quarta-feira, 2 de março de 2022

Nuclear - Potências: Ucrânia desarmou-se devido a falsa promessa de segurança

Lição da Ucrânia: quebrar promessas a países pequenos significa que eles nunca desistirão das armas nucleares

# Publicado em português do Brasil

Na década de 1990, as potências mundiais prometeram à Ucrânia que, se ela se desarmasse, não violaria sua segurança. Essa promessa foi quebrada.

A UCRÂNIA JÁ FOI o lar de milhares de armas nucleares. As armas foram estacionadas lá pela União Soviética e herdadas pela Ucrânia quando, ao final da Guerra Fria, se tornou independente. Foi o terceiro maior arsenal nuclear da Terra. Durante um momento otimista no início da década de 1990, a liderança da Ucrânia tomou o que hoje parece uma decisão fatídica: desarmar o país e abandonar aquelas armas aterrorizantes, em troca de garantias assinadas pela comunidade internacional garantindo sua segurança futura.

A decisão de desarmar foi retratada na época como um meio de garantir a segurança da Ucrânia por meio de acordos com a comunidade internacional – que estava exercendo pressão sobre o assunto – e não pelo caminho mais caro econômica e politicamente de manter seu próprio programa nuclear. Hoje, com a Ucrânia sendo cercada por tropas invasoras russas fortemente armadas e com poucas perspectivas de defesa de seus antigos amigos no exterior, essa decisão parece ruim.

A tragédia que agora se desenrola na Ucrânia está sublinhando um princípio mais amplo claramente visto em todo o mundo: as nações que sacrificam seus dissuasores nucleares em troca de promessas de boa vontade internacional muitas vezes assinam suas próprias sentenças de morte. Em um mundo repleto de armas com potencial para acabar com a civilização humana, a própria não proliferação é um objetivo moralmente valioso e até mesmo necessário. Mas a experiência de países que de fato se desarmaram provavelmente levará mais deles a concluir o contrário no futuro.

A traição dos ucranianos em particular não pode ser subestimada. Em 1994, o governo ucraniano assinou um memorando que trouxe seu país para o Tratado de Não-Proliferação Nuclear global, ao mesmo tempo em que renunciava formalmente ao seu status de estado nuclear. O texto desse acordo afirmava que, em troca da medida, a “Federação Russa, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e os Estados Unidos da América reafirmam sua obrigação de abster-se da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial ou independência política da Ucrânia”.

A integridade territorial da Ucrânia não foi muito respeitada desde então. Após a anexação do território ucraniano da Crimeia pela Rússia em 2014 – que não trouxe uma resposta internacional séria – os líderes ucranianos já começaram a pensar duas vezes sobre as virtudes do acordo que haviam assinado apenas duas décadas antes. Hoje eles soam positivamente amargos sobre isso.

"Nós cedemos a capacidade por nada", disse Andriy Zahorodniuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia,  neste mês sobre as antigas armas nucleares de seu país. “Agora, toda vez que alguém nos oferece para assinar uma tira de papel, a resposta é: 'Muito obrigado. Já tivemos um desses há algum tempo.'”

Dmitry Yarosh, Conselheiro do Comandante-em-Chefe dos Exércitos Ucranianos

Em 2 de Novembro de 2021, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nomeou o nazi Dmitro Yarosh, fundador do Exército de voluntários ucranianos, Conselheiro do Comandante-em-Chefe dos Exércitos ucranianos, o General Valerii Zaluzhnyi.

Yarosh é membro desde há longa data das redes stay-behind (de retaguarda) da Aliança Atlântica. Ele já fora encarregado pela CIA de coordenar os grupúsculos nazis e islamistas contra a Rússia, em 2007, durante a segunda guerra na Tchechénia, quando os reuniu em Ternopol (oeste da Ucrânia). Ele desempenhou um papel central nos eventos do EuroMaidan, em 2014, à frente do Pravyy Sektor (« Sector Direito ») [1].

Yarosh foi deputado e candidato à eleição presidencial. Gravemente ferido em 2015, foi forçado a retirar-se durante vários anos.

