debates não estão a correr bem a Rui Rio)

João Pedro Barros | Expresso

Bom dia,

Nisto dos debates há opiniões para todos os gostos. Eleger um vencedor num confronto de ideias entre políticos com posicionamentos tão díspares como Rui Tavares e André Ventura é um exercício, no mínimo, complicado. Podemos separar completamente a forma do conteúdo e olhar para os oponentes como folhas em branco? Teoricamente sim, mas isso não será análise política.

O caro leitor até pode não gostar das notas de 0 a 10 que damos nos debates para as legislativas de fim do mês (hoje há PS vs. Chega, às 21h, na RTP1, e Bloco vs. Iniciativa Liberal, às 22h, na SIC Notícias), mas há dados objetivos, ainda que cada analista os valore de maneira distinta. Ou então tornámo-nos naqueles adeptos cujas equipas perdem por 5-0, mas que depois dizem que o adversário não foi melhor em campo, apenas se limitou a concretizar as ocasiões de golo.

Vem isto a propósito dos últimos debates em que participou Rui Rio: na segunda-feira frente a André Ventura (que inegavelmente ditou a agenda), ontem contra Catarina Martins. Não me parecendo ser a prisão perpétua um tema que preocupe mais do que uma franja de portugueses, a verdade é que a resposta do líder do PSD, logo na abertura, vai ser provavelmente o que fica na memória de quem assistiu ao “duelo” na SIC.

Quando Clara de Sousa lhe pediu para clarificar a posição acerca do tema lançado por Ventura, eis que Rio, que facilmente se podia ter libertado da armadilha à primeira oportunidade, voltou a enredar-se num tema que só lhe pode trazer engulhos. “Ficou provado que o Chega não quer exatamente a prisão perpétua, mas uma solução mitigada”, disse duas ou três vezes, normalizando uma proposta que nada tem a ver com a tradição penal portuguesa nem com a proverbial moderação do povo português. Catarina Martins chamou-lhe um figo e talvez tenha percebido logo aí que estava na frente do debate – e partiu, numa avaliação quase unânime dos comentadores do Expresso, para a sua melhor exibição da temporada.

É verdade que Rui Rio também repetiu depois duas ou três vezes que está contra a prisão perpétua e que por isso concorda com o Bloco – mas alguém que o tenha ouvido no debate com Ventura leu outra coisa que não uma abertura para a tal proposta “mitigada”?

Logo de seguida, o social-democrata cunhou uma frase que poderá ficar conhecida como o paradoxo (será que lhe posso chamar oxímoro?) de Rio: “Sou católico, mas não sou crente, não tenho fé”. Vou tentar traduzir: quereria dizer que não é praticante, mas que aprecia a doutrina social da Igreja – só que não deixa de ser um momento “como disse?”. 

Dá a ideia de que Rio não se preocupa com a estratégia nos debates, por uma razão que terá a ver com o seu lado virtuoso: o convencimento pleno nas ideias que carrega há anos e a crença de que um discurso demasiado preparado irá parecer plástico e desvirtuar a sua imagem. E a curta duração dos debates também não o favorece – e ainda menos que use expressões como “se tivesse tempo explicava”. No último plano do debate, Rui Rio encolhe os ombros como quem diz “agora que estava a começar a engatar…”.

Mas o tempo tinha terminado e o candidato a primeiro-ministro não foi convincente nas deambulações por nenhuma área da governação: nem na questão dos salários – ficou a ideia de que o salário mínimo terá de ficar “congelado” longos anos até que o salário médio o possa acompanhar –, nem no SNS (terminou outra vez a concordar com Catarina Martins e não seria difícil ter “ferido” o verdadeiro rival, o PS), nem no financiamento da Segurança Social.

Que me perdoe Rui Rio, que sabe muito mais do que eu sobre todos os temas que verdadeiramente interessam à governação do país, mas não consigo deixar de olhar para os debates como jogos em que teve por várias vezes a baliza aberta – ainda assim, não acertou uma vez no alvo. Já os adversários aproveitaram distrações alheias para meter umas “batatas” na baliza do PSD. É certo que ainda estamos no terreno dos “amigáveis”: a final é com Costa, daqui a precisamente uma semana.

