quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

A CIA PODE ESTAR ALIMENTANDO O TERROR NAZI NA UCRÂNIA

# Publicado em português do Brasil

Branko Marcetic | Jacobin

A CIA vem treinando secretamente grupos anti-russos na Ucrânia desde 2015. Tudo o que sabemos aponta para a probabilidade que inclui neonazistas inspirando terroristas de extrema-direita em todo o mundo.

O governo dos EUA tem um histórico bem documentado de apoio a grupos extremistas como parte de uma panóplia de desventuras na política externa, que inevitavelmente acabam explodindo na cara do público americano. Na década de 1960, a CIA trabalhou com radicais cubanos anti-Fidel Castro que transformaram Miami em um centro de violência terrorista . Na década de 1980, a agência apoiou e encorajou os radicais islâmicos convergindo no Afeganistão, que iriam orquestrar o ataque de 11 de setembro. E, na década de 2010, Washington apoiou os rebeldes não tão “moderados” da Síria que acabaram causando uma série de atrocidades entre civis e forças curdas que deveriam ser aliados dos EUA.

Com base em um novo relatório, parece que em breve poderemos adicionar outro a essa lista de lições fatalmente não aprendidas: neonazistas ucranianos.

De acordo com um recente Yahoo! Reportagem, desde 2015, a CIA treina secretamente forças na Ucrânia para servir como “líderes insurgentes”, nas palavras de um ex-oficial de inteligência, caso a Rússia acabe invadindo o país. Funcionários atuais estão alegando que o treinamento é puramente para coleta de inteligência, mas os ex-funcionários do Yahoo! falou com disse que o programa envolvia treinamento em armas de fogo, “cobrir e mover” e camuflagem, entre outras coisas.

Dados os fatos, há uma boa chance de que a CIA esteja treinando nazistas reais e literais como parte desse esforço. O ano em que o programa começou, 2015, também foi o mesmo ano em que o Congresso aprovou uma lei de gastos que incluía centenas de milhões de dólares em apoio econômico e militar à Ucrânia, que foi expressamente modificado para permitir que esse apoio fluísse para a Ucrânia. milícia neonazista residente no país , o Regimento Azov. De acordo com a Nação na época, o texto do projeto de lei aprovado em meados daquele ano continha uma emenda explicitamente barrando “armas, treinamento e outras assistências” a Azov, mas o comitê da Câmara encarregado do projeto foi pressionado pelo Meses depois, o Pentágono removeu a linguagem, dizendo falsamente que era redundante.

NOVA ONDA DE HOSTILIDADES VARREU A SÍRIA

# Publicado em português do Brasil

O conflito na Síria parece estar esquentando novamente. Em 17 de janeiro, vários desenvolvimentos militares e de segurança foram relatados nas regiões noroeste, nordeste, centro e sul do país.

Na região noroeste, conhecida como Grande Idlib, o Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) afiliado à Al-Qaeda e seus aliados continuam a violar o acordo de cessar-fogo que foi intermediado pela Rússia e pela Turquia em 5 de março de 2020.

Em resposta às recentes violações, aviões de guerra das Forças Aeroespaciais Russas (VKS) realizaram quatro ataques aéreos contra posições de militantes ao redor da cidade de al-Bara em 15 de janeiro.

Em 16 de janeiro, mais quatro ataques aéreos russos atingiram posições de militantes entre as cidades de al-Fatterah e Kansafra.

No mesmo dia, a artilharia do Exército Árabe Sírio (SAA) bombardeou um posto militar turco perto de Kansafra. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, vários soldados turcos ficaram feridos.

O COVID-19 FOI FABRICADO PELO HOMEM EM LABORATÓRIO

O Dr. Fauci mentiu. O Covid-19 terá sido fabricado pelo homem

E-mails, revelados por dois deputados dos Representantes, jacksonianos, James Comer (Kentucky, chefe da minoria na Comissão de Supervisão do Executivo) e Jim Jordan (Ohio, líder da minoria na Comissão de Justiça), atestam que os cientistas oficiais dos EUA mentiram deliberadamente quanto à origem do Covid-19 .