Dmitro Yarosh dirigiu o Batalhão Azov do Coronel Andrey Biletsky e um grupo de jovens combatentes estrangeiros para bombardear a fronteira do Donbass durante a Conferência sobre a Segurança de Munique (18 a 20 de Fevereiro de 2022). Ele deverá integrar alguns jiadistas vindos de Idleb (Síria).

Voltairenet.org | Tradução Alva

ATÉ ONDE CHEGOU A OCUPAÇÃO DO PORTUGAL QUE FALTA DESCOLONIZAR!

Martinho Júnior, Luanda

Desde que Gorbatchov foi ludibriado pelo império aspirante a “hegemon” unipolar, que a russofobia começou a ser paulatinamente fermentada, desde logo na própria Rússia, aproveitando “intestinamente” a ascensão de Boris Yeltsin, tal o estado de rendição neoliberal que significou sua passagem pelo poder!...

… “No aproveitamento era onde estava o ganho” e esse (re)aproveitamento era proverbial!...

Essa manifestação radicalizou-se particularmente no Cáucaso, na Chechénia (sob Yeltsin a Rússia perdeu duas guerras na Chechénia, uma entre 11 de Dezembro de 1994 e 31 de Agosto de 1996 e a segunda entre 26 de Agosto de 1995 e 31 de Maio de 2000), assistindo, na continuidade da vulnerabilização de suas fronteiras, à “revolução das rosas” na Geórgia que se consumou entre 3 a 23 de Novembro de 2003! 

A “revolução das rosas” antecipou o primeiro ensaio na Ucrânia: a “revolução laranja” que eclodiu em 2004 e 2005, já com o fermento da russofobia instalado!

De facto a expansão do híbrido UE-NATO, começa a sua primeira vaga desde 1999, explorando o ataque e dissolução da Jugoslávia e integrando paulatinamente países que haviam pertencido ao Pacto de Varsóvia!

A pedra basilar foi mesmo a exploração do êxito da reunificação da Alemanha, assim como o estilhaçar da Jugoslávia, entrosada com a emanação das “revoluções coloridas” (de facto práticas de conspiração contra revolucionária)!

Esse produto tóxico serviu, além do mais, para trabalhar os conteúdos ideológicos que estão na forja da superestrutura mental dos novos poderes adquiridos por via da expansão da NATO e da própria UE-NATO, modelando a psicologia de cada um, ou seja, fazendo com que a russofobia subtilmente se estabelecesse em crescendo e radicalizando-se cada vez mais!

OS AMIGOS NAZIS DA UNIÃO EUROPEIA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Mercenários, quase todos britânicos ou norte-americanos, assassinaram idosos, mulheres e crianças nas aldeias entre Kimbata e a Damba, em 1975 e início de 1976. A quitanda dos direitos humanos da ONU fechou para balanço das operações sujas contra os povos que ousam lutar pela liberdade. O secretário-geral da ONU foi de férias e os inquilinos da Casa Branca despachavam dólares para os seus agentes matarem mais civis indefesos em Angola.

Tropas sul-africanas e zairenses invadiram Angola em 1975. A potência colonial tinha a responsabilidade de defender as fronteiras e garantir a ordem pública. Silva Cardoso, líder do Colégio Presidencial, em vez de assumir as suas responsabilidades ficava à espera das ordens de Washington, para retirar tropas portuguesas da rota dos invasores. Milhares de civis mortos (crianças em grande quantidade) e mais de um milhão de deslocados e refugiados. A quitanda da ONU para os direitos humanos esteve sempre de férias. O presidente do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) pagava um lugar de camarote para ver mais mortos, deslocados e refugiados. 

A Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial, travada contra o regime racista de Pretória, durou desde a Grande Batalha do Ebo, em Dezembro de 1975, e 22 de Fevereiro de 2002. Milhares de mortos civis, prejuízos incalculáveis, unidades económicas destruídas ou paralisadas, equipamentos sociais destroçados, caminhos de ferro, pontes, aeroportos, portos, barragens, escolas ou hospitais. O Ocidente não viu, não ouviu os lamentos das vítimas angolanas, nada disse. A ONU até castigou a embaixadora Margaret Anstee por falar demasiado a favor do Povo Angolano. Depois de milhares de mortos e milhões de refugiados ou deslocados, impuseram sanções às forças especiais de Pretória, a UNITA. Para inglês ver.

CONTOS TRADICIONAIS ANGOLANOS

O Tyitwitwi e a Salvação do Filho do Marimbondo

Seke La Bindo*

O Marimbondo andava muito preocupado porque o seu filho adoeceu e perdeu a alegria de voar. Levou-o a todos os kimbandas da região mas ninguém conseguiu descobrir a sua estranha doença. Já desesperado, levou o jovem a um adivinho que depois de uma consulta cuidadosa disse ao pai:

- Para o teu filho ficar bom tens de procurar uma pena do Tyitwitwi e depois passa-la pelo seu corpo. Vais ver que ele fica bom. 

O pai Marimbondo encontrou um simpático peito-celeste cantando alegremente no alto de uma omu-tya. 

- Tyitwitwi, o meu filho está gravemente doente e o adivinho disse que a doença passa, se eu o afagar com uma das tuas penas.

O peito-celeste arrancou com o bico uma pena e deu-a ao pai Marimbondo. Quando ele chegou ao ninho, passou-a pelo corpo do filho e ele ficou logo bom, saindo a voar em alta velocidade.

Ucrânia: UE pede "iguais oportunidades" para africanos saírem do país

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) instou hoje as autoridades fronteiriças a darem "iguais oportunidades" aos africanos que tentam sair da Ucrânia para poderem regressar aos países de origem "em segurança". 

O apelo foi feito esta quarta-feira (02.03) pelo chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.

"A mensagem de Dmytro Kuleba [ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia] é clara e precisa: os africanos que tentam sair da Ucrânia devem ter acesso às mesmas oportunidades para regressarem aos seus países de origem em segurança", escreveu Borrell na rede social Twitter.

Numa altura em que surgem vários relatos de discriminação por parte das autoridades fronteiriças face aos africanos que querem sair da Ucrânia, o Alto Representante da UE para a Política Externa adiantou estar "grato aos esforços do Governo da Ucrânia nesta frente".

Hora antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou também no Twitter que "a invasão russa da Ucrânia tem afetado os ucranianos e os não residentes de muitas formas devastadoras".

"Os africanos que procuram sair [do país] são nossos amigos e devem ter as mesmas oportunidades para regressarem aos seus países de origem", pelo que "o Governo da Ucrânia não se poupará a esforços para resolver o problema", adiantou Dmytro Kuleba.

UCRÂNIA TEM ESTRANHOS COMPANHEIROS DE CAMA

# Publicado em português do Brasil

MK Bhadrakumar | Oriental Review

A comunidade mundial está consternada com as tensões agudas entre os Estados Unidos e seus aliados da OTAN de um lado e a Rússia do outro, que está criticamente à beira de um confronto militar, como o mundo não viu no toda a era da Guerra Fria.

A parte chocante é que se tornou uma luta sem limites que está sendo travada com dentes e garras, à medida que preconceitos raciais e religiosos ocultos que se encontram logo abaixo da superfície brotaram à superfície no mundo ocidental.

A visão divertida de canais de TV ocidentais discutindo abertamente por que uma política de portas abertas para refugiados da Ucrânia é justificada em países europeus ressalta as correntes cruzadas culturais subterrâneas sob o fino verniz da modernidade.

Os jornalistas ocidentais argumentaram apaixonadamente que esses refugiados não são como aqueles sub-humanos de países muçulmanos que batem nas portas da Europa em busca de asilo, mas esses refugiados ucranianos são cristãos – e isso também, com cabelos loiros e olhos claros!

É quando os tempos traumáticos chegam que o verniz da cultura e da modernidade dos europeus se desprende e a verdadeira natureza humana emerge em toda a sua crueza nua. Isso não é uma questão de educação ou riqueza.

