quinta-feira, 31 de março de 2022

O ESCONDERIJO DE QUEM SÃO OS GOVERNANTES DOS EUA

Eric Zuesse* | One World

Essa aristocracia reconstituída consiste nos americanos mais ricos, em vez dos ingleses mais ricos. Portanto, os conflitos da América – tanto estrangeiros quanto domésticos – são contra países estrangeiros que a aristocracia americana pretende adicionar ao seu império existente, ou então são contra o público da América, ou são contra ambos.

Por alguma razão, sou a única pessoa que  afirma publicamente  que os cerca de mil bilionários da América são donos virtualmente do governo dos EUA e que doam tanto dinheiro aos candidatos que vencem as eleições primárias, em ambos os partidos políticos, para a Câmara dos EUA e Senado, e para governadores, para que os bilionários dos Estados Unidos realmente eliminem todo e qualquer candidato político que queira servir ao público  mais do que  aos bilionários. Em outras palavras: os conflitos políticos na América são  conflitos entre seus bilionários –  não  conflitos dentro do público em geral da América (como seria o caso em qualquer   democracia autêntica ). Em outras palavras: os Estados Unidos são governados APENAS para o benefício daqueles cerca de mil indivíduos que possuem os blocos de controle de ações nas maiores corporações dos Estados Unidos, inclusive em praticamente todos os meios de comunicação de notícias da América e nas corporações (como a Lockheed Martin) que obtêm todos os seus lucros da  venda ao governo dos EUA e a  todos os seus  regimes vassalos estrangeiros ou 'aliados' . Em outras palavras: os grandes fundadores da América, que travaram a Guerra Revolucionária para substituir a  aristocracia existente  , que era britânica, e substituí-la  por  uma autêntica  democracia de regra da maioria , finalmente (a partir do momento atual), falharam , porque a América agora tem um  renascimento aristocracia, e essa  aristocracia reconstituída  consiste nos  próprios  bilionários da América. Eles são uma ditadura tanto quanto a aristocracia britânica, mas quase inteiramente locais, em vez de 100% estrangeiros (como a aristocracia britânica). Essa  aristocracia reconstituída  consiste nos americanos mais ricos, em vez dos ingleses mais ricos. Portanto, os conflitos da América – tanto estrangeiros quanto domésticos – são contra países estrangeiros que a aristocracia americana pretende adicionar ao seu império existente, ou então são contra o público da América, ou são contra ambos. Os conflitos externos são tratados com a imposição de sanções econômicas, subversões, golpes e invasões militares; mas o  doméstico os conflitos são tratados simplesmente pela antiga máxima aristocrática de “dividir para reinar” – dividindo o inimigo (  neste  caso o povo americano) em gays versus heterossexuais, brancos versus negros, “nossa” religião versus a religião deles ou nenhuma religião. , ou qualquer outro fabricado (como étnico) "nós contra eles", mas NUNCA o REAL, que é bilionários-versus-o-público. É assim que eles se mantêm no poder e aumentam constantemente seu poder (sua ditadura).

Portugal | ARMAMENTO, UM NEGÓCIO COMO OS OUTROS?

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

O consórcio internacional de jornalistas Investigate Europe realizou uma grande reportagem sobre o modo como a UE tem apoiado financeiramente a expansão de uma indústria cuja propriedade está muito concentrada em alguns estados e fundos de investimento privados, a do armamento.

Em 2015, depois da invasão da Crimeia pela Rússia, a Comissão Europeia criou um "Grupo de Personalidades" para aconselhar uma estratégia de Defesa. Dos 16 membros, sete pertenciam à indústria militar e não houve lugar no grupo para académicos ou representantes de organizações da sociedade civil.

As recomendações daquelas personalidades, vertidas depois no Plano de Ação Europeu de Defesa, levaram à criação de programas de financiamento de investigação e desenvolvimento militar e à constituição do Fundo Europeu de Defesa.

É neste contexto que os 90 milhões gastos pela UE em desenvolvimento militar entre 2017 e 2019 cresceram para 500 milhões em 2020. Atualmente, o programa de defesa tem 7900 milhões de euros. Apesar da dimensão, a informação sobre a utilização destes fundos é escassa e nem o Parlamento Europeu é chamado a participar nas decisões de investimento.