(Sobre os outros debates do dia, breves notas. Francisco Rodrigues dos Santos – “o líder mais jovem com a cabeça mais velha” – em ataque desesperado contra Cotrim Figueiredo – líder de um partido que é, diz “Chicão”, como o “Chega com uns trocos no bolso”. Saiu-se melhor o Iniciativa Liberal, avaliam os nossos comentadores. No último do dia, André Ventura usou o tradicional discurso ultra-agressivo – misturar Salgado e Sócrates num debate sobre Rendimento Básico Incondicional é o cúmulo da demagogia – contra um Rui Tavares com a lição bem estudada mas a quem faltou um pouco mais de simplicidade e incisividade. Para os nossos comentadores, o presidente do Chega perdeu por KO.)

COMUNICAÇÃO DO GRUPO IMPRESA

Na sequência do ataque informático de que o Grupo Impresa foi alvo na madrugada do dia 2 de janeiro de 2022, o Grupo, titular das marcas EXPRESSO, SIC e OPTO vem prestar esclarecimentos a todos os seus assinantes, utilizadores e subscritores.

O ataque informático encontra-se em investigação pelas autoridades competentes, tendo o Grupo Impresa, tal como comunicado no próprio dia 2 de janeiro, contado com a colaboração da Polícia Judiciária e do Centro Nacional de Cibersegurança.

Este ataque, contrariamente ao noticiado, não foi da tipologia ransomware, não tendo sido efetuado qualquer pedido de pagamento (“resgate”). Tratou-se, na verdade, de uma ação de destruição e sabotagem massiva e gratuita de informação, infraestrutura e sistemas do Grupo Impresa.

O procedimento criminal já se encontra a correr e o incidente em apreço já é do conhecimento da Comissão Nacional de Proteção de Dados.

O Grupo Impresa envidou todos os esforços para a neutralização do ataque informático, tendo criado uma task force para gestão do mesmo, e acionado todas as medidas técnicas e procedimentos legais aplicáveis.

A preocupação central do Grupo Impresa passa por garantir que todos os subscritores, assinantes e leitores voltem a ter acesso à informação através dos websites do Grupo. No final desta comunicação, poderá encontrar um conjunto de “perguntas e respostas” relativas ao ataque informático.

A Administração do Grupo Impresa

Portugal | O QUE É DECISIVO NESTAS ELEIÇÕES?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Quando depositarmos o voto na urna eleitoral no próximo dia 30 estaremos a fazer uma escolha sobre a melhor pessoa para primeiro-ministro de Portugal?... Não.

As soluções de governo após umas eleições não dependem dos votos alcançados pelos líderes partidários, dependem dos votos que dão, ou não dão, possibilidade aos partidos de fazerem dentro da Assembleia da República, maiorias de deputados que apoiem a formação de um governo.

Vimos isso acontecer nas eleições de 2015, quando o partido mais votado, o PSD, não conseguiu formar um governo mas foi possível, com outros partidos que tiveram menos votos, formar um executivo para quatro anos.

Em tese será, por isso, exequível ocorrer um cenário político em que uma maioria de deputados proponha ao Presidente da República um governo em que o primeiro-ministro não é um líder partidário. É até possível um partido obter maioria absoluta de deputados e decidir que quem propõe para primeiro-ministro não é o seu líder.

Umas eleições legislativas em Portugal não são uma eleição indireta de primeiro-ministro pois muita coisa surpreendente, mas constitucionalmente enquadrada, pode acontecer após a noite eleitoral.

Quando depositarmos o voto na urna eleitoral no próximo dia 30 estaremos a eleger um governo estável?... Não.

Há quem vote a pensar num partido para o governo, mas há quem vote a pensar num partido que faça frente ao partido do futuro governo.

