sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

NATOCRACIA, OU A CIMEIRA CONTRA A DEMOCRACIA

A «cimeira da democracia» foi um acto de guerra. Nada teve a ver com democracia, mas com interesses imperiais, coloniais, globalistas e unilaterais.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Mais de cem países juntaram-se virtualmente na «cimeira da democracia» sob a batuta do excelentíssimo democrata Joseph Biden, o actual chefe de um regime que tem por hábito deixar um rasto de mortos, desalojados, refugiados e de destruição sempre que decide «exportar a democracia».

A assim chamada «cimeira da democracia» foi uma espécie de pontapé de saída num ano «de acção para tornar as democracias mais reactivas e resilientes», de modo a «impôr à Rússia os custos reais das suas violações das normas internacionais»; e para formar «uma frente unida contra as acções agressivas e as violações de direitos humanos por parte da China». Ficou então combinado que dentro de um ano haverá uma nova cimeira para «construir uma comunidade de parceiros empenhados na renovação democrática mundial».

Entretanto, como determinou o próprio Joseph Biden, e certamente todos os súbditos aceitaram, «os Estados Unidos vão desempenhar o papel de guia para escrever as regras». Consumar-se-á assim, presume-se, a estratégia do regime norte-americano de substituir o direito internacional tal como o conhecemos por uma «ordem internacional baseada em regras» emanadas de Washington. O diktat do império, por assim dizer. Tal como em 1989 aconteceu com o chamado «Consenso de Washington» para impôr a selvajaria neoliberal como regime económico único à escala global.

Agora vivemos, por consequência, a era da materialização do bloco que institucionalizará o regime político único, a opinião única e a ideologia única como armas da economia única para impôr no todo planetário. Ao contrário da democracia, que é plural por definição, esta «democracia renovada» funcionará no quadro do monolitismo. E ai daqueles que não estiverem de acordo: a democracia tornada «activa e resiliente» unirá a «comunidade de parceiros» sob o abraço férreo da NATO e não tolerará dissidências. A democracia assim reformatada vai emergir – como ordem natural das coisas sentenciadas em Washington – em figurino de NATOcracia.

Israel aprova construção de 3500 habitações para colonos em Jerusalém Oriental

As autoridades israelitas aprovaram projectos de construção de 3557 unidades habitacionais para colonos em Jerusalém Oriental ocupada, denunciou uma organização não governamental.

A luz verde aos planos de construção foi dada pelo Município de Jerusalém, referiu a ONG israelita Peace Now. Um dos planos prevê a edificação de 1465 unidades habitacionais num novo colonato, que ligará os de Har Homa e Givat Hamatos.

Deste modo, as autoridades israelitas completam o chamado «anel sul» de Jerusalém, bloqueando ainda mais a ligação dos habitantes palestinianos de Jerusalém Oriental à cidade vizinha de Belém e ao Sul da Cisjordânia ocupada, e «complicando os esforços com vista à criação de um Estado palestiniano», denunciou a ONG.

A este projecto juntam-se outras quatro iniciativas, para edificar 2092 unidades habitacionais para colonos também em Jerusalém Oriental, afirmou a Peace Now.

Estes planos, sublinha, «fazem subir a tensão no terreno» e evidenciam a «flagrante discriminação» do governo de Telavive, na medida em que apenas constrói para colonos israelitas em Jerusalém Oriental, «enquanto centenas de milhares de palestinianos na cidade não podem construir quase nada», indica a PressTV.

Portugal | Ministra suspende cinco dos sete militares da GNR...

...suspeitos de agredirem imigrantes em Odemira

As suspensões provisórias de funções por 90 dias, que podem ser prorrogadas, foram propostas pela Inspeção-geral da Administração Interna (IGAI) e agora determinadas por Francisca Van Dunem.

A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, suspendeu provisoriamente por 90 dias cinco dos sete militares da GNR suspeitos de agredir e sequestrar imigrantes em Odemira, disse esta sexta-feira à Lusa fonte oficial.

Segundo fonte do Ministério da Administração Interna (MAI), as suspensões provisórias de funções por 90 dias, que podem ser prorrogadas, foram propostas pela Inspeção-geral da Administração Interna (IGAI) e agora determinadas por Francisca Van Dunem.