Portugal | Afirmações do primeiro-ministro geram apreensão entre os militares

A AOFA, em comunicado, sublinha que as recentes declarações do primeiro-ministro, nomeadamente quando refere que Portugal «tem hoje menos peso em equipamento do que devia ter e mais peso em recursos humanos do que aquilo que é o compromisso que temos com a NATO», não auguram nada de bom relativamente à resolução de um conjunto de problemas que afectam as Forças Armadas e os militares.

A AOFA chama a atenção para a redução de efectivos, no plano quantitativo e qualitativo, por força das «insuficientes condições de atractividade», designadamente ao nível de remunerações, carreiras, apoio na saúde e condições de trabalho. Uma situação que, segundo a Associação de Oficiais, pode conduzir «a um afrouxar dos imperiosos critérios de rigor na seleção», referindo, a propósito, que se sucedem «casos com militares das Forças Armadas, casos do foro criminal, em que fica a suspeita sobre alguns critérios de recrutamento, suspeita de que se vai baixando a fasquia que permite aceitar indivíduos com historial de vida e motivações, no mínimo, duvidosos».

No comunicado, recordam-se ainda as palavras do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas que, refletindo sobre as Forças Armadas e a sociedade, considerou que «permanecem insuficiências infraestruturais e são prementes problemas de efectivos, de estatuto, de regime de saúde e de integração social», problemas que a AOFA afirma não se encontrarem resolvidos e que continuam a afectar os militares.

AbrilAbril

Imagem: Militares desfilam perante o Presidente da República, durante comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Portalegre, 10 de Junho de 2019CréditosNuno Veiga / LUSA

GOVERNO DE GALA


Henrique Monteiro | HenriCartoon

CUIDADO COM AS IMITAÇÕES E OS FALIDOS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Governo do senhor António Costa, primeiro-ministro de Portugal, tomou hoje (30.03) posse sem refugiados ucranianos. Levou logo um raspanete do Tio Célito. De Washington chegou uma mensagem cifrada exigindo que os socialistas portugueses declarassem imediatamente que vão comprar gás líquido ao estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Dona Ursula, patroa do cartel falido que é a União Europeia, mandou um recado: Não comprem nada aos russos, nem gelo da Sibéria. O chanceler alemão estendeu o braço e bradou: Heil Costa! Glória à Ucrânia.

A mãe do senhor primeiro-ministro António Costa, Maria Antónia de Palha, mal terminou a cerimónia abeirou-se do Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, e numa conversa boca a orelha disse-lhe que tinha de deitar abaixo o Presidente João Lourenço. Primeira medida. A segunda é fazer eleger o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior. Tiro e queda. 

Cuidado! Este Santos da Silva é savimbista, adalbertista, rafaelmarquista, agualusista, revusista, unitista e outras moléstias acabadas em ista, como o intestino grosso ligado ao cérebro. O novo ministro da Economia, Costa Silva, é um rosqueiro insanável. Oportunista militante. Quando em Angola estava a dar o maoismo, exibia o livrinho vermelho do camarada Mao. Ao perceber que os fraccionistas estavam a dominar o MPLA passou logo a “revisionista” descabeçado, descerebrado e despudorado. Terminada a missão em Angola, encostou-se aos maoistas portugueses que foram desaguar ao Bloco Central (PS com D e PS sem D). 

Costa e Silva não passa de um invertebrado palavroso (o que é extraordinário num molusco), criado para todo o serviço, aguadeiro do lóbi da UNITA em Portugal. No Governo de Lisboa vai dar vasão a projectos que prejudiquem Angola. Os bandidos dos diamantes de sangue estão nas suas sete quintas. O bicho debaixo de olho! Cuidado com as imitações. Um dia destes vão todos declarar-se amigos de Angola ao mesmo tempo que tratam dos negócios do Galo Negro.

