terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Angola | ANTIGOS COMBATENTES AGUARDAM PENSÕES NA MISÉRIA

Ex-combatentes e Veteranos da Pátria alertam que vivem condições deploráveis. Cada um recebe uma pensão do Estado de 39 euros, e o pagamento costuma atrasar um ou mais meses.

Na província angolana do Cuanza Norte, 1.560 Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria enfrentam dificuldades por causa dos atrasos no pagamento das suas pensões. Os dinheiro dos últimos três meses do ano passado só foi entregue no final de janeiro.

José Kakola, conhecido nos tempos da guerrilha como Peti Comandante, diz que os pensionistas estão cansados dos atrasos, e a pensão que auferem já é baixíssima.

"Isto não é digno", desaba Kakola em declarações à DW. "Segundo a gíria, 'quem liberta não governa'. Os atrasos salariais são notórios e nós, os antigos combatentes, recebemos uma miséria, 23.550 kwanzas [cerca de 39 euros no câmbio atual], e chega a demorar 45 dias para chegar".

Moçambique | Cabo Delgado: Grupo armado mata quatro pescadores

Vítimas foram mortas na praia de Nagulue, em Mucojo, no distrito de Macomia, que tem sido um dos afetados por ataques atribuídos a insurgentes em fuga da ofensiva militar moçambicana e internacional.

Um grupo armado matou na segunda-feira (08.02) quatro pescadores numa localidade costeira de Cabo Delgado, norte de Moçambique, segundo fontes locais citadas pela agência de notícias Lusa.

As vítimas foram mortas na praia de Nagulue, em Mucojo, no distrito de Macomia, que desde setembro tem sido um dos afetados por ataques atribuídos a insurgentes em fuga da ofensiva militar moçambicana e internacional a norte, em Mocímboa da Praia e Palma.

"As quatro pessoas foram mortas pelos insurgentes e um deles era meu vizinho. Não sei por que foram para aquele local. O governo está a proibir aquela zona devido à insegurança", disse Ernesto Navanga, um residente que tem uma machamba (horta) nas proximidades do local onde os corpos foram encontrados.

Segundo uma outra fonte, os pescadores preparavam-se para usar barcos à vela e foram surpreendidos. Depois, os agressores "queimaram os barcos. Foi grave o que se passou", lamentou.

POR QUE A UE PRECISA DA GIGANTE RUSSA DE ENERGIA GAZPROM

# Publicado em português do Brasil

Bernd Riegert* | Deutsche Welle

Em meio à crise Rússia-Ucrânia, o fornecimento de gás natural pode ser usado como arma política pelo Kremlin. Quão dependentes são os europeus da Gazprom, que deverá alimentar o controverso gasoduto Nord Stream 2?

A Gazprom não tem do que se queixar. O CEO de longa data da empresa de energia russa, Alexei Miller, disse em janeiro que 2021 havia sido um ano de recordes – tanto em termos de produção de energia quanto de lucros.

Para a Gazprom, o aumento da demanda e a disparada dos preços do gás natural e do petróleo significam um faturamento maior, e os acionistas têm motivos para comemorar.

O Estado russo controla a maioria das ações e decide o rumo da empresa. No entanto, ações da Gazprom também são detidas por empresas alemãs, como a fornecedora de energia alemã E.ON e muitos pequenos investidores.

A proximidade da empresa com o Kremlin é muito grande. O CEO Miller é um velho amigo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que quase sempre se senta à mesa dos conselhos fiscal e de administração da empresa.

A Gazprom é a maior produtora de gás natural do mundo, tem quase 500 mil funcionários e afirma deter as maiores reservas de gás na Rússia.

ESTRATÉGIA ESPACIAL DA OTAN

# Publicado em português do Brasil

Leonid Savin | Oriental Review, em Katehon

Em 17 de janeiro, a OTAN  divulgou  sua política espacial.

O documento afirma: “Potenciais adversários estão aumentando seu próprio uso do espaço, estendendo assim sua capacidade de projetar poder a distâncias maiores, com maior precisão, velocidade e eficácia. Eles também estão usando recursos espaciais para rastrear as forças, exercícios e outras atividades da OTAN e dos Aliados. A navegação por satélite e os serviços comerciais também são usados ​​para planejamento e direcionamento por adversários em potencial, inclusive por atores não estatais. As capacidades desenvolvidas por potenciais adversários podem ser utilizadas contra a Aliança para, nomeadamente:

Manter os recursos espaciais em risco, complicando assim a capacidade da OTAN de tomar medidas decisivas em uma crise ou conflito;

Negar ou degradar as capacidades espaciais dos Aliados e da OTAN críticas para a gestão do espaço de batalha e consciência situacional e a capacidade de operar eficazmente em uma crise ou conflito;

Criar impactos nos sistemas espaciais dos Aliados que são prejudiciais ou perturbadores para a vida econômica ou pública e violam o princípio do uso livre do espaço, mas ficam abaixo dos limites de ameaça de força, uso de força, ataque armado ou agressão.”