PENA DE MORTE? PENA PERPÉTUA "MITIGADA" - disse Rui Rio

A NOVA VIDA DE ISABEL DOS SANTOS

Um ano depois da morte do marido e quase dois anos após o escândalo Luanda Leaks, Isabel dos Santos está cheia de ritmo e mostra-o a todo o mundo no Instagram. Madrugadora, mais magra, amante de desporto, sempre a viajar - no metro, em voos low cost, em iates de luxo. A empresária angolana mudou de visual e de atitude. Reergueu-se. E parece pronta para a luta contra o Governo do país que se viu forçada a abandonar.

Abril de 2021, a celebração dos 48 anos como mote – volvidos seis meses desde a morte trágica do marido, o congolês Sindika Dokolo, vítima de um acidente de mergulho no Dubai, e mais de um ano depois do escândalo Luanda Leaks -, Isabel dos Santos reaparece. Os cabelos longos, lisos e escuros desapareceram, estão encaracolados, curtos e de pontas loiras agora. A mudança da filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, não se findava no visual, era sinal de um novo capítulo, de uma nova atitude. A princesa angolana, que já foi considerada a mulher mais rica de África, com uma fortuna avaliada em 1,8 mil milhões de euros em 2020 (chegou a ser de 2,9 mil milhões), parecia, nesse mesmo ano, condenada a viver longe das luzes da ribalta, abatida e sem glamour, com o império a desmoronar-se. Mas, depois do luto, voltou a entrar em cena, e em força, em partilhas constantes nas redes sociais.

Em julho, em férias na Rússia, a terra natal da mãe, Tatiana Kukanova, as imagens da Praça Vermelha, em Moscovo, a servir de cenário aos Insta stories da angolana. Em agosto, a bordo de um iate de luxo na companhia dos filhos. Depois, a passear-se por Veneza ou pelo Vaticano, em Itália. Nas publicações, também surgem vídeos a viajar de metro ou em voos low cost lotados. A imagem mudou. E parece empenhada em viver a vida… e em mostrar como a vive.

A residir no Dubai, onde se autoexilou depois de todo o alarido, começou a fazer exercício, descobriu a paixão pelo desporto. E emagreceu. Acorda todos os dias às seis e meia da manhã e às 7 horas já está a fazer kickboxing, jogging ou pilates. Também faz meditação. As muitas imagens ousadas em biquíni que publica são o carimbo da confiança que decidiu vestir nos últimos meses. “O caminho é difícil, é um dia de cada vez, não há milagres. Mas a estrada faz-se caminhando e aprendi que todos os dias tenho de agradecer o facto de acordar, de estar com a minha família. Tem sido um processo.” As palavras são da própria, declarações a um podcast angolano este ano, em que surgiu de cabelo entrançado. Foi aí que assumiu ter agora uma “vida diferente”, estar num “estado mais espiritual” e com “energia positiva”.

Novak Djokovic vence contestação para permanecer na Austrália até segunda-feira

# Publicado em português do Brasil

Adam CooperPaul Sakkal e Anthony Galloway | Sydney Morning Herald

Enquanto a audiência continuava pela noite após dois adiamentos anteriores, os advogados de Djokovic conseguiram uma liminar que impede as autoridades de deportarem o tenista até pelo menos segunda-feira, quando uma audiência mais substantiva está marcada.

O advogado Christopher Tran, representando o ministro da Imigração Alex Hawke, disse que o governo não se opôs a uma liminar que manteve Djokovic na Austrália no fim de semana. O juiz Anthony Kelly suspendeu o caso para ser ouvido a partir das 10h na segunda-feira - uma semana antes do início do Open da Austrália.

A contestação legal de Djokovic foi ao tribunal na quinta-feira, mas o juiz Kelly suspendeu a audiência por duas vezes porque não recebeu o material escrito apresentado pelos advogados de Djokovic.

O juiz Kelly disse que estava “fortemente inclinado” a ouvir o caso rapidamente e que Djokovic deporia, se necessário em uma audiência online.