Durante uma reunião secreta, em 1 de Fevereiro de 2020, peritos —entre os quais Robert Garry e Mike Farzan (o maior especialista em coronavírus)— expuseram que a configuração do vírus actual não corresponde à dos outros vírus da mesma família e que foi especificamente concebido para infectar humanos. Segundo eles, isso é impossível em estado natural. O Covid-19 foi fabricado em laboratório.

O Dr. Anthony Fauci, Director do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID-National Institute of Allergy and Infectious Diseases), e conselheiro especial dos Presidentes dos Estados Unidos para a Covid-19, que presidia à reunião, decidiu abafar estas informações. No dia seguinte a esta reunião, em 3 de Fevereiro de 2020, o Dr. Fauci falava a pedido da Casa Branca perante as Academias Nacionais das Ciências, de Engenharia e de Medicina. Aí, ele defendeu com veemência, com pleno conhecimento de causa, a origem natural do Covid-19.

DESAFIOS PARA A PAZ MUNDIAL…

# Publicado em português do Brasil

Os EUA e a OTAN são incapazes de desarmar a mentalidade da Guerra Fria

Strategic Culture Foundation | editorial

A Rússia terá que estar em guarda e usar contra-força para impedir qualquer conduta ofensiva imprudente dos Estados Unidos e seus asseclas europeus.

As perigosas tensões que aumentaram entre os Estados Unidos, a OTAN e a Rússia representam uma grave ameaça à paz mundial. É importante lembrar que a série de conversas de alto nível convocadas esta semana em três cidades europeias foi iniciada pela Rússia. Moscou apresentou propostas severas para um acordo de segurança mais claro na Europa entre o bloco militar da Otan liderado pelos EUA e a Rússia.

Essas propostas não incluem mais expansão da OTAN para o leste e uma reversão de forças e armas de ataque dos Estados Unidos dos estados do leste europeu que se juntaram à aliança militar depois de 1997 – Polônia, estados bálticos e outros ex-membros do Pacto de Varsóvia liderado pelos soviéticos. Outras propostas incluem limites acordados para exercícios militares na região.

No mínimo, pode-se notar, havia uma vontade entre os parceiros dos EUA e da OTAN de se sentar com seus homólogos russos para discutir essas questões. Houve também um compromisso verbal de continuar as discussões. No entanto, um resultado decepcionante foi a evidente intransigência em considerar a principal preocupação da Rússia, que é a possível adesão da Ucrânia e de outras ex-repúblicas soviéticas nas fileiras da OTAN no futuro. Os funcionários dos EUA e da OTAN disseram esta semana que não haverá compromisso e que a Rússia "não tem poder de veto" sobre a adesão à aliança. Essa atitude maximalista contraria princípios de segurança mútua e indivisível. Parece que as preocupações da Rússia foram descartadas, e não pela primeira vez. Há anos,

No cerne do impasse está o seguinte: os Estados Unidos e seus aliados da OTAN não veem a Rússia como um parceiro igual e legítimo.

As tensões recorrentes nas relações decorrem de uma litania de acusações feitas contra a Rússia como uma potência maligna. As acusações são infundadas e, na verdade, caluniosas. Mas eles revelam uma mentalidade de hostilidade que é endêmica entre os EUA e seus aliados. Eles parecem incapazes de ver a Rússia como uma nação normal e pacífica.

É inerentemente característico e problemático que a mesma mentalidade seja mostrada em relação à China. E basicamente para qualquer nação estrangeira que não se adapte prontamente aos interesses dos Estados Unidos e de seus aliados ocidentais.

Guiné-Bissau | “PAIGC ESTÁ EM PERIGO IMINENTE DE NAUFRÁGIO” -- Mário Sami

Membro do bureau político do PAIGC apela a "capitão" Domingos Simões Pereira que assuma a responsabilidade pelo "naufrágio iminente" do partido. "Não podemos culpar o marinheiro", diz Mário Dias Sami em entrevista à DW.

Numa carta aberta, divulgada na segunda-feira (17.01), um grupo de dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) questiona a liderança de Domingos Simões Pereira.