O mundo unipolar está a dar as últimas. Infelizmente, os ucranianos estão a pagar uma factura pesada no estertor final do sistema. Os países da União Europeia pagam uma boa fatia. Até os ricaços da Alemanha já mandam os cidadãos poupar energia e recomendam que evitem andar de carro devido à penúria energética. O governo de Berlim está tão esganado que até já aceitou pagar em rublos, o gás e o petróleo importados da Federação Russa. Como só sabem dizer sanções, sanções, sanções, vão agora aprender o que isso significa na prática. 

LITUÂNIA, INDO-PACÍFICO E MEDIDAS ANTI-CHINA

A Lituânia está se tornando o porta-voz da política externa dos EUA na região e se juntando à estratégia de contenção da China e de atitudes contra a soberania chinesa na região de Taiwan.

A Lituânia é um dos países bálticos e faz parte da União Europeia (UE) desde 2004, alinhando-se em todos os aspectos com o bloco. O pequeno país não tem relevância no cenário geopolítico e não tem potencial para combater qualquer inimigo externo, mas a partir das novas tensões socioeconômicas entre China e Estados Unidos (EUA), o pequeno país tenta - sem sucesso - se opor à China e causar uma crise entre a UE e o país asiático. No entanto, a nação, abandonando completamente sua soberania nacional, está se tornando uma colônia da OTAN e dos EUA, comprovando sua total inconsistência em lidar diplomaticamente com a China - a Lituânia não tem voz independente.

Lituânia, China e medidas contra o princípio "Uma China"

Lituânia e China mantinham uma relação comercial próxima e mutuamente benéfica, mas a partir de 2021, o país aceitou narrativas e repressões ocidentais contra a China, decidindo deixar o grupo “17+1”, grupo de países do Leste Europeu e China com laços com a China. comércio chinês, com graves consequências para a sua economia. Além desse erro econômico, a Lituânia ficará de fora da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI), um plano para interconectar comercialmente os países e investir em sua infraestrutura, e está incentivando outros países a cometer o mesmo erro. O BRI é uma nova forma de globalização e quebra de fronteiras geográficas no mundo, mostrando-se um fator de cooperação bilateral. Dessa forma, os países que não querem dialogar com este plano ficam em um estágio econômico frágil.

Taiwan está separada da China desde a revolução socialista de 1949, quando as tropas nacionalistas chinesas do Kuomintang perderam a guerra civil para os comunistas, liderados por Mao Zedong (1893 - 1976). O Kuomintang, liderado por Chiang Kai-shek (1887 - 1975), fugiu para a ilha após a derrota e passou a governá-la de acordo com suas convicções ideológicas. De acordo com o voo, entre os anos 50 e 70, o país estava próximo da maioria dos governos ocidentais, que reconheciam Taiwan como a "República da China". O país foi o representante no Conselho de Segurança da ONU - um absurdo - no lugar da China comunista até 1971. A partir de 1979, após um longo período de reaproximação sob o governo Nixon, os EUA passaram a reconhecer a China comunista e romper relações diplomáticas com Taiwan. Nesse caminho,

Em 18 de novembro de 2021, a Lituânia quebrou e desrespeitou o princípio ao abrir uma embaixada de Taiwan em seu território, em um momento em que os países da Europa e os EUA têm embaixadas não oficiais de Taiwan com o nome de Taipei, capital de Taiwan. O gigante asiático retirou seu embaixador do país em resposta, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que o episódio foi um ataque à soberania chinesa e à integridade territorial. Além disso, a China está cortando os laços econômicos com o país, inclusive deixando de exportar carne para o país e incentivando seus aliados a fazerem o mesmo. A Lituânia e a UE chamam a resposta chinesa de "coerção econômica", mas que nome podemos dar à falta de respeito pela soberania chinesa?

CHINA FORNECE AJUDA PARA A UCRÂNIA

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia testemunha esses fenômenos: a China está enviando ajuda humanitária aos ucranianos enquanto os Estados Unidos estão entregando armamento a Kiev.

A China está promovendo o diálogo para acabar com a crise e aliviar seu impacto global, enquanto os EUA desejam escalar sanções que poderiam interromper a recuperação econômica global.

Durante todo o conflito Rússia-Ucrânia, a China manteve um estado de neutralidade, citando sua estreita amizade, comércio e laços econômicos com os dois países.

