domingo, 6 de março de 2022

Quão crível era a ameaça nuclear da Ucrânia à Rússia antes do conflito?

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Sabendo agora que tudo isso estava acontecendo nos bastidores no período que antecedeu o fatídico anúncio do presidente Putin em 24 de fevereiro, espera-se que o público tenha uma ideia melhor de como a diplomacia internacional realmente funciona. O mundo nem sempre está a par do que está acontecendo secretamente nos níveis mais altos das relações interestatais, e é por isso que alguns acontecimentos como a operação militar especial da Rússia na Ucrânia parecem chocantes, mas fazem todo o sentido em retrospectiva.

O presidente Putin explicou que o momento da operação especial de seu país na Ucrânia foi parcialmente impulsionado pela premente ameaça nuclear que esta vizinha ex-república soviética representava para a Rússia. Essas alegações foram rejeitadas pela Western Mainstream Media (MSM) liderada pelos EUA ao longo de sua campanha de guerra de informação em andamento contra essa Grande Potência da Eurásia, mas merecem alguma elaboração, pois são definitivamente muito críveis. Na verdade, eles provavelmente desencadearam a própria operação, já que Moscou foi obrigada a garantir a integridade de suas linhas vermelhas de segurança nacional após a insinuação do presidente ucraniano Zelensky na Conferência de Segurança de Munique do mês passado de que seu país estava considerando seriamente a produção de armas nucleares.

O líder russo alertou em 24 de fevereiro ao anunciar a operação militar especial na Ucrânia que “Se observarmos a sequência de eventos e os relatórios recebidos, o confronto entre a Rússia e essas forças não pode ser evitado. É apenas uma questão de tempo. Eles estão se preparando e esperando o momento certo. Além disso, eles chegaram a aspirar a adquirir armas nucleares. Não vamos deixar isso acontecer.” O ministro das Relações Exteriores Lavrov e outras autoridades russas, como sua porta-voz, Maria Zakharova, posteriormente lembraram ao mundo a ameaça que as intenções nucleares da Ucrânia representavam para seu país. O próprio Presidente Putin voltou a levantar a questão no sábado, enquanto reunião com tripulantes femininas de companhias aéreas russas . Aqui está o que ele disse:

“Agora eles estão falando em ganhar um status nuclear, ou seja, adquirir armas nucleares. Também não podemos ignorar essas coisas, especialmente porque sabemos como o chamado Ocidente age em relação à Rússia. Primeiro, a Ucrânia tem competências nucleares desde os tempos soviéticos. No que diz respeito ao enriquecimento e materiais nucleares, eles são capazes de lançar tais projetos. Eles têm competências de mísseis. Basta mencionar a Yuzhmash – ela criou equipamentos de mísseis balísticos intercontinentais para a União Soviética.

Incidentes entre apoiantes de duas candidaturas presidenciais em Timor-Leste

Apoiantes de dois candidatos presidenciais timorenses envolveram-se hoje em pequenos confrontos na segunda cidade do país, Baucau, quando duas caravanas de campanha se cruzaram perto de uma escola

Antonio de Sá, comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) disse à Lusa que os incidentes envolveram apoiantes da campanha de Francisco Guterres Lú-Olo, atual Presidente da República, da Fretilin e número seis no boletim de voto, e apoiantes da campanha de Berta dos Santos, atual vice-primeira-ministra, do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), número nove no boletim.

“Houve uma pequena ação de campanha dos apoiantes do candidato seis na escola católica de Baucau. Alguns deles cruzaram-se com uma caravana de apoiantes da candidata nove”, disse à Lusa.

“Houve uma pequena loja estragada, mas não temos feridos a registar”, explicou, referindo que a polícia está a investigar o caso para identificar os autores e que as duas campanhas já foram oficialmente contactadas.

Remodelação do Governo: PR diz que colocou "as pedras certas" nos locais certos

MOÇAMBIQUE

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou que as mudanças no Executivo são para enfrentar os "desafios" que se colocam ao país.

O Presidente moçambicano falava esta sexta-feira (04.02) na cerimónia de posse do primeiro-ministro, Adriano Maleiane, e outros seis governantes, no que classifica como "um momento delicado da governação, em que o país enfrenta inúmeros desafios".

"Por um lado, há o drama do terrorismo em Cabo Delgado e das intempéries ao longo do país, por outro, vemo-nos confrontados com a difícil conjuntura política que o mundo atravessa, com repercussões a nível interno", numa alusão ao conflito entre Rússia e Ucrânia que está a fazer disparar o preço de várias matérias-primas. 