Vimos que até António Manuel de Oliveira Guterres é hoje um homem mudado. Ele se comporta mais como um ocidental de Portugal e um católico romano do que como o secretário-geral das Nações Unidas. Depois de Dag Hammarskjöld, Guterres é o primeiro secretário-geral da ONU que entrou em conflito com um membro permanente do Conselho de Segurança – ou, mais precisamente, se identificou totalmente com um dos membros do CSNU contra outro.

FUI PRESO NUMA MANIFESTAÇÃO ANTIGUERRA EM SÃO PETERSBURGO

# Publicado em português do Brasil

Milhares de russos foram presos por se oporem à guerra de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Uma socialista detida pela polícia durante um protesto em São Petersburgo escreve sobre sua prisão e o desafio do movimento antiguerra diante da repressão estatal.

Participei dos protestos contra a guerra na Ucrânia em São Petersburgo na quinta-feira – o primeiro dia da declaração de guerra – e no domingo. No primeiro dia, amigos e camaradas meus publicaram posts no Facebook com a intenção de protestar nas ruas, então nos reunimos com colegas ativistas do Movimento Socialista Russo perto da estação de metrô Gostiny Dvor, onde o protesto foi espontâneo e desorganizado. Desde o início, destacamentos policiais e viaturas policiais estavam à nossa espera. As autoridades provavelmente monitoram todas as redes sociais, permitindo que tomem tais medidas preventivas.

Em frente à estação de metrô, as pessoas confusas já estavam cercadas pela polícia e unidades de choque. As pessoas não entendiam o que fazer ou como expressar sua posição contra a guerra na Ucrânia. Entre os participantes da ação, havia pessoas de todas as idades, mas praticamente não havia cartazes e símbolos; a composição dos participantes da ação me pareceu semelhante aos comícios contra a prisão de Alexei Navalny.

Depois de vinte minutos de estar lá – e depois da transmissão da polícia para dispersar a multidão – os gritos tímidos de “Nada de guerra” e “Putin é um assassino” finalmente começaram. Eles começaram a prender pessoas quase imediatamente; bem na minha frente eles detiveram uma senhora idosa com um cartaz de “Sem guerra”. Gradualmente, havia mais e mais pessoas, e as demandas para parar a guerra tornaram-se mais confiantes e altas, então a OMON (Otryad Mobil'nyy Osobogo Naznacheniya, Unidade Móvel de Propósito Especial; o equivalente russo da SWAT) e as unidades policiais começaram ativamente uma operação para deter pessoas e limpar a área. Durante este tempo, consegui dar duas entrevistas a jornalistas; depois da segunda entrevista, começaram a me prender. Eu não resisti, então a detenção foi bem tranquila; Fui empurrado para dentro de uma van da polícia já cheia.

QUESTÕES NUCLEARES

Pedro Araújo* Jornal de Notícias | opinião

Vladimir Putin mandou colocar em alerta máximo as forças de dissuasão russas, que podem incluir a componente nuclear. Pode parecer mentira, mas a Ucrânia já foi a terceira maior potência nuclear do Mundo e, caso ainda ocupasse essa posição, a atual guerra nem teria começado. "A História explica isso", como disse António Costa ao comentar uma questão bem distinta durante a campanha das últimas legislativas.

Após a queda da URSS (1991), o arsenal nuclear da Ucrânia apenas era superado pelo dos EUA e da Rússia. Em território ucraniano havia mísseis intercontinentais apontados diretamente para os Estados Unidos.

Para além das armas nucleares em território russo, havia também um perigoso arsenal não só na Ucrânia mas também no Cazaquistão e na Bielorrússia. A validade das ogivas expirava em 1997. As instalações de armazenamento estavam lotadas e a sua manutenção e desmantelamento seguro exigiam recursos financeiros e tecnológicos significativos. Nenhum país da Comunidade de Estados Independentes tinha esses meios financeiros. O Cazaquistão e a Bielorrússia devolveram tudo a Moscovo. A Ucrânia ficou com o seu arsenal.