Durante uma videochamada com o presidente dos EUA, Joe Biden, na semana passada, o presidente Xi Jinping afirmou que as principais prioridades eram continuar o diálogo e as negociações, evitar baixas civis, prevenir uma crise humanitária, cessar os combates e acabar com a guerra o mais rápido possível.

Xi pediu aos EUA que mantenham conversações entre os EUA, a Otan e a Rússia sobre o que ele descreveu como o "ponto crucial" do conflito na Ucrânia: as preocupações de segurança de Moscou e Kiev.

Washington parece obcecado com sanções e avisos de que a China "enfrentaria as consequências". O Departamento de Estado dos EUA ameaçou maiores sanções se a China fornecer apoio à Rússia.

Sem dúvida, o que os ucranianos mais precisam são de itens de necessidades diárias, um cessar-fogo e o fim das operações militares. À medida que os bombardeios continuam em lugares-chave na Ucrânia, os itens de necessidades diárias tornaram-se escassos e os feridos precisam de cuidados médicos.

A China tem insistido e trabalhado por soluções diplomáticas para a crise, além de oferecer ajuda humanitária.

Pouco depois do presidente chinês Xi discutir opções com seus homólogos franceses e alemães, os primeiros carregamentos de ajuda humanitária aos 44 milhões de ucranianos foram enviados. Os carregamentos, consistindo de leite em pó para crianças, cobertores e colchas, chegaram via Bucareste em 12 de março. Comboios de ajuda subsequentes trouxeram itens como toalhas, baldes e tochas para Lviv e Chernivtsi, no oeste da Ucrânia.

Além disso, a pedido da Ucrânia, a Cruz Vermelha da China está fornecendo mais ajuda humanitária, incluindo alimentos e necessidades diárias.

Enquanto isso, os EUA conseguiram vender e entregar para a Ucrânia uma grande variedade de armas básicas e sofisticadas, no valor de centenas de milhões de dólares.

A mídia ocidental decepciona os leitores com desinformação ou frieza sobre as vozes e ações de países não pertencentes à Otan durante a crise, criticando nações que não estão prontas para seguir a linha dos EUA.

A China tem mantido consistentemente sua política anti-guerra. Não é um país belicista e aproveitador da guerra, em contraste com uma superpotência que destaca sua força militar em todo o mundo, especialmente ao encurtar o espaço para a segurança da Rússia.

A parceria da China com a Rússia e a Ucrânia é de longa data, a confiança é e continuará sendo a base dela.

A China é o maior parceiro comercial da Rússia há 12 anos consecutivos, segundo o Ministério do Comércio da China. Além disso, foi o maior importador da Ucrânia em 2021, com mercadorias no valor de 8 bilhões de dólares americanos – um aumento anual de 12,7%.

A Ucrânia importou produtos chineses no valor de US$ 10,97 bilhões no ano passado, um aumento de 31,9% em relação ao ano anterior, segundo dados do Serviço Estatal de Estatísticas da Ucrânia.

Por mais tendenciosa que a mídia ocidental tenha se tornado contra a China, os ucranianos sofrerão mais com o influxo de armamento dos EUA, mas ficarão melhor com assistência e soluções da China e de outros países.

O tempo provará ao resto do mundo que tipo de soluções funcionam para uma melhor coexistência da Ucrânia, Rússia e o resto da Europa, qualquer que seja a afirmação da Casa Branca.

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(Traduzido da versão em inglês publicado no China Daily) 

Na imagem: Suprimentos de ajuda humanitária enviados pela Sociedade da Cruz Vermelha da China para a Sociedade da Cruz Vermelha Ucraniana são transportados na Varsóvia, Polônia, em 15 de março de 2022. [Foto: Xinhua]

Mark Pinkstone | Diário do Povo

Taxa de aprovação do governo chinês continua a ser a melhor do mundo

“O Governo da China vai economizar nos custos, para que a população tenha uma vida melhor” – afirmou o Primeiro-Ministro chinês, Li Keqiang, falando aos jornalistas no final das “Duas Sessões” (a reunião anual da Assembleia Nacional Popular e do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês).