A situação "demanda do Governo ações enérgicas e coordenadas, visando proteger as condições de vida dos moçambicanos", referiu Filipe Nyusi.

"É neste contexto que nos vimos na contingência de reforçar a nossa equipa, colocando as pedras certas para enfrentar os desafios" de uma forma "mais dinâmica, proativa e orientada para os resultados", detalhou.

Guerra na Ucrânia: A "posição ponderada" de Angola e de Moçambique

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução em que condena a invasão russa na Ucrânia. Angola e Moçambique foram dois dos 35 países que se abstiveram. Analistas ouvidos pela DW concordam com esta posição.

Afinal, de que lado estão Angola e Moçambique em relação à guerra na Ucrânia? Os dois países abstiveram-se, esta semana, durante a votação na Assembleia Geral das Nações Unidas de uma resolução de repúdio à invasão da Ucrânia pela Rússia.

A resolução foi aprovada por 141 dos 193 Estados-membros. Cinco votaram contra, incluindo a Rússia, e 35 países abstiveram-se. A China, Cuba, a África do Sul, a Tanzânia, a Namíbia, Angola e Moçambique estão entre as abstenções.

"A posição de Angola e de Moçambique é bastante ponderada", comenta Emília Pinto, especialista em assuntos internacionais.

As preocupações de Angola e Moçambique

Emília Pinto lembra que a grande preocupação de Moçambique, neste momento, é o combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, no norte do país.

"A prioridade do Governo é garantir e manter a paz e segurança ao nível interno para só depois poder intervir em questões externas", explica.

Quanto a Angola, a posição do país pode ter duas interpretações, diz a especialista. A primeira está ligada à realização de eleições gerais em agosto deste ano. 

"O país está a canalizar esforços para receber observadores internacionais, para canalizar apoios e investimentos para o próprio processo eleitoral. Então, convém não causar um desconforto diplomático."

A segunda interpretação, não menos importante, segundo Emília Pinto, são as fortes ligações económicas e comerciais que várias nações africanas, incluindo Angola, têm com o Estado chinês, visto como próximo da Rússia.

Para não esfriar as relações, "convém, agora, ter uma posição neutra. Manter os aliados por perto e com relações cordiais", entende Pinto.

Angola | GALOS COMPLEXADOS

Kuma | Tribuna de Angola | opinião

Para quem conhece de perto e o acompanhou em muitas jornadas, sabe que o general de aviário Paulo Lukamba Gato, é um analfabeto intelectual e político funcional, enraizado a um racismo tribal fundamentalista, mas simultaneamente neocolonizado pelo deslumbramento das luzes de Paris, não dispensando o champanhe, os fatos e gravatas da moda francesa, e perfumes da Chanel.

A sua reação ao embaixador da Rússia em Angola é uma exaltação ao esplendor do ADN da UNITA, recalcado por emoções antigas, preconizando o isolamento de Angola face ao mundo, com ligações circunscritas à francofonia. Esta fidelização canina à França é a similitude para com países onde a Legião Estrangeira Francesa está estacionada, mas para camuflar esta obediência comete o erro de reduzir o mosaico da diversidade cultural angolana, de enorme riqueza, à supremacia única dos Umbundos, num claro complexo de inferioridade. Esse desiderato déspota é o mesmo que permite à oligarquia estar toda em Luanda com quintais cheios de escravos das suas terras, onde amiúde se deslocam em Range Rover, Land Cruiser, Lexus e BMW, em claro exibicionismo.

Paulo Lukamba Gato é o tirano da Servidão Voluntária, usou Adalberto Costa Júnior para derrubar o samakuvismo, para explorar a Igreja Católica e os marimbondos, e no estrito objetivo familiar, no momento certo irá derrubar ACJ porque já tem o terreno minado, e a grande aspiração dos donos da UNITA é o Parlamento e as benesses de deputado.

CRIMES DE GUERRA DOS BONS CRIMINOSOS

Artur Queiroz*, Luanda

Forças especiais sul-africanas atacaram o porto do Lobito. Sabotaram as instalações petrolíferas de Cabinda. Destruíram a sede do Governo Provincial do Cunene e todos os equipamentos sociais da província, inclusive os sistemas de produção e distribuição de água e luz. Bombardearam autocarros e camiões que transportavam civis, matando os passageiros. Atacaram campos de refugiados namibianos no Cunene e Huíla matando milhares de pessoas. Bombardearam aldeias vilas e cidades angolanas onde não existia qualquer objectivo militar. Destruíram aeroportos e pontes.