Perante o perigo que constituía o barril de pólvora ucraniano, a Rússia, os EUA e a Grã-Bretanha assinaram em 5 de dezembro de 1994 com as autoridades de Kiev o Memorando de Budapeste, segundo o qual os três países garantiam a unidade territorial daquela ex-república soviética, desde que a mesma renunciasse às armas nucleares. O acordo incluía também a Bielorrússia e o Cazaquistão. "Se a Ucrânia não tivesse abandonado as armas nucleares, ninguém a reconheceria como um país independente", recordou em 2011 o presidente do Conselho Supremo da Ucrânia, Volodimir Litvin.

A História mostra-nos como questões aparentemente secundárias são, na realidade, nucleares para explicar o presente.

*Editor-executivo

Portugal | JOÃO OLIVEIRA E JOÃO FERREIRA, DO PCP, EXPLICAM...

PCP recusa "perspetiva de condenação isolada e unilateral da Rússia"

João Oliveira considerou, na RTP3, que o partido não 'alinha' numa "opinião única" que "a nível mundial se procura impor" sobre esta situação.

João Oliveira, do PCP, esteve, na noite desta terça-feira, na RTP3, onde explicou a posição do partido acerca da invasão da Ucrânia pela Rússia, que hoje vai no sétimo dia. De recordar que os comunistas votaram contra a resolução do Parlamento Europeu de condenação da Rússia pela invasão da Ucrânia.

"Aquilo que nós não fazemos é uma condenação unilateral. Não desligamos esta situação que se está a viver, e nomeadamente esta intervenção militar da Rússia na Ucrânia, não apenas de todo o contexto que conduziu a esta situação, mas até dos riscos que para o futuro estão colocados", começou por afirmar o dirigente. 

Para João Oliveira, há uma "opinião única" que "a nível mundial se procura impor" sobre esta situação, "numa perspetiva de condenação isolada e unilateral da Rússia". "Não ver aquilo que esteve para trás não permite sequer perceber os perigos que enfrentamos para a frente". 

E mais. Na opinião do comunista, "a utilização da Ucrânia como um instrumento de confrontação com a Rússia por parte da NATO e dos Estados Unidos para depois deixar a Rússia entregue a si própria é, talvez, a demonstração de uma coisa que nós, há poucos dias, dissemos na Assembleia da República no debate que houve: é que adotar essa perspetiva de condenação isolada da Rússia arrisca-se a ser um seríssimo contributo para uma guerra de ainda maiores dimensões e uma guerra em que, provavelmente, os únicos interessados serão o governo dos Estado Unidos e o seu complexo industrial militar". 

O "repúdio e a condenação" do PCP, apontou João Oliveira, "vai muito para lá do que é a condenação isolada da Rússia". 

Recorde-se que a resolução do Parlamento Europeu a condenar a invasão russa e bielorussa da Ucrânia teve 637 votos a favor, 26 abstenções e 13 votos contra, dois dos quais da delegação do PCP, composta por João Pimenta Lopes e Sandra Pereira. O PCP foi o único partido até agora a recusar condenar o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, pela invasão do território ucraniano.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Notícias ao Minuto

"O PCP não votou contra condenação", votou "contra escalada no confronto"

O vereador do PCP na Câmara Municipal de Lisboa salientou que o partido votou contra "uma resolução que defende uma escalada no confronto militar".

João Ferreira, vereador do PCP na Câmara Municipal de Lisboa, afirmou no Twitter que "o PCP não votou contra a condenação da Rússia", mas contra a escalada no confronto militar, tal como o partido "já expressou, de formas e em momentos diversos". Esta explicação surge após o PCP ter votado, na passada terça-feira, contra a resolução do Parlamento Europeu de condenação da Rússia pela invasão da Ucrânia.

O antigo eurodeputado do PCP, na sua publicação mais recente, esclarece que o partido votou, sim, contra "uma resolução que defende uma escalada no confronto militar em vez da procura de caminhos para a paz", sendo que anteriormente tinha saudado a "coragem" do PCP em assumir esta posição publicamente. 