O governante sublinhou que o emprego é de suma importância para a vida da população. E referiu que, em comparação com as grandes empresas, as pequenas empresas e comerciantes individuais sofreram mais com a pandemia, mas contam com mais postos de trabalho. Por isso, o governo vai dedicar mais atenção para proteger os seus interesses e garantir o seu desenvolvimento. Segundo as estatísticas, existem 150 milhões de participantes no mercado da China, dos quais 100 milhões são empresas de comércio e indústrias autónomas que contam com quase 300 milhões de pessoas empregadas.

O governo vai lançar este ano mais políticas favoráveis para as pequenas empresas, tais como devolver todos os seus impostos de crédito antes do fim de junho próximo, reduzir metade de seus impostos de ordenado, entre outras. Além disso, o governo vai ajudar os setores da alimentação e bebidas, hotelaria, venda a retalho, turismo, transportes e outros que têm sido mais gravemente afetados pela pandemia.

"Só depois de se ter emprego é que há rendimento e uma vida melhor, e se cria riqueza para a sociedade" – referiu o Primeiro-Ministro, anunciando também que o governo vai investir mais na educação e na saúde pública, para consolidar a erradicação da pobreza.

No entanto, mais políticas favoráveis para vida do povo significam mais despesas financeiras que poderão aumentar em dois mil milhões de renminbis este ano em comparação com o ano passado. Por isso, tanto o governo central, como os governos locais de todos os níveis da China, precisam de economizar nos orçamentos, devendo cortar todos os custos desnecessários.

“O objetivo do nosso desenvolvimento económico é sempre melhorar a vida do povo”, disse Li Keqiang. No ano passado, mesmo com muitos desafios e riscos, a economia chinesa manteve um crescimento notável e o nível de vida dos chineses não parou de melhorar. Este ano, o governo chinês diz que vai continuar essa missão.

Segundo o relatório divulgado no início deste ano pela Edelman, a maior empresa de consultoria de relações públicas do mundo, a taxa de apoio ao governo chinês chegou a 91% em 2021, continuando a ser a mais alta do mundo pela segunda vez nos últimos dez anos.

Jornal i | Imagem: Oficina I

Portugal com novo governo: Costa promete "coragem e ambição"

Tomada de posse

António Costa iniciou, esta quarta-feira, o seu discurso de posse como primeiro-ministro do XXIII Governo Constitucional dirigindo palavras de "profunda gratidão" à equipa que cessou funções e que "enfrentou a tormenta" da pandemia da covid-19. Para o mandato que agora começa, promete uma atitude de "coragem e ambição" mesmo se confrontado com "tormentas e tempestades".

No Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, após o discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa começou por recordar as palavras que proferiu em 26 de outubro de 2019, quando foi empossado pela segunda vez no cargo de primeiro-ministro.

"Este é um Governo para os bons e para os maus momentos. E quanto maior for a tormenta, maior será a nossa determinação em ultrapassá-la. Recordadas hoje, essas palavras parecem premonitórias do que iríamos ter de enfrentar com a terrível pandemia que dois meses depois começou a dominar o mundo e que também nos atingiu duramente". observou.

Por isso, António Costa disse que as suas primeiras palavras teriam de ser "de reconhecimento e profunda gratidão à equipa que hoje cessa funções pela determinação com que enfrentou a tormenta: Assegurando capacidade de resposta ao Serviço Nacional de Saúde e sucesso na vacinação; e garantindo, através de uma mobilização excecional de medidas de apoio às empresas, ao emprego e aos rendimentos, que a economia tenha retomado o crescimento, que o investimento das empresas e o emprego estejam em máximos históricos, que a dívida pública já esteja de novo a reduzir e que o défice esteja abaixo dos três por cento".

Costa promete "coragem e ambição"

O primeiro-ministro prometeu que o seu novo executivo terá uma atitude de "coragem e ambição" mesmo se confrontado com "tormentas e tempestades", adiantando que o programa do Governo "é conhecido" e será aprovado na quinta-feira.

"O programa do Governo é conhecido. É o programa eleitoral que apresentámos aos portugueses, e que já amanhã [quinta-feira] aprovaremos formalmente em Conselho de Ministros, para que na próxima semana o possamos discutir no local próprio, a Assembleia da República", declarou António Costa no seu discurso de posse como primeiro-ministro do XXIII Governo Constitucional.

