terça-feira, 12 de abril de 2022

"Estamos a salvar pessoas". Invasão "foi a decisão certa", diz Putin

O chefe de estado russo alega que a sua 'operação militar especial' tem como objetivo não só proteger a Rússia, mas também "salvar as pessoas" do Donbass.

O presidente russo, Vladimir Putin, assegurou esta terça-feira que a ‘operação militar especial’ na Ucrânia – termo usado por Moscovo para definir a invasão –, “sem dúvida” que alcançará os seus objetivos “nobres”, salientando que pretende não só garantir a segurança da Rússia, mas também “salvar as pessoas” do Donbass.

Em declarações durante uma visita ao cosmódromo de Vostochny, o chefe de estado da Federação Russa alegou que o país não teve outra hipótese a não ser lançar uma ‘operação especial’ na Ucrânia, de forma a proteger a Rússia, informa a agência russa TASS.

“Os objetivos são absolutamente claros e nobres”, salientou, adiantando pretender ‘salvar’ as pessoas da região de Donbass, onde os separatistas pró-russos lutam com as forças ucranianas desde 2014.

Portugal | HÁ MUITAS FORMAS DE EMPOBRECER

José Soeiro | Expresso | opinião

Que o governo insista que o melhor é “esperar que passe” corresponde a aceitar inscrever duradouramente um corte de facto no salário. É para isto que serve a maioria absoluta do PS?

O corte de rendimentos tem múltiplas vias. No passado, a narrativa de que “vivíamos acima das nossas possibilidades” foi o pretexto utilizado para um brutal processo de empobrecimento e de acréscimo das desigualdades. Cortes de salários e pensões, aumento de impostos sobre o trabalho, condições de recurso que levaram à redução das prestações sociais, aumento dos dias de trabalho foram algumas das receitas do período da troika. Agora, o momento que vivemos é outro, mas as consequências imediatas são já preocupantes: os preços aumentam (mais de 5% de subida do custo de um cabaz de compra com os alimentos essenciais) mas os salários não, ou muito menos. Desde o início da invasão da Ucrânia, o custo de vida aumentou três vezes mais que os salários. Quem trabalha está, de novo, a empobrecer.

Para travar este processo, não há uma medida mágica nem uma ação que, isoladamente, resolva o problema. Mas há decisões fundamentais. Uma delas é intervir na formação dos preços, até por existirem setores que, à boleia da crise, se estão a aproveitar, têm lucros extraordinários e continuam a anunciar a distribuição de dividendos de milhões, como acontece com as grandes empresas na área da energia (Galp e EDP) ou da grande distribuição (por exemplo, o Continente ou o Pingo Doce). Outra é aumentar os salários, para que não sejam comidos pela inflação.

Só que o Governo rejeita qualquer uma delas. Resultado: uma condenação da maioria das pessoas ao empobrecimento, ao mesmo tempo que se mantêm intocados os lucros e a especulação de quem beneficia com esta situação.

Portugal covidado | Prolongada situação de alerta até ao dia 22 de Abril

Medidas mantêm-se inalteradas durante mais dez dias

A situação de alerta em Portugal continental, declarada devido à pandemia da Covid-19, foi prolongada durante mais dez dias, anunciou esta terça-feira o Governo.

Em comunicado, o Governo explica que a resolução foi aprovada na última reunião do Conselho de Ministros, que prolonga a situação de alerta até às 23h59 do dia 22 de abril.

Acrescenta ainda o governo que "a resolução mantém inalteradas as medidas atualmente em vigor".

As medidas restantes no combate à Covid-19 em Portugal são a obrigatoriedade de apresentar teste negativo para visitas a lares e pacientes internados em estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde (exceto para quem tem certificado de recuperação ou certificado de vacinação com dose de reforço).

Também se mantém a obrigatoriedade de usar máscara em espaços públicos interiores.

A medida foi aprovada no mesmo Conselho de Ministros que aprovou a proposta do Orçamento do Estado para 2022.