A mesma fonte precisou que esta medida cautelar de suspensão provisória de funções é determinada por ainda não estarem concluídos os processos disciplinares.

Em relação aos outros dois militares, a fonte do MAI afirmou que existiu um atraso no processo, mas devem ser suspensos nos próximos dias.

A notícia da suspensão dos militares foi avançada esta sexta-feira pela CNN Portugal.

Portugal | Mais 17 mortes e 38.734 casos de Covid. Rt desce e incidência sobe

Nas últimas 24 horas, há mais 42 pessoas internadas em enfermarias e mais três em cuidados intensivos.

Estão confirmadas 19.071 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 17 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 1.577.784, mais 38.734 nas últimas 24 horas.

CONSULTE AQUI O BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO NA ÍNTEGRA

O Rt nacional desceu de 1,41 para 1,32. A incidência, a nível nacional, aumentou de 2104,7 para 2438,8.

No boletim epidemiológico divulgado pela DGS esta sexta-feira, contam-se mais 42 pessoas internadas em enfermarias, subindo o total para 1353. Estão agora 161 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos, mais três nas últimas 24 horas.

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo (mais 15.606) e Norte (mais 14.689) foi a que mais contribuiu para o aumento do número de casos. Seguem-se o Centro (4558), a Madeira (1526), o Alentejo (1126), o Algarve (940) e os Açores (289).

Nas mortes, registam-se nove em Lisboa e Vale do Tejo, quatro no Norte e uma no Centro, AlentejoAlgarve e Madeira. Nos Açores não houve mais mortes por Covid-19.

A DGS contabilizou ainda mais 68000 casos ativos, perfazendo um total de 254.240. Estão agora 214.032 contactos em vigilância, mais 13.028 do que no dia anterior. Nas últimas 24 horas recuperaram da Covid-19 mais 31.917 pessoas

Rui Oliveira Costa – TSF

Leia em TSF:

Ómicron leva a um novo máximo. Mais de mil internamentos de crianças num dia nos EUA

LEIA AQUI TUDO SOBRE A COVID-19 - TSF

Portugal | VOTAR EM ISOLAMENTO? EM BREVE…

Manuel Molinos | Jornal de Notícias | opinião

Quando andamos a discutir se corremos o risco de ficar infetados durante a ida às urnas ou se o direito de votar pode violentar o direito à saúde, é sinal de que temos uma memória curta e uma incompetência longa.

A questão não é o que pode o Governo fazer para garantir que quem esteja isolado na data das próximas legislativas possa exercer o direito de voto. A questão é porque é que não foi feito nada até hoje para o garantir.

E à primeira pergunta juntam-se umas tantas outras. O que se avançou desde a primeira experiência-piloto de voto eletrónico realizada nas autárquicas de 1997, em várias assembleias de voto de uma freguesia de Lisboa? O que se avançou em 2001 depois de uma experiência idêntica, então alargada a mais uma freguesia do Porto? Mas há mais. Que conclusões foram retiradas nas eleições europeias de 2004 após três sistemas diferentes de votação eletrónica em assembleias de voto de nove freguesias terem sido testados? A resposta está no site do voto eletrónico (sim, há um site): "soon". Um "em breve" que se tem eternizado tempo demais.

Caso Tancos termina com 11 condenados. Azeredo Lopes absolvido de tudo

O cabecilha do furto das armas dos paióis, João Paulino, foi condenado a oito anos de prisão. Apenas ele e João Pais, que pertencia ao grupo de assaltantes, foram condenados a penas de prisão efetiva.

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes foi absolvido, esta sexta-feira, de todos os quatro crimes de que estava acusado no caso do assalto aos paióis de Tancos.

Nenhuma das alegações imputadas ao antigo governante, que estava acusado de denegação de justiça, prevaricação, abuso de poder e favorecimento pessoal, foi assim dada como provada.

De acordo com a CNN Portugal, o Tribunal de Santarém não deu também como provado o crime de associação criminosa e de tráfico de armas, absolvendo todos os 23 arguidos destes dois crimes.

Já João Paulino, autor confesso do furto de armas dos paióis de Tancos, foi condenado a oito anos de prisão. Seis anos pelo crime de terrorismo e cinco anos e seis meses pelo crime de tráfico de estupefaciente, resultando, em cúmulo jurídico, na pena única de oito anos.