O documento é assinado pelo ex-primeiro-ministro guineense Artur Silva, por Octávio Lopes, antigo diretor de gabinete do ex-Presidente José Mário Vaz, Mário Dias Sami, ex-secretário de Estado das Pescas, Gilberto Charifo, ex-diretor-geral da Geologia e Minas e pelo deputado Hussein Farath.

O balanço que fazem do mandato de Simões Pereira como líder do PAIGC é negativo: O partido, lembram os dirigentes, não tem a maioria no Parlamento, apesar de ter sido o mais votado nas legislativas de 2019; não está nem no Governo, nem na Presidência da República, e perde cada vez mais o apoio da população.

"O PAIGC está em perigo iminente de desaparecer", comenta Mário Dias Sami, porta-voz do grupo que publicou a carta aberta.

Moçambique | Juiz indefere requerimento para chamar Nyusi como declarante

O juiz do caso das dívidas ocultas indeferiu um requerimento da Ordem dos Advogados de Moçambique para ouvir o Presidente Filipe Nyusi como declarante no processo. "Não contribui para a descoberta da verdade", disse.

"A diligência requerida não contribui para a descoberta da verdade", afirmou o juiz, considerando que é "desnecessária e visa protelar o andamento do processo".

A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) requereu a audição de Filipe Nyusi porque era ministro da Defesa à data dos factos. 

"Dos membros do comando conjunto, o antigo ministro da Defesa é o único declarante ouvido em sede de instrução" cujas declarações "não estão previstas para serem confirmadas nesta audiência", justificou o advogado Vicente Manjate, representante da OAM.

A criação da empresa de defesa marítima ProIndicus, usada nas dívidas ocultas, passou por um comando conjunto, mas o juiz rebateu a pretensão da OAM afirmando que esses factos já estão esclarecidos.

"É preciso ouvir alguém para vir dizer se é verdade ou não o que está escrito num documento", perguntou Efigénio Baptista. "Não está em causa a prova de criação da ProIndicus, mas sim o contexto e o grau de envolvimento de cada um dos intervenientes", respondeu Vicente Manjate.

Moçambique | Dívidas ocultas: Mandado de captura contra Alexandre Chivale

Era uma sessão bastante aguardada, mas os declarantes Alexandre Chivale e Muhamad Wahaj não compareceram em tribunal. Ministério Público pediu mandado de busca e captura e juiz concordou.

O advogado Alexandre Chivale e o comerciante Mohamad Wahaj deveriam ter ido esta terça-feira (18.01) a tribunal, no âmbito do processo das dívidas ocultas, mas não compareceram na audiência.

O Ministério Público pediu, por isso, a emissão de um mandado de busca e captura dos declarantes.

No caso particular de Chivale, a magistrada do Ministério Público, Sheila Marrengula, frisou que há "claros indícios" de ele "pretender furtar-se à ação da Justiça".

"O meritíssimo juiz advertiu o ilustre advogado a comparecer para ser ouvido pelo tribunal pelos atos praticados na qualidade de administrador Txopela Investments, SA. Mostra-se evidente que o ilustre advogado Alexandre Chivale não quer ser notificado", acrescentou a magistrada.

A Txopela Investments, SA é uma das empresas implicadas no escândalo das "dívidas ocultas", um esquema de corrupção que defraudou o Estado moçambicano em 2,7 mil milhões de dólares, segundo a acusação.

Angola | PRETÓRIA ATACOU CABINDA EM NOME DA UNITA

Artur Queiroz*, Luanda

A derrota das forças do apartheid no Triângulo do Tumpo e no Cuinene teve como resultado imediato o acantonamento das tropas de Savimbi na Jamba e começaram os primeiros contactos políticos e diplomáticos que culminaram com o Acordo de Nova Iorque. Mas Pretória já antes tinha conhecido graves desaires militares nos confrontos contra os angolanos. Um dos mais estrondosos foi na célebre Operação Argon contra as instalações petrolíferas na baía de Malongo, em Cabinda. O capitão Wynand du Toit, segundo comandante da acção militar secreta, foi feito prisioneiro pelas FAPLA.