Notícias ao Minuto

Portugal | Orçamento deve assumir urgência do aumento dos salários

As linhas gerais do Orçamento do Estado para 2022 fazem adivinhar o regresso dos cortes graças à ausência de medidas que impulsionem a subida dos salários e travem o aumento do custo de vida.

O Governo apresentou esta segunda-feira as linhas gerais da proposta de Orçamento para 2022 aos partidos com assento parlamentar, às confederações patronais e aos parceiros sociais.

Com base nos dados lançados, o PCP assume num comunicado que o documento não responde à exigência de combate à especulação e à subida dos preços. Tal como ignora que «os problemas a que diz querer responder são inseparáveis da instigação das sanções que a pretexto da guerra estão a ser impostas, beneficiando os que com elas lucram».

O facto de não se apontarem medidas de controlo e fixação de preços, e de aumento de salários e pensões significará, segundo o PCP, o regresso dos cortes por via da perda real de poder de compra, o que levará à degradação das condições de vida.  

Com o aumento da taxa de inflação, aumentos como o do salário mínimo nacional, que este ano passou para os «históricos» 705 euros, na propaganda do Governo, estão praticamente absorvidos. O cenário agrava-se para os pensionistas, com a inflação a ser já entre cinco a 20 vezes superior ao aumento que as pensões tiveram em Janeiro, entre 0,24% e 1%. 

Também o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, disse ser «absolutamente incompreensível» que o Governo de António Costa não queira mexer nos salários, salientando que a «inflação galopante» terá consequências directas nos rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas. 

Para o PSD, que na Assembleia da República tem votado contra a proposta de aumento do salário mínimo para 850 euros, o Orçamento do Estado para 2022 significa um «regresso encapotado» da austeridade, ideia que foi acompanhada pelo PAN.

Portugal | António Costa anuncia redução dos salários em 2022

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

No primeiro debate parlamentar da nova legislatura, António Costa deixou bem claro quem pagará o custo da inflação em Portugal. O Governo sabe que os preços sobem por pressão de setores específicos, como os combustíveis ou os bens alimentares.

O Governo também conhece os lucros milionários que a Galp, a EDP ou a Jerónimo Martins entregaram aos acionistas já em 2022. O Governo está informado acerca das práticas de combinação de preços entre grupos da grande distribuição, sabe do aumento das margens de refinação de petróleo e das rendas excessivas que fazem com que todos paguemos a eletricidade mais cara. Apesar de tudo isto saber, a resposta de António Costa à inflação não é tabelar os preços de bens essenciais nem controlar as margens das empresas que os estão a aumentar, mas sim impor às pessoas que trabalham um corte no salário.

Por breves momentos, durante o debate, criou-se a esperança de que o Governo estivesse a preparar uma taxa sobre os lucros excessivos das grandes empresas que se aproveitam da inflação. O ministro da Economia chegou mesmo a pronunciar o nome técnico da dita, "windfall tax", mas a ideia foi esquecida pelo ministro do Ambiente logo na intervenção seguinte. O que o Governo propõe, em alternativa, são medidas tímidas, que protegem o privilégio das elétricas e as margens das petrolíferas.

A GUERRA TOTAL PARA CANCELAR A RÚSSIA

# Traduzido em português do Brasil

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation

Vastas faixas do OTAN foram encurraladas para se comportar como uma turba de linchamento russofóbica. Nenhuma dissidência é tolerada. A essa altura, está bem claro que a campanha russofóbica neo-orwelliana “Two Minute Hate” lançada pelo Empire of Lies após o início da Operação Z é na verdade “24/7 Hate”.

Vastas faixas do OTAN foram encurraladas para se comportar como uma turba de linchamento russofóbica. Nenhuma dissidência é tolerada. O psyops completo de fato atualizou o Império das Mentiras para o status de Império do Ódio em uma Guerra Total – híbrido ou não – para cancelar a Rússia.