Na verdade, não diz quem podem ser os adversários da OTAN, mas não há dúvida de que se refere principalmente à Rússia, já que a China está longe. Também não menciona o fato de que a Rússia sempre se opôs à militarização do espaço e propôs a elaboração de um acordo nesse sentido.

Sanções denunciadas na ONU como estratégia de coerção do Ocidente

A aplicação de sanções ou medidas coercivas unilaterais foi questionada nas Nações Unidas, num contexto em que no Ocidente aumentam as ameaças de imposição dessas medidas, nomeadamente contra a Rússia.

Com o pretexto da alegada intenção da Rússia de invadir a Ucrânia, os Estados Unidos e os seus aliados têm reiterado a ameaça de sanções contra o governo russo – de que são exemplo, em Portugal, as declarações de Augusto Santos Silva à imprensa.

Enquanto os países da NATO mobilizam tropas e armamento para junto das fronteiras russas, o país euro-asiático defende o seu direito a realizar manobras e mover as suas tropas no seu território nacional como bem entender.

Neste contexto, teve ontem lugar uma reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar os efeitos negativos das medidas coercivas unilaterais, nomeadamente a nível humanitário.

Os representantes da Rússia e da China rejeitaram a aplicação destes mecanismos de coerção, que acabam por afectar o desenvolvimento dos povos. Ambos os países, membros permanentes do Conselho de Segurança, alertaram para as consequências humanitárias das sanções, refere a agência Prensa Latina.

MASCARADOS DA UNIÃO EUROPEIA FACE À “AMEAÇA RUSSA”

Snipers durante uma visita da ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, à 9.ª Brigada da Panzerlehr, em Münster, Alemanha, a 7 de Fevereiro de 2022. Lambrecht anunciou que o seu país vai reforçar com 350 militares o contingente da NATO na Lituânia, no contexto daquilo a que a imprensa ocidental chama a «crise da Ucrânia» ou a «ameaça russa».

Portugal | CARTA AO POLVO DO CAPITALISMO

Luís Castro Mendes* | Diário de Notícias | opinião

Estimado e ilustre polvo

Do mesmo modo que o meu colega de profissão (já que nas letras estou abaixo da sombra dos calcanhares dele) Eça de Queiroz se dirigiu um dia, familiarmente, à "hidra da anarquia", dirijo-me eu a si, caro polvo do capitalismo, para lhe explicar por que razão as forças conjugadas em redor dos seus poderosos tentáculos não lograram impor ao meu país um governo de direita. Bem sei que as suas múltiplas ventosas pelo mundo fora lhe evitam maiores males e, por ora, mais crise, menos crise (a serem pagas pelos tansos do costume), nada de muito grave lhe irá acontecer. Ainda assim, mereceria uma explicação, que a nossa direita nunca lhe conseguirá dar, da razão de não ter obtido esse rebuçado em cima do bolo da Europa, que seria uma mudança de governo em Portugal.

E a culpa, meu estimado polvo, não está nos agentes políticos. Todos se comportaram impecavelmente para os seus desígnios, as esquerdas dilacerando-se e dando tiros furiosos nos pés, que custam a entender a um ser racional, as direitas dividindo sabiamente as suas forças numa ala moderada, afável e dialogante (para não cometer o erro daquele seu passado líder que assumia com candura que o objetivo era empobrecer os portugueses - essas coisas fazem-se, não se dizem), uma ala doutrinária, bem-educada e bem falante, e uma ala de grunhos, que também fazem falta. Não, todos eles estiveram (não acredite no que lhe dizem os seus partidários ressabiados) bem e dignos do seu papel.

O que falhou, meu caro polvo, foi a comunicação social. Sim, os jornalistas, os comentadores, essa tropa entusiasta de amigos e admiradores dos polvos, que, por excesso de zelo e falta de cabeça, fizeram ruir os seus planos.

Portugal | MÁS CONDIÇÕES


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | LÁ VÃO 250 MILHÕES DO PRR

Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

As atenções do país estavam então focadas nos debates eleitorais. As suspeitas vêm do Ministério Público, após investigações no âmbito da Operação Cartão Vermelho. O suspeito é Nuno Gaioso Ribeiro, que foi número dois (e sócio) do ex-presidente do Benfica e é presidente da C2 Capital Partners. Esta é a empresa a que o Novo Banco decidiu atribuir a gestão da dívida de Luís Filipe Vieira.

Para além deste estranho negócio com o Novo Banco, a C2 especializou-se em vender acesso a um benefício fiscal chamado SIFIDE. Procurando simplificar: a C2 cria um fundo que promete investir em "investigação e desenvolvimento" e vende quotas de participação nesse fundo. As empresas que comprarem à C2 essas participações podem abater a quase totalidade da despesa ao seu IRC.