Recorde-se que o ex-fuzileiro foi apanhado com 14 kg de droga, com um valor superior a 90 mil euros, e ainda com cartuchos e munições proibidas, se bem que tenha devolvido este material já depois de iniciado o julgamento.

Também João Pais, um dos membros do grupo que assaltou os paióis, foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, por terrorismo.

Portugal | SÃO PRECISOS DOIS PARA DANÇAR A PERPÉTUA


Miguel Guedes* |  Jornal de Notícias | opinião

Repousar o olhar nos microdebates entre os candidatos às legislativas pode ser assustador pela facilidade como, com aparente naturalidade, se impõe uma agenda demagógica, populista, racista, persecutória, mentirosa, repleta de ataques à democracia e à divisão dos portugueses entre bons e maus, perante o beneplácito de parte dos jornalistas e comentadores.

Temos, todos os dias, uma janela escancarada para um alfabeto inteiro sobre o retrocesso civilizacional. Mesmo quando a extrema-direita não está no debate, são os seus temas que geram lembrança e discussão, mesmo quando não têm qualquer importância ou dignidade para a vida real dos portugueses.

A cerca sanitária não está a ser erguida pelo jornalismo e pela maioria dos candidatos, que parecem não perceber quão fácil seria dizer "não" a uma discussão que desce todos os patamares de dignidade. Dizer não de vez para evitar o cadafalso. Num deserto de dignidade, crescem sempre endémicas flores de areia. Catarina Martins, Rui Tavares e António Costa têm conseguido ser diferenciadores no debate com o protofascismo.

Ana Gomes. O "energúmeno" Ventura "saca de fotocópias" ao "perder o pé"

PORTUGAL - DEBATES

Ex-candidata presidencial afirma que o presidente do Chega "perdeu o pé" durante debate com o secretário geral do PS António Costa.

Aex-candidata presidencial Ana Gomes reagiu esta quinta-feira, durante o debate, ao frente a frente entre Costa e Ventura na RTP3. Em duas publicações feitas no Twitter, Ana Gomes começa por afirmar que o "energúmeno", referindo-se a André Ventura, começou o debate "bem educadinho". 

Posteriormente destaca o momento em que o debate começa a 'aquecer', e acusa o presidente do Chega de se auxiliar das suas fotocópias ao "perder o pé" durante o debate com o primeiro-ministro. 

"O energúmeno começa a enervar-se por perceber que está a perder o pé… saca das fotocópias 'ad terrorem' do costume…", afirma a antiga diplomata. 

O debate no âmbito das eleições antecipadas colocou esta quinta-feira António Costa e o seu "inimigo número um" André Ventura num frente a frente em que a vacinação, impostos e corrupção foram os destaques. 

O primeiro-ministro sublinhou que, consigo no Governo, o deputado André Ventura "não passa" e o seu oponente garantiu que tinha como objetivo tirá-lo do Executivo.

Notícias ao Minuto

Moçambique | DÍVIDAS OCULTAS: “NYUSSI ESCAPARÁ À JUSTIÇA"

Consultora sul-africana ISS Studies considera que principais políticos moçambicanos envolvidos no escândalo das dívidas ocultas não serão julgados nem condenados, incluindo o atual Presidente da República, Filipe Nyusi.

Segundo considerou a consultora sul-africana ISS Studies nesta quarta-feira (05.01), "apesar das provas em contrário de que o atual Presidente da República, Filipe Nyusi, beneficiou de pagamentos ilegais, ele não é um réu no caso, nem sequer vai testemunhar como testemunha", afirmam. 

Isso, mesmo que "a oposição no país [tenha] contestado a ausência de Nuysi no tribunal", acrescentou o analista Borges Nhamirre, num texto com o título 'Principais políticos de Moçambique devem escapar à justiça'.

A consultara explicou ainda que "Nyusi, era ministro da Defesa na altura, responsável pela coordenação dos projetos de proteção costeira" no início da década passada, quando foram contraídos empréstimos à margem da lei e que afundaram a economia do país.

Angola | “UNITA ESTÁ PIOR DO QUE HÁ UNS ANOS” -- João Lourenço

Presidente angolano diz que o maior partido da oposição criou a Frente Patriótica Unida porque não consegue vencer sozinho o MPLA nas eleições. Afirma ainda que o combate à corrupção não é a sua grande batalha.