O ódio, afinal, tem muito mais força do que meras mentiras, que agora estão se transformando em ridículo abjeto, como na “inteligência” dos EUA recorrendo a – o que mais – mentiras para travar a guerra da informação contra a Rússia.

Se o excesso de propaganda foi letalmente eficaz entre as massas ocidentais zumbificadas – chame-o de “vitória” na guerra de relações públicas – na frente onde realmente importa, dentro da Rússia, é um grande fracasso.

O apoio da opinião pública à Operação Z e ao presidente Putin é sem precedentes. Após vídeos de tortura de prisioneiros de guerra russos que causaram repulsa generalizada, a sociedade civil russa está até se preparando para uma “Longa Guerra” que durará meses, não semanas, desde que os alvos do Alto Comando Russo – na verdade um segredo militar – sejam cumpridos.

Os objetivos declarados são “desmilitarização” e “desnazificação” de uma futura Ucrânia neutra – mas geopoliticamente vão muito além: o objetivo é virar o arranjo de segurança coletiva europeu pós-1945 de cabeça para baixo, forçando a OTAN a entender e chegar a um acordo com o conceito de “segurança indivisível”. Este é um processo extremamente complexo que chegará à próxima década.

ACERCA DA UCRÂNIA

Serviço de Informações do Fórum de Belgrado
Excertos do Documento Final da Conferência Internacional realizada em Belgrado nos dias 22 e 23 de março de 2014, por ocasião do 15º aniversário da agressão da NATO contra a RF da Jugoslávia
    

Outros autores* - 07.Abr.22

Este documento é particularmente significativo. É parte do documento final de uma conferência internacional realizada em 2014 em Belgrado, por ocasião do 15º aniversário da agressão da NATO contra a RF da Jugoslávia. A amarga experiência de muitos dos participantes contribui para a lucidez da análise feita, das justas apreensões manifestadas, da previsão do que aí viria. A crise de 2014 na Ucrânia abriu o caminho para a situação actual. E aqueles que viram o seu país bombardeado e destruído não esqueceram que os primeiros responsáveis são os mesmos: o criminoso eixo EUA-NATO-UE.

“Exportar democracia e ditar padrões culturais e civilizacionais tornou-se uma abordagem comum de potências ocidentais, principalmente dos EUA, na sua aspiração de governar o mundo de acordo com os seus próprios padrões e de acordo com os seus interesses egoístas. A imposição de tais padrões culturais e civilizacionais é um acto de violência contra a realidade que quase invariavelmente resulta em conflitos, desordens internas e mais profundas fragmentações e divisões; com o tempo, isto tende a minar a paz no mundo e apresenta uma desculpa perfeita para a interferência militar externa. Este modelo criou as chamadas “revoluções coloridas” na Geórgia, Venezuela e Ucrânia e a muito falada “revolução da Primavera Árabe”, que conseguiu devastar e fazer retroceder várias décadas o relógio da história, como na Líbia, Egipto e Síria.

A OTAN DECLARA SUA INTENÇÃO DE DOMINAR TODOS OS PAÍSES

# Traduzido em português do Brasil

Eric Zuesse | Oriental Review

Quando uma aliança militar liderada pelo país mais poderoso do mundo (América) torna público que é hostil (com o objetivo de controlar) ambos os outros dois países mais poderosos (Rússia e China), então ela realmente existe para conquistar (incluir), em última análise, TODOS os países, e substituir as Nações Unidas – a atual fonte autorizada do direito internacional* – para substituir a ONU e suas agências autorizadas, pela “ordem internacional baseada em regras” proposta pelos EUA, cujas “regras ” não vêm da ONU imaginada por FDR, mas sim do Estado Profundo ou Complexo Militar-Industrial pós-Segunda Guerra Mundial, os bilionários que controlam os armamentos e as empresas globais de extração e mídia e o próprio governo dos EUA. Este último governo será imposto ao mundo (todos os países, exceto a América) pelo país mais poderoso do mundo (América), que criou e lidera essa aliança militar (OTAN) e agora está publicamente com o objetivo de conquistar (controlar) o mundo inteiro.