As forças especiais do regime racista de Pretória, UNITA, mataram milhares de camponeses angolanos a sangue frio. Colocaram minas terrestres nos caminhos que conduziam às lavras. Mataram as elites femininas do partido, queimando-as vivas. Dispararam armas pesadas dentro da cidade de Luanda, em 1992. Destruíram sistemas de produção e distribuição de água e luz. Cercaram e bombardearam as cidades de Luena e do Cuito mesmo sabendo que os militares já tinham saído e só lá estavam civis. 

Os refugiados angolanos da bárbara guerra de agressão do regime de Pretória contra Angola nunca foram protegidos na Europa. Pelo contrário, foram discriminados. Vítimas de racismo e xenofobia. Os EUA e os países da União Europeia não mandaram biliões de dólares para o Governo Angolano se defender dos agressores. Não mandaram armas e munições. O Tribunal Penal Internacional nunca se preocupou com os crimes de guerra e contra a Humanidade. Nenhum procurador veio a Angola recolher provas contra PW Botha, Savimbi e outros criminosos de guerra de Pretória e da Jamba. 

Querem a lista dos crimes de guerra na Ucrânia. Vou dar apenas os que vi e ouvi nos Media ocidentais e da boca do presidente da Ucrânia. Na CNN Portugal e todos os outros canais portugueses (públicos e privados) foram dadas estas notícias, repetidamente: Governo ucraniano distribui armas a civis. Governo ucraniano dá ordens a civis para dispararem contra os soldados russos. 

MENTES RADIOACTIVAS

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

O povo russo em geral - e a comunidade russa em Portugal em particular - estão a ser discriminados e ostracizados. Os seus atletas paralímpicos foram impedidos de participar, por exemplo. De que forma é que alguém no seu perfeito juízo pode achar que excluir estes desportistas de uma organização criada, precisamente, para promover a inclusão poderá contribuir para a paz? Também se pode ler que a Federação Felina Internacional baniu os gatos russos da competição. Anedótico, mas, sendo verdade, onde mora o contributo para a paz? Em Portugal, somam-se as denúncias de bullying contra esta nacionalidade ou os relatos dos pequenos comércios e restaurações às moscas. Como é que essa atitude promove a paz?! Estes comportamentos revelam, afinal, como o ser humano continua sendo um bicho tribalista, facilmente animado por um espírito de pertença e de lealdade a um grupo fechado, resistente a qualquer pensamento crítico. O amor tribal, aquele que galvaniza os hooligans e outros adeptos radicais, cujos circuitos cerebrais de recompensa activados são semelhantes aos estimulados na experiência do amor romântico, persiste como combustível das massas manipuladas. A mente primitiva soma e segue, anula dissonâncias cognitivas, aniquila qualquer dúvida e tudo arde na fogueira das certezas e da via única. Contributo para a paz nem sombra, fermenta o ódio contra quem não é cheerleader, levedam toneladas de bílis e há até quem clame por acrescentar guerra à guerra. Berram por força, mais vexames. Sonham com actos heróicos, babam por mártires. Os tribalistas, equipados com o uniforme a rigor, ignoram que em qualquer guerra só ganham os fabricantes de armas e as funerárias, como disse alguém, e que na terceira guerra mundial não ganha ninguém. Não é um videojogo nem paintball, um comando remoto, coisa à distância limpinha, inodoro e incolor, lúdico e de ovação. A escolha é matar ou morrer, a coisa é suja; o fim dos tempos, o adeus ao futuro. A quarta guerra será a paus e pedras, como disse Einstein. E se a narrativa do dividir para reinar medrou na era covid, achavam que o vírus ficava na China? Só que não. O ódio é a variante que dissemina mais rápido, fogo em palha seca, é mortal e persiste nos cadáveres, perdura depois da morte, como no pessoano O Menino da Sua Mãe.

Tudo bem? Nem por isso… Mais 17 mortes e 10 006 casos. Internamentos sobem

PORTUGAL E COVID-19

Há agora 1208 pessoas hospitalizadas com covid-19, mais 19 que no dia anterior. 82 pessoas estão em unidades de cuidados intensivos.