O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou esta quinta-feira (06.01) em conferência de imprensa a cinco órgãos de comunicação social que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, o maior partido da oposição) não está preparada para enfrentar sozinha o seu partido nas eleições gerais deste ano. Por isso, recorreu a uma coligação.

"Desde as primeiras eleições de 1992 que a oposição, de forma errada" tem feito uma "má avaliação do teatro das operações".

"Diziam que o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder] não tinha hipótese, pelo simples facto de, até àquela altura, ter sido partido único. Com a abertura para o multipartidarismo, antes das eleições acontecerem, já diziam 'calças novas em setembro'", mas isso "não aconteceu, nem nas eleições seguintes", disse João Lourenço.

Segundo o chefe de Estado, isso está a acontecer de novo este ano: "No fundo, no fundo, o simples facto de o nosso principal adversário recorrer a uma espécie de coligação" a que "estão a chamar Frente Patriótica Unida, para enfrentar o MPLA, significa dizer que, se calhar, estão pior do que estavam há uns anos atrás, nas eleições anteriores".

João Lourenço acusou ainda a oposição de "pôr jovens descontentes nas ruas a queimar pneus, a partir vidro dos carros".

Se isso "é um sinal de que o descontentamento contra o MPLA é assim tão grande, que vão derrotar o MPLA nas próximas eleições, é bom que continuem a pensar assim", ironizou.

PR exclui vários órgãos de conferência de imprensa e causa indignação

Presidência angolana escolhe a dedo órgãos para conferência de imprensa e gera descontentamento. Sindicato dos Jornalistas diz que vai abordar a Presidência sobre os critérios que determinaram esse formato.

Em Angola, o ano novo começou com uma "maka", uma polémica em torno da conferência de imprensa que o Presidente da República (PR), João Lourenço, vai dar esta quinta-feira (06.01) em Luanda. É que foram escolhidos repórteres de apenas cinco órgãos de informação.

Além disso, o secretário do Presidente para a comunicação enviou aos órgãos selecionados uma mensagem afirmando que "cada jornalista terá a possibilidade de colocar duas perguntas ao chefe de Estado", solicitando-se, no entanto, que os jornalistas "enviem quanto antes as duas perguntas a fazer ao PR".

O Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) já reagiu e criticou veementemente este "formato" escolhido pela Presidência. Entrevistámos o secretário-geral, Teixeira Cândido, sobre o assunto.

Padre denuncia ameaças após reagir a críticas do PR ao bispo de Bissau

Augusto Tambá diz ter sido ameaçado de morte após carta aberta sobre as críticas de Sissoco Embaló ao bispo de Bissau. LGDH acusa o Presidente de estar por trás de todos os atos de intimidação contra a sociedade civil.

O padre católico Augusto Mutna Tambá denuncia ameaças de morte na sequência da reação às declarações do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, contra o bispo de Bissau, Dom José Lampra Cá. Em carta aberta divulgada nas redes sociais, Augusto Tambá, pároco da diocese de Buba, no sul da Guiné-Bissau, classificou as críticas do chefe de Estado como um "ataque desnecessário" ao bispo que, disse, "apenas está ao serviço da sua missão eclesiástica".

Agora, diz estar a ser alvo de ameaças através de mensagens e telefonemas. "A primeira mensagem que recebi é de um senhor que agora não quero revelar o nome, mas com calma e prudência a imagem já está no meu perfil do Facebook. Depois, alguém me ligou insultando e acusando com injúrias. A segunda pessoa disse-me 'sabes que podemos reduzir-te a pedaços por causa daquilo que escreveste'", conta à DW África.

O padre guineense não tem dúvidas: as ameaças são uma tentativa de silenciar vozes críticas à crise social e política que se vive na Guiné-Bissau. "Mas não é por causa de alguém que pode silenciar a minha voz, restringir a minha liberdade, que vou deixar de fazer reflexões como antes fazia", garante. "Assumo em pleno a carta aberta que fiz, ninguém me intimida por causa da minha opinião".

Para Augusto Tambá, as declarações do Presidente da República contra o bispo de Bissau são um atentado contra si e contra a religião. "Sobretudo a religião católica, porque o Presidente disse que não precisa dos bispos na política. É contraditório, porque tem um imã no Conselho de Estado", considera.