Na sua intervenção, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, António Costa, assumiu que, desde 30 de janeiro, "as circunstâncias mudaram, a conjuntura é adversa", mas referiu depois que o Governo não desistiu dos seus objetivos.

"Os portugueses exigem que recuperemos o tempo perdido com uma crise política que não desejavam, continuando o caminho que temos vindo a percorrer e a avançar para um país mais justo, mais próspero e mais inovador. É essa coragem e ambição que este Governo garante. Foi nessa expectativa que os portugueses nos transmitiram um voto de confiança e é essa confiança que queremos honrar", afirmou.

Jornal de Notícias com agências | Imagem: Miguel A. Lopes / Lusa

OS MELHORES DO MUNDO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Portugal tem um problema insolúvel com os seus heróis. No tempo da guerra colonial guindava aos píncaros da fama e cobria com o manto do heroísmo os que assassinavam populações indefesas. Anda por aí muito assassino com as mais altas condecorações portuguesas. Alguns até se opuseram ao 25 de Abril de 1974 e tentaram salvar o império combatendo em Angola ao lado das tropas do regime de “apartheid” da África do Sul ou integrando esquadrões especiais armados pelo ditador Mobutu.

Hoje os heróis dos portugueses são o lixo humano que segue os caminhos da insídia e da traição em Angola. Qualquer pobre diabo que soletre umas palavras contra o Executivo Angolano ganha em Lisboa o estatuto de activista dos direitos humanos e tem todo o espaço nos órgãos de comunicação social. Angolano que em Lisboa insulte os titulares dos órgãos de soberania de Angola é um herói para os portugueses. 

Todos os investidores estrangeiros são bons para Portugal, menos os angolanos. Esta posição não é nova. Vem desde a noite de 10 de Novembro de 1975, quando um ministro do governo português de então, Mário Soares, impediu o Conselho da Revolução de reconhecer a independência de Angola, dando aos “Capitães de Abril” informações falsas. Desde então a falsidade, a mentira despudorada, a intriga desavergonhada, a chocante falta de respeito por um Estado soberano têm feito o seu caminho em Lisboa. 

A democracia portuguesa já tem mais dias do que teve a longa ditadura fascista. Isso só foi possível porque os angolanos se bateram de armas na mão contra o colonialismo. Apesar disso os sucessivos governos constitucionais, salvo raras excepções, têm relações ambíguas com Angola, para não dizer inamistosas. Foi assim que Savimbi e seus sicários tiveram e têm em Lisboa estatuto de heróis. Os “revus” eram heróis do mar. Agora que foram ao ar, ainda são os maiores. Agualusa, Rafael Marques e outros artistas menores na arte da extorsão, têm em Lisboa palco e cumplicidades.

Portugal tem a melhor cortiça do mundo.

Portugal tem o melhor oligarca russo do mundo, Roman Abramovich um português legítimo oriundo das perseguidas famílias sefarditas.

Portugal tem as melhores latas de sardinhas do mundo.

Portugal tem a melhor televisão do mundo. José Eduardo Moniz regressou às lides e rifou a Manuela. Judite de Sousa engole cada vez mais os “erres” e tem orgasmos em directo quando ouve falar o presidente Zelensky. Juca Magalhães está mais dopinha de mada (sopinha de massa) do que o Tio Célito. José Alberto Carvalho dá mais grunhidos entre cada palavra. É um festival de grandeza, talento e qualidade. É o Jornalismo assassinado em directo. Aprendam.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Teixeira Cândido, está feliz com o naufrágio do Jornalismo Angolano e para não estar calado (se não tem nada a dizer, não é obrigado a falar...) quer mais poderes para a ERCA. Porquê? Nem exerce os poderes que tem! Ainda mais poderes só atrapalham. Isto do poder tem que se lhe diga. Muito que se lhe diga.