Portugal registou mais 10 006 casos e 17 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado este domingo, 6 de março.

Há agora 1208 pessoas hospitalizadas com covid-19, mais 19 que no dia anterior. 82 internados estão em unidades de cuidados intensivos, menos três que no sábado.

Nesta altura há 478 148 casos ativos no país (menos 1154 que ontem). 11 203 pessoas recuperaram da doença nas últimas 24 horas.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a registar maior número de novos casos (4117), contabilizando oito óbitos, quase metade do total. A região centro contabilizou 1997 contágios e quatro mortes. Já na região norte conta 1613 novos casos e também quatro óbitos.

Em relação ao Algarve, o boletim da DGS regista 840 casos e um óbito, enquanto no Alentejo há a registar 585 casos.

Na Madeira há 551 novos casos e nos Açores 363.

França acusa Reino Unido de 'falta de humanidade' com refugiados ucranianos

Ministro do Interior francês escreve a Priti Patel pedindo ao governo que estabeleça serviços consulares adequados em Calais

O ministro do Interior da França acusou o governo britânico de mostrar “falta de humanidade” quando se trata de ajudar os refugiados ucranianos que fugiram da invasão russa e agora aguardam em Calais permissão para se juntarem às suas famílias no Reino Unido.

Centenas de ucranianos chegaram ao porto do norte da França nos últimos dias na esperança de cruzar o Canal da Mancha para que possam estar com parentes que já estão estabelecidos no Reino Unido.

De acordo com o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, 400 refugiados ucranianos se apresentaram nos postos de fronteira de Calais nos últimos dias – apenas para 150 deles serem instruídos a ir embora e obter vistos nos consulados do Reino Unido em Paris ou Bruxelas.

Em uma carta ao secretário do Interior do Reino Unido, Priti Patel , Darmanin pediu ao governo britânico que estabeleça um serviço consular adequado em Calais, acrescentando que sua resposta até agora foi “completamente inadequada” e mostrou uma “falta de humanidade” em relação aos refugiados que muitas vezes estavam “em perigo”.

Na carta, vista pela agência de notícias Agence France-Presse, Darmanin escreveu: “É imperativo que sua representação consular – excepcionalmente e durante esta crise – seja capaz de emitir vistos para reagrupamento familiar no local em Calais”.

O ministro disse que era "incompreensível" que o Reino Unido fosse capaz de fornecer tais serviços em terra na Polônia, na fronteira com a Ucrânia, mas não pudesse fazê-lo no vizinho mais próximo, a França. Darmanin disse à rádio francesa que entrou em contato com Patel duas vezes solicitando que o Reino Unido criasse um consulado em Calais.

“UM BANDO DE DROGADOS E DE NEO-NAZIS”

Thierry Meyssan*

Ao evocar um bando de drogados e de neo-nazis no Poder em Kiev, o Presidente Putin chocou. A imprensa atlantista esforçou-se para o apresentar como um doente mental. Ora, os factos são evidentes : o Poder na Ucrânia está, na verdade, ocupado por um bando de drogados que roubou as receitas do gás. Uma lei racial foi aprovada. Monumentos ao Colaboracionista nazi Stepan Bandera foram erigidos. E dois batalhões nazis foram já incorporados no Exército regular.

Este artigo dá seguimento a :
 1. « A Rússia quer obrigar os EUA a respeitar a Carta das Nações Unidas », 5 de Janeiro de 2022.
 2. « Washington prossegue o plano da RAND no Cazaquistão, a seguir na Transnístria », 11 de Janeiro de 2022.
 3. « Washington recusa ouvir a Rússia e a China », 18 de Janeiro de 2022.
 4. « Washington e Londres, atingidos de surdez », 1 de Fevereiro de 2022.
 5. « Washington e Londres tentam preservar a sua dominação sobre a Europa », 8 de Fevereiro de 2022.
 6. “Duas interpretações do processo ucraniano”, 16 de Fevereiro de 2022.
 7. «Washington canta vitória, enquanto seus aliados se retiram », 22 de Fevereiro de 2022.
 8. «A Rússia declara guerra aos Straussianos», 3 de Março de 2022.

A Estratégia militar da Rússia é actualmente impossível de decifrar porque não temos a noção exacta das operações no terreno. Apenas os Estados-Maiores russo e otaniano a têm. Aquilo que é difundido é claramente falso, no caso dos jornais ocidentais e do governo ucraniano, e inverificável, no caso dos Exércitos da Rússia, de Donestz e de Lugansk.