O político fez uma tentativa, perante a "fogueira que por aí vai", elucidar o que está a ser "ocultado" que, na sua ótica, é "algo essencial". João Ferreira enumerou que o partido opõe-se ao que a resolução que defende, nomeadamente o "reforço do envio de armamento, escalada militar, queima de pontes de diálogo político; reforço da presença da NATO na região (consabidamente parte fundamental do problema), aumento das despesas militares dos países da União Europeia mais guerra sofrimento destruição".

No comentário que deixou nas redes sociais, questionou ainda se será possível "outro caminho, que abra perspetiva de pôr fim à guerra", defendendo "dois pontos concretos para o abrir", nomeadamente o regresso aos Acordos de Minsk, que diz terem sido "sucessivamente violados" e a saída da presença militar da NATO das fronteiras da Rússia.

Beatriz Maio | Notícias ao Minuto

Portugal | O PCP VAI SER PROIBIDO?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

O efeito imediato de uma guerra como a que Vladimir Putin lançou na Ucrânia é o da tragédia humana que ela provoca: mortos, desalojados, refugiados, devastação, fome. A solidariedade ativa com o povo ucraniano, é, por isso, neste momento, uma exigência humanitária, mesmo que circunstancialmente favoreça outros inimigos da humanidade que agridem outros povos, esquecidos, em outros pontos do mundo.

O segundo efeito de uma guerra como a que decorre na Ucrânia é a libertação de vários demónios que saem, desembaraçados e enfurecidos, do palco das operações militares para passarem a habitar o teatro do quotidiano civil. A palavra que sintetiza o efeito dessa libertação é esta: ódio.

Esse demónio de guerra chamado ódio chegou a Portugal.

Quando vejo uma fotografia tirada à entrada de um restaurante português, localizado a 4100 quilómetros de Kiev, a mostrar que o dono do estabelecimento inscreveu na ardósia, onde habitualmente coloca a lista de pratos do dia, a frase "Russos fora daqui!", vejo o demónio do ódio em ação em Portugal.

Quando vejo um dirigente de uma associação de imigrantes do Leste no nosso país a relatar que muitos russos que aqui vivem - mesmo aqueles que se manifestam contra a guerra e se mostram solidários com a Ucrânia - estão a ser insultados e mal tratados, vejo o demónio do ódio em ação.

GUERRA NA UCRÂNIA -- ponto da situação nesta manhã

Exército russo anuncia tomada de Kherson. EUA fecham espaço aéreo à Rússia

Joe Biden abriu o discurso do Estado da União com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e garante que "os Estados Unidos vão defender cada centímetro do território da NATO."

02 mar09:48 -- Pedro Cruz

Reportagem TSF: "preocupação sem pânico." Sirenes voltam a anunciar possibilidade de bombardeamento em Lviv

As sirenes voltaram a tocar, esta quarta-feira de manhã, em Lviv, trazendo com elas a "preocupação" de uma nova possibilidade de bombardeamento. Na praça principal da cidade, o repórter da TSF Pedro Cruz vê que o alerta já não espalha o "pânico" nem "terror" depois de, nos últimos dias, este sinal sonoro se ter tornado recorrente.

02 mar09:41 -- Carolina Quaresma

Rússia "pronta" para retomar negociações com a Ucrânia esta quarta-feira à noite

O Kremlin disse, esta quarta-feira, que uma delegação russa está pronta para continuar as conversações de paz com a Ucrânia.

"A nossa delegação está pronta para continuar as conversações", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que a delegação de Moscovo espera que as conversações sejam retomadas esta quarta-feira à noite. 

02 mar08:57 -- Cátia Carmo

Zelensky fala em quase seis mil soldados russos mortos no conflito

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que quase seis mil tropas russas foram mortas nos primeiros seis dias de guerra. No entanto, a Rússia ainda não confirmou estas perdas.