As declarações do oficial das forças especiais de Pretória, em conferência de imprensa, em Luanda, acabaram com a “fachada de boa vizinhança” que o regime de Pretória vendia ao mundo.  No dia 21 de Maio de 1985, operacionais das Forças Especiais das SADF foram mortos e feridos nos combates de Cabinda. O capitão Wynand Du Toit foi capturado. Ele era o segundo comandante de uma operação secreta para destruir o complexo petrolífero de Malongo. 

Face ao desastre militar, Magnus Malan, ministro da defesa sul-africano, foi ao Parlamento e declarou que o seu governo não estava a desestabilizar Angola, mas em perseguição ao ANC e à SWAPO, que estavam a conspirar contra a África do Sul a partir das suas bases na profundidade do Norte de Angola. Mas o capitão Du Toit disse, dias depois, numa conferência de imprensa: “Esta operação foi lançada com o objectivo de destruir os tanques de armazenamento de combustível da Cabinda Gulf. Nós não estávamos à procura do ANC ou da SWAPO, estávamos a atacar a Gulf Oil.” (Jacques Pauw in “IN THE HEART OF THE WHORE”, página 206).

A África do Sul há muito que seguia uma política de destabilização dos países da Linha da Frente, especialmente Angola e Moçambique. O Presidente Agostinho Neto tinha declarado que a libertação de Angola passava pela independência da Namíbia, do Zimbabwe e o fim do regime de apartheid na África do Sul. Em 1979, o Presidente José Eduardo dos Santos confirmou o mesmo princípio e assumiu o comando das forças revolucionárias. A sua deslocação à frente da Cahama foi um sinal claro para Pretória: Ninguém derrota milhões de angolanos em armas pela liberdade.

Angola | NOVO COMANDANTE PROMETE ELEVAR SENTIMENTO DE SEGURANÇA

O novo comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Manuel Carlos, apontou a elevação do sentimento de segurança das populações como uma das prioridades.

Ao falar, terça-feira (18), para a imprensa, depois de ser empossado nas funções, pelo Presidente da República, João Lourenço, Arnaldo Carlos disse que a concretização desse desiderato vai passar por fazer, primeiro, uma breve avaliação, para determinar as preocupações, situações e oportunidades que favoreçam o combate ao crime.

"A nossa missão será combater o crime, no sentido de elevar a segurança das populações", prometeu, referindo que o diagnóstico vai ajudar a determinar onde reside a maior incidência do problema. Arnaldo Carlos admitiu haver sentimento de insegurança, mas disse que não é generalizado.

Segurança nas eleições

O novo comandante-geral da Polícia Nacional ressaltou que o asseguramento das eleições faz, igualmente, parte da lista das prioridades. "Pois, como sabemos, o calendário político indica que este ano teremos eleições e a Polícia estará empenhada com os órgãos afins, no sentido de garantir que todos os actos que constem do calendário político sejam exitosamente realizados", frisou.

ELEIÇÕES EM ANGOLA, INGERÊNCIAS EXPOSTAS!

Martinho Júnior, Luanda

CENÁRIOS E PROTAGONISTAS DE LONGA DURAÇÃO

Em época de eleições, o vulcão humano latente em Angola, está sujeito a entrar em sucessivas erupções. Para além das assimetrias agravadas pela actuação, de choque em choque, do longo braço da “border war” engendrado pelo “apartheid” em cultivada herança da colonização portuguesa que dá pelo nome de UNITA (com um papel bem definido no Exercício Alcora), juntam-se os desequilíbrios causados pela terapia neoliberal inaugurada em Bicesse a 31 de Maio de 1991, numa “democracia representativa” inquinada pelo seu carácter, conteúdo e formatação, desde o seu primeiro dia!...

Em Bicesse sacrificou-se o que dizia respeito à lógica com sentido de vida e à libertação do povo angolano e dos povos de África, em proveito da “aceitação democrática” dum ente que tinha e tem tudo a ver com agenciamento deliberado a partir do “hegemon” unipolar, a fim de garantir a qualquer preço ingerência e qualquer tipo de manipulação, seja em situação de guerra como em situação de paz!