Carlos Ferreira (Cassé) publicou hoje uma crónica no Novo Jornal de homenagem ao general Paulo Lara. É isso mesmo, Lúcio Lara e Ruth Lara foram exemplos vivos de honradez e dignidade. Tiveram artes de passar essas qualidades a quem com eles conviveu de perto e seguiu os seus exemplos. Paulo Lara foi seguramente um dos seguidores. 

Os vivos hão-de honrar os mortos e fazer de Angola um grande país em África. Só já temos um trimestre completo para criar a maior maioria parlamentar de sempre que leve ao fim do banditismo político e mediático. Oxalá.

* Jornalista

EUA provocaram a crise na Ucrânia, defende jornalista norte-americano

Um relatório da Rand Corporation, um dos think tanks que o Departamento da Defesa mais tem em consideração, «receitou» as provocações contra a Rússia e previu as acções de Moscovo.

Ao analisar o relatório da Rand – publicado em 2019 e intitulado «Overextending and Unbalancing Russia» (esgotar e desequilibrar a Rússia) –, o jornalista norte-americano Rick Sterling afirma que o objectivo dos EUA era minar a Rússia, tal como o fez com a União Soviética no período da guerra fria.

«Em vez de "tentar estar na vanguarda" ou tentar melhorar a situação dos Estados Unidos a nível interno e nas relações internacionais, a ênfase é colocada nos esforços e nas acções para minar o adversário designado, a Rússia», diz Sterling numa análise que publicou dia 27 no portal dissidentvoice.org e também acessível em english.almayadeen.net.

A Rand, um think tank «quase governamental, que recebe três quartos do seu financiamento do Exército norte-americano», listou uma série de medidas anti-russas nas áreas económica, geopolítica, ideológica/informativa e militar.

Sterling destaca a importância da Ucrânia – a vários níveis – para a Rússia e, nesse sentido, afirma que se trata de uma «componente importante do esforço de EUA/NATO para minar a Rússia».

Por isso mesmo, Victoria Nuland, actual subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, disse que os Estados Unidos investiram cinco mil milhões de dólares, ao longo de 20 anos, para «virar» a Ucrânia para a sua esfera de influência.

O culminar desse processo – sublinha Sterling – foi o golpe de Fevereiro de 2014, também conhecido como golpe fascista de Maidan. «Desde 2015, os EUA têm treinado milícias ultra-nacionalistas e neonazis», afirma o jornalista, dando indicação de várias peças que o documentam.

Provocações sugeridas contra Moscovo

O think tank altamente financiado pelo Pentágono sugeriu uma série de provocações contra a Rússia, que foram de facto implementadas. Uma delas foi o aumento da ajuda militar à Ucrânia, que tem vindo sempre a crescer desde 2019. Segundo refere The Hill, no último ano, chegou aos mil milhões de dólares.

Das muitas sugestões da Rand, Sterling destaca reposicionar os bombardeiros a uma distância de ataque fácil dos alvos estratégicos russos; colocar mais armas nucleares tácticas em locais da Europa e da Ásia; aumentar a presença das forças navais norte-americanas e dos seus aliados nas zonas de operações da Rússia (Mar Negro).

Ainda a realização de exercícios de guerra da NATO junto às fronteiras da Rússia; e a retirada de Washington do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).

De acordo com Sterling, a alternativa, que podia ter evitado a actual intervenção militar russa, teria sido declarar a Ucrânia não apta para a NATO. «Mas isto teria sido o oposto da intenção de Washington de pressionar, provocar e ameaçar deliberadamente a Rússia», refere.

Em Dezembro do ano passado, refere, a Rússia propôs a celebração de um tratado com os Estados Unidos e a NATO, e a proposta central era um acordo, por escrito, segundo qual a Ucrânia não se tornaria membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

O relatório da Rand refere-se a um eventual «acordo de paz desvantajoso» e Sterling questiona para quem é que a paz traria desvantagens, lembrando a perda de vidas na Ucrânia por causa do conflito, agora, e as mais de 14 mil no Donbass, desde o golpe de 2014.

Em seu entender, um acordo de paz que garantisse os direitos fundamentais de todos os ucranianos e a neutralidade do país seria «vantajoso para a maioria dos ucranianos».