Mas o juiz Kelly também alertou que não será limitado pela preferência da Open Tennis Australia de que a questão seja completamente resolvida até terça-feira. Os organizadores do torneio precisam de tempo para encontrar um jogador substituto se Djokovic não competir.

“Se eu puder dizer com o respeito necessário, o rabo não vai abanar o cachorro aqui”, disse o juiz.

CONHEÇA OS BILIONÁRIOS DA MINERAÇÃO QUE SAQUEIAM A AUSTRÁLIA

# Publicado em português do Brasil

Zacharias Szumer* | Jacobin

A indústria de mineração super-lucrativa na Austrália produziu uma nova classe de bilionários implacáveis. Suas fortunas superam as das outras elites empresariais do país, e eles usaram essa riqueza para moldar o cenário político em seu interesse.

Vinte anos atrás, a lista dos ricos da Austrália era liderada por magnatas da mídia, incorporadores imobiliários, fabricantes e proprietários de empresas de transporte. Naquela época, as mudanças na lista dos mais ricos do país aconteceram gradualmente, e as fortunas raramente ultrapassavam US $ 5 bilhões. Desde então, a rápida industrialização e urbanização da China gerou um “superciclo” de commodities, criando uma enorme demanda por minerais como o minério de ferro, o principal insumo para a produção de ferro e aço.

Antes considerada uma commodity um tanto monótona, os preços do minério de ferro triplicaram nos últimos quinze anos, gerando uma nova classe de magnatas da mineração com fortunas vastas e voláteis. Como outras empresas de recursos, eles espalharam seus tentáculos profundamente na máquina política australiana para garantir que seus interesses e o interesse público sejam vistos como sinônimos.

Rico em sujeira

A pessoa mais rica da Austrália é Gina Rinehart, que agora tem um patrimônio líquido estimado em $ 31,06 bilhões (US $ 22,2 bilhões). O pai de Rinehart, Lang Hancock, desempenhou um papel significativo na ascensão dos bilionários de minério de ferro do país.

Embora a alegação de Hancock de ter descoberto os enormes depósitos de minério de ferro da Austrália Ocidental possa ser contestada, é inquestionável que seu lobby desempenhou um papel significativo no governo levantando sua proibição de exportação de minério de ferro no início dos anos 1960. Pouco depois, Hancock fechou um acordo com a Rio Tinto, garantindo um fluxo de royalties de 2,5 por cento sobre cada tonelada quadrada que a Rio exportava de seus cortiços, que rapidamente arrecadava mais de US $ 250.000 por mês para sua empresa Hancock Prospecting.

Hancock continuou a estabelecer novos depósitos de ferro em Pilbara - a região onde a indústria de minério de ferro está concentrada - e em campos de carvão no nordeste da Austrália, mas quando ele morreu em 1992, o fluxo de royalties da Rio Tinto ainda era a principal fonte de lucro de sua empresa.

Gina Rinehart, sua única filha reconhecida , assumiu o controle da Hancock Prospecting e a transformou em uma empresa que atualmente é mais lucrativa do que a maioria dos grandes bancos da Austrália. A empresa desenvolveu várias novas minas, geralmente operadas como joint ventures, exceto a mega-mina que a própria Hancock opera. Rinehart ganhou pessoalmente mais de US $ 1 bilhão em 2011, quando vendeu 85 por cento dos campos de carvão de Hancock para um conglomerado indiano.

Logo atrás de Rinehart na lista dos ricos da Austrália está Andrew Forrest, que tem um patrimônio líquido de mais de US $ 27 bilhões. Forrest cresceu em uma fazenda de gado em Pilbara, mas não tropeçou em seus depósitos de minério de ferro enquanto conduzia o gado. Ele construiu sua reputação e riqueza nos anos 80 como um corretor da bolsa e banqueiro de investimentos, onde suas habilidades de persuasão lhe renderam o apelido de “língua de prata”.