O próprio ambiente em época eleitoral demonstra-o substantivamente: pariram o vulcão humano impelindo para as cidades, particularmente para a cidade capital, milhões de desamparados refugiados internos provenientes das mais devastadas áreas rurais de Angola e agora ele está disponível e em concentrado em cidades a rebentar pelas costuras, apto por via dessa artificiosa natureza a corresponder com erupções que a qualquer momento, escolhido ou não, podem eclodir!

Para tal tudo é relativamente fácil por parte dos instrumentalizados agentes: basta a chispa inteligente de subtis ingerências neocoloniais com essa vontade, capazes de arregimentar a enorme informalidade disponível que sobrevive desde as profundezas ardentes do vulcão e que, a qualquer momento, se pode tornar em incandescente lava que expulsa as energias por todo o telúrico espaço crítico, um fenómeno que pode ser observado aliás esporadicamente na África Austral, inaugurado desde logo na África do Sul (O vulcão sul-africano – Marikana como Sharpeville)!... (1)

A amiga israelita de Adalberto, a Mossad e a interferência nas eleições africanas

ANGOLA

Tribuna de Angola

Há uns meses, o conhecido jornalista israelita Yonah Jeremy Bob publicou um extenso artigo no reputado jornal Jerusalem Post em que explicava a forma como ex-agentes da Mossad interferiam nos processos democráticos africanos.

Nessa peça ocupava especial relevo a consultora israelita da UNITA e de Adalberto Costa Júnior, Adi Timor.

Bob começa por contar a história da intervenção de um grupo de israelitas no Gana. Conta que em Agosto de 2020, 14 israelitas chegaram num jacto privado a Accra, capital do Gana. Afirmavam-se “especialistas em tecnologia da informação”, trabalhadores de tecnologia que vinham ajudar a indústria local. Contudo, de acordo com relatos posteriores, esse grupo não teria ido ao Gana para reuniões de negócios comuns. Viria com uma agenda para influenciar uma eleição nacional no Gana de Dezembro 2020. De facto, dois deles foram identificados como Amit Waisal e Adi Danino, ex-oficiais de inteligência israelitas da Mossad. Os outros membros do grupo poderiam ter origens semelhantes. Aparentemente o grupo entrou no país para ajudar o presidente em exercício Nana Akufo-Addo na eleição de 7 de Dezembro de 2020. Este foi eleito com uma margem mínima, o que levou o seu oponente, o ex-presidente John Mahama a pedir ao Supremo Tribunal local que invalidasse o resultado da eleição como ilegítimo devido a irregularidades.

Ainda hoje não é claro o papel que os israelitas tiveram nessa eleição. O que é certo é que ex-funcionários de inteligência israelitas estão cada vez mais e discretamente envolvidos em eleições e actividades governamentais em toda a África.

Se ter estrategas políticos de Israel a trabalhar em países em desenvolvimento pode ser política e economicamente lucrativo e não ser ilegal, já é estranho quando esses estrategas sejam ex-funcionários da inteligência israelita que usam as técnicas obscuras que aprenderam no Mossad ou na Unidade 8200 (unidade de espionagem cibernética de Israel) em campanhas eleitorais africanas.

A verdade é que nos últimos anos, tem havido um número crescente de relatórios públicos alegando tais actividades, sobretudo na área das campanhas digitais, por empresas israelitas compostas por ex-funcionários da Mossad.

Portugal | O PSD VAI MESMO APOIAR O PS? E O PS APOIARÁ O PSD?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Rui Rio já anunciou várias vezes que, se o PSD perder as eleições de forma a não poder liderar uma solução de governo, está disponível para negociar a viabilização de um governo minoritário PS, caso seja este a ter essa responsabilidade. E espera que o PS tenha um comportamento semelhante com o PSD.

A questão central é esta: há condições políticas para os deputados do PSD ou do PS, que forem eleitos agora, apoiarem depois os governos dos seus adversários diretos?