Aqueles que «não tirariam vantagens» seriam o complexo industrial mediático-militar dos EUA e os ultra-nacionalistas na Ucrânia, afirma o jornalista.

O relatório da Rand Corporation «mostra como a política dos Estados Unidos se centra em acções para prejudicar a Rússia e manipula a terceiros países (Ucrânia) com vista a essa tarefa», sublinha.

AbrilAbril

A PAZ ESTÁ A CHEGAR?

Pedro Tadeu* Diário de Notícias | opinião

Como sobre a guerra na Ucrânia é difícil distinguir o trigo do joio, a notícia da propaganda, a análise da manipulação, não sei se há razões para termos esperança na aproximação de uma solução pacífica, resultante da evolução de ontem nas negociações entre ucranianos e russos.

Somando o que dizem os media do ocidente e os da Rússia, parece que os ucranianos entregaram um documento onde propõem:

1 - A Ucrânia desiste de entrar na NATO.

2 - A Ucrânia aceita não ter armas nucleares ou outras de destruição em massa no seu território.

3 - A Ucrânia não terá bases militares estrangeiras.

4 - A Ucrânia manterá um estatuto de neutralidade militar.

5 - A Ucrânia propõe que um conjunto de países prometa, se o seu território for novamente atacado por qualquer potência, uma intervenção militar para a proteger, num mecanismo semelhante ao que a NATO garante entre os seus membros (o artigo 5.º do tratado da Aliança Atlântica). As listas de países possíveis incluem Rússia (!), Reino Unido, China, EUA, Turquia, França, Canadá, Itália, Polónia e Israel.

6 - A Ucrânia quer aderir à União Europeia e não aceita objeções da Rússia.

7 - A Ucrânia não abdica da soberania sobre Crimeia, Donbass e Luganks, mas compromete-se a não usar a força militar para recuperar o domínio desses territórios.

A Rússia, por seu lado, terá feito estas cedências:

1 - Aceitar uma eventual entrada da Ucrânia na UE se isso não alterar o seu estatuto de neutralidade militar.

2 - Abrandar desde já os combates em Kiev e Chernigov com retirada significativa de militares russos dessas zonas.

3 - Começar a preparar um encontro direto entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky

4 - Não colocar agora em cima da mesa as pretensões de "desnazificação" da Ucrânia, nem da proteção legal à língua russa no país.

Isto parece o princípio de um caminho para a paz, talvez, mas o simples facto de nestas listas não parecer haver uma solução viável e satisfatória para ambas as partes sobre Donbass, Luganks e Crimeia leva-me a recear que tudo isto seja pouco sério... vamos ver.

Um poema escrito por um italiano em 1914, durante a I Guerra Mundial, explica claramente as razões do meu ceticismo.

Passado a canção, com um título que em português quer dizer "Canção para Embalar na Guerra" (Ninna nanna della guerra), a letra da melodia de baloiçar bebés associa à figura do diabo dois poderosos europeus da época: o Imperador da Alemanha e Rei da Prússia, Guilherme II e Francisco José da Áustria, os monarcas que iniciaram essa guerra.

Os dois são definidos como "loucos", gente capaz de enviar o seu povo para a morte, enchendo a cabeça das multidões com ideais nacionalistas, e religiosos que são, depois, traídos quando a motivação económica (a verdadeira causa da guerra, segundo o poeta) já não tem razão de ser.

A canção garante, no final, que quando os "ladrões das bolsas de valores" tiverem os "recursos" que ambicionam, os soberanos em guerra lembrar-se-ão que são parentes, assinarão um tratado de paz e farão belos discursos "às pessoas que foram poupadas aos canhões".

O poeta, que assina com o nome Trilussa, morreu em 1950, feito Senador pelo poder democrático da República italiana, posterior à queda do fascismo de Mussolini.

Olho para os pontos em discussão nas conversações de paz na Ucrânia e, tentando alimentar a esperança de que aquilo que ali está é o início da paz, sobressalto-me por perceber que, como Trilussa em 1914, estou certo da minha indignação nos dias dos discursos de um futuro tratado de paz: "Se era só isto que era preciso, porque não pouparam aquelas pessoas aos canhões?!".

* Jornalista

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