Presidente ucraniano pede aos judeus para que "não permaneçam em silêncio"

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu, esta quarta-feira, aos judeus de todo o mundo para que "não permaneçam em silêncio" depois do ataque de terça-feira contra a torre de televisão de Kiev, construída no local de um massacre do holocausto.

"Estou a falar agora aos judeus do mundo inteiro. Não veem o que está a acontecer? É por isto que é muito importante que os judeus do mundo inteiro não permaneçam em silêncio agora", afirmou

02 mar08:33 -- Cátia Carmo

Mísseis atingem dois edifícios em Kharkiv

Dois edifícios em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, foram atingidos por mísseis russos na manhã desta quarta-feira. O ministério da Defesa ucraniano partilhou um vídeo que mostra um dos edifícios atingidos, cuja veracidade já foi confirmada pela Sky News.

A Universidade Nacional de Kharkiv e um edifício adjacente da polícia foram os dois edifícios danificados. Ainda não se sabe se houve vítimas.

02 mar08:09 -- Carolina Quaresma

Exército russo anuncia tomada da cidade ucraniana de Kherson

O exército russo anunciou, esta quarta-feira, que tomou o controlo da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia.

"As divisões russas das Forças Armadas tomaram o controlo total do centro regional de Kherson", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov. 

02 mar07:44 -- Cátia Carmo

Organizações internacionais abandonam Kiev para "preservar segurança"

Em Kiev, à medida que as tropas russas apertam o cerco à capital ucraniana, há organizações internacionais que vão abandonando a capital do país. Foi o que aconteceu na terça-feira com a Organização Internacional para as Migrações. António Vitorino, diretor-geral da organização, explicou esta decisão à RTP na terça-feira à noite.

"Decidimos retirar as nossas equipas de Kiev porque receamos, sinceramente, que nas próximas horas venhamos a assistir a uma intensificação dos combates em torno de Kiev e temos de preservar também a segurança e estabilidade das nossas equipas para podermos ajudar os ucranianos", explicou António Vitorino.

02 mar05:47 -- Rui Oliveira Costa

"Os EUA vão defender cada centímetro da NATO." Espaço aéreo norte-americano fechado à Rússia

No seu primeiro discurso no Estado da União enquanto Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden voltou a afirmar que os norte-americanos não vão entrar no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

"As nossas forças não estão envolvidas com as forças russas na Ucrânia. A nossa força militar não vai para a Europa para combater na Ucrânia, mas para proteger os nossos aliados europeus e impedir que se mova para o ocidente. Para esse propósito, mobilizamos forças aéreas, marítimas e terrestres", garante o líder norte-americano.

TSF

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VON DER LEYEN E OS LADRÕES

Manuel Gouveia* | opinião

Este não é um artigo sobre a situação na Ucrânia, nem sobre as sanções da UE à Rússia. É um artigo sobre algo que foi dito na apresentação dessas sanções, e que tem uma importância que as transcende, e que ajuda a perceber o mundo em que vivemos.

Na Conferência de Imprensa onde apresentou as «Sanções em cinco frentes», a Presidente da CE, Ursula Von der Leyen, afirmou que as sanções abrangeriam igualmente «a elite russa, restringindo os depósitos para que não possam continuar a esconder o seu dinheiro em portos seguros na Europa».

Esta frase significa desde logo que a UE sabe que as elites russas roubavam o povo russo e que escondem o produto desse roubo nos países ocidentais. Sabe e era cúmplice desse processo, pois se agora o proíbe é porque sempre o pode proibir, mas nunca tal lhe interessou. Esta ideia deve ser complementada com uma recordação: a de que a (re)instalação dessas elites no poder foi algo pelo qual «o ocidente» lutou durante dezenas de anos.

Mas a declaração significa mais. Significa que as elites de outros países podem continuar a esconder na UE o dinheiro que roubam aos seus povos. Esta continuará a ser um «porto seguro» para esse dinheiro roubado, escondendo-o dos respectivos povos, e caso esses povos decidam libertar-se dessas elites, a UE impedirá esses povos de recuperar o dinheiro que lhes foi roubado guardando-o para os seus ilegítimos donos, as tais elites.

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