Marrocos | O REGRESSO DOS TEMPOS SOMBRIOS DE HASSAN II

"Marrocos voltou aos períodos sombrios de Hassan II que todos pensávamos que haviam sido superados"

# Publicado em português do Brasil

Entrevista com Bachir Ben Barka, filho do histórico político marroquino desaparecido Mehdi Ben Barka

 Gorka Castillo | Rebelión

O tempo passa em espiral. Pelo menos é assim que vive Bachir Ben Barka (Rabat, 1951) desde que, em 29 de outubro de 1965, dois gangsters sequestraram seu pai Medhi do lado de fora da Brasserie Lipp em Paris em plena luz do dia. O político mais universal da história marroquina contemporânea nunca mais se ouviu falar dele. Um líder socialista determinado a transformar seu povo em um farol de liberdade e independência para os países pobres nos momentos quentes da Guerra Fria. No entanto, a recente desclassificação de 1.500 documentos secretos do ex-serviço de espionagem da Tchecoslováquia cobriu de suspeitas a neutralidade que Ben Barka sempre proclamou para os novos estados que conquistaram sua independência nas décadas de 50 e 60. De acordo com esses arquivos, citados pelo jornal britânico O observadore o Libération francês na semana passada, o carismático dirigente marroquino trabalhou para a China, a Tchecoslováquia, a URSS e até flertou com a CIA. “Essas declarações seriam ridículas se o problema não fosse tão sério. Pretendem apenas caluniar e manchar a memória de um militante da liberdade e da solidariedade ”, assegura o filho nesta entrevista modificada em duas ocasiões com a divulgação desses documentos. 

Em sua opinião, o legado de seu pai é tão imenso e imperecível que continua a causar pânico no Marrocos, onde pouco ou nada mudou desde a ascensão de Mohamed VI ao trono, há 22 anos. O passado sinistro foi mantido a sete chaves e as vidas de seus cidadãos continuam a fluir através dos contornos ásperos da escuridão, entre prisões, espionagem em massa, criminalização da dissidência, analfabetismo, pobreza, emigração e exílio. Até mesmo armas foram ouvidas nas areias do deserto. Mas isso é uma outra história. “O Marrocos voltou aos períodos sombrios de Hassan II que todos pensávamos ter superado. Estou preocupado e indignado com a grave virada que o Estado tomou, violando suas próprias leis e convenções internacionais em tudo o que se relaciona com as liberdades públicas e individuais, a liberdade de imprensa e de opinião ”,

Não dê ouvidos a James Dorsey: o Cazaquistão não é a "próxima Ucrânia" da Rússia

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

O próprio fato de o Cazaquistão ter solicitado urgentemente ao CSTO liderado pela Rússia para intervir inquestionavelmente desmascara a falsa narrativa de Dorsey, que implica alguns problemas sérios entre os dois países. Seu artigo deve, portanto, ser visto em retrospectiva como propaganda malsucedida.

Jornalista e acadêmico premiado e membro sênior do Instituto do Oriente Médio da Universidade Nacional de Cingapura, Dr. James M. Dorsey, publicou um artigo em 5 de janeiro perguntando provocativamente “ O Cazaquistão é a próxima Ucrânia da Rússia?”Ele não tão sutilmente insinua que a Rússia quer assumir partes daquele país vizinho, contando com comentários de alguns nacionalistas marginais e comentários rabugentos da mídia. Dorsey também tenta fabricar artificialmente a falsa percepção de uma cisão entre as lideranças russa e cazaque, a fim de fazer avançar sua agenda narrativa.

Apesar de suas credenciais de prestígio, os observadores não devem prestar atenção ao último artigo de Dorsey. Não é nada além de um ataque de guerra de informação mal disfarçado para o mensageiro do medo sobre as grandes intenções estratégicas da Rússia. Sua peça saiu no dia que o Cazaquistão foi vítima de uma guerra híbrida de Terror muito pior do que a estruturalmente semelhante Revolução Colorida -driven agitação que os EUA experimentaram em 06 de janeiro th . Pouco depois, seu líder reconhecido internacionalmente solicitou a assistência da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) liderada pela Rússia para reprimir essa tentativa de aquisição terrorista de seu país.

Mais lidas da semana