A única coisa que é certa, é que —de momento— os combates se limitam ao território ucraniano quando o conflito diz respeito à Rússia e aos Estados Unidos, e apenas de maneira incidental à Ucrânia.

Esperamos que, em 5 de Março de 2022, a Rússia alce o tom e leve o conflito a um segundo teatro de operações.

Esperando, vou explicar aquilo que o Presidente Vladimir Putin queria dizer ao descrever as autoridades ucranianas como «um bando de drogados e de neo-nazis», uma expressão extremamente chocante, mas já muito conhecida.

Talvez o Presidente Putin dê demasiada importância a estes factos, ou talvez sejamos nós, Ocidentais, que os minimizemos.

CHINA PODE AJUDAR A ACABAR COM A GUERRA NA UCRÂNIA

# Publicado em português do Brasil

Mas apenas se os EUA jogarem suas cartas corretamente

Harun Yilmaz* | opinião

A guerra em curso na Ucrânia é a primeira crise global em que a China, a grande potência, pode servir como mediadora no sistema tripolar.

Desde o início, Washington não trata a China como uma parte irrelevante nesta crise europeia. Em vez disso, tem tentado ativamente desviar Pequim de seu curso escolhido de diplomacia cuidadosa.

De fato, um vazamento recente confirmou que as autoridades dos EUA passaram pelo menos três meses tentando persuadir seus colegas chineses a ajudá-los a impedir o presidente russo Vladimir Putin de invadir a Ucrânia. E mais de uma semana em conflito ativo, os americanos ainda estão ansiosos para envolver os chineses. Afinal, eles sabem que as sanções podem não ter impacto suficiente na Rússia sem o apoio da segunda maior economia do mundo e que o chinês Xi Jinping talvez seja a única pessoa que pode convencer Putin a repensar suas ações e alterar seus planos.

No entanto, Washington também está ciente do fato de que, quando a Rússia e os EUA tiveram um confronto no passado, a China escolheu consistentemente o caminho da diplomacia cuidadosa para proteger seus interesses nacionais. No entanto, hoje parece haver uma clara possibilidade de convencer a China a desempenhar um papel ativo na crise da Ucrânia e ajudar a conter a agressão de Moscou.

Hoje, a China apoia a ordem mundial baseada em regras na qual a soberania do Estado-nação é respeitada – não é a favor do revisionismo ou intervenções militaristas. Também deseja manter um relacionamento estável com os EUA, porque o atual status quo político e econômico o serve bem. A comemoração de alto nível da China do 50º aniversário da visita do presidente dos EUA Nixon a Pequim na semana passada foi uma demonstração desse desejo.

EUA dizem trabalhar 'ativamente' com a Polónia para enviar jatos para a Ucrânia

# Publicado em português do Brasil

O principal diplomata dos EUA diz que os EUA estão trabalhando em um acordo depois que Kiev pede a aliados que enviem aviões de guerra para combater a Rússia.

O secretário de Estado, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos estão trabalhando em um acordo com a Polônia para fornecer jatos à Ucrânia em meio à invasão da Rússia.

"Estamos analisando ativamente agora a questão dos aviões que a Polônia pode fornecer à Ucrânia e analisando como poderemos abastecer se a Polônia decidir fornecer esses aviões", disse ele a repórteres no domingo durante uma visita à Moldávia . “Não posso falar com uma linha do tempo, mas posso apenas dizer que estamos analisando muito, muito ativamente.”

Seus comentários vieram depois que o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse em um comunicado que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, em uma ligação no sábado com membros do Congresso dos EUA, pediu a Washington para facilitar a transferência de aviões russos usados ​​de aliados do Leste Europeu.

Enquanto isso, vários meios de comunicação informaram que os EUA e a Polônia estão trabalhando juntos para fornecer aviões de guerra polacos da era soviética para a Ucrânia.

Quatro funcionários dos EUA disseram ao Politico que os dois governos estão trabalhando em um acordo, com a questão de como transferir os aviões sendo a maior dificuldade em um possível acordo.

“Estamos trabalhando com os poloneses nesta questão e consultando o resto de nossos aliados da Otan”, disse um porta-voz da Casa Branca ao Politico.

“Também estamos trabalhando nas capacidades que poderíamos fornecer para abastecer a Polônia se ela decidisse transferir aviões para a Ucrânia.”