As questões levantadas por este benefício fiscal são muitas, desde logo porque nada garante que os fundos investem de facto em "investigação e desenvolvimento" e não desviam recursos para outros fins. O benefício é tão generoso que, mesmo que os investimentos não tenham retorno, o esquema é compensador para os investidores (e para a C2), o que incentiva a má qualidade de gestão.

Ministério Público pede pena de prisão não inferior a 10 anos para Ricardo Salgado

PORTUGAL

O procurador do Ministério Público, Vítor Pinto, diz que o ex-banqueiro tinha uma "especial obrigação" de não cometer os três crimes de abuso de confiança de que foi acusado.

O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira a condenação do antigo presidente do BESRicardo Salgado, a uma pena de prisão não inferior a 10 anos no processo que foi separado da Operação Marquês.

Na nona sessão do julgamento, que decorre no Juízo Central Criminal de Lisboa, o procurador do MP, Vítor Pinto, considerou que o ex-banqueiro tinha uma "especial obrigação" de não cometer os três crimes de abuso de confiança de que foi acusado, realçando ainda a "motivação manifestamente egoísta, dada a sua situação económica", a "persistência criminosa" e a "ausência de arrependimento" do arguido.

"Entendemos que a pena concreta a aplicar a cada um dos crimes não deve ser inferior a seis anos de prisão. Tendo em conta as regras do cúmulo jurídico, a pena aplicável não deve ser inferior a 10 anos de prisão", afirmou, perante o ex-banqueiro, de 77 anos, que marcou presença pela primeira vez no julgamento.

Portugal | VODAFONE ATACADA. OS CIBERPIRATAS NÃO DESCANSAM

Conforme é público e é descrito na notícia da TSF que publicamos a seguir, a Vodafone está, desde ontem à noite, a ser alvo de um ciberataque. Exatamente por esse motivo é mais que provável que continuemos a ter dificuldades na publicação normal do Página Global. Procuraremos minimizar o melhor possível os efeitos do referido ciberataque enquanto o serviço afetado não estiver normalizado, o que, segundo a Vodafone, deverá verificar-se daqui por algumas horas. Por nós aqui estamos e estaremos. Avante!

Redação PG

VODAFONE FOI ALVO DE CIBERATAQUE 

A operadora informa que, até ao momento, não existem indícios de que os dados dos clientes tenham sido acedidos ou comprometidos. Após as falhas registadas na noite de segunda-feira, já foram "recuperados os serviços de voz móvel" e os serviços de dados móveis já "estão disponíveis exclusivamente na rede 3G em quase todo o país".

Vodafone foi alvo de um ciberataque "deliberado e malicioso" que provocou "danos e perturbações" no serviço de telecomunicações, anunciou a operadora esta terça-feira.

"A Vodafone foi alvo de uma disrupção na sua rede, iniciada na noite de 7 de fevereiro de 2022 devido a um ciberataque deliberado e malicioso com o objetivo de causar danos e perturbações. Assim que foi detetado o primeiro sinal de um problema na rede, a Vodafone agiu de forma imediata para identificar e conter os efeitos e repor os serviços. Esta situação está a afetar a prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital", pode ler-se na nota enviada às redações, que sublinha que, neste momento, "não existem indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos".

A operadora de telecomunicações adiantou que já foram "recuperados os serviços de voz móvel" e "os serviços de dados móveis estão disponíveis exclusivamente na rede 3G em quase todo o país".

"Infelizmente, a dimensão e gravidade do ato criminoso a que fomos sujeitos implica para todos os demais serviços um cuidadoso e prolongado trabalho de recuperação que envolve múltiplas equipas nacionais, internacionais e parceiros externos. Essa recuperação irá acontecer progressivamente ao longo desta terça-feira", acrescentou.

A Vodafone informou também que a investigação "aprofundada" vai ser "prolongada por tempo indeterminado" e contará com o envolvimento "das autoridades competentes".

"A Vodafone continua absolutamente determinada em repor a normalidade dos serviços no menor tempo possível e lamenta profundamente os transtornos causados aos nossos Clientes", assinalou a operadora, garantindo que vai continuar a atualizar informações sobre o estado do serviço "à medida que a situação progrida".

A Vodafone registou, na noite de segunda-feira, problemas técnicos, com os clientes a não conseguirem ter acesso aos serviços de telefone e rede de Internet, segundo o portal que controla os problemas e falhas de serviços 'online', Downdetector.

Os problemas começaram a ser sentidos sensivelmente desde as 21h00.

O portal Downdetector registou o pico de notificações (7727) pelas 22h05, sendo Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Amadora, Coimbra, Braga, Rio Tinto, Santo Tirso, Maia os locais com mais problemas registados.

Carolina Quaresma | TSF

Ler em TSF:

"Não foi um ataquezinho" à Vodafone. Especialista defende verbas do PRR para combater ciberataques

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