Comecemos pelo PSD: Rui Rio é um líder sistematicamente atacado dentro do seu próprio partido e só deixará de o ser se ganhar as eleições.

Quando conquistou a presidência do PSD, em janeiro de 2018, tinha um grupo parlamentar na Assembleia da República, órfão de Pedro Passos Coelho que, simplesmente, não lhe obedecia.

Só após as eleições legislativas de 2019 teve oportunidade de escolher o grupo parlamentar mas, mesmo assim, as "rebeldias", confusões nas votações e contradições internas ainda foram algumas vezes notícia.

É razoável pensar que o primeiro Orçamento do Estado que o PS apresente, se não for apoiado pela esquerda, possa ser viabilizado pelo PSD mas, a partir daí, tudo muda: a oposição interna a Rui Rio, que ainda há um mês o tentou "abater", vai reorganizar-se e realizar um novo assalto ao poder no partido e, é certo, vários deputados sociais-democratas participarão nesse ataque a Rio.

Aposto singelo contra dobrado que, nessa altura, ou Rui Rio sai por iniciativa própria ou perde a competição com o líder da oposição interna que entretanto se afirmar, pois este trará uma esperança aos militantes que Rio, duas vezes derrotado em legislativas, já não será capaz de dar.

Portugal | "A extrema-direita veicula o caos para se legitimar como Salazar"

João Céu e Silva | Diário de Notícias

Mais do que em qualquer outro momento da história de Portugal, a investigação As Duas Faces de Salazar encaixa no tempo. Para Rui Carvalheira, «se queremos manter a liberdade de que hoje beneficiamos, há que impedir o recrudescimento de regimes extremistas e autoritários que nos deixam a todos sob a ameaça da arbitrariedade e do abuso de poder». Outras novidades: O Sem Pavor de António da Costa Neves e Conferências e Discursos de Albert Camus.

A principal razão que levou Rui Carvalheira a escrever As Duas Faces de Salazar, que não viveu o Estado Novo, foi a de superar as ideias feitas sobre essa época. Diz: "Tendo nascido e crescido após o 25 de Abril, tudo o que eu sabia sobre Salazar é que tinha sido um ditador, que tinha imposto um regime fascista, onde não havia liberdade. Pouco mais." A investigação, no entanto, fê-lo descobrir que "nem todas as ideias feitas se revelaram falaciosas, mesmo sendo redutoras. O regime foi de facto opressivo, a informação era altamente controlada, não havia liberdade de expressão e milhares de portugueses foram alvo de perseguição e vítimas de violência política". Houve outra surpresa no que respeita a outras "ideias feitas", o autor confrontou-se com várias "menos corretas". Dá como exemplo do que não corresponde à verdade: "Que a ditadura portuguesa era "branda", ou que o colonialismo português era integrador e não racista, O regime não só reprimiu, perseguiu e torturou cidadãos por motivos ideológicos, como o colonialismo português foi tão opressivo, discriminatório e explorador, como o das restantes potências europeias." Acrescenta outro exemplo dessas ideias feitas: "A caracterização de Salazar como um líder abnegado e desinteressado pelo poder, que se torna pouco credível quando observamos o esforço que o governante empreendeu ao longo de toda a sua vida, para se manter ao comando do regime, atitude que parece pouco consistente com a imagem de um líder que é conduzido ao topo, contra sua vontade." Em resumo, afirma, "as ideias feitas sobre o Estado Novo serviram como ponto de partida, mas à medida que fui investigando o regime e o período, tornou-se relativamente simples desmontar os preconceitos que contrariam a análise dos factos e nesse sentido, superá-las".