A GUERRA DESDE A SÍRIA À UCRÂNIA

Artur Queiroz*, Luanda

Teresa Baptista, a heroína de Jorge Amado, começou aos 12 anos na vida dura e acabou cansada de guerra. Mas não viveu as guerras que eu vivi, todas desencadeadas pela mesma coligação agressiva e reacionária, capitaneada pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Primeiro Angola. O ditador Mobutu aliou-se à linha fascista portuguesa protagonizada pelo general Spínola. Ambos foram amparados pelo regime racista de Pretória, para afastarem o MPLA do processo de descolonização, em 1974. 

Primeiro Nixon e depois Gerard Ford financiaram e dirigiram a guerra de agressão contra o Povo Angolano, iniciada logo após o glorioso dia 25 de Abril de 1974, quando Otelo Saraiva de Carvalho e seus companheiros do Movimento das Forças Armadas derrubaram o regime fascista e colonialista de Lisboa. Leiam o livro A Cia Contra Angola do antigo oficial da organização John Stockwell, que depois de 13 missões de guerra suja rompeu com os porcos e denunciou a porcaria. Como repórter cobri a II Guerra de Libertação Nacional à qual chamo a Guerra da Transição. Sobre o tema escrevi um livro/reportagem intitulado Angola a Via Agreste da Liberdade.

O almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa de Angola até ao Acordo de Alvor, escreveu no prefácio:

“A história de toda esta época agitada está ainda por efectuar, mas a pouco a pouco vão surgindo as revelações que demonstram aos mais ingénuos, a profunda interligação das lutas que então se travaram em Portugal e nas suas antigas colónias, contra as classes dominantes nacionais e internacionais e todos os artifícios e crimes que eles utilizaram, para manterem no fundamental inalteradas as relações de dominação e exploração.

OS CRIMES DE GUERRA DOS EUA E A IMPUNIDADE DOS LÍDERES CRIMINOSOS

Basta uma simples pergunta da qual sabemos a resposta para que os crentes na humanidade e respeito pelos Direitos Humanos e na propalada democracia existente nos EUA adquiram consciência da verdadeira e nociva estirpe criminosa que abunda nos líderes dos EUA desde tempos imemoriais. Retenham também que nunca, mas nunca, os EUA foram alguma vez julgados e/ou condenados pela justiça mundial pelos crimes de guerra e contra a humanidade que têm cometido ao longo de séculos.

A pergunta: Criminosos dos EUA foram alguma vez julgados e condenados por crimes de guerra? Não. E por crimes contra a humanidade? Também não. Eis a impunidade nua e crua por que em cada crime praticado pelos EUA acrescentam uma estrela à sua bandeira e que por ela batem no peito ao estilo nazi praticado por Hitler e que parece agora tanto estar na moda. Sem mais, da Wikipédia, as referências de nojo e horrores que os EUA têm praticado por praticamente todo o mundo. O juízo é feito por cada um dos habitantes deste planeta e a conclusão baseada na realidade e na verdade dos factos, por si só, derruba as mentiras de “El Dourado”, de “Maravilha na Terra e Abençoado por Deus” que assenta nos alicerces de uma nação dominante e neocolonizadora abundantemente criminosa em roubos à humanidade e produtora de cadáveres da população mundial sempre que lhe dá na gana e nisso vislumbra lucros. O que acontece sistematicamente.

A imagem e texto acima - que pode ver e ler - corresponde a artigo inserto em The Guardian. Leia e benza-se pela 'Great USA' e por todos os imensos crimes que aquele império pestilento e criminoso tem praticado globalmente com a maior das impunidades. (PG)

ASSIM VAI A GUERRA NA UCRÂNIA NESTA MANHÃ DE DOMINGO

A informação é escassa, esforçadamente autista e  filtrada. Mostra uma ínfima parte daquilo que acontece realmente no teatro de guerra em curso na Ucrânia. Ao recorrermos às notícias ocidentais deparamos com a papagaiada do costume. Jornalista sofre.

Assim aconteceu na invasão e guerra do Iraque e noutras, assim acontece quase sempre no trabalho jornalístico dos que têm o hemisfério ocidental do cérebro programado e a modos que robotizado. É isso mesmo que lhes incutiram para se venderem por dez dinheiros e só às vezes um pouco mais.