Isto é o que realmente aconteceu agora. Em 6 de abril, a Al-Mayadeen Media Network , um canal independente de notícias por satélite árabe, anunciou “chefe da OTAN abertamente mirando a China, cita a posição da Ucrânia como desculpa” e informou que em 5 de abril, Jens Stoltenberg, chefe da OTAN, disse que (como eles relataram isso):

A OTAN pretende aprofundar a cooperação com seus aliados asiáticos respondendo ao iminente “desafio de segurança” vindo da China, que se recusa a condenar a operação militar da Rússia na Ucrânia. 

Falando durante uma conferência de imprensa na terça-feira, Stoltenberg anunciou que a aliança hospedará ministros das Relações Exteriores dos estados da OTAN, além da Finlândia, Suécia, Geórgia e União Européia. Parceiros da Ásia-Pacífico também foram convidados, incluindo Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coréia do Sul. Ele disse que a atual “crise de segurança” tem “implicações globais”.

Os ministros discutirão novos conceitos estratégicos sobre a guerra na Ucrânia, além de, pela primeira vez, lidar com a “crescente influência e políticas coercitivas da China no cenário global que representam um desafio sistêmico à nossa segurança e às nossas democracias”.

"Vemos que a China não está disposta a condenar a agressão da Rússia e se juntou a Moscou para questionar o direito das nações de escolherem seu próprio caminho", disse Stoltenberg. O general da OTAN instou os Estados membros, principalmente democracias liberais, a se levantarem contra “potências autoritárias”.

De acordo com a Freedom House, uma organização financiada por Washington, 5 dos 30 membros da OTAN não são considerados completamente democráticos: Turquia, Albânia, Hungria, Montenegro e Macedônia do Norte.

Stoltenberg espera que haja uma cooperação aprimorada entre a OTAN e os parceiros da Ásia-Pacífico em “controle de armas, cibernético, híbrido e tecnologia”.

A GUERRA NUCLEAR ESTÁ NO HORIZONTE

Quando não se podem reconhecer os factos, não se pode travar o impulso insano para a guerra nuclear

Paul Craig Roberts [*]

Alguns leitores perguntaram porque é que a Rússia considera a adesão da Finlândia à NATO como uma provocação. Pela mesma razão porque a adesão da Ucrânia é uma provocação: por causa das bases de mísseis americanos na fronteira com a Rússia. Os EUA actualmente não possuem mísseis hipersónicos, mas mais cedo ou mais tarde irão possuí-los. Tais mísseis nas fronteiras da Rússia poderiam chegar a Moscovo em 3 ou 4 minutos, o que constitui claramente uma ameaça existencial. Juntamente com a Finlândia, Washington quer as bases na Suécia e nos Estados Bálticos, além das bases de mísseis que já tem na Polónia e na Roménia.

Se bem que Washington pretenda a adesão da Finlândia à NATO como uma nova provocação, não devemos esquecer duas outras provocações existentes que o Kremlin declarou inaceitáveis: as bases de mísseis já instaladas na Polónia e na Roménia. Não faz sentido a Rússia impedir preventivamente bases de mísseis na Ucrânia e na Finlândia enquanto permite a permanência das bases existentes na Polónia e na Roménia. A intervenção russa contra estas duas bases são provavelmente as próximas acções de autodefesa que os russos irão empreender.

Os media prostituídos do Ocidente têm feito o melhor que podem para criar uma indignação mundial contra a Rússia. Pessoas levadas à indignação não percebem a irresponsabilidade dos governos ocidentais ao ameaçar gratuitamente a Rússia com bases de mísseis nas suas fronteiras. Ao invés de perceberem correctamente a colocação das bases como uma agressão contra a Rússia, as pessoas doutrinadas encaram a resposta da Rússia a ameaças existenciais como uma agressão.

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