Ele passou um período no exílio corporativo depois de liderar um empreendimento problemático de processamento de níquel que só se tornou lucrativo depois que ele saiu. Apesar da reputação de Forrest como um “cowboy corporativo”, uma pequena empresa de mineração, agora conhecida como Fortescue Metals Group, o trouxe como seu presidente e acionista principal em 2003, na esperança de que suas conexões pudessem ajudar a desenvolver seus arrendamentos de minério de ferro.

Dada a reputação irregular de Forrest no mundo empresarial australiano, ele se apressou nos mercados financeiros internacionais para reunir o vasto capital necessário para lançar novos projetos de mineração. Explorando as complexidades do sistema de títulos de mineração, Fortescue também começou a acumular um grande número de cortiços.

Em 2012, ela ocupava mais de 93 mil quilômetros quadrados - mais de três vezes as participações combinadas da Rio Tinto e da Broken Hill Proprietary (BHP). Por meio de extensas pesquisas geológicas, ela transformou uma pequena proporção de suas propriedades em várias minas extremamente lucrativas, e a Fortescue se tornou a terceira maior exportadora de minério de ferro do país. A participação de 36,25% no controle de Forrest rendeu-lhe mais de US $ 2 milhões por dia desde que a Fortescue começou a pagar dividendos em 2011.

Entre os mega-ricos mineradores da Austrália, o concorrente mais próximo de Forrest e Rinehart é Clive Palmer, com um patrimônio líquido de mais de US $ 13 bilhões. Depois de ganhar seus primeiros milhões como vendedor de imóveis, Palmer entrou na mineração em meados da década de 1980, arrebatando os cortiços de minério de ferro do oeste da Austrália em uma transação que ainda está envolta em mistério . Vinte anos depois, sua empresa Mineralogy finalmente fez um acordo com uma empresa chinesa para começar a minerar o local, que agora está rendendo a ele cerca de US $ 1 milhão por dia em royalties.

No final dos anos 2000, ele expandiu seu império de negócios com uma refinaria de níquel e assumiu uma empresa com extensas propriedades de carvão no nordeste da Austrália. Apesar de alegar que teve um momento difícil para Damasco devido à mudança climática quando conheceu Al Gore em 2014, Palmer tem lutado muito pela aprovação do governo e financiamento externo para começar a minerar seus depósitos de carvão. Caso o plano de exportação fracasse, ele também busca a aprovação para construir uma nova usina a carvão perto da mina.

China critica o assassinato de Soleimani como mais um 'crime de guerra' dos EUA

# Publicado em português do Brasil

Islam Times - A China criticou o assassinato do Tenente General Qassem Soleimani em 2020 como mais um “crime de guerra” cometido pelos Estados Unidos.

Falando em uma coletiva de imprensa semanal na terça-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse que o assassinato do general Soleimani foi "outro exemplo de como os EUA minaram desenfreadamente as normas que regem as relações internacionais com base na Carta da ONU".

“É também um dos crimes de guerra que os EUA cometeram com abuso de força”, acrescentou o funcionário chinês. “Os Estados Unidos poderiam ir tão longe a ponto de realizar“ assassinato seletivo ”de um líder militar de um estado soberano por meios terroristas, em violação do direito internacional, e também matar centenas de milhares de civis inocentes em todo o mundo.”

Wang acrescentou: “Todos esses atos ilegais e brutais aos olhos das pessoas ao redor do mundo foram ocultados pelos EUA por trás da fachada da 'ordem internacional baseada em regras', como afirma.”

Ele disse que embora os Estados Unidos continuem repetindo o mantra de "defender a ordem internacional baseada em regras", foi provado várias vezes que Washington só se preocupa com as "regras que atendem às suas necessidades e servem aos seus interesses".

O funcionário chinês observou que os EUA buscam consolidar sua hegemonia e prevalecer sobre a comunidade internacional.

“Mas essas regras e ordens que violam o direito internacional não serão aceitas pelo povo do Irã, do Oriente Médio e do resto do mundo”, destacou.

Islam Times

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