Costuma-se dizer no Ocidente que “temos de viver com aquilo que temos”… O processo de assimilação dos assimilados é vasto e corresponde a um exército de papagaios ocidentais que tudo fazem para justificar os ordenados com que pagam as contas mal e porcamente. Mas dizem, pensam, praticam, “que não há volta a dar”. É superiormente na companhia desses e do trabalho que nos possibilitam vislumbrar a atualidade que o império quer publicada, correspndente a narrativa pobre mas aprovada por uma comissão de censura de Portugal e de todos os outros arredores ocidentais (made in USA-UE). Vamos nessa. Os barretes servem a quem os enfia pela carola abaixo e deixa que lhes dê volta aos cérebros e às suas paupérrimas condições de grandes vidas subhumanas que a sociedade de consumo e de aquiescer à voz do dono lhes incute até que um dia despertem. Isso, se alguma vez despertarem.

A seguir: breves apontamentos sobre a guerra na Ucrânia. O que oficialmente convém, pode ser divulgado e viajar até aos mentecaptos crentes e descrentes de que o pai natal está abrigado na sua confortável casa na Lapónia, protegido pela neve que cai, alva, leve e imaginariamente quente como uma noite tropical. Pois. (PG)

NA UCRÂNIA, A ÁGUIA E O URSO MOSTRAM AS GARRAS

# Publicado em português do Brasil

Kiev é o cenário, mas a guerra é entre EUA e Rússia. Americanos venceram ao empurrar russos às armas, e agora os bombardeiam no campo financeiro e comunicacional. Meta é tirar Putin, que constrói com a China uma nova ordem global

Ruben Bauer Naveira* | Outras Palavras

Que fique claro: a Ucrânia não é o centro do problema. O centro do problema é o conflito entre os Estados Unidos (de forma ampliada, o Ocidente) e a Rússia (de forma ampliada, Rússia e China). Os Estados Unidos defendem a sua hegemonia sobre o planeta (mundo unipolar), enquanto que a Rússia (e a China) defendem as suas soberanias (mundo multipolar).

Estados Unidos e Rússia já estão em guerra há muito tempo. Guerra não-declarada, evidentemente, porque no dia em que Estados unidos e Rússia entrarem em guerra direta esta escalará para guerra nuclear, e russos e americanos sabem que ela destruiria a ambos (e ao resto do mundo).

O mais recente round desta guerra acaba de ser vencido pelos americanos, ao obrigarem a Rússia a invadir a Ucrânia. Recapitulemos: 1) a Rússia havia dado (em dezembro) um ultimato aos Estados Unidos para que não apenas fizessem cessar a expansão da Otan em direção às fronteiras russas como retirassem as tropas e bases de mísseis levadas para os países do Leste Europeu; o Ocidente respondeu ao ultimato russo reafirmando a liberdade de países como a Ucrânia e a Geórgia de resolverem entrar também para a Otan; 2) ao passo que alardeava uma iminente invasão russa da Ucrânia, o Ocidente intensificou o envio de armamento de ponta aos ucranianos; 3) a Ucrânia, pressionada pelo Ocidente a invadir as repúblicas separatistas do Donbas, concentrou maciçamente tropas no front com aquelas repúblicas e passou a bombardear suas áreas residenciais civis com artilharia pesada, de uso proibido pelos acordos de Minsk (o que levou a uma evacuação de civis do Donbas para território russo); 4) no campo diplomático, passou-se a ofender sem cerimônia, como na reação debochada do chanceler alemão Scholz à alegação russa de genocídio por parte da Ucrânia da sua população de russos étnicos (logo a Alemanha, que deveria ser o último lugar do planeta a desqualificar uma alegação de genocídio); 5) a gota d’água foi a declaração do presidente Zelensky da Ucrânia de que o país deveria buscar desenvolver armas nucleares (contando a Ucrânia com várias usinas nucleares, ou seja, detendo ela expertise sobre o ciclo de enriquecimento do urânio).

O objetivo dos americanos é a derrubada do governo russo para o desmantelamento das suas poderosas forças armadas e em especial do seu arsenal nuclear, a apropriação dos seus incomensuráveis recursos naturais, e o retalhamento do seu vasto território. Nesse sentido, a invasão russa da Ucrânia, “coberta” pela mídia ocidental por um modo difamatório sem precedentes em escala, orquestração e virulência, veio a calhar como justificação para a imposição de sanções também sem precedentes, que na prática correspondem a um verdadeiro banimento da Rússia do mundo econômico e financeiro ocidental.

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