Rui Carvalheira desde 2016 soma quatro livros sobre a História de Portugal, um tema bem diferente da sua carreira principal: criativo publicitário, guionista e professor. Um dos problemas que se colocaram ao autor foi o de não tomar partido a favor ou contra durante a escrita. Explica: "Procurei analisar as medidas tomadas e as suas consequências do modo mais honesto que me foi possível. Mas quando falamos de regimes políticos, é difícil ser isento. Primeiro, porque, enquanto cidadão, sou parte integrante do regime, cuja natureza se reflete nos meus direitos e liberdades. Depois, porque sendo os meus valores radicalmente opostos às de um regime elitista, repressivo e autoritário, que votou a população à ignorância e à pobreza, tanto material como intelectual, tornou-se difícil aceitar - ou ignorar - a discriminação legal, a privação dos direitos e a arbitrariedade jurídica que caracterizaram o Estado Novo. Como tal, a análise das consequências, o que considero positivo ou negativo, implicou uma escolha, escolha essa que reflete os meus valores e as minhas crenças e nesse sentido, admito, foi-me difícil não tomar partido." No entanto, avisa, procurou analisar a figura e o regime de Salazar tendo em conta o contexto da época e a situação do país na altura em que as medidas foram tomadas: "Não me limito a condenar a regime à luz das ideias de hoje, nem escamotear os sucessos que as políticas salazaristas tiveram, como é o caso da recuperação financeira e da estabilização da ordem pública que a ditadura conseguiu logo nos seus primeiros anos, aquelas que em muito serviram como base de legitimação junto da população."

Portugal | RUI RIO É SÓ UMA BRINCADEIRA?

Daniel Oliveira* | TSF | opinião

Daniel Oliveira dedica a crónica desta semana ao tweet que Rui Rio fez sobre a notícia de que António Costa iria votar antecipadamente no Porto, dia 23, e defende que "um tweet é só um tweet", mas acaba por ser revelador do perfil de quem o escreve.

"Neste caso, de um homem que parece ter como principal qualidade ser medianamente semelhante com qualquer pessoa que não pensasse concorrer ao cargo de primeiro-ministro. Essa mediania, que noutro tempo o tornaria inapto para o lugar, é considerada por alguns uma coisa extraordinária, mas como se tem visto por todos os estudos de opinião, a única qualidade que os portugueses atribuem a Rio é mesmo a franqueza. Não é a competência, o conhecimento ou a preparação", explica.

Para o jornalista, esta "tentativa de humor" do líder do PSD só contribuiu para criar uma confusão maior à volta do volto antecipado.

"A mobilização para o voto antecipado é muitíssimo importante. A pessoa que vote antecipadamente é menos uma pessoa que corre o risco de deixar de votar porque se infetou depois e que alivia a pressão no dia 30. Se se infetar entretanto sobra-lhe a possibilidade de votar no dia 30", esclarece Daniel Oliveira.

Neste habitual espaço de Opinião na TSF, Daniel Oliveira considera que "António Costa faz bem em dar o exemplo". Exemplo esse que devia ser seguido pelos restantes líderes políticos para reduzir o risco de uma forte abstenção e refere também que o voto antecipado se pode fazer em mobilidade, em qualquer município, que depois o voto será reencaminhado para a mesa correspondente a esse eleitor.

"Esperava-se que Rui Rio, sendo concorrente a essas eleições, soubesse isso mesmo e se empenhasse em divulgar essa informação que pode levar mais pessoas a votar", defende.

DETETADA NOVA LINHAGEM DA VARIANTE ÓMICRON EM PORTUGAL

A nova linhagem, denominada BA.2, apresenta um "excesso" de mutações na proteína spike, muitas delas partilhadas, segundo revela o INSA

A variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 é responsável por 93% das infeções em Portugal e uma outra linhagem foi detetada com características genéticas semelhantes, anunciou esta terça-feira o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

"Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção estimada máxima (93%) entre os dias 7-9 de janeiro", refere o relatório do INSA sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19.

Segundo o documento, aquando da identificação da Ómicron (BA.1) em meados de novembro de 2021, foi detetada uma outra linhagem (BA.2) com várias características genéticas semelhantes entre si e que apresentam um "excesso" de mutações na proteína `spike´, muitas delas partilhadas.

De acordo com o INSA, a linhagem BA.2 já foi detetada em vários países, destacando-se a sua crescente proporção entre as sequências genómicas reportadas recentemente pelo Reino Unido e Dinamarca.

Leia em TSF: Portugal não registava tantos mortos desde fevereiro e atinge novo máximo